Pela ordem durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Repúdio a caso de pedofilia, no Rio de Janeiro.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Repúdio a caso de pedofilia, no Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 07/07/2016 - Página 13
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • REPUDIO, ABUSO SEXUAL, CRIANÇA, RIO DE JANEIRO (RJ), DEFESA, PRISÃO PERPETUA, AUTOR, CRIME, PEDOFILIA.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Senador Jorge, eu passei ali e falei com a Senadora Angela e com a Senadora Fátima. Peço a palavra para fazer um registro doloroso e repugnante para todos nós cidadãos que amamos a vida e amamos criança.

    V. Exª sabe da cruzada contra a pedofilia e o abuso de crianças que eu comandei neste País. A minha vida mudou. Eu não consigo conviver, Senador Jorge, com o pedófilo, nem com seu crime de pedofilia. É uma figura asquerosa, enigmática. O pedófilo é uma sombra capaz de enganar a todos.

    Quando eu comandei a CPI da Pedofilia, muita gente foi presa no Brasil e a nossa legislação avançou. E, nesta minha grande cruzada, eu prendi religiosos, padres e prendi pastores também. Ressalvo: não existe padre pedófilo e não existe pastor pedófilo.

    Então alguém pergunta: "Mas você disse e nós acompanhamos que padres foram presos e continuam sendo presos, e pastores também foram presos e continuam sendo pegos por aí." Mas não existe nem padre, nem pastor pedófilo. O que existe é criminoso, bandido que se valeu da vida sacerdotal para se aproximar, de maneira fácil, de crianças, com o intuito de abusar delas.

    Quando um pedófilo abusa de uma criança e ele é pego, ele foi revelado. Se a investigação foi justa e profunda, haverá de descobrir uma centena de sofrimentos, de lágrimas e sangue ao longo da vida desse desgraçado.

    Eu recebi, com muita tristeza, um pedido, conclamado por lideranças no Brasil inteiro - e lideranças do segmento evangélico, pastores, líderes de todos os lugares deste País -, concitando-me para que hoje fizesse este pronunciamento por responsabilidade, porque envolve nomes de pessoas, Senador Jorge. E eu fui buscar os fatos. O fato é que a Pastora Bianca Toledo, casada com o Sr. Felipe, cujo sobrenome deve ser alemão - Heiderich -, descobriu que esse pastor, falso pastor, estava abusando do seu filhinho de cinco anos de idade.

    Ontem comecei, falei com a delegada, Drª Cristina. Ele está preso no Rio de Janeiro, numa das unidades de Bangu. Sua prisão foi decretada pelo Dr. Paulo César Vieira de Carvalho Filho, da 17ª Vara Criminal. E eu tenho aqui a decisão do Magistrado.

    Pois bem, o garoto relata todos os fatos. O garoto já foi ouvido por psicólogo, por psiquiatra. A delegada que tem o caso na mão hoje, Senador Jorge, é a Drª Cristina, a mesma delegada do caso do abuso coletivo no Rio: uma mulher linha dura, preparada, sensível e que, como eu e V. Exª, não admite abuso de criança. Nós não admitimos nem violência com adulto, quanto mais violência sexual, moral e emocional contra criança.

    Por isso, falei com a delegada. O advogado dele entrou com um HC no Tribunal do Rio de Janeiro, que caiu na mão da Drª Maria Sandra Kayat. Eu sei que, ao longo da vida, em que tenho militado nesta causa, isso me causa repulsa e revolta. Porque sou cristão, Senador Jorge, eu não cometo a fraqueza de falar em pena de morte, mas nós precisamos ter prisão perpétua neste País para três tipos de gente: narcotraficante, abusador de criança e em casos de corrupção. Mas, em abuso de criança, eles são contumazes; eles são irrecuperáveis. Por isso, essa figura não pode voltar para a rua.

    Então, esse falso pastor, Felipe, foi internado após saber que a esposa tinha tomado conhecimento do abuso contra as crianças hoje pela manhã - algumas ex-funcionárias e funcionárias atuais estavam depondo, porque já sabiam do comportamento dele com a criança na ausência da mãe. Ele tentou suicídio, foi internado e, lá, confessou seu abuso e assumiu seu homossexualismo - até aí, não tenho nada a ver com isso. A regra da boa convivência é o respeito. Quer ser homossexual, a opção é sua, o problema é seu.

    Estou tratando aqui do crime de pedofilia, do crime de abuso! E confio nas autoridades do Rio de Janeiro, para que esse crime não fique impune, até porque, quando presidi a CPI da Pedofilia, o Ministério Público do Rio me cedeu duas aguerridas promotoras e uma psicóloga juramentada, que esteve comigo por três anos e meio, enfrentando todos esses casos de abuso.

    Por isso, espero que o caso desse falso pastor, desse Felipe, ex-esposo da Pastora Bianca... Não, aqui, a decepção para o segmento evangélico. É preciso que esse tipo de gente seja expurgado, que esse tipo de gente seja mantido na cadeia, porque onde há trigo há joio. E reafirmo: não há pastor pedófilo; há criminoso que entra no exercício sacerdotal; há padre criminoso no exercício sacerdotal.

    E, com a conclusão desse inquérito, que, se for a fundo, vai encontrar mais coisa, que esse pernicioso, que esse desgraçado permaneça preso e que apodreça na cadeia para pagar o seu crime!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/07/2016 - Página 13