Discurso durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca de visitas feitas por S.Exª a Municípios do Estado de Rondônia, onde participou de reuniões coma base política do PDT e outros partidos aliados para discutir sobre o atual momento político do País e sobre as eleições municipais de 2016.

Defesa da antecipação das eleições presidenciais como forma de superar a crise política enfrentada pelo País.

Autor
Acir Gurgacz (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RO)
Nome completo: Acir Marcos Gurgacz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Considerações acerca de visitas feitas por S.Exª a Municípios do Estado de Rondônia, onde participou de reuniões coma base política do PDT e outros partidos aliados para discutir sobre o atual momento político do País e sobre as eleições municipais de 2016.
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Defesa da antecipação das eleições presidenciais como forma de superar a crise política enfrentada pelo País.
Publicação
Publicação no DSF de 16/06/2016 - Página 52
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • COMENTARIO, VISITA, MUNICIPIOS, ESTADO DE RONDONIA (RO), MOTIVO, PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, BASE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT), ASSUNTO, CRISE, POLITICA, BRASIL, NORMAS, ELEIÇÃO MUNICIPAL, REGISTRO, REALIZAÇÃO, CURSO DE TREINAMENTO, CANDIDATO, VEREADOR, PREFEITO, OBJETIVO, ORIENTAÇÃO, PLANO DE TRABALHO, DISCUSSÃO, PROPOSTA, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO.
  • DEFESA, ANTECIPAÇÃO, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, MOTIVO, RESOLUÇÃO, CRISE, NECESSIDADE, PARTICIPAÇÃO, POPULAÇÃO, POLITICA, OBJETIVO, AUMENTO, CONFIANÇA, GOVERNO.

    O SR. ACIR GURGACZ (Bloco Apoio Governo/PDT - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nossos amigos que nos acompanham através da TV Senado e da Rádio Senado.

    Inicialmente, Sr. Presidente, queria agradecer a V. Exª por nos aguardar para que pudéssemos fazer nosso pequeno e breve pronunciamento.

    Estive, no final de semana, Sr. Presidente, e no início dessa semana, percorrendo diversos Municípios do nosso Estado de Rondônia, conversando com a nossa Base política, principalmente os nossos pedetistas, e também com partidos aliados sobre o atual momento político por que o País atravessa e sobre as eleições municipais de 2016, que já estão nas ruas de todas as cidades brasileiras.

    Os pré-candidatos a Vereador, os pré-candidatos a Prefeito e Vice-Prefeitos estão andando, caminhando, não pedindo votos, mas apresentando-se como pré-candidatos e expondo à população dos seus Municípios. É esta a nossa orientação do PDT: que nossos pré-candidatos façam reuniões, visitem as bases eleitorais, possam convocar a sociedade a participar das eleições. E foi isso que fizemos, nesse final de semana, sexta-feira, sábado, domingo, segunda-feira, no Estado de Rondônia.

    No sábado, realizamos, em Ji-Paraná, na região central do nosso Estado, um grande encontro estadual do PDT, em que tivemos nosso Prefeito Jesualdo Pires, do PSB - com quem acabei de falar por telefone -, que está fazendo um trabalho importante de estruturação do nosso Município de Ji-Paraná. Há um alinhamento político do Estado com o Governador Confúcio Moura junto conosco aqui em Brasília, para que possamos ajudar o nosso Prefeito Jesualdo Pires e o Vice-Prefeito Marcito, que é o nosso pré-candidato a Prefeito de Ji-Paraná, num acordo com o Prefeito Jesualdo, que, segundo ele, não sairá à reeleição. Portanto, o Vice-Prefeito atual, que é o Marcito, do PDT, junto com o Presidente da Câmara, Nilton César Rios, formarão essa chapa para disputar as eleições do Município de Ji-Paraná como pré-candidato a Prefeito, pré-candidato a Vice-Prefeito.

