Discurso durante a 80ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega do Diploma José Ermínio de Moraes aos agraciados, Srs. Abilio Diniz, José Augusto Vieira e Jandir Milan.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega do Diploma José Ermínio de Moraes aos agraciados, Srs. Abilio Diniz, José Augusto Vieira e Jandir Milan.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2016 - Página 6
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, OBJETIVO, ENTREGA, DIPLOMA, EMPRESARIO, DESTAQUE, ATIVIDADE ECONOMICA, ATIVIDADE INDUSTRIAL, ATIVIDADE AGROPECUARIA, IMPORTANCIA, ECONOMIA, ESTADO DE SERGIPE (SE).

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco Moderador/PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Cumprimento o Sr. Presidente; os colegas Senadores; o Senador Ricardo Franco - sergipano como eu -; o ex-Governador de Sergipe e também Senador Albano Franco - vejam que momento histórico para o nosso Estado: é a primeira vez que pai e filho sentam à mesa do Senado -; o colega Senador Cidinho; o colega Senador Agripino; o Senador José Medeiros, aqui presente; o ex-Senador Efraim, também presente; os ouvintes da Rádio Senado; os telespectadores da TV Senado; todos os que nos acompanham pelas redes sociais; o Secretário de Cultura de Sergipe Irineu Fontes; o Deputado Estadual Valmir Monteiro, da cidade de Lagarto; a nossa Deputada Estadual Goretti; o Deputado Zezinho Guimarães, também do nosso Estado; o Deputado Federal por Sergipe Fabio Reis; o Deputado Federal por Sergipe Laercio Oliveira; o nosso ex-Deputado Federal e Governador do Amapá, Dr. Gilton Garcia; os homenageados; as demais autoridades aqui presentes; o Vice-Prefeito de Aracaju José Carlos Machado; as senhoras e os senhores presentes.

    Lagarto é, de fato, um dos mais antigos chãos de Sergipe e guarda em sua história fatos singulares, como a ideia da liberdade econômica, que fluiria mais tarde e dominaria, com toda a certeza, o século XIX.

    Ao lado dos ricos fazendeiros, dos exploradores das matas, dos criadores de gados, surgiu em Lagarto pequenos sitiantes que conciliavam as atividades rurais com as oportunidades de outras fontes de renda. A agricultura do fumo e, mais recentemente, do maracujá e da laranja fortaleceram a economia e um corporativismo forte que são típicos do Município de Lagarto.

    Dessa maneira, várias famílias aderiram aos novos tempos, uma delas a Vieira, numerosa, formada por gente do campo, sitiantes da zona rural que buscaram a urbanização do trabalho e, já nas últimas décadas especialmente do século XIX, passou a se destacar.

    Foi assim com Manuel Vieira do Nascimento, conhecido como Seu Mané Rico, que, com negócios de fumo, destacou-se na região, e o seu neto - o então empresário do sucesso, José Augusto Vieira -, seguindo a sua vocação, também enveredou nos negócios por ele iniciados.

    Entretanto, foi na década de 60, quando as atividades econômicas predominantes no Município de Lagarto eram o cultivo e a industrialização do fumo e a pecuária que, com visão empreendedora e, sem nenhuma dúvida, também inovadora, o Sr. José Augusto iniciou-se no mundo dos negócios com a comercialização do fumo moído em corda, estimulando o plantio pelos pequenos e médios agricultores com a garantia de aquisição da safra.

    Diante do crescimento do comércio do fumo, foi criada a empresa J. Vieira Indústrias de Fumo Saci Ltda. Entretanto, visando novos horizontes para os negócios, em 1984, o Sr. José Augusto ingressou no setor alimentício através da aquisição da Indústria de Torrefação e Moagem do Café Maratá. E, já no ano seguinte, lançou o Fumo Maratá, aumentando a fabricação de diferentes tipos de tabaco e seus derivados, em escala de produção cada vez maior.

    Mas esse sergipano de Lagarto enxergava bem além e, em 1986, ingressou em mais um novo setor do mercado, o de embalagens plásticas. Engana-se, pois, quem acha que ele parou por aí.

    Cinco anos depois, no início da década de 90, por meio de uma apurada visão para o desenvolvimento de novos negócios, criou a Empresa Agropecuária Maratá, destinada à criação de bovinos para corte, além da inauguração do Comercial Maratá, atendendo o comércio varejista de material de construção em geral.

    Com sucesso já firmado no setor de embalagens impressas e flexíveis e descartáveis, José Augusto Vieira não parou de expandir seus interesses, e outro alvo do grupo foi atingido: a fundação da Maratá Indústria de Aguardentes.

