Pela ordem durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítica à senadora Gleisi Hoffmann, por acusar a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil de atuar com oportunismo ao apoiar o "impeachment" de S. Exª Dilma Rousseff, Presidente da República.

Autor
Ronaldo Caiado (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: Ronaldo Ramos Caiado
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Crítica à senadora Gleisi Hoffmann, por acusar a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil de atuar com oportunismo ao apoiar o "impeachment" de S. Exª Dilma Rousseff, Presidente da República.
Publicação
Publicação no DSF de 07/04/2016 - Página 36
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • CRITICA, GLEISI HOFFMANN, SENADOR, MOTIVO, ACUSAÇÃO, DESTINATARIO, CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA DO BRASIL (CNA), ILEGITIMIDADE, ATUAÇÃO, DEFESA, IMPORTANCIA, CONFEDERAÇÃO.

    O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Oposição/DEM - GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é inaceitável, é inadmissível que uma Senadora se dirija à Confederação de Agricultura como sendo uma entidade oportunista.

    A CNA, como representante dos produtores rurais, tem de dizer, em primeiro lugar, que ela defende o direito de propriedade. Ela não pode admitir, em momento algum, que um órgão que se diz representante dos trabalhadores rurais, dentro do Palácio do Planalto, como palanque para Presidente da República, venha ameaçar gabinetes de Deputados e propriedades rurais no País.

    Quanto aos benefícios, eu quero dizer à nobre Senadora que nós não temos seguro-rural. Desculpe-me, nós não temos seguro-rural no País. Isso é uma demanda longa do setor, mas nós sabemos que esta matéria ainda não foi implantada, até porque toda a verba sempre foi contingenciada, primeiro ponto.

    Segundo ponto, a modernização da frota no País não veio pelo Governo do PT. Veio exatamente quando nós fizemos o Moderfrota e fizemos a maior renegociação da dívida no País, no Governo Fernando Henrique Cardoso. Ali, sim, nós demos a grande virada da produção nacional, momento em que nós tivemos a oportunidade de atualizar todos os nossos implementos agrícolas e também a estrutura e a infraestrutura de nossas propriedades.

    O que nós temos e o que nós temos vivido neste momento é um setor competente, capaz, competitivo internacionalmente, por mérito próprio - mérito próprio!

    Não existe esse dinheiro subsidiado. O dinheiro subsidiado dos R$200 bilhões não chega a 30%. O crédito do setor rural mixado hoje chega em torno de 20% ao ano ao produtor rural. Isso é que deve ser deixado claro. O mixado é diluído hoje no crédito comum das carteiras comerciais. O crédito emprestado hoje ao produtor não sai por menos de 20% ao ano. A agricultura brasileira hoje é competitiva pela sua capacidade de produção.

    O PT quis indiscutivelmente dificultar a produção nacional, inviabilizar os momentos da pesquisa, da transgenia no País, quis cada vez mais desestruturar a Embrapa no País - e a Embrapa hoje não dispõe da infraestrutura que tinha anteriormente, quando se deu o grande salto de produção no País. Esse é o lado em que o PT também instigou a invasão das propriedades rurais. O Estado da Senadora vive um dos maiores conflitos neste momento, com as invasões disseminadas em um dos Estados mais produtivos do País, sem respeitar o direito de propriedade e muito menos o grau de produtividade da terra.

    Por isso, Presidente, eu quero realçar, aplaudir e elogiar a Confederação da Agricultura, que tem a prerrogativa, sim, de se posicionar neste momento. E tem mais: ela tem a obrigação de se posicionar. É obrigação. Ela representa um setor que não é tutelado pela vontade da Presidente da República.

    Esta é a pergunta que faço ao Plenário: por que a Presidente da República é contra o impeachment, sendo que, durante um ano e quatro meses, ela não governou nada. Ela quer continuar para quê? Ela nunca governou! Faz um ano e quatro meses que o Brasil está à deriva. O ponto de sustentação deste País é só o setor produtivo primário, que ainda está suportando uma crise que desabou sobre todos os outros setores. E agora vem querer ter os méritos da produção nacional? O PT agora vem querer se ocupar também daquilo que foi competência do setor?

    Ora, o Governo Federal não tem nada a cobrar. Ele é muito mais beneficiário. Se ele tem hoje superávit, se ele garante hoje pagamento de dívida no exterior, é porque o setor rural garantiu isso na balança comercial. Como tal, quem deve é o Governo ao setor rural.

    A Confederação da Agricultura, junto com a sociedade rural brasileira, junto com a ABCZ, com a SGPA, com as federações de agricultura do Brasil, todas foram unânimes em ratificar a decisão de apoio ao processo de impeachment. E V. Exª vai assistir à presença de milhares de produtores rurais ocupando a Esplanada dos Ministérios, no final de semana, para vermos aqui a aprovação da votação do pedido de impeachment, no plenário da Câmara dos Deputados.

    Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/04/2016 - Página 36