    Então, nós tivemos um curso preparatório para os pré-candidatos tanto a Vereador quanto a Prefeito em Ji-Paraná - candidatos esses de todos os Municípios do Estado -, e discutimos as propostas que devem orientar o plano de trabalho desses pré-candidatos, baseado na realidade de cada lugar, de cada cidade, de cada Município, para que possamos avançar na formação de novas lideranças políticas capazes de promover as mudanças de que a população precisa.

    Em Ji-Paraná, fomos os anfitriões do encontro, junto com o nosso Vice-Prefeito Marcito Pinto; com o Presidente da Executiva Municipal, Dr. Luiz Carlos Pereira; com o Deputado Airton e também com o Deputado Hermínio Coelho, que esteve presente. Ao Deputado Saulo Moreira, de Ariquemes, também o nosso abraço.

    No domingo, estivemos em Cacoal com o nosso Vice-Prefeito Acelino Marcon, que é também pré-candidato a Prefeito Municipal de Cacoal. Nós estamos trabalhando junto com Marcon, nosso colega, parceiro, pededista, que disputará a Prefeitura Municipal de Cacoal com o nosso apoio total, do PDT, de vários outros partidos, para que possamos continuar o desenvolvimento dessa belíssima cidade que é Cacoal.

    Estivemos junto com o Vereador Celso Adame, com o Vereador Mão e com diversas lideranças locais no encontro da Executiva do PDT de Cacoal para discutir as eleições municipais, estabelecer as alianças e preparar nossos pré-candidatos. Estivemos também com a nossa Secretária Estadual de Educação, Fátima Gavioli, apoiando o nosso pré-candidato Marcon à Prefeitura Municipal de Cacoal.

    Na segunda-feira, estivemos reunidos em Porto Velho com a Executiva Municipal da capital, comandada pelo Dr. Albuquerque, com a participação do Solano Ferreira, Secretário Municipal de Assistência Social, do Deputado Hermínio Coelho, da Vereadora Ana Negreiros, das mulheres da Associação das Mulheres Trabalhistas, coordenadas pela Marli Mendonça, e também de pré-candidatos a Vereador e a Prefeito da capital e da região da nossa capital. Lá nós temos o nosso Prefeito Mauro Nazif, que é pré-candidato à Prefeitura Municipal e que tem o apoio do PDT neste momento.

    Nosso Partido, o PDT, está fortalecido em Rondônia. Estamos discutindo com toda a sociedade o processo eleitoral de 2016 e um novo projeto político para as nossas cidades e também para o nosso País.

    As eleições municipais de 2016 terão regras e calendários regidos pela nova lei eleitoral aprovada na minirreforma que fizemos no ano passado. A lei reduz o prazo oficial de campanha, de 90 para 45 dias, e o período para propaganda no rádio e TV. Além disso, estabelece o limite para captação de financiamento e proíbe o financiamento privado de campanha. Isso significa que os políticos que concorrerem aos cargos de Prefeito e de Vereador, este ano, só poderão receber doações de pessoas físicas ou do fundo partidário, além de recursos próprios dos candidatos.

    Creio que esse modelo de campanha favorece as lideranças políticas e comunitárias que já tenham um bom trabalho prestado à sociedade e afugenta aventureiros e oportunistas com dinheiro, muitas vezes, sujo ou de caixa dois, que são, na verdade, os políticos corruptos, que só entram na vida pública para tirar vantagem econômica e enriquecer ilicitamente.

    Muitas lideranças comunitárias, agrícolas, empresariais e de diversos setores da nossa sociedade ingressaram no PDT nos últimos anos e estão entrando no PDT com a disposição de contribuir para essa grande transformação social na política e em nossas cidades.

    E como eu sempre falo, quando as pessoas de bem não participam da política, os políticos profissionais e os oportunistas é que tomam as decisões por elas. Por isso, fiquei muito satisfeito em ver bons nomes participando, através do PDT, da política no nosso Estado de Rondônia, agora através das eleições municipais, tanto para Vereadores, como para prefeitos e vice-prefeitos, pessoas comprometidas com os seus bairros, com as linhas rurais, com as categorias profissionais que representam e com o desenvolvimento das cidades do nosso Estado de Rondônia.

