Pronunciamento de Simone Tebet em 15/06/2016
Discurso durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro do transcurso do 101º aniversário de emancipação do município de Três Lagoas-MS.
- Autor
- Simone Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
- Nome completo: Simone Nassar Tebet
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM:
- Registro do transcurso do 101º aniversário de emancipação do município de Três Lagoas-MS.
- Aparteantes
- Waldemir Moka.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/06/2016 - Página 8
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM
- Indexação
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- COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, TRES LAGOAS (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), ENFASE, AUMENTO, INVESTIMENTO, ATRAÇÃO, IMPLANTAÇÃO, INDUSTRIA, FABRICA, REDUÇÃO, DESEMPREGO, MELHORAMENTO, ECONOMIA, REGIÃO.
A SRª SIMONE TEBET (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente, obrigada, Senador Humberto Costa pela gentileza, já é a segunda gentileza que nos faz hoje, primeiro na Comissão de Constituição e Justiça e agora permutando conosco a inscrição na lista de oradores.
Senadora Angela Portela, demais Senadores e Senadoras, vou ser breve, pois vivemos tempos conflitosos - estamos dividindo as atribuições entre Plenário e Comissão Especial do Impeachment.
Eu não poderia deixar de ocupar esta tribuna, nesta tarde do dia 15 de junho, e não poderia deixar de estar aqui, neste momento, para externar a minha alegria e satisfação de comunicar ao Brasil que a minha cidade natal, Três Lagoas, está de aniversário, comemorando mais um ano de emancipação político-administrativa. São 101 anos de vida e de história, 101 anos de vida e de história gloriosa.
Eu quero, neste momento, falar do meu pesar em não poder estar, pela primeira vez em muitos anos, no aniversário da cidade, mas tenho certeza de que a população de Três Lagoas e do meu Estado sabem da importância, neste momento, dos trabalhos que estamos fazendo na Comissão do processo de impeachment. Eu gostaria, diante da impossibilidade de estar lá, que este plenário fosse de um tamanho infinito, para que aqui pudessem caber as mais de 120 mil pessoas que lá vivem. São mais de 120 mil três-lagoenses, nascidos e de coração, que contribuem e que contribuíram com a história de sucesso da minha querida cidade.
Diante da impossibilidade de neste plenário caber tanta gente, e na ausência dessas pessoas que lá estão comemorando, eu aproveito a Rádio Senado, através da minha voz, e a TV Senado, através da minha imagem - utilizando-me, portanto, desses dois instrumentos de comunicação, graças a toda a equipe técnica de servidores da Rádio e da TV Senado -, para, de uma certa forma, me transportar para a minha cidade natal, em imagem, em voz, mas também em pensamento e coração, porque, onde quer que eu esteja, eu vou e venho cumprir missão, em nome da cidade em que nasci e em nome do Estado que represento, que é o Estado de Mato Grosso do Sul.
Srªs e Srs. Senadores, Três Lagoas é um exemplo de uma cidade que conseguiu suplantar qualquer desafio. Há dez anos, tive o prazer de administrar, por não apenas uma vez, mas por duas vezes, a minha querida cidade natal. Há dez anos, quando chegamos à cidade, encontramos Três Lagoas numa semelhança do que se encontra hoje o País: uma cidade que vivia em crise, com baixa autoestima, com falta de obras de infraestrutura, serviços públicos precários, uma população que, realmente, sequer queria ouvir falar de política. Naquele momento, percebi que a maior obra que eu poderia realizar, enquanto prefeita, não eram as obras físicas, não eram as escolas que construímos, as creches, os postos de saúde, as clínicas de saúde; não eram nem as indústrias que levamos, a geração de emprego e renda ou as praças que revitalizamos. Percebi, simplesmente, que nós tínhamos uma missão: resgatar e fazer com que as pessoas que lá nasceram e adotaram aquela terra voltassem a ter orgulho de serem três-lagoenses. E foi isso que procuramos fazer.
