Pronunciamento de João Capiberibe em 14/06/2016
Discurso durante a 95ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Apoio à questão de ordem apresentada pelo Senador Randolfe Rodrigues e preocupação com o fim do Programa Mais Médicos.
Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª em visita às regiões pobres do Amapá.
Protesto ao massacre de indígenas realizado por fazendeiros em Mato Grosso do Sul.
- Autor
- João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
- Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SAUDE:
- Apoio à questão de ordem apresentada pelo Senador Randolfe Rodrigues e preocupação com o fim do Programa Mais Médicos.
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ATIVIDADE POLITICA:
- Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª em visita às regiões pobres do Amapá.
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DIREITOS HUMANOS E MINORIAS:
- Protesto ao massacre de indígenas realizado por fazendeiros em Mato Grosso do Sul.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/06/2016 - Página 44
- Assuntos
- Outros > SAUDE
- Outros > ATIVIDADE POLITICA
- Outros > DIREITOS HUMANOS E MINORIAS
- Indexação
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- APOIO, QUESTÃO DE ORDEM, AUTOR, RANDOLFE RODRIGUES, SENADOR, ASSUNTO, RETORNO, TRAMITAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), OBJETO, CONTINUAÇÃO, PROGRAMA MAIS MEDICOS, PERIGO, FALTA, MEDICO, REGIÃO, AMAPA (AP).
- COMENTARIO, ATIVIDADE POLITICA, ORADOR, LOCAL, AMAPA (AP), REFERENCIA, VISITA, REGIÃO, POPULAÇÃO CARENTE, ATENÇÃO, SUSPENSÃO, PAGAMENTO, BOLSA FAMILIA, PROGRAMA ASSISTENCIAL, RESPONSABILIDADE, GOVERNO ESTADUAL, BENEFICIO PREVIDENCIARIO, PERIODO, PIRACEMA.
- PROTESTO, HOMICIDIO, INDIO, AUTORIA, FAZENDEIRO, MOTIVO, DISPUTA, TERRAS INDIGENAS, ENFASE, REGIÃO, CAARAPO (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), SOLICITAÇÃO, APOIO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), COMBATE, MORTE, GRUPO INDIGENA.
O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, eu quero aqui manifestar o meu integral apoio à questão de ordem do Senador Randolfe.
Eu considero que, caso se extinga essa medida provisória, isso seria um ato de crueldade contra pessoas que nunca tiveram a chance de receber a visita de um médico e que hoje têm os médicos de família lhes assistindo. Seria cruel. Eu não acredito que o Presidente interino, Michel Temer, seja uma figura, uma pessoa cruel e que este Plenário, este Senado, também pratique uma brutalidade, uma crueldade desse nível. Eu não consigo nem pensar que uma crueldade como essa possa acontecer no nosso País.
Também, Sr. Presidente, eu estive, nesse fim de semana, percorrendo regiões pobres do meu Estado, e o Bolsa Família do mês de maio ainda não foi pago. Sabe-se que está voltando a fome entre as famílias mais pobres. Lá no meu Estado, foi suspenso o programa de assistência que atribuía meio salário mínimo a 19 mil famílias - o Governador do Estado suspendeu o programa. E agora o Bolsa Família também não foi pago no mês de maio.
O seguro-defeso dos pescadores também até hoje não foi pago, e foi outra reivindicação a do seguro-defeso, de que o Senado, inclusive, é parte. Nós aqui apelamos ao Ministro Barroso para que reveja sua posição e mande o Executivo pagar o seguro-defeso aos pescadores, porque eles ficaram sem trabalhar durante três meses aguardando que o Estado mantivesse isso. E isso é fundamental para a preservação dos nossos estoques pesqueiros.
E, por último, eu gostaria de prestar uma informação sobre o massacre sofrido pelos indígenas no Mato Grosso do Sul. Tenho a informação aqui de que o Hospital São Mateus, em Caarapó, Mato Grosso do Sul, confirmou que um índio foi morto e cinco ficaram feridos, incluindo uma criança, após o ataque realizado por fazendeiros numa área da Fazenda Ivu, a 20km da cidade. Sr. Presidente, na verdade, os indígenas são massacrados por causa desses conflitos fundiários. Não há confronto, o que há é massacre de fazendeiros armados contra indígenas desarmados. O Estado brasileiro não pode continuar permitindo que aconteçam situações como esta de gente desarmada ser massacrada dessa forma. Fica aqui o meu protesto pelo massacre contra os indígenas de Mato Grosso do Sul.
Eu apelo ao Ministro da Justiça, porque os conflitos ainda continuam neste momento, e é possível que haja mais mortos. E não se pode construir um País democrático sem respeito às diferenças e sem respeito à Constituição brasileira. O Governo tem que colocar dinheiro, pagar as terras aos fazendeiros e devolvê-las aos povos indígenas, a quem, de fato, pertencem.
Era isso, Sr. Presidente.