    É importante que essas pessoas participem da política, seja na escola, seja na associação de bairro, seja na Câmara de Vereadores, seja através de um partido político, que é onde podem discutir políticas públicas e depois disputar um cargo eletivo.

    Atualmente, os políticos estão com a imagem muito desgastada por conta do envolvimento em escândalos em vários pontos do nosso País, neste mar de corrupção de que ouvimos falar todos os dias através dos jornais.

    Mas é equivocado achar que todo político é corrupto, que todo político é igual. Existem muitos políticos honestos e comprometidos com a população que representam, com o desenvolvimento de seu bairro, de sua cidade e da Nação brasileira. E só vamos melhorar cada vez mais a qualidade dos políticos brasileiros com a participação mais efetiva de todos na política.

    O povo brasileiro está dando uma demonstração de que sabe participar da vida política da Nação e está atento a esta necessidade de renovação na política e no comando do País. E mais, o povo brasileiro quer participar de forma efetiva das tomadas de decisão, tanto em nível municipal quanto estadual e federal.

    Acredito, Sr. Presidente, na solução política para os problemas do País. E, diante do agravamento da crise, o caminho mais curto e democrático para resolvermos a crise política e de legitimidade de nossos governantes, em especial de quem ocupa a Presidência da República, é mesmo haver novas eleições ainda este ano, para acabarmos com esse impasse.

    O povo está demonstrando nas ruas e nas pesquisas de opinião que não aprova o atual sistema político, e temos que criar as condições para que, de forma extraordinária, a população participe ativamente desse processo e defina, de maneira democrática, através de novas eleições presidenciais, os rumos do nosso País.

    Pesquisa realizada pelo Ibope, entre os dias 14 e 18 de abril, portanto antes da votação da admissibilidade do impeachment na Câmara e no Senado, já apontava que 62% dos brasileiros não queriam nem Dilma nem Temer e apoiavam novas eleições para Presidente.

    Já uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, entre os dias 29 de abril e 14 de maio, aponta que 70% dos brasileiros eram a favor de novas eleições presidenciais já em outubro deste ano. Isso mesmo, sete em cada dez brasileiros desejavam, no período em que a pesquisa foi feita, eleger um novo ou uma nova presidente já em outubro deste ano.

    Sr. Presidente, diante do quadro de agravamento da crise política que dividiu o País - em que a disputa entre oposição e situação, entre esquerda e direita, entre quem está no poder e quem quer tomar o poder, se alastrou para além do Congresso Nacional e está presente também nas escolas, universidades, nas ruas, nos ambientes de trabalho, em nossas relações familiares e também com nossos amigos em todos os cantos do nosso País -, só mesmo um grande chamamento para novas eleições, através da aprovação da PEC 20, de 2016, ou de um plebiscito, é que poderemos preservar intactas nossas conquistas democráticas.

    Sempre tenho dito que tanto oposição quanto governo têm que pensar no País. Pensar mais no Brasil e menos em brigas políticas, em cargos ou em espaços de poder. Não vamos sair de uma crise tão grave como a que atravessamos pelo confronto, ampliando ainda mais o cabo de guerra entre governo e oposição. Precisamos construir um caminho político, consensual e democrático. E é isso que estamos fazendo através da PEC da Eleição Presidencial, subscrita por mais de 20 Senadores.

    Precisamos dar uma resposta à sociedade. A população não aguenta mais perder empregos, ver a economia piorar, e vários serviços do governo serem diminuídos. A população quer solução para seus problemas, que são diários.

    Os empresários querem produzir, o País quer andar, voltar a crescer, e nós aqui paralisados por uma crise que é política e responde muito mais aos interesses políticos do que aos interesses da população Brasileira.

