Discurso durante a 85ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento de Werner Voigt, sócio fundador da empresa Eletromotores WEG, sediada em Jaraguá do Sul (SC).

Elogio e apoio ao Senador Aloysio Nunes, escolhido para ser líder do Governo Interino no Senado.

Análise sobre os números divulgados pelo IBGE, demonstrando a queda do PIB e a crescente taxa de desemprego.

Autor
Paulo Bauer (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Paulo Roberto Bauer
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Pesar pelo falecimento de Werner Voigt, sócio fundador da empresa Eletromotores WEG, sediada em Jaraguá do Sul (SC).
SENADO:
  • Elogio e apoio ao Senador Aloysio Nunes, escolhido para ser líder do Governo Interino no Senado.
ECONOMIA:
  • Análise sobre os números divulgados pelo IBGE, demonstrando a queda do PIB e a crescente taxa de desemprego.
Aparteantes
Aloysio Nunes Ferreira.
Publicação
Publicação no DSF de 02/06/2016 - Página 40
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > SENADO
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, SOCIO, FUNDADOR, EMPRESA DE MAQUINAS E MOTORES, SEDE, CIDADE, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), ELOGIO, VIDA, EMPRESARIO.
  • APOIO, ELOGIO, ALOYSIO NUNES, SENADOR, LIDER, GOVERNO, INTERINO, SENADO.
  • ANALISE, DIVULGAÇÃO, TRIMESTRE, PESQUISA SOCIO ECONOMICA, AUTOR, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), RESULTADO, DEMONSTRAÇÃO, REDUÇÃO, CRESCIMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), BRASIL, AUMENTO, TAXA, DESEMPREGO, INVESTIMENTO, RESPONSAVEL, GOVERNO FEDERAL, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, COMENTARIO, APOIO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, GOVERNO, INTERINO, MICHEL TEMER, CHEFIA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, Srªs Senadoras e Srs. Senadores presentes nesta sessão e nas dependências da Casa, eu cumprimento todos e também quero externar os meus cumprimentos aos ouvintes da Rádio Senado e aos telespectadores da TV Senado de todo o Brasil.

    Inicio minha manifestação nesta tribuna fazendo uma homenagem a um ilustre catarinense, conterrâneo meu, de Jaraguá do Sul, que, na data de hoje, faleceu e deixou enlutada essa cidade, principalmente todos os seus colegas empresários e também todos os funcionários da Eletromotores WEG - hoje uma das maiores empresas de motores elétricos, acionamentos e outros equipamentos no mundo, com mais de 28 mil empregados e colaboradores. Werner Voigt foi um idealista e um empresário de sucesso, que faleceu, hoje, aos 85 anos. Ele, Eggon Silva e Geraldo Werninghaus fundaram essa que é uma das grandes empresas do Brasil, uma das maiores empresas de Santa Catarina e orgulho, principalmente, da comunidade de Jaraguá do Sul, cidade em que tenho a minha origem familiar e com a qual divido sempre o sucesso e as vitórias do exercício do meu mandato.

    Quero também, Sr. Presidente, Srªs, Senadores e Senadoras, deixar consignado aqui o meu abraço e principalmente meus cumprimentos ao Senador Aloysio Nunes, que, a partir da data de ontem, se tornou, a convite do Presidente Michel Temer, o Líder do Governo nesta Casa. Eu tenho certeza de que Aloysio Nunes, pela sua experiência, pela sua conduta, pela sua competência, haverá de realizar um grande trabalho, tornando a relação do Senado Federal com o Poder Executivo harmônica e produtiva. Nós todos do PSDB temos muita confiança em Aloysio Nunes e desejamos oferecer a ele a nossa solidariedade neste momento em que passará a ocupar essa importante função, cumprindo uma missão estratégica e valiosa para o País e para o sucesso do Governo do Presidente interino Michel Temer.

