Pronunciamento de Magno Malta em 06/07/2016
Discurso durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Críticas à carta enviada pela Presidente da República afastada, Dilma Rousseff, à Comissão Especial do Impeachment.
- Autor
- Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
- Nome completo: Magno Pereira Malta
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO FEDERAL:
- Críticas à carta enviada pela Presidente da República afastada, Dilma Rousseff, à Comissão Especial do Impeachment.
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Outros:
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/07/2016 - Página 88
- Assuntos
- Outros > GOVERNO FEDERAL
- Outros
- Indexação
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- CRITICA, CARTA, AUTORIA, DILMA ROUSSEFF, DESTINATARIO, COMISSÃO ESPECIAL, IMPEACHMENT, ASSUNTO, DEFESA, PROCESSO, AFASTAMENTO, REPUDIO, GOVERNO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO POLITICO, MOTIVO, CRIME DE RESPONSABILIDADE, UTILIZAÇÃO, RECURSOS, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), FINANCIAMENTO, OBRAS, VENEZUELA, BOLIVIA, FALTA, AUTORIZAÇÃO, DOAÇÃO, ESTOQUE, FEIJÃO, CUBA.
O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Senador Elmano, Senador Otto Alencar, Senadora Simone Tebet, Senador Benedito de Lira, Senador Moka, Senador Ataídes, Senadora Lúcia Vânia, Senador Antonio Anastasia, Senador Ronaldo Caiado, hoje encerramos uma etapa importante da Comissão do Impeachment.
Chamo a atenção do Líder, Senador Aloysio, para essa etapa cumprida por nós. O mundo há de saber do esforço que todos nós fizemos no sentido de dar ao Partido dos Trabalhadores, ao Sr. Luiz Inácio Lula da Silva e depois ao seu poste, que ele elegeu Presidente, porque eles disseram que ele iria eleger um poste...
Muitos de nós e a sociedade brasileira nos juntamos aos chamados movimentos sociais, que ainda estão com eles hoje, porque foram regados a doce durante 13 anos, porque sozinhos com esses movimentos jamais chegariam ao poder. Nós e a sociedade brasileira nos juntamos, Senador Elmano, a esse grupo, num determinado momento, demos a eles - aliás, quem ergue autoridade é Deus - e os ajudamos a fazer a escada para que chegassem ao posto maior desta Nação.
O Presidente Lula se apresentou com o discurso do combate à fome e da sua luta por fazer a inserção dos menos favorecidos, Senador Ricardo Ferraço. V. Exª nunca deu bola para eles, mas eu fazia uma guerra no Estado, defendendo-os, defendendo o seu projeto. E V. Exª lá, no Estado, comportava-se como Mão Santa. Mão Santa é que estava certo. Mão Santa usou oito anos denunciando esse projeto perdulário daqueles que encurralaram os pobres dentro de uma jaula, depois trancafiaram a porta e jogaram a chave fora com a chamada Bolsa Família.
Os pobres do Brasil e nós que tolamente... E aí trago esse tolamente para mim. Eu abiloladamente cruzei este País, Senador Elmano, fui ao seu Estado. Na primeira eleição do seu governador, eu estava lá na televisão. Eu prendi aquele coronel bandido, lá do Piauí, como Presidente da CPI do Narcotráfico, e os ajudei a se libertar daquele pústula que amedrontava todo mundo no seu Estado, para ajudar o Wellington, o seu Governador, a se tornar Governador. E assim aconteceu em todos os lugares.
Na Bahia, eu participei de todas de Jaques Wagner, para perder e para ganhar, mas cruzei o Brasil acreditando nesse projeto, que depois descubro, quando cai a farsa, no final do segundo mandato do Lula, com o advento do mensalão - ainda havia uma insistência da parte da sociedade brasileira navegando numa popularidade -, que o Lula elege um poste para Presidente da República, sua gerentona. Era chamada de gerentona e tinha, na testa, a tarja de uma grande administradora, uma grande gestora, mas, ao assumir o poder, revelou-se um grande elefante numa casa de louça.
O projeto do Foro de São Paulo seria bancado com o suor e com o sangue do povo brasileiro, Senadora Simone Tebet, com nossos recursos, com os recursos do BNDES, para financiar um projeto ideológico na nossa América Latina, para dar nosso dinheiro para ditadores, para dar nosso dinheiro para os comparsas ideológicos, para que eles, pela via das grandes empresas, pudessem devolver parte do nosso patrimônio ao Partido dos Trabalhadores e às suas famílias, de forma pessoal, para construir patrimônio e enriquecimento, usando e abusando da figura dos mais pobres e mais simples deste País.
Hoje, eu ouvi, atentamente, pela televisão, a leitura de parte da carta da Senhora Dilma Vana Rousseff. Ela fez uma vaquinha para arrumar dinheiro para alugar avião. Ora, por que não vai de ônibus? O nome dela já diz: Dilma "caravana sucesso".
Faça uma caravana e vá! Não precisa de avião. Aliás, ande em avião de carreira! Vá para o aeroporto! Entre num finger! Ou, então, vá de carro! Ande por aí! A senhora foi eleita democraticamente, com o apoio de 54 milhões de brasileiros! Eles estão com a senhora. Ande na rua! Pelo menos, a senhora vai ver as placas de "aluga-se", "vende-se", "vende-se", "aluga-se", "aluga-se", "vende-se", "não tem", "fechado", "fechamos", "fechamos", "fechamos", "fechamos", "quebrou", "quebrou", "quebrou", "quebrou". A senhora vai ver essas placas que, certamente, a senhora não vê.
A carta que a Senhora Dilma Vana Rousseff mandou evocava o conjunto da obra a partir de Lula para justificar. Em determinado momento, parecia que iria pedir clemência e misericórdia, coisa que eles nunca tiveram com ninguém, mas, no momento seguinte, no parágrafo seguinte, revelou-se a arrogante que sempre foi, como todos eles, arrogantes.
Eles agora estão comendo angu e continuam arrotando caviar. Comem angu e arrotam peru. É a figura de alguém pobre que acertou na loteria esportiva, Senador Renan Calheiros. Ganharam na loteria esportiva. Ganharam mais que João Alves, que ganhou 200 vezes, porque eles ganharam o governo, o poder. Tiraram a sorte grande na loteria esportiva, Senador Ataídes, e foram morar à beira da praia, em cobertura. Começaram a esbanjar, ficaram amigos dos ricos, começaram a fazer negócio, a tomar coisas dos outros, a comprar carros importados. O dinheiro acabou! Quebraram! Começaram a receber ordem de despejo, de busca e apreensão dos carros. Suas mulheres já não podiam mais ir a salão caro. Eles voltaram a morar no bairro, com os carros todos com mandado de busca e apreensão, e continuaram posando de milionários, como se ainda tivessem o mesmo dinheiro.
O Brasil quebrou, o Brasil faliu. Pergunto como a Venezuela nos pagará. Como voltará o Porto de Mariel?
Quero chamar a atenção para uma coisa absolutamente simples, Senador Caiado. Senador Caiado, falo do preço do feijão. Feijão é uma coisa tipo água na mesa do brasileiro. Feijão é uma coisa que não pode faltar, parece que faz parte da nossa identidade. Nós temos um estoque regulador. Parte do nosso estoque regulador, Senador Otto, essa senhora deu para Cuba. Ela pediu autorização ao senhor, pediu autorização a mim, pediu autorização aos senhores, pediu autorização ao Brasil? Ela pediu a quem para doar aquilo que não lhe pertence?
Assim também eles perdoaram a dívida de ditadores africanos em troca de obra para a Odebrecht, para que 30% voltassem e para que Lula pudesse receber R$700 mil por uma palestra. Ô homem preparado! Mamãe, me acuda! Ai, meu Deus, morda aqui, para ver se sai leite! Ô homem preparado! Ô homem preparado! Se minha mãe estivesse viva, baiana, lá de Macarani, ia falar: "Homem, deixa de bestagem!" Não é assim, Otto? "Homem, que bestagem é essa?" Entendeu? Ele recebia R$700 mil, batia no peito e falava assim: "Só eu e Bill Clinton! Só eu e Bill Clinton!" Ora, se Bill Clinton tivesse tido a mente tão perdulária quanto a dele no exercício do mandato, hoje, a mulher dele não teria condição de ser candidata à Presidente da República, mas nem de longe, nem de longe!
A carta evoca o conjunto da obra, aquilo que eles fizeram pelos pobres. Entre os pobres, estão os dois filhos de Lula. Pobres os meus filhos, pobres as minhas noras, pobre a minha mulher! Esses pobres é que foram beneficiados. E a gente escutou resignadamente que somos golpistas. Mas dizia o Senador José Medeiros: "A pista do golpe quem deu foi Cerveró."
(Interrupção do som.)
O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - A pista do golpe quem deu foi Marcelo Odebrecht.
E aí a gente via Senadores e Senadoras na Comissão do Impeachment dizendo assim: "Esse Governo Temer..." O Governo de Temer não fez nem 40 dias ainda, coitado! "Esse Governo Temer tem é de taxar as grandes fortunas e não penalizar os trabalhadores!"
Ei, vocês passaram a vida toda, 13 anos, penalizando os trabalhadores! Que trabalhador? Vocês nunca trabