O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos os convidados homenageados e também aqueles que nos assistem pela TV Senado, que acompanham também pela Rádio Senado e pelas redes sociais.

    Sr. Presidente, neste momento está acontecendo, ali na Câmara dos Deputados, uma reunião do Congresso. Era para estarmos lá, mas eu falei: Não tenho como ir para aquela reunião sem antes passar aqui para dar os meus parabéns e prestar as minhas homenagens aos homenageados de hoje: ao Sr. Abilio Diniz, ao José Augusto Vieira, ao meu conterrâneo Jandir José Milan; e a todos os empreendedores que estão aqui sendo de certa forma homenageados nas pessoas destes.

    Eu digo isso porque sem confete algum, ser empreendedor no Brasil é, acima de tudo, um gesto de pioneirismo e hoje um gesto de heroísmo. Eu digo um gesto de pioneirismo por quê? Porque nossas escolas... Eu tenho dois cursos superiores, passei boa parte da minha vida nos bancos de escola, mas nunca tive uma aula de empreendedorismo.

    Por isso eu digo que é acima de tudo um pioneiro e um desbravador quem faz empreendedorismo no Brasil. E mais, desbravador por quê? Porque em que pese... Há poucos dias falei isso na tribuna e fui, de certa forma, bem contestado por um outro Senador, mas ele se confundiu, como se eu estivesse fazendo uma crítica ao Governo. O que eu dizia é que o ambiente negocial no Brasil precisa evoluir muito, Senador Ricardo, porque é gargalo de toda sorte, tanto para abrir uma empresa, como para mantê-la funcionando e, se for para fechar, ainda é pior. Nós temos gargalos que impedem, são verdadeiras âncoras.

    Então, quando nós temos pessoas que fazem empreendedorismo da forma como vocês fazem, e fazem o Brasil andar da forma como ele anda, porque, apesar de tudo, o Brasil ainda é um player - para usar o jargão da moda aqui na América Latina. Nós temos que realmente fazer isto aqui a vocês.

    O nosso grande desafio aqui, Senador Eduardo Amorim, Senador Cidinho, nesta Casa, é justamente tentar diminuir esse cipoal atravancador. Porque, senão, daqui a uns dias essas pessoas se cansam. Hoje, pelo menos no meu Estado, já existe um verdadeiro carreiro - vou usar a linguagem do pecuarista mato-grossense -, há um verdadeiro carreiro de empreendedores indo empreender no Estado vizinho, o Paraguai. Isso é gravíssimo. Isso é muito grave. Isso é um sinal, um alerta para esta Casa de que nós temos que nos debruçar para vencermos a guerra contra o papel.

    Eu creio que nenhum empreendedor aqui quer fazer nada além do legal, não quer benesse, não quer que o Estado o ajude. Mas, se não atrapalhar, com certeza, estará ajudando muito.

    Passei aqui só para falar essas palavras, dizer desse desafio que nós temos de começar a pensarmos em uma academia que possa formar empreendedores, e não só pessoas em busca de um bom emprego. Penso que temos, inclusive, que ter essa cultura em casa, com os próprios pais. Eu, por exemplo, cresci ouvindo: "Você precisa estudar para ter um bom emprego." Não! Nós precisamos estar preparados para ser patrões, inclusive, para sair um pouco desse complexo de vira-lata, como Nelson Rodrigues bem dizia. Em determinado momento, temos preconceito com quem produz neste País, parece que é um vilão.

    Por isso disse essas palavras, pois vocês são desbravadores, pioneiros e, acima de tudo, fortes.

    Muito obrigado. (Palmas.)