    Eu também queria, Sr. Presidente e nobres colegas, fazer aqui uma abordagem e uma análise, embora superficial, dos números divulgados, hoje, pelo IBGE. O IBGE, como todos sabemos, tem a responsabilidade e a incumbência de oferecer ao País as informações relacionadas a todas as atividades desenvolvidas tanto na área social, como na área econômica e, também, na área geográfica, e, por isso, as informações e os números que o IBGE divulga merecem nossa total confiança e credibilidade.

    É preciso dizer que os números que o IBGE divulgou hoje, sem dúvida nenhuma, demonstram e comprovam que a gestão pública no País, nos últimos tempos, não seguiu determinadas regras, não seguiu determinados caminhos que pudessem nos dar tranquilidade, nos dar segurança e, acima de tudo, nos oferecer a perspectiva e a possibilidade do crescimento.

    O PIB, o Produto Interno Bruto, que é a medida da renda de bens e serviços produzidos no País, apresentou novos números. É preciso, contudo, Senador Alvaro Dias, registrar que, em 2015 - ano passado, portanto -, tivemos a maior recessão dos últimos 25 anos na história econômica do País. Essa recessão, no ano de 2015, na verdade, começou bem antes, há dois anos, ou seja, tivemos oito trimestres de recessão, de resultados negativos no nosso PIB.

    No segundo trimestre de 2014 - portanto, no ano eleitoral de 2014 -, nos meses de abril, maio e junho, tivemos o primeiro resultado de PIB negativo, com 1,2% de decréscimo, de redução da atividade econômica. No terceiro e quatro trimestres do ano de 2014, tivemos zero de crescimento; empatou, coincidentemente no ano e no período eleitoral; nem cresceu, nem subiu.

    É como disse em outro pronunciamento que fiz na tribuna - não aqui, mas na do Congresso -: o Brasil, nos últimos tempos, cresceu como rabo de cavalo, cresceu para baixo, infelizmente. Por isso, posso registrar e dizer a V. Exªs que, a partir do ano de 2015, o nosso processo de regressão econômica se acentuou.

    Vejam V. Exªs: comparando o primeiro trimestre de 2016, que acaba de ter os números divulgados, o que o Brasil decresceu em janeiro, fevereiro e março deste ano foi 0,3%; comparado com o primeiro trimestre de 2015, tivemos, no total, uma redução de 5,4%. Isso é um escândalo! Isso é um decréscimo muito violento que confirma e comprova, Senadora Ana Amélia, que o Brasil continua empobrecendo; empobrecendo é o nome certo!

    Não é só falar do desemprego, apesar de termos aí dez milhões de trabalhadores dependendo e recebendo seguro-desemprego, e mais onze ou doze milhões de desempregados que não recebem esse benefício. Portanto, temos 22 ou 23 milhões de brasileiros que, neste momento, não têm carteira assinada. Esse é um problema sem dúvida alguma.

    Mas se o Brasil estivesse, ainda que com todo esse desemprego, crescendo nós poderíamos dizer que o custo social se pagaria com o crescimento econômico, mas o crescimento econômico não acontece e o desemprego só cresce. Por isso, nós temos que dizer que o Brasil está, sem dúvida nenhuma, empobrecendo.

    É desejo nosso que o que se instalou no Brasil há pouco mais ou há pouco menos de 20 dias tenha efetivamente a capacidade e a condição de oferecer novas oportunidades e novas condições para que haja uma retomada dos investimentos.

    E, vejam V. Exªs: o IBGE divulgou hoje que, na questão dos investimentos, houve uma retração, neste primeiro trimestre de 2016, de 2,7% em relação aos últimos meses de 2015, ou seja, dos três últimos meses de 2015 para os três meses primeiros de 2016, houve uma retração de 2,7% nos investimentos. É industrial que não compra máquina, que não constrói prédio, que não compra veículos de carga, que não faz investimento...

    O Sr. Aloysio Nunes Ferreira (Bloco Oposição/PSDB - SP. Fora do microfone.) - Por exemplo, Jaraguá do Sul.

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC) - Exatamente, Senador Aloysio - de quem falei há pouco e lhe desejei sucesso na missão como Líder -, um exemplo é Jaraguá do Sul, cidade que tem um grande parque industrial, e não consegue ver esse parque industrial, essa produção crescer.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC) - Eu pude dizer isso ontem ao Presidente Michel Temer, e disse com todas as letras, dando números e exemplos. Inclusive, a maior empresa da cidade de Jaraguá, da qual eu falei há pouco - registrando infelizmente o falecimento de um dos seus fundadores -, decidiu, há poucos dias, pela redução da jornada de trabalho semanal, eliminando a jornada de trabalho nas sextas-feiras. São 9 mil trabalhadores numa única planta industrial. Por quê? Porque não há vendas.

    Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nos últimos 12 meses, nos últimos 12 meses, no Brasil, houve uma retração nos investimentos - consideradas aí todas as atividades - na ordem de 17,5%.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC) - Isso é empobrecer de verdade. Isso é uma tristeza que nós temos que superar com atitude, com decisão, dando força ao Governo, dando força às novas medidas econômicas que estão sendo anunciadas e que precisarão de apoio político e parlamentar. Também é preciso mencionar mais um dado que comprova, porque haverá certamente quem se apresente na tribuna deste Senado ainda no dia de hoje para dizer que não é bem isso, que não foi isso, que não foi aquilo. Está certo que houve uma redução de investimentos da ordem de 17%, mas o Governo Federal aumentou os investimentos em 1% e nós temos que falar e repetir: esses dados são de janeiro, fevereiro e março. Não tem nada a ver com o Temer, não tem nada a ver com o impeachment, não tem nada a ver com o Governo provisório, tem tudo a ver com o Governo de Dilma Rousseff.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC) - Tem tudo a ver com o Governo de antes, totalmente responsável pelo desenvolvimento do País.

    Vejam V. Exªs: o consumo no Brasil, o consumo das famílias brasileiras caiu 1,7%, se compararmos os três primeiros meses deste ano aos últimos três meses do ano passado. E, se compararmos os três primeiros meses deste ano com os três primeiros meses de 2015, a queda foi de 6,3%, ou seja, a família do trabalhador brasileiro compra, hoje, por mês, 6,3% coisas a menos do que comprava no ano passado. Isso é a comprovação do empobrecimento, da dificuldade que as pessoas estão vivenciando.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC) - O comércio varejista, por sua vez, teve uma queda de 7% em relação ao ano anterior. Ou seja, todos os números, Senador Ataídes, são negativos; não há um único número positivo, lamentavelmente.

    Por isso, eu venho à tribuna do Senado para dizer a V. Exªs e ao Brasil que nós não podemos e não vamos mais aceitar o discurso dos Senadores, das Lideranças, dos partidários que tentam justificar sucesso de governo pelo lado de determinados programas que, sem dúvida nenhuma, como demonstrado está, não contribuíram com o desenvolvimento do País. Serviram, sim, para fazer política. Serviram, sim, para fazer discurso. Serviram, sim, para iludir os menos favorecidos, os desempregados.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC) - Nós queremos novas regras. Nós queremos novas atitudes. E, com certeza, elas vão ser anunciadas, como já foram, em alguns casos, pelos novos dirigentes do País que têm a grande e a grave responsabilidade de fazer o Brasil voltar a crescer, para que os brasileiros voltem a ter, outra vez, momentos de felicidade e de tranquilidade, principalmente graças ao emprego que todo mundo quer ter. Por quê? Porque o brasileiro não quer favor. Ele quer realização pessoal. E a realização pessoal não vem com gorjeta, não vem com favor, não vem com programas e benefícios. A satisfação pessoal vem com a remuneração do trabalho, com a conquista que cada um consegue alcançar diariamente no seu emprego.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Oposição/PSDB - SC) - Naturalmente, nós queremos que o Brasil se afirme como País, exportando mais, produzindo mais, gerando riqueza, distribuindo melhor a renda e aumentando o emprego com a queda da inflação.

    Eu tenho certeza de que, para isso, nós contaremos com todo o País e com todos os integrantes desta Casa que querem um País melhor.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/06/2016 - Página 40