Fala da Presidência durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogio ao discurso e à atuação do Senador Paulo Paim e defesa da realização de novas eleições gerais para a Presidência da República.

Autor
Telmário Mota (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Elogio ao discurso e à atuação do Senador Paulo Paim e defesa da realização de novas eleições gerais para a Presidência da República.
Publicação
Publicação no DSF de 28/04/2016 - Página 93
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • ELOGIO, DISCURSO, ATUAÇÃO, PAULO PAIM, SENADOR, DEFESA, REALIZAÇÃO, ELEIÇÃO DIRETA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

     O SR. PRESIDENTE (Telmário Mota. Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Senador Paulo Paim, são 22 horas.

Setenta e cinco Senadores estiveram hoje aqui, ou seja, seis a menos do que a totalidade, o que demonstra a responsabilidade desta Casa com o compromisso com o povo brasileiro. O Senado funciona diferente, por exemplo, da Câmara.

    O Senador Renan, sem nenhuma dúvida, tem trabalhado, nesta Casa, com responsabilidade democrática, comprometido com a governabilidade, assegurando o direito de todos, da maioria, da minoria. Isso é que tem permitido a fala de V. Exª nesse sentido. Quando V. Exª fala que a democracia é, na escuridão das crises, o único caminho de unificação de uma nação, V. Exª fala com muita propriedade, até porque V. Exª tem uma história de compromisso, uma história de lealdade com seus princípios, com os trabalhadores brasileiros. Eu sempre digo que, nesta Casa, quando se fala no trabalhador, o Paim é a figura carimbada e lembrada.

    Eu vi aqui, muitas vezes, embora sendo da Base da Presidente Dilma, naqueles reajustes fiscais, quando ia mexer em conquista, V. Exª dizer:“Aí eu estou fora.”E essa posição que V. Exª tinha era posição no início do Governo, em reuniões de Bancada. O que dizia nas reuniões, V. Exª dizia na tribuna. Não era um homem de duas falas.

    Isso não é só a sua história, mas quem passa a conviver aumenta o grau de responsabilidade e de confiança. Quando eu vejo V. Exª, que tem um trabalho prestado e que é o primeiro Senador que chegou aqui hoje.... Quando eu cheguei às 8h aqui, V. Exª já estava sentado ali e é um dos últimos que está saindo. V. Exª faz isso com espírito republicano, com espírito democrático, com espírito nacionalista, com espírito de amor, de brasilidade por esta Nação.

    V. Exª é o último orador dessa tribuna e vem aqui fazer uma convocação para a Nação brasileira, mostrando o cardápio da democracia como o caminho da unificação deste País. Nós sabemos que os números têm mostrado, naquela Casa, têm mostrado, na votação agora do Relator da comissão, que a Presidente Dilma perdeu praticamente a força dentro desta Casa, no Congresso.

    Com todo o respeito ao Senador Raupp, que é uma pessoa que sempre declinou fidelidade, companheirismo, uma pessoa que foi cotada, inclusive, para ser Líder do Governo - e tinha o meu apoio, ele sabe disso -, o PMDB, há muito tempo nessa parceria com o PT, era sócio majoritário. Essa separação, a crise que o Brasil hoje está vivendo, neste momento, é uma crise desse rompimento entre PT e PMDB. Sem nenhuma dúvida, para onde o PMDB fosse, ele levaria a maioria. Se ficasse na Base, a maioria estava mantida. Se fosse para a oposição, a maioria iria para a oposição. É por isso que a Presidente Dilma hoje vive, sem nenhuma dúvida, essa crise.

    Eu só lamento que essa crise implantada entre, inclusive, esses dois partidos e para a população brasileira foi provocada por um momento de ódio, de raiva, de vingança de um senhor, e está muito mais para ser resolvido o caso dele com a Justiça, com o Cunha, do que com o povo brasileiro.

    Eu abro aqui o jornal no G1 e ele diz aqui: “Cunha reclama da celeridade dos dois novos inquéritos para investigá-lo.” Quem é Cunha para fazer uma reclamação dessa ordem se ele tocou a toque de caixa essa questão do impeachment. Ele paralisou, o Congresso está paralisado, a Câmara está paralisada. O Senado, não. O Senado hoje deu mais um exemplo da sua atividade. Está paralisada e dita por ele mesmo...

     (Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Telmário Mota. Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - ... como se aquilo ali fosse a sua casa, como se ele fosse o dono da Câmara. Estão se esquecendo de que ele é apenas o Presidente, o gestor. Ninguém é dono, o dono é o povo brasileiro.

    Então, V. Exª chama para a responsabilidade, e não há. Sem nenhuma dúvida, não há. V. Exª tem toda a razão. Podem fazer o maior malabarismo que imaginarem na política, os maiores acordos, mas o povo, quando foi à rua, quando a população foi à rua, quando a população saiu do seu lar, quando a população se pintou de verde e amarelo, quando as pessoas gritaram palavras de ordem, elas estavam atrás do oxigênio, da honestidade, da sinceridade, da responsabilidade, do caminho da salvação, do crescimento e desenvolvimento do nosso País.

    Então, sem nenhuma dúvida, o atual Vice-Presidente não reúne condições políticas, não reúne condição popular, porque, com 8%... E eu quero fazer minhas as palavras do próprio Vice-Presidente Michel Temer. Quando a Presidente Dilma chegou ao patamar de 12%, ele disse que nenhum governo resiste ou se sustenta para governar ou fazer modificações com 12%. Imagine ele com 8%, sem ter vindo das urnas, sem ter passado pelo crivo popular.

    Dizer que ele teve os votos da Presidenta Dilma, teve pelo sistema errado que nós temos, em que o vice não é votado separado. As pessoas nem se lembram dele. No meu Estado mesmo, o próprio PMDB não votou nele. O próprio PMDB não votou nele.

    Então, essa é a realidade. Nós temos, hoje, que pensar num caminho, pensar na nação brasileira, pensar na união. O povo nos coloca aqui. Este Senado, sem nenhuma dúvida, vai ajudar a encontrar esse caminho.

    Muitos Senadores já estão se reunindo, buscando o caminho de uma nova eleição, uma eleição em que o novo Presidente possa ter o respaldo da população, que ele possa vir e convocar a nação para uma grande união, para o sacrifício, porque vai ter. Vão se tomar algumas medidas, medidas que não são simpáticas, para poder colocar o País dentro do caminho necessário.

    Por isso, sem nenhuma dúvida, esse carro que V. Exª puxa, abraçado com vários outros Parlamentares que não são da Base da Presidente Dilma, são muitos outros Parlamentares que estão aqui pensando em salvar a democracia, que têm aqui não compromisso com a Dilma, têm compromisso com o sistema democrático, com o Estado de direito. Sem nenhuma dúvida, nós vamos, junto com a população, encontrar esse caminho, o caminho da união nacional, o caminho de um Presidente que tenha o respaldo popular. Isso só pode ser feito com o voto, porque na crise social, na crise econômica e na crise política, na crise moral por que nós hoje estamos passando, só devolvendo ao dono do poder, que é o povo, através do voto, a possibilidade de reconstruir o Brasil.

É o que nós tínhamos para fazer, essa observação. Nada mais a falar, encerramos a presente sessão. Muito obrigado.

     (Levanta-se a sessão às 22 horas e 10 minutos.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/04/2016 - Página 93