Discurso durante a 99ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar a aprovação e a importância da Lei nº 13.267, de 2016 – Lei das Empresas Juniores.

Autor
Wellington Fagundes (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Sessão especial destinada a celebrar a aprovação e a importância da Lei nº 13.267, de 2016 – Lei das Empresas Juniores.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2016 - Página 20
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, APROVAÇÃO, IMPORTANCIA, LEI FEDERAL, ASSUNTO, EMPRESA, GESTÃO, ESTUDANTE, ORIENTAÇÃO, UNIVERSIDADE, AGRADECIMENTO, JOSE AGRIPINO, SENADOR, COMENTARIO, NECESSIDADE, AULA PRATICA, INCLUSÃO, ALUNO, MERCADO DE TRABALHO, OPORTUNIDADE, JUVENTUDE, CONHECIMENTO, PROFISSÃO.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Cristovam, quero saudá-lo, juntamente com o Senador Agripino e todos os que compõem a Mesa, os Deputados, e a juventude que se faz presente aqui.

    Estou acabando de chegar agora do Mato Grosso. O avião acabou atrasando. Eu gostaria de estar aqui desde o início desta sessão, até porque uns doze anos atrás, aproximadamente, meu filho, estudando na UnB, me fez um desafio: promover aqui na Câmara dos Deputados um evento das empresas juniores. Foi o primeiro evento que fizemos aqui. Três dias de encontro nacional, em que pude constatar a vontade dos estudantes de poderem começar a servir à sociedade e principalmente também ter noção do dia a dia de uma profissão.

    E eu me lembro também, Senador Cristovam, de uma matéria que tínhamos na faculdade, que era a deontologia. Todas as vezes em que tenho oportunidade de falar a algum estudante, lembro que essa matéria não era obrigatória, e, por não ser obrigatória, poucos davam valor a ela. E essa matéria tinha o objetivo exatamente de ensinar a profissão.

    E depois de formado como médico veterinário, o meu primeiro cliente - e eu não tenho vergonha de dizer - me disse que foi lá porque queria um atestado zootécnico. E eu me embananei. Nem sabia como fazer aquilo. Tinha talvez passado na universidade muito mais na teoria daquela área e não tinha bem ali a praticidade. Felizmente meu cliente era um zootecnista, e ele falou: "Não, fique tranquilo, porque eu vou aqui te orientar." E aí acabou praticamente ele fazendo o atestado, e eu só assinando, porque eu era formado e tinha o credenciamento. E depois ele queria me pagar. Eu falei: "Não, eu não tenho moral para te cobrar, porque você que praticamente fez e me ensinou aqui."

    E eu digo isso porque é um exemplo em que acredito que serve para a maioria dos jovens de hoje, ao sair de uma universidade. E as notas que vemos hoje... Inclusive li uma matéria há poucos dias que falava do volume de analfabetos saindo da universidade, principalmente em matemática e outras matérias.

    Eu acredito que esse caminho da empresa júnior é um estímulo, primeiro, para que o jovem universitário, o jovem estudante de uma escola profissionalizante, enfim, possa começar a conviver com a sua profissão antes de ter a sua formação.

    E eu me lembro também de um professor, na minha universidade, que fazia o diagnóstico dos alunos: "você vai ser isso, você vai ser isso," enfim, e ele normalmente acertava. No meu caso ele apontou e falou: "Olha, você não vai ser veterinário." E eu fiquei a aula inteira esperando, apreensivo, porque era uma matéria muito difícil, parasitologia. E ao final da aula, ele falou: "Você vai ser 'venderinário'." Então me deu um diagnóstico, exatamente dentro daquilo em que eu comecei a minha atividade, que foi o comércio de produtos agropecuários, laboratórios, enfim. Mas aquele professor sempre fazia questão de nos explicar o que era a profissão.

    Mas eu acho que nada melhor, Senador Cristovam, do que você conviver com uma oportunidade de organizar uma empresa, participar da formação de uma empresa. A partir do momento em que você sente isso e você se forma, você vai estar com certeza muito mais preparado para enfrentar o mercado de trabalho, porque hoje a competitividade é muito grande.

    Então se destacam não só aqueles profissionais que tiveram talvez a boa teoria, mas, principalmente, aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer o mercado, de ter a criatividade.

    Não tenho dúvida de que essa lei que permite que os jovens possam, através da sua empresa júnior, participar sem fins lucrativos e que lhes dá também a oportunidade de fazer com que até parcela disso seja investida no seu aprendizado é um avanço muito grande.

    Quero aqui parabenizar o Senador Agripino, por ter sido o protagonista nesta Casa, e o Deputado autor da lei na Câmara dos Deputados. Ele está aqui presente? O autor da lei? Acho que teve iniciativa na Câmara. Não é isso? Não?

    Quando vim para cá, do aeroporto até aqui, eu estava ouvindo o rádio e até fiquei com o sentimento de dívida com meu filho, porque ele me cobrava: "Olha, pai, o senhor tem que apresentar um projeto de lei, regulamentando isso." Já se passou tanto tempo, e não tive a oportunidade de ser talvez o autor na Câmara dos Deputados. Mas não estou com inveja, muito pelo contrário, estou aqui para parabenizá-lo, Senador Agripino, e todos aqueles que participaram.

    Tenho certeza de que os estudantes brasileiros terão muito mais capacidade de se organizar, de produzir e de fazer com que este Brasil seja um Brasil de mais oportunidades, não só para vocês que estarão à frente das empresas, mas para vocês que poderão estimular muitos outros tantos brasileiros, jovens como vocês, a inovar neste Brasil, que é do que mais precisamos: acreditar no nosso potencial. E o Brasil, o nosso povo brasileiro tem a capacidade, principalmente a nossa juventude, de criar bastante.

    Dizem que os atletas brasileiros têm essa capacidade de serem muito criativos, às vezes não têm as mesmas escolas que os europeus, os americanos, mas conseguem competir no mesmo nível quando têm oportunidade de, pelo menos, estar lá participando, como teremos agora nos jogos olímpicos.

    Parabéns a todos vocês, este é mais um momento que nós aqui do Congresso temos para acreditar no Brasil.

    Estamos agora vivendo uma crise. Nesses vinte e poucos anos que aqui estou no Congresso Nacional, é a primeira que vez que enfrentamos duas crises: crise política e crise econômica ao mesmo tempo. Mas a maior crise, sem dúvida nenhuma, é a crise da falta de oportunidade, porque, às vezes, vemos brasileiros, tantos talentos tendo de sair do Brasil para outro país lá fora empregar essa criatividade e esse talento.

    Parabéns, muito obrigado! Que vocês possam ajudar o Brasil a ser uma potência e principalmente fazer com que as nossas futuras gerações tenham mais oportunidade.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2016 - Página 20