Discurso durante a 102ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexões acerca dos problemas enfrentados pela população do Acre, tais como a mortalidade infantil e contaminação pelos vírus da dengue e da zika, na ocasião do 54º aniversário da autonomia administrativa do Estado.

Autor
Gladson Cameli (PP - Progressistas/AC)
Nome completo: Gladson de Lima Cameli
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Reflexões acerca dos problemas enfrentados pela população do Acre, tais como a mortalidade infantil e contaminação pelos vírus da dengue e da zika, na ocasião do 54º aniversário da autonomia administrativa do Estado.
Publicação
Publicação no DSF de 24/06/2016 - Página 58
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Indexação
  • REGISTRO, ASSUNTO, PROBLEMA, VITIMA, POPULAÇÃO, ESTADO DO ACRE (AC), MORTALIDADE INFANTIL, DOENÇA GRAVE, DENGUE, ZIKA, ANIVERSARIO, EMANCIPAÇÃO, ENTE FEDERADO.

    O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, no último dia 15 de junho comemoramos 54 anos em que o Acre deixou de ser território e passou a condição de estado. Claro que é uma data festiva e sem dúvida nenhuma eu quero usar a tribuna para registrar o orgulho que sinto do estado onde nasci e de todo o povo acriano. Mas, não seria construtivo tão somente comemorar sabendo o quanto ainda estamos distantes do bem-estar econômico e social.

    Temos no Acre o mesmo grupo político no poder há 17 anos. Tempo suficiente para vermos bons frutos. Mas não são os fatos, infelizmente. No ano 2000, a dívida consolidada líquida do Acre era pouco mais de R$ 705 mil. Hoje, ultrapassa a casa dos R$ 3 milhões. Mas todos os estados devem. Claro que devem. Porém, o Acre, um dos mais jovens estados brasileiros, é o sexto maior devedor entre as 27 unidades da Federação, quando consideramos a relação da dívida com a receita corrente líquida.

    Quem administra num cenário desses não tem qualquer margem para investir em áreas sensíveis para a população. Vamos falar em saúde pública, por exemplo. Na semana passada estive com o ministro da Saúde, Ricardo Baixos, que é do meu partido, o Partido Progressista.

    Levei a ele uma preocupação minha e dos acrianos: entre janeiro e abril deste ano pelo menos 26 bebês morreram na maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco. O governo do estado não deu até agora nenhuma explicação plausível para essas mortes. O ministro Ricardo se comprometeu em enviar uma equipe para investigar os casos.

    Outra preocupação senhoras senadoras, senhores senadores, de janeiro a 14 de maio já foram notificados 1.325 casos suspeitos de zika em todo o estado do Acre e outros 7.276 casos suspeitos de dengue. Se não fossem as ações individuais, os números poderiam ser piores.

    Sr. Presidente, vamos nos debruçar um pouco sobre a infraestrutura, tão necessária e fundamental para o nosso crescimento econômico. Também fui ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella, na semana passada. Fui conversar com ele para nos ajudar a prosseguir com as obras de recuperação das BRs 364 e 317 e também para concluir a ponte sobre o rio Madeira e a construção do Anel Viário do Alto Acre. Quase 20 anos sendo administrados pelo mesmo grupo e não conseguimos sequer dirimir o isolamento geográfico!

    Isolamento aliás que tende a piorar porque o governo do Acre cobra, sobre o combustível da aviação, a maior alíquota de ICMS prevista no país, de 25%. Em média, o preço do combustível incide em quarenta por cento das despesas operacionais das empresas aéreas. Qual o resultado? Empresas como Tam, Gol e Azul começam a deixar de operar voos para o Acre.

    Estou apenas pinçando alguns pontos. Não quero aqui colocar números pessimistas como por exemplo: o Acre é um dos três piores estados em potencial de mercado e infraestrutura, diz um estudo recente; isso por causa da condução administrativa. Ou então, outro estudo mostra que o Acre é o sétimo estado do país menos transparente em relação aos gastos públicos.

    Chega de números ruins. Quero dizer que independente de quem governa o Acre, sempre pautei o meu trabalho parlamentar considerando, acima de tudo, o que pode beneficiar o cidadão, sobretudo os acrianos. Busco recursos para investimentos, proponho melhorias na legislação, converso com empresários, gestores, enfim, com quem pode intervir por melhorias para o meu estado.

    Porque lá eu nasci e fiz a minha história. Não tem como negar o amor que eu sinto por aquele pedaço de Brasil. E, embora eu fique preocupado porque sei que poderia ser melhor, é exatamente essa certeza que faz com que todos os dias eu foque a minha atividade parlamentar para o bem-estar social e econômico. A certeza de que não só o meu estado, mas também o Brasil pode ser melhor. Feliz aniversário Acre!

    Agradeço Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/06/2016 - Página 58