Fala da Presidência durante a 56ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários ao discurso proferido pela Presidente Dilma Rousseff, na ONU, com ênfase na inexistência de menção sobre a crise nacional e a tentativa de golpe de estado.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL:
  • Comentários ao discurso proferido pela Presidente Dilma Rousseff, na ONU, com ênfase na inexistência de menção sobre a crise nacional e a tentativa de golpe de estado.
Publicação
Publicação no DSF de 23/04/2016 - Página 22
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Indexação
  • COMENTARIO, DISCURSO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LOCAL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CONFIRMAÇÃO, INEXISTENCIA, PRONUNCIAMENTO, PRESIDENTE, ASSUNTO, CRISE, PAIS, GOLPE DE ESTADO, REGISTRO, COMPROMISSO, BRASIL, REFERENCIA, MEIO AMBIENTE.

    O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Eu cumprimento V. Exª.

    A próxima oradora é a Senadora Gleisi.

    Eu quero dizer que fiz questão, Senador Caiado - talvez interesse a V. Exª, certamente, já que se referiu a isso -, de ouvir o pronunciamento da Presidenta Dilma, de cinco minutos, como todos os chefes de Estado, em que fez uma manifestação hoje, porque está sendo assinado um acordo na ONU que referenda as decisões da COP 21, em Paris. Ela soube - aqui eu acho que é importante - fazer um discurso de Chefe de Estado do Brasil sobre os compromissos do Brasil de redução das emissões, os compromissos de evitar a mudança do clima. Em nenhum momento, ela usou a palavra ou fez qualquer menção à questão de golpe no Estado brasileiro. E, com muita, eu diria, elegância - eu ouvi -, ela fez referência, no final, em menos de dois minutos, sobre o que o Brasil está enfrentando num momento de dificuldade, mas que deverá sair mais forte disso, que o povo brasileiro terá a sabedoria de evitar qualquer retrocesso e fazer o Brasil seguir em frente. Foram basicamente esses os termos que ela usou, dando uma garantia para os líderes do mundo inteiro de que a democracia brasileira é algo sólido, conquistado por todos nós e que certamente vai seguir fortalecendo-se ao longo do tempo.

    Eu acho que é importante. Estou aqui informando, foi ao vivo, as pessoas ouviram, mas era uma expectativa que havia se ela iria levar os problemas que nós estamos debatendo aqui para lá, mas ela não levou. Ela fez uma sutil manifestação de que o Brasil está vivendo um momento de crise política - ela não usou nem essa palavra crise - e de que confia que o Brasil sairá mais forte, graças ao fato de ter um povo trabalhador, um povo que tem compromisso com a democracia. Isso é importante, eu acho.

    O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Oposição/DEM - GO. Fora do microfone.) - Espero que o PT siga a orientação dela aqui, na Casa.

    O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - V. Exª sabe que tudo que estamos fazendo é a defesa da democracia.

    Cumprimento o Senador Cristovam, que acaba também de chegar aqui, e o Senador Wellington Fagundes.

    Passo, então, a palavra para a Senadora Gleisi Hoffmann, sem antes dizer que estou muito satisfeito. O Brasil está tendo um papel de grande protagonismo neste tema, que talvez seja o tema mais importante no mundo hoje: como vamos fazer para que a temperatura do Planeta não aumente 2ºC? Esse é um tema fundamental. É minha área.

    O Brasil construiu, com a reforma do Código Florestal e com as políticas do Governo da Presidenta Dilma, liderados pela Ministra Izabella Teixeira, um ambiente em que hoje ele é o grande avalista. Se o Brasil não cumprir suas metas de redução das emissões, como se propôs... Até 2025, nosso propósito é o de reduzir 37% das emissões, uma meta ousada - V. Exª era Chefe da Casa Civil, Senadora Gleisi, e ajudou nesse trabalho, eu lembro bem -, e, até 2030, em 43%. É a mais ousada meta, por compromisso assumido, dos países emergentes.

    Também tem autoridade o Brasil de cobrar que os países desenvolvidos possam ajudar a bancar os US$100 bilhões por ano para mitigação, para podermos trabalhar, para que não sobre para os mais pobres o sacrifício de pagar por essas reduções, mas também de viver um aumento na temperatura, porque quem sofrerá mais, certamente, serão os mais pobres e aqueles que nada têm no nosso País.

    Então, o discurso da Presidenta Dilma - faço aqui esta referência - foi realmente o de uma Chefe de Estado brasileira da maior dignidade hoje e que muito nos orgulhou nas Nações Unidas.

    Com a palavra, V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/04/2016 - Página 22