Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do transcurso dos 50 anos de fundação do PMDB, em 24 de março.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Outros:
  • Registro do transcurso dos 50 anos de fundação do PMDB, em 24 de março.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2016 - Página 49
Assunto
Outros
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), COMENTARIO, HISTORIA, BANCADA, POLITICA.

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, queria, antes de iniciar o meu pronunciamento, cumprimentar o Senador Tomás Correia, primeiro suplente nosso, no Senado Federal. Ele, que já assumiu um período aqui no Senado, também já foi Deputado Estadual Constituinte e prefeito da capital do meu Estado, Porto Velho. Então, desejo-lhe as boas-vindas. Ele veio cumprir a missão, como Presidente do PMDB do meu Estado, de votar na decisão que o Diretório Nacional do PMDB tomou, decisão histórica, no dia de hoje.

    Seja bem-vindo ao Senado, mais uma vez, Senador Tomás Correia.

    Sr. Presidente, na última quinta-feira, o maior Partido do País, o PMDB, completou 50 anos.

    O marco oficial da fundação do Partido é o dia 24 de março de 1966, quando o Movimento Democrático Brasileiro teve aceito o seu registro na Justiça Eleitoral.

    Eram tempos sombrios! O regime militar completava o seu segundo ano no poder e desvelava, sem pudor algum, o seu verdadeiro ethos, o caráter autocrático e ditatorial, expresso na edição do famigerado Ato Institucional nº 2.

    O AI 2 foi uma reação da ditadura à vitória, nas eleições estaduais de 1965, de cinco candidatos oposicionistas, entre os quais os novos governadores de Minas Gerais e do Estado da Guanabara, hoje Rio de Janeiro. O Ato promoveu uma alteração despótica na Constituição, eliminando o pluripartidarismo e instituindo à força um sistema bipartidário em nosso País.

    Os apoiadores do regime, que eram a maioria até então, reuniram-se na Arena (Aliança Renovadora Nacional), Partido que teria toda a força e todo o apoio do Governo e, logo, a garantia de cargos e benesses para seus membros.

    Não era segredo para ninguém a intenção dos militares, ao permitir a formação de um pequeno partido de oposição. Eles queriam apenas dar um verniz democrático a um regime absolutamente ditatorial.

    Aos oposicionistas restava um grande dilema: aceitar as regras impostas pelos militares e fundar um novo partido ou simplesmente serem banidos da vida pública. Foi um cálculo dificílimo! Os oposicionistas sabiam que, em política, não existe vácuo. Se eles se recusassem a formar um novo partido, além de serem obrigados ao exílio, como foram tantos de seus companheiros, veriam apoiadores dos militares formarem um segundo partido, eles próprios. Assim, a ditadura teria dois partidos a seu serviço e nenhuma oposição no Congresso Nacional.

    Para aqueles homens de espírito verdadeiramente democrático, a luta armada não era opção, pois ela não tinha como objetivo o restabelecimento da democracia, mas, sim, a substituição da ditadura militar por uma ditadura de viés marxista.

    Liderados pelas míticas figuras de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, os oposicionistas decidiram ingressar no que eles sabiam seria uma longa e penosa luta pela volta da democracia, uma luta que eles travariam com as armas de que podiam dispor: suas vozes, suas mentes e seus corações.

    O incansável e resiliente trabalho dos emedebistas...

(Soa a campainha.)

    O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - ... começou a dar frutos em 1974, com a anticandidatura de Ulysses Guimarães à Presidência, que ajudou o MDB a conquistar mais de 40% das vagas da Câmara dos Deputados.

    Dois anos depois, nas eleições municipais, o MDB crescia ainda mais, assustando os militares. Estes reagiram criando os Senadores biônicos e a Lei Falcão, que aboliu a exposição de ideias nas campanhas eleitorais.

    Mas a semente da esperança estava florescendo. Em 1979, o MDB conseguiu a aprovação da Lei da Anistia. O regime começava a ruir. Os militares passaram a sinalizar uma abertura lenta e gradual, e aceitaram o retorno do pluripartidarismo.

    Em 1982, já como PMDB - só mais uns três minutinhos, Sr. Presidente...

(Interrupção do som.)

    O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Em 1982, já como PMDB, o partido elegeu os governadores de nove Estados, entre eles, Tancredo Neves, em Minas Gerais; Franco Montoro, em São Paulo; e José Richa, no Paraná.

    Em seguida, liderou as Diretas Já, campanha que, se não foi imediatamente exitosa, teve o mérito de constituir as bases para a vitória de Tancredo à Presidência na eleição indireta de 1985, colocando um fim a um período de 21 anos de ditadura no Brasil.

    Assim, o PMDB inaugurou a Nova República, liderou a Assembleia Constituinte e entregou ao povo a Constituição Cidadã, promulgada por Ulysses Guimarães. Hoje, continua sendo o maior Partido do País, o fiador da democracia.

    Não posso esconder o meu orgulho por fazer parte desse partido grandioso, que está sempre ao lado do povo, sempre ao lado da democracia.

    Encerro, deixando claro que, neste momento novamente tão conturbado que atravessa nosso País, o PMDB não se furtará a apresentar uma solução, posicionando-se ao lado do povo brasileiro, ao lado da população, como já fez ao longo de toda a sua história, nessa história de 50 anos.

    Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.

    Antes de encerrar, gostaria também, Sr. Presidente, de parabenizar a Federação de Comércio de Rondônia pelo transcurso de seu 33º ano de fundação, no último dia 26. Ao Presidente Ranieri, a todos os associados e a todos os comerciantes de Rondônia os nossos parabéns pela passagem de seu 33º aniversário.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2016 - Página 49