Pela Liderança durante a 106ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque à necessidade da implementação de medidas que favoreçam a geração de empregos no Brasil.

Autor
Alvaro Dias (PV - Partido Verde/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
TRABALHO:
  • Destaque à necessidade da implementação de medidas que favoreçam a geração de empregos no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 30/06/2016 - Página 27
Assunto
Outros > TRABALHO
Indexação
  • APREENSÃO, DESEMPREGO, INFLAÇÃO, RECESSÃO, ECONOMIA NACIONAL, DEFESA, MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, GOVERNO FEDERAL, FAVORECIMENTO, CRESCIMENTO, EMPREGO, PAIS.

    O SR. ALVARO DIAS (Bloco Social Democrata/PV - PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, a crise política se aprofundou e empurrou o País para um desfiladeiro dramático de crise econômica e social, com inflação, recessão e desemprego preocupante.

    Hoje oficialmente se divulga mais um percentual de desempregados no País, a nosso ver muito aquém da realidade que vivemos.

    O que anuncia o IBGE diz respeito a 11,2% no trimestre encerrado em maio. É a maior taxa registrada pela história do indicador, que teve início em janeiro de 2012, mas nós contestamos esse indicador já em várias oportunidades e hoje, mais uma vez, estamos nesta tribuna para dizer que o número de desempregados no Brasil é muito superior a este alardeado pelo IBGE.

    Nós sabemos que 63 milhões de brasileiros são pessoas aptas ao trabalho, mas estão excluídas da força de trabalho. São pessoas que não constam das estatísticas oficiais do desemprego no País. Não estão empregadas, mas não estão procurando emprego e, portanto, não constam dessas estatísticas oficiais divulgadas pelo IBGE. Mas é força de trabalho dispensada, é força de trabalho desperdiçada, um potencial extraordinário que certamente contribuiria para o desenvolvimento nacional de forma mais acelerada e eficaz.

    O Dieese constatou uma queda de emprego nesses últimos meses e a indústria foi o setor mais afetado pela crise econômica. Em matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, os números demonstram que o Brasil está na lanterna do desenvolvimento industrial no cenário internacional.

    No ano passado, algo em torno de 400 mil micro e pequenas empresas desapareceram, foram à falência, obviamente produzindo enorme desemprego no País. E, neste ano, essa rotina se mantém.

    Há poucos dias, tivemos a fotografia exata do drama vivido pelos brasileiros. Um empresário, depois de demitir 200 empregados da sua empresa, suicidou-se. Não resistiu ao sofrimento de ter colocado para fora do trabalho 200 trabalhadores, portanto, levando à angústia duzentas famílias de brasileiros.

    É um retrato cruel, perverso mesmo, desta realidade social que estamos vivendo no País.

    A produção industrial diminuiu 11,2% de janeiro a março ante o mesmo período de 2015.

(Soa a campainha.)

    O SR. ALVARO DIAS (Bloco Social Democrata/PV - PR) - Foi o pior resultado entre 130 países e abaixo da média mundial, que cresceu 2.1.

    Portanto, que não se alegue tratar-se de uma crise internacional, porque a média mundial é de crescimento. E esse levantamento foi feito pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial - IEDI, com dados da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento industrial.

    O que nós estamos verificando é, inclusive, a busca de oportunidades em outro país. A própria Confederação Nacional da Indústria organiza visitas ao Paraguai, país vizinho, especialmente vizinho do meu Estado, o Paraná, como uma opção para investimentos do Brasil.

    A CNI não está organizando comitivas para visitar o Paraguai e tratar de exportações do nosso País para aquele país; está visitando para conhecer os incentivos fiscais, as facilidades oferecidas, a legislação praticada para estimular investimentos brasileiros no Paraguai, ou seja, é uma fuga de capital, de oportunidades de trabalho.

    Chegamos ao limite, portanto, do bom senso, da tolerância. E nós não podemos tolerar esse fracasso rotundo, como diria Leonel Brizola, do Governo brasileiro. É claro que a causa é a incompetência de gestão e a corrupção que se alargou no País. Corrupção somada à incompetência produz esse desastre administrativo, que tem como consequência a crise que se alargou de forma exuberante, alcançando especialmente os mais pobres, os trabalhadores, os assalariados, aqueles que dependem do emprego.

(Soa a campainha.)

    O SR. ALVARO DIAS (Bloco Social Democrata/PV - PR) - Portanto, cabe-nos, ao concluir este pronunciamento, agradecendo à Presidente, esperar que o novo Governo, embora provisório, possa adotar medidas urgentes - a equipe econômica é competente, por certo - para motivar o crescimento econômico, único caminho capaz de determinar uma retomada do emprego no País. A oferta de empregos fica na dependência da aceleração do processo econômico.

    É preciso que o Governo adote providências imediatas que possam permitir que a roda da economia gire com um pouco mais de força para a retomada da geração de empregos no País.

    Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/06/2016 - Página 27