Pela Liderança durante a 66ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração pela fundação da Universidade Federal de Rondonópolis (MT).

Críticas à decisão do Presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Sr. Waldir Maranhão, de anular a sessão de votação da admissibilidade do processo de impeachment da Presidente da República, a Senhora Dilma Rousseff.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Comemoração pela fundação da Universidade Federal de Rondonópolis (MT).
CONGRESSO NACIONAL:
  • Críticas à decisão do Presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Sr. Waldir Maranhão, de anular a sessão de votação da admissibilidade do processo de impeachment da Presidente da República, a Senhora Dilma Rousseff.
Aparteantes
José Medeiros.
Publicação
Publicação no DSF de 10/05/2016 - Página 23
Assuntos
Outros > EDUCAÇÃO
Outros > CONGRESSO NACIONAL
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, FUNDAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL, RONDONOPOLIS (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ELOGIO, ATUAÇÃO, POLITICO, PROFESSOR, MAÇONARIA.
  • CRITICA, DECISÃO, WALDIR MARANHÃO, PRESIDENTE, INTERINO, CAMARA DOS DEPUTADOS, REFERENCIA, ANULAÇÃO, SESSÃO, DELIBERAÇÃO, ADMISSIBILIDADE, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco Moderador/PR - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente Wellington Fagundes, que preside a sessão do Senado neste momento. Aproveito, Senador, para fazer um cumprimento oficial a V. Exª e ao Senador José Medeiros pela criação da Universidade Federal de Rondonópolis, que V. Exª prestigiou hoje, junto com a Presidente Dilma. Foi uma luta antiga de V. Exª e de outros Parlamentares que já passaram pelo Senado e pela Câmara.

    O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Moderador/PR - MT) - De todos nós.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco Moderador/PR - MT) - Depois de muitos anos, Rondonópolis consegue conquistar, então, sua independência, com uma universidade federal autônoma.

    Quero cumprimentar V. Exª porque sei que foi uma luta desde o seu primeiro mandato como Deputado Federal - já se vão 20, 25 anos. Então, parabéns à cidade de Rondonópolis, a V. Exª, a todos os Parlamentares que integraram esse pleito, assim como às lideranças do campus da universidade: as lojas maçônicas, os clubes de serviços, os alunos, os professores, o falecido Prof. Tati, que foi muito importante. Todos aqueles que fizeram parte desse pleito, dessa história estão sendo recompensados hoje pelo anúncio, se bem que ainda temos uma tarefa, Senador, pois ainda tem que passar pela Câmara e, depois, pelo Senado. Mas agora tudo é mais fácil, tudo é mais tranquilo, porque temos Parlamentares de Mato Grosso e da cidade de Rondonópolis na Câmara e temos aqui também, três Senadores da cidade de Rondonópolis. Tenho certeza de que não faltarão apoios dos nossos colegas aqui do Senado no momento em que essa matéria tão importante chegar aqui.

    Feito isso, Presidente, eu...

    O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Moderador/PR - MT) - Senador, gostaria de registrar também, já que estamos falando deste assunto, a importância de V. Exª como Governador, porque também liberou recursos, mesmo não sendo um compromisso do Estado, para ampliar a infraestrutura. Se hoje o campus tem a possibilidade de ser uma universidade, é exatamente porque todos nós, cada um a seu modo, no seu momento, pudemos ajudar a infraestrutura daquele campus, os prefeitos, enfim. Registro isso, já que V. Exª está na tribuna.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco Moderador/PR - MT) - Obrigado, Senador Wellington.

    Então, eu quero dar sequência à minha fala rapidamente e também me manifestar aqui sobre o que está acontecendo, neste momento, com a decisão do Presidente da Câmara de anular a sessão que deu as condições necessárias para que a gente pudesse continuar com o processo de impeachment.

    Penso eu que, num devaneio, numa loucura, numa insanidade - posso dizer assim -, o Presidente da Câmara toma essa atitude unilateralmente. Tenho certeza de que não consultou os seus pares - temos aqui vários Deputados Federais no nosso plenário neste momento, como o Mauro, a Maria Tereza e outros, que sequer foram consultados, sequer foi aventada essa possibilidade na Câmara de o Presidente fazer isso. Quer dizer, então, é uma coisa que não faz sentido, pegou o Brasil inteiro desprevenido. Cria um caos na sociedade, todos ficam muito preocupados, porque nem todos têm a informação que nós temos aqui ou que as assessorias nos prestam no momento em que saem essas notícias. E a impressão que se tem é de que tudo realmente está acabado, tudo está terminado, que vamos começar da estaca zero e que este Governo que está findando renasce e vai ter força para seguir pela frente.

    Então, eu quero deixar aqui o meu posicionamento também contrário e dizer que é um prejuízo o que isso traz para a Nação, para um País que já vem numa dificuldade enorme na economia, em que as pessoas já não sabem mais o que fazer, não sabem mais em quem acreditar, não sabem mais em quem se apegar para que o País pare de descer essa ladeira, uma ladeira comprida, íngreme. Que possa parar com tudo isso e recomeçar, como nós queremos recomeçar, numa tentativa a partir de quarta-feira, quando efetivamente deveremos votar o parecer aqui no Senado Federal, pois não quero crer que o Presidente Renan, que nós mesmos como Senadores e que os Líderes desta Casa vamos concordar em parar com este processo.

    Acho que o Senado Federal tem de simplesmente ignorar o que está ali colocado, seguir em frente e tentar ajudar o País a sair da dificuldade em que nos encontramos, Presidente. Essa dificuldade é incalculável em relação ao prejuízo das pessoas. Ela é incalculável no sentido da esperança das pessoas. Onze milhões de pessoas desempregadas; quantos milhões de pais de família ou mães de família que mantêm as suas casas perderam os seus empregos, perderam a sua esperança, perderam a esperança no dia de amanhã, de ter um dia melhor. Olham para esse dia de amanhã e dizem assim "puxa vida, eu amanhã não tenho dinheiro, eu não tenho condições", Senador Medeiros, "de pagar a conta de luz, de fazer o enfrentamento na escola, de comprar o leite, de fazer as coisas andarem."

    Isso é uma coisa que choca muito o brasileiro e todos nós. E eu penso que o processo de impeachment não é o remédio para tudo. Nós teremos grandes dificuldades para sair. Mas, pelo menos, no meu ponto de vista, ele é o ponto final dessa derrocada, dessa descida, para que nós possamos pensar novamente em um futuro, começar a pensar que há saída e que o dia que vai amanhecer é um dia melhor do que o dia de hoje.

    Portanto, eu quero deixar aqui, Presidente, registrado este meu ponto de vista: nós não devemos dar bola para isso; nós temos de olhar para frente. Não é possível que um Presidente da Câmara vá contrariar 367 votos colocados naquele plenário para abertura desse processo, para que viesse para o Senado. Não é possível que ele sozinho possa fazer isso.

    Eu conversei hoje com vários juristas, conversei com Ministros do Supremo Tribunal Federal para quem posso ligar e conversar, e simplesmente eles me disseram o seguinte: isso não pode e não acontece nem em grêmio estudantil. Imaginem em uma Câmara de Deputados, com a responsabilidade que tem com o País, com os seus Parlamentares. Não é possível que isso aconteça!

    Portanto, é tão chocante essa decisão que não cabe mais nenhuma palavra, a não dizer o seguinte: temos de ignorar isso e seguir em frente. Temos um procedimento na quarta-feira para fazer, devemos fazê-lo e devemos levar adiante. O País não pode mais esperar. Nós não temos o direito de fazer esse País sangrar mais do que está sangrando neste momento.

    Meu posicionamento é esse. Quando chegar o momento correto de nos posicionarmos aqui no Senado sobre essa matéria, tenho certeza de que o meu Líder pelo PR, Senador Wellington Fagundes, irá encaminhar nesse sentido, porque é o sentido correto, é o sentido que o Brasil precisa.

    Ouço o Senador Medeiros, que deseja fazer um aparte.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Senador Blairo Maggi, muito obrigado pelo aparte. Quero parabenizá-lo por essa fala porque aqui se tem discutido de tudo, tem se falado de vários temas, mas pouco tem se falado da tragédia social que está acontecendo no Brasil; da tragédia que está acometendo milhares de brasileiros que, neste momento, estão desempregados. E V. Exª, quando faz essa fala, de certa forma, até faz uma homenagem a esses que, neste momento, não têm ninguém por eles. Neste momento, com certeza, o Governo não está preocupado com essas pessoas. Temos visto aqui, constantemente, o Governo preocupado em fazer chicana, o Governo preocupado em fazer essas coisas no meio da noite, como agora se mostra e se revela neste ato do Presidente interino da Câmara, que, pelo que conhecemos, com certeza, não teria - vamos dizer assim - coragem para fazer um ato desse; está bem calçado, bem orientado pela defesa do Governo, pelo Governador do seu Estado, o Maranhão, que, vergonhosamente, começa jogar a história no lixo também... Então, V. Exª traz aqui essa lembrança de que temos que, além desse processo, nos preocupar imensamente em tirar o País deste atoleiro. Espero inclusive e torço de forma muito convicta para que V. Exª seja uma dessas pilastras que vai ajudar a sustentar este País no próximo Governo. Tenho visto aqui demonizarem a atitude dos Deputados naquela votação. Quero dizer aqui que, naquele momento, os Deputados estavam simplesmente retratando o sentimento da população brasileira. Agora me pasma ver o Partido dos Trabalhadores e os governistas tentarem demonizar aquele comportamento, sendo que, no impeachment do Collor, da mesma forma eles votaram. Então, dizer que tem de anular e que o impeachment é nulo porque o Deputado votou assim ou assado, porque um partido fechou questão ou orientou voto dessa forma, é querer negar a funcionalidade e o funcionamento normal do Parlamento. No mais, quero só agradecer a V. Exª por este aparte e dizer que Mato Grosso está com uma expectativa muito grande de que V. Exª possa assumir o Ministério da Agricultura e ajudar a tirar os gargalos que ainda imperam no Estado que V. Exª conhece muito bem.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco Moderador/PR - MT) - Obrigado, Senador Medeiros.

    Quero, antes de finalizar, cumprimentar o Senador Jorge Yanai, que já assumiu aqui, no Senado, o mandato por um período, quando suplente do Senador falecido e nosso querido Líder, Senador Jonas Pinheiro. Seja bem-vindo! Hoje, ele é suplente do nosso Senador Wellington Fagundes.

    Portanto, Presidente, finalizando mais uma vez: não é possível, em nome de todos os mato-grossenses, de todos os brasileiros que querem uma mudança, que não concordam mais com o que está aí, que o Senado Federal, agora presidido pelo nosso Jucá, não tome a atitude correta. Que o Senado não se dobre à vontade de uma única pessoa que tomou uma decisão intempestiva, insana, louca, com a qual nós não concordamos.

    Obrigado. 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/05/2016 - Página 23