    O Brasil acordou! Acordou para os riscos que a crise política traz para nossa economia, para o dia a dia de todo e cada cidadão brasileiro, para os riscos sobre as conquistas da nossa gente.

    "Eleições já para Presidente" pode ser o caminho alternativo para resolvermos essa crise de forma democrática e com um novo ou uma nova Presidente, mas eleito pelo voto direto da população brasileira. Essa opção envolve um esforço de todos os Poderes para assegurarmos a estabilidade econômica e política que conquistamos a duras penas.

    Por último, repito, o povo não quer trocar um governo por um antigo aliado desse mesmo governo. O povo não quer trocar seis por meia dúzia. O povo quer escolher. O povo quer mudança. E, para isso, só mesmo novas eleições presidenciais já. É isto que a população quer, Presidente Paim.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Acir Gurgacz, permita-me um rápido comentário. Na verdade, assino mais uma vez embaixo de um pronunciamento seu. Eu estou entre aqueles - e V. Exª também; somamos hoje em torno de 30 Senadores - que entendem que o grande pacto nacional, o grande entendimento, a grande concertação só pode ser feita de baixo para cima. E aí é o processo eleitoral, deixar o povo escolher quem vai ser o Presidente, quem vai ser o Vice. Que se faça o plebiscito, como já sinaliza a Presidenta, porque o plebiscito - não há nenhuma dúvida - significa "eleições já". Quanto aos dados que V. Exª menciona, eu vi outra pesquisa hoje que aponta em torno de 75% já.

    O SR. ACIR GURGACZ (Bloco Apoio Governo/PDT - RO) - Está aumentando.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Começou em 61, foi para 70, já está em 75.

    Nós vamos chegar a quase 90% da população que efetivamente quer uma mudança. E essa mudança só pode ser pela urna, na qual quem assumir o governo, a partir de 1º de janeiro já do ano que vem, vai estar respaldado, vai ter força para fazer as mudanças que a economia exigir.

    Com isso, quem ganha serão todos: ganha todo o povo brasileiro; ganham principalmente os que mais precisam porque são os que mais perdem em época de crise; ganham os trabalhadores; ganham os empreendedores; ganha a sociedade no seu conjunto; ganha o Brasil na sua imagem internacional, que está muito machucada. É só pegar os jornais Le Monde, El País, enfim, os jornais do mundo todo, para ver que está ridícula a situação do País. E muitos condenam inclusive o mundo político por não conseguir, pela incompetência que temos nós, achar uma saída política.

    Por isso, V. Exª tem toda razão. Eu espero que possamos fazer, a partir do governo eleito pelo voto direto, o que eu chamo de uma reforma política, eleitoral e partidária, para, em 2018, fazermos a grande mudança pelo voto.

    O SR. ACIR GURGACZ (Bloco Apoio Governo/PDT - RO) - Eu agradeço o aparte, Sr. Presidente.

    De fato, é isso que a população espera para este momento de crise que atravessamos. E o mundo inteiro nos olha com uma grande expectativa: o que farão os Senadores; o que fará o povo brasileiro com relação a seu problema interno? Somos nós que temos que resolvê-lo. Se nós, de certa forma, criamos politicamente esse problema, essa crise, nós precisamos resolvê-lo. Mas resolvê-lo rápido, porque a população não pode esperar.

    Esse cabo de guerra a que me refiro, entre situação e oposição, continua desde a eleição última. Hoje, há um Presidente interino, e o cabo de guerra continua, só que os atores mudaram de lado. Mas o cabo de guerra continua igual, e não é isso que nós precisamos para o nosso País.

    Um grande entendimento para o Brasil crescer e ficar mais forte e a nossa democracia também mais fortalecida, esta é a nossa opinião, a nossa intenção e o nosso trabalho, para que todos que precisam se posicionar, se postar com relação a isso o façam pensando na população brasileira, não no cargo que poderão vir a ter ou não ter em um possível futuro governo ou no atual Governo.

    Muito obrigação, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/06/2016 - Página 52