Pronunciamento de João Capiberibe em 19/04/2016
Discurso durante a 54ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 20, de 2016, que insere artigo no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para prever a realização de eleições presidenciais simultaneamente às eleições municipais de 2016.
- Autor
- João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
- Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
- Defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 20, de 2016, que insere artigo no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para prever a realização de eleições presidenciais simultaneamente às eleições municipais de 2016.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/04/2016 - Página 57
- Assunto
- Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
- Indexação
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- DEFESA, APROVAÇÃO, PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO (PEC), ASSUNTO, ANTECIPAÇÃO, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, OBJETIVO, SOLUÇÃO, CRISE, POLITICA NACIONAL, RESULTADO, PROCESSO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, somo a minha voz a essa corrente que pede agilidade no rito do processo de impeachment, ainda que considere o impeachment a opção do confronto, a opção que não resolve a crise política, não resolve a crise econômica e não resolve a crise ética.
Os cenários que podemos traçar na consequência do impeachment não são motivadores, não despertam a possibilidade para o sucesso. Se a Presidente Dilma perdeu a legitimidade, substituí-la por um Presidente sem legitimidade não me parece muito interessante para a sociedade brasileira.
Sr. Presidente, eu e um grupo de Senadores estamos discutindo há tempos, antes mesmo de começar o processo de impeachment, a nossa própria incapacidade de resolver os problemas da sociedade. Nós somos representantes políticos e temos a obrigação de encaminhar soluções para a sociedade, mas, infelizmente, temos que reconhecer a nossa incapacidade de apresentar as soluções desejadas por todos.
Daí que esse grupo de Senadores decidiu apresentar uma proposta e reivindicar eleições, no dia 12 de outubro, para Presidente e Vice-Presidente da República. Nós queremos que esse instrumento seja um instrumento de negociação. Queremos estabelecer um pacto. Não se sai da crise pelo embate, não se sai da crise com vencidos e vencedores. Isso não resolve a crise, Sr. Presidente.
Srs. Senadores, é um equívoco vender para a sociedade a ideia de que na hora em que afastarmos a Presidente Dilma e empossarmos o interino, o Vice-Presidente Temer, vamos resolver o problema da sociedade. Não é verdade.
Só há uma saída para esse empasse, não há duas: é convocarmos eleição direta, é a Presidente Dilma e o Vice-Presidente Michel Temer entenderem que este País precisa de solução urgente. E o que nós estamos tramitando aqui vai ser muito lento, vai ser um processo longo, que vai continuar paralisando o País.
Infelizmente, essa é a realidade, mas eu acredito na condução de V. Exª com agilidade. O que nós estamos fazendo, o que nós defendemos não tem nenhuma relação com o rito do impeachment. Isso vai continuar normalmente, já está definido. Nós estamos trabalhando para mobilizar a sociedade. Nós queremos a sociedade mobilizada, reivindicando aquilo que lhe é de direito, reivindicando a sua voz, para finalmente decidir essa crise. Só quem pode decidir essa crise é a sociedade brasileira, é o povo e através do voto.
Muito obrigado, Presidente.