Discurso durante a 57ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários à indicação do Senador Antonio Anastasia para o cargo de relator da Comissão Especial do Senado destinada ao julgamento do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, e registro da conveniência da escolha de outro nome para evitar a parcialidade decorrente de orientação política.

Autor
Telmário Mota (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO:
  • Comentários à indicação do Senador Antonio Anastasia para o cargo de relator da Comissão Especial do Senado destinada ao julgamento do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, e registro da conveniência da escolha de outro nome para evitar a parcialidade decorrente de orientação política.
Publicação
Publicação no DSF de 26/04/2016 - Página 60
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • COMENTARIO, INDICAÇÃO, ANTONIO ANASTASIA, SENADOR, CARGO, RELATOR, COMISSÃO ESPECIAL, SENADO, OBJETIVO, JULGAMENTO, PROCESSO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEFESA, ALTERAÇÃO, ESCOLHA, MOTIVO, IMPARCIALIDADE, POLITICA.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR. Sem revisão do orador.) - Senadora Rose de Freitas, apesar do esforço de V. Exª, que eu reconheço, insisto que nada há contra o Senador Anastasia. Pelo contrário, é um homem que enobrece esta Casa e é de um conhecimento fantástico. Não tenho nenhuma dúvida quanto a S. Exª. Mas a história não vai nos perdoar, Srª Presidente.

    O próprio PT tem a mesma quantidade de membros que o PSDB. E todos sabemos que os membros são escolhidos pelos blocos, mas a direção, tanto a relatoria quanto a Presidência, é exatamente definida pela quantidade de membros. E o PT abre mão, por uma questão de ética, dessa indicação. Seria, sem dúvida, um exemplar procedimento do PSDB também abrir mão disso.

    Não se trata aqui de conhecimento. Ninguém aqui tem mais do que o outro. Penso que, à altura do Senador Anastasia, há tantos outros Senadores que aqui representam o seu povo, a sua gente e o Senado brasileiro.

    Portanto, eu defendo o que prevê o art. 127 do Regimento Interno, que, na mesma linha, pode não ser o próprio Senador, mas é o partido. Isso aconteceu na Comissão de Ética. Diz o seguinte: não poderá funcionar como relator o autor da proposição.

    O PSDB foi representado como autor e, assim, ele também... Eu entendo que, na relatoria, ele teria interesses pessoais.

    Eu acho importante, para a lisura, para o melhor que esse Senado possa oferecer dentro desse processo, uma escolha de consenso de uma pessoa que não tivesse ligação próxima nem com o PT, muito menos com o PSDB. E aqui nós conhecemos muitos Senadores nessa linha, pessoas que vão ter a imparcialidade, vão poder fazer uma análise profunda da proposição de todos.

    Não há como negar a proximidade e a fidelidade do Senador Anastasia ao seu Partido, aos seus princípios, aos seus ideais, aos seus objetivos. E esses vêm sendo delimitados, vêm sendo expostos ao longo de todo esse ano e pouco de campanha.

    Então, é fundamental, sem nenhuma dúvida, é para este Senado dar a este Senado uma história que amanhã não seja maculada pela parcialidade, e sim pela imparcialidade.

    Eu defendo, sim, o nome de uma pessoa que possa não estar ligada a nenhum grupo, mas que tenha... E aqui há muitos Senadores que podem ser o relator e conduzir isso com maestria, de forma que não haja a visão a olho nu, a total parcialidade.

    Defendo isso, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/04/2016 - Página 60