E hoje, quando vejo o Brasil passar pela mesma crise, eu não posso deixar, neste dia, de fazer esse paralelo, para dizer também que o Brasil é maior que a crise, que o Brasil pode, sim, e vai superar a crise. Este é um país que, infelizmente, avança dois passos e recua um, como num jogo de tabuleiro: avança duas casas e recua uma. Às vezes fica no mesmo lugar, patinando. Muitas vezes, infeliz, toma medidas erradas. Mas é um país muito acima de qualquer crise, porque tem, acima de tudo, uma riqueza material e uma riqueza imaterial, que são os 200 milhões de brasileiros.
E aqui trago o exemplo de Três Lagoas. Aqui temos alguns números muito significativos, para mostrar o que se pode fazer, através de um bom trabalho e da união de esforços, com uma cidade e também com um país. Três Lagoas saiu, numa comparação entre os últimos dez anos, de uma arrecadação de R$88 milhões para uma arrecadação de R$432 milhões. São 388% de aumento de arrecadação.
Passou de uma cidade desconhecida no mapa Nacional para, pelos índices de desenvolvimento municipal feito por pesquisas como a da Firjan - Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, ser colocada como o 15º Município do Brasil, dos 5.570 Municípios brasileiros que mais geraram emprego com carteira assinada.
No Estado, a cidade ficou, por diversos anos, em primeiro lugar na geração de empregos, apesar de ser uma cidade pelo menos cinco vezes menor do que a nossa capital, Campo Grande, em população.
Seu PIB, que era, quando chegamos, na época antes de ser prefeita, de R$1.983 bilhão, hoje é de mais de 3 vezes mais, R$6.400 bilhões, sendo mais da metade disso referente ao PIB industrial. No ranking estadual, só perde para a capital, embora não seja a segunda em tamanho.
E aí vai - na questão de exportação, de veículos, na área da educação, os avanços são evidentes.
Isso tudo para demonstrar que, apesar de toda a crise, os Municípios brasileiros têm condições, pela sua riqueza e pela sua gente, de se sobrepor a ela, transformar a crise em oportunidade - basta que nós, do Congresso Nacional, do Poder Executivo, façamos a nossa parte, e voltemos a dar instrumentos e mecanismos para que os prefeitos municipais e governadores possam, o mais rápido possível, retomar o desenvolvimento do País.
Vai ser um grande prazer ouvir o Senador Moka. Senador do Mato Grosso do Sul, Senador que muito contribuiu, quando fui prefeita de Três Lagoas, com investimentos, com recursos, com as portas abertas do seu gabinete, colocando-se à disposição e pedindo para que eu assinasse o valor que queria para o Município de Três Lagoas, para fazer as obras de infraestrutura e os investimentos na saúde e na educação.
Vai ser um prazer ouvi-lo, Senador Waldemir Moka.
O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) - Minha Senadora Simone Tebet, primeiro dizer do orgulho que tenho de tê-la como companheira de Bancada. V. Exª é uma dessas pessoas que, sem dúvida nenhuma, por onde passou sempre deixou a competência, a seriedade, o compromisso. Em Três Lagoas, onde foi prefeita por duas vezes, elevou a autoestima, melhorou a cidade, melhorou a sua arrecadação, praticamente foi ali que, Três Lagoas, encontrou o caminho da industrialização, através de um trabalho muito forte. Eu me lembro, seu pai, o saudoso Senador Ramez Tebet, ainda era vivo e nós dois aqui fazíamos um trabalho em parceria. Exatamente para que isso pudesse... E V. Exª só multiplicava o esforço. Então, eu quero, ao parabenizar Três Lagoas pelos seus 101 anos de idade, parabenizar toda a sua população através da sua pessoa, mas permita-me também através da nossa atual Prefeita Márcia Moura, que lá está em Três Lagoas, e sei, enfrentando dificuldades porque o momento é difícil, realmente, mas V. Exª é um exemplo de que com determinação, com seriedade, é possível melhorar. Eu torço exatamente para que o que aconteceu com Três Lagoas possa acontecer com este País. Muito obrigado, Senadora.
