Pronunciamento de Ronaldo Caiado em 07/04/2016
Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Registro de ajuizamento, pelo Partido Democratas, de Mandado de Segurança Preventivo no Supremo Tribunal Federal, a fim de garantir a distribuição equânime dos recursos orçamentários destinados às emendas parlamentares, sem preferência àquelas dos parlamentares contrários ao pedido de “impeachment” da Presidente Dilma Rousseff.
- Autor
- Ronaldo Caiado (DEM - Democratas/GO)
- Nome completo: Ronaldo Ramos Caiado
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
GOVERNO FEDERAL:
- Registro de ajuizamento, pelo Partido Democratas, de Mandado de Segurança Preventivo no Supremo Tribunal Federal, a fim de garantir a distribuição equânime dos recursos orçamentários destinados às emendas parlamentares, sem preferência àquelas dos parlamentares contrários ao pedido de “impeachment” da Presidente Dilma Rousseff.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/04/2016 - Página 43
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL
- Indexação
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- REGISTRO, AJUIZAMENTO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), MANDADO DE SEGURANÇA, PREVENÇÃO, AUTORIA, PARTIDO POLITICO, DEMOCRATAS (DEM), OBJETO, REFERENCIA, IGUALDADE, DISTRIBUIÇÃO, EMENDA INDIVIDUAL, AUSENCIA, PREFERENCIA, CONGRESSISTA, OPOSIÇÃO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Oposição/DEM - GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós estamos hoje aprovando todas as medidas provisórias de liberação de crédito e, no entanto, o Democratas entrou hoje no Supremo Tribunal Federal com um Mandado de Segurança preventivo.
Sr. Presidente, o que nós identificamos é que o Governo utilizou agora, no dia 4 - é atípico -, uma edição do Diário Oficial extra, em que ele, logo após a decisão do PMDB de desembarcar do Governo, baixa o Decreto nº 8.700/2016, em que se constata claramente que a Presidente da República e o Ministro da Fazenda optaram por não contingenciar mais de R$6,6 bilhões, montante esse destinado às emendas individuais de Parlamentares, ou seja, todo o contingenciamento foi feito na saúde, na educação, na área de defesa, ciência e tecnologia. Esse contingenciamento, só na educação, foi de R$4,2 bilhões; na saúde, mais R$2,3 bilhões. E a Presidente da República publica, no dia em que o PMDB se declara fora do Governo, no dia seguinte, baixa um decreto em que o Governo autoriza que essas emendas sejam empenhadas e pagas. Ora, empenhadas e pagas - R$6,6 bilhões - na semana que antecede o impeachment?
Nós já tivemos vários casos em que ficou identificado o processo do mensalão. Agora, vão querer atribuir essa nova metodologia, com essa verba do Orçamento. Mas é importante, e V. Exª promulgou aqui, nesta Casa, o Orçamento impositivo.
Qual é a base desse mandado de segurança preventivo? É que se cumpra o que está exatamente na Constituição, ou seja, eu estou pedindo que o Supremo defina, para que a distribuição das emendas não seja seletiva, que seja equânime, como determina a Constituição brasileira. Não sejam apenas aqueles que se colocaram à disposição de mudar o voto ou de votar contra o impeachment da Presidente da República.
É exatamente com esse embasamento que entramos no Supremo Tribunal Federal para que ele exija o cumprimento da norma constitucional e que as emendas não sejam utilizadas para esta banca de negócios com cargos públicos tão denunciada hoje.
E pedimos mais: que o Supremo exija equidade na distribuição do que já foi liberado até o momento - que não tenha havido uma tendenciosidade ou uma ação seletiva de quais Deputados ou Senadores deveriam merecer essas autorizações de empenho e de pagamento das suas emendas.
Então, Sr. Presidente, diante de tantos créditos que estão sendo feitos aqui, nós temos de colocar também, para que a sociedade brasileira conheça, os absurdos que nós vimos aqui serem praticados, que nós assistimos aqui serem praticados pelo Ministro da Fazenda, com a anuência da Presidente da República, ao contingenciar emendas no valor de quase R$21 bilhões para atender áreas de educação e saúde e, no entanto, liberar, com autorização de empenho de pagamento, R$6,6 bilhões para as emendas individuais dos Parlamentares.
Esse é o comunicado que eu quero fazer à Casa, porque vejo que, neste período, o Congresso Nacional não pode deixar de manter a sua posição fiscalizadora. Que a Constituição seja cumprida.
Muito obrigado, Sr. Presidente.