    Mas foi na virada do século passado, Sr. Presidente, que se deu o crescimento para além das terras sergipanas do Grupo Maratá. A marca torna-se um sucesso internacional com a empresa Maratá Sucos do Nordeste Ltda, fornecendo e exportando matéria-prima para as empresas engarrafadoras e outras empresas do ramo alimentício que utilizam o suco de frutas como base de seus produtos e o crescimento da atividade primordial do Café Maratá.

    E, por falar em café, faz-se importante mencionar que há mais de seis anos consecutivos o Maratá se mantém entre os cinco melhores do ranking nacional das cem maiores indústrias de café associadas à Associação Brasileira da Industria de Café, sendo também detentor do Selo de Pureza da Abic, a qual atesta a pureza do café torrado e moído em território sergipano.

    Aos menos avisados devo dizer que o empreendedorismo do seu criador, José Augusto Vieira, parece não ter fim - ainda bem que não tem fim. Com certeza, gera milhares de empregos e, mais recentemente, em 2013, entrou em atividade uma nova empresa do Grupo Maratá, a JAV Indústria de Alimentos, que proporcionou um aumento de produtos oferecidos pelo grupo, tais como flocos de milho, fubá fino e grosso, mingau, farinha láctea, mistura para bolo, temperos, salgadinhos, macarrão instantâneo, dentre outros produtos derivados do milho.

    Como vemos, de fato, é muita inovação, muita coragem e muita determinação. Ganha não apenas a família Vieira, mas, com certeza, milhares de famílias sergipanas, pelos empregos gerados e por muitas famílias atendidas.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, autoridades aqui presentes, sergipanos aqui presentes - o lado esquerdo da tribuna é quase inteiro sergipano, aqueles que não tiveram o privilégio de nascer em Sergipe, adotaram um sergipano para constituir família, obrigado pela vinda para testemunhar este momento tão especial para nós, sergipanos.

    Digo, Sr. Presidente e demais autoridades, minhas senhoras e meus senhores, para além de tudo que já foi mencionado com a promoção de emprego e renda para toda a região, no âmbito social, o grupo Maratá desenvolve um trabalho de grande alcance em Lagarto e nas regiões vizinhas através da Fundação José Augusto Vieira. Sou testemunha disso, Sr. Presidente.

    Fundada em 1993, ampara e assiste crianças e adolescentes, disponibiliza gratuitamente educação de ensino infantil e fundamental, além de outras ações de apoio à geração de emprego e renda, em parceria com instituições públicas e privadas, como o Senai e o Senac, onde são ministrados cursos profissionalizantes, visando à capacitação de mão de obra para o mercado de trabalho, não só na região de Lagarto, mas, com toda certeza, em todo o Estado de Sergipe.

    Gostaria de homenageá-lo, portanto, Sr. José Augusto Vieira, muito justa esta homenagem, fiz questão de assim votar e de buscar a parceria e a convicção dos colegas Senadores, por ser um sergipano visionário, um daqueles que olham não apenas para o presente, mas que sabe que as atitudes de hoje construirão um futuro muito melhor, não só para eles e os que estão em sua volta, mas sobretudo para milhares de famílias sergipanas e milhares de famílias brasileiras. Motivo de orgulho, motivo de exemplo, motivo de motivação, motivo de referência, não só no nosso Estado, em todo nosso País, especialmente no momento em que vivemos. E não poderia deixar, neste momento, de cumprimentar sua esposa, sempre gentil, Srª Jusete Vieira e seus filhos Caroline, Jackeline, Francklin, Ricardo, Andrea e Flávia, por este momento tão especial. Volto a dizer, momento não apenas das famílias de Lagarto, mas de todas as famílias brasileiras.

    Aproveito, também, a oportunidade para parabenizar os demais homenageados, Sr. Abilio Diniz e Sr. Jandir José Milan. Parabéns pelos exemplos que vocês dão, não apenas para os seus Estados, mas também para todos nós, brasileiros. São pessoas como vocês que nos enchem de orgulho de sermos brasileiros e nos dão a convicção de que este País tem jeito, mas o jeito quem dá somos nós com as nossas atitudes. Com as atitudes de agora poderemos, com certeza, construir um Brasil muito mais justo e muito melhor no futuro.

    Cito aqui o Sr. Abilio Diniz, um dos agraciados de hoje, quando diz, abre aspas: "Empreendedor não deve ter só sonho, deve ter também meta. Ele não é um cara que briga, é um cara que faz negócios. Brigar é coisa de namorados!", fecha aspas.

    Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2016 - Página 6