A SRª SIMONE TEBET (PMDB - MS) - Eu que agradeço, Senador Moka, pelas palavras. Permita-me incorporar o seu aparte ao meu pronunciamento e dizer que V. Exª, como meu saudoso pai - e quantos Parlamentares da Bancada Federal -, muito contribuíram para que nós pudéssemos transformar a história de Três Lagoas. E isso se deveu justamente à união de esforços de todos. Não havia indústrias? Nós fomos buscá-las onde quer que elas estivessem. Elas não sabiam sequer onde era Três Lagoas no mapa? Apontamos. Apresentavam dificuldades de investir? Nós desburocratizamos, mudamos a legislação, demos incentivos fiscais. Faltava infraestrutura e não tínhamos dinheiro para tanto? Economizávamos até na máquina de xerox para poder fazer os investimentos necessários.
O resultado está aí. Ela está entre as quinze cidades que mais geraram emprego com carteira assinada neste País, pelos dados da Federação da Indústria do Rio de Janeiro. Além disso, hoje, provavelmente tenha Três Lagoas, Sr. Presidente, neste momento, os maiores investimentos privados aliados a benefícios do País. As duas maiores fábricas de celulose do mundo estão em Três Lagoas. Quando fomos prefeita, tivemos o privilégio de levá-las. E agora, graças ao trabalho, empenho, dedicação e competência da Prefeita Márcia Moura, elas estão dobrando a sua capacidade. Nós estamos falando, Senador Humberto Costa, que, gentilmente - mais uma vez -, permutou comigo o seu tempo, de investimentos de R$15 bilhões.
(Soa a campainha.)
A SRª SIMONE TEBET (PMDB - MS) - São R$15 bilhões em um Município de 120 mil habitantes, que vai atrair gente, para trabalhar, do Norte, do Nordeste, do Sul, como aconteceu no passado. No pico da construção, as duas fábricas terão mais de 25 mil trabalhadores do Brasil inteiro, porque Três Lagoas não tem essa mão de obra.
É por isso que eu não estranhei, quando cheguei a este plenário - se V. Exª me permitir mais três minutinhos para terminar, Presidente -, os sotaques daqui. Quando eu era prefeita, era impressionante a quantidade de pessoas do Norte, do Nordeste, do Sudeste, do Sul, na minha querida cidade, trabalhando. Eu conseguia fechar os olhos, ouvir a conversa de alguém e saber exatamente de que Estado ele vinha. Isso é o exemplo de uma cidade que, acima de tudo, além do seu trabalho, tem a capacidade de conviver em harmonia, tem a capacidade de acolher com carinho todos aqueles que lá chegam atrás de um emprego.
Eu gostaria e não poderia deixar de finalizar, se me permitir - eu faço sempre isso, é da minha natureza -, fazendo aqui uma oração; uma oração a todos os cidadãos três-lagoenses, nascidos ou criados em Três Lagoas, do homem e da mulher do campo ao homem e à mulher da cidade, do que coloca a mão na enxada àquele que coloca a mão no motor, daquele que pega na caneta ou vai para o computador, enfim, do adulto, do aposentado, que já contribuiu com o seu trabalho, àquela criança recém-nascida, que está hoje no berçário do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora: Que Deus possa proteger a todos os três-lagoenses! Com isso, peço também a proteção a todos os brasileiros neste momento tão difícil.
Encerro com uma poesia, com uma frase de Flora Tomé, que conheci muito bem, poetisa de Três Lagoas, que já nos deixou, e que diz o seguinte: "Entre o agora e o depois, o instante é a ponte que me leva ao amanhã." Este é o instante, nesta ponte; esta ponte que nós temos de construir cada vez mais para um futuro cada vez melhor da nossa cidade e do nosso País, do nosso querido e amado Brasil!
Peço a permissão do também poeta Gilberto Gil, que sempre fazia referência à sua Bahia, embora tivesse de viver por todos os Estados deste País, como no Rio de Janeiro, e dizia assim: "Se meu caminho pelo mundo eu mesmo traço, é porque a Bahia já me deu régua e compasso..."
Faço minhas as palavras do poeta e humildemente as pego emprestado: se meu caminho pelo mundo e por aqui eu mesma traço, é porque Três Lagoas já me deu régua e compasso.
Muito obrigada, Sr. Presidente.