Discurso durante a 66ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apreensão com a atual situação política do país; crítica ao confronto surgido entre os partidos PT e PMDB em disputa pela Presidência da República, e defesa da realização de novas eleições gerais.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Apreensão com a atual situação política do país; crítica ao confronto surgido entre os partidos PT e PMDB em disputa pela Presidência da República, e defesa da realização de novas eleições gerais.
Publicação
Publicação no DSF de 10/05/2016 - Página 42
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, POLITICA NACIONAL, CRITICA, CONFLITO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), OBJETIVO, POSSE, CARGO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, DEFESA, REALIZAÇÃO, ELEIÇÃO DIRETA.

    O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei muito breve.

    Apenas não poderia deixar de reafirmar nossa posição diante de um quadro tão preocupante que todos estamos vivendo, do acirramento político e do sectarismo que estamos presenciando nas ruas, aqui dentro do plenário, nas relações das nossas famílias. Isso é algo que me preocupa e não consigo enxergar a porta de saída para a crise.

    O impeachment, vou repetir, não é a opção que resolva a crise. É a opção pelo confronto. Numa crise das dimensões da crise econômica, com 11 milhões de desempregados, com milhares de empresas fechando as portas... E eles estão nos assistindo e sabem que o que estamos fazendo aqui não é a melhor condução para resolver a crise. Esta é a minha grande preocupação.

    Eu acho que esse era o momento. Eu, na semana passada, me expus e estou me expondo, e me expondo com absoluta coragem e decisão de quem quer solução para o País. Eu não considero que o confronto resolva absolutamente nada. Nós vamos, daqui a um mês, dois meses, estar profundamente mergulhados na crise, buscando alternativas. Independe do resultado do impeachment, se a Presidente sai, se não sai, isso aí não resolve o nosso problema. O que pode, a única salvação neste momento seria... Já com essas decisões estapafúrdias, a decisão do Presidente da Câmara, que é uma decisão que surpreendeu a todos e que não nos parece adequada. E depois, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, esta é uma briga pelo poder, é uma briga entre dois partidos que governaram durante cinco anos juntos. Estavam de mãos dadas passeando pela Esplanada dos Ministérios, ocupando os espaços; de repente, confrontam-se e levam-nos a essa situação sem esperança. Eu não tenho esperança de saída da crise pela condução que nós estamos dando. Nós só temos uma saída: é convencer Dilma e convencer Temer a chamar novas eleições. Precisamos do povo como juiz, mediador e árbitro definitivo. Não é o Supremo, não é o Senado, não é a Câmara. Nós perdemos a capacidade de resolver os problemas do País. Nós estamos tratando com desigualdade profunda aqui esses casos que nós estamos conduzindo.

    Portanto, eu queria fazer um apelo, Sr. Presidente, um apelo a V. Exª, um apelo à Presidente Dilma, a Michel Temer, porque esse modelo está esgotado, V. Exª sabe e eu sei. Nós estivemos juntos desde 1985, construindo a aliança democrática, um pacto das elites, que dividiu, que loteou os espaços públicos e que continua até hoje. Dilma fracassou porque fez isso, e Temer vai fracassar porque vai pelo mesmo caminho: está dividindo os espaços públicos com os partidos políticos, na esperança de tourear a crise; não vai tourear. Nós vamos, infelizmente, continuar olhando para o cidadão desempregado, para os empresários falidos, sem dar uma resposta para eles.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/05/2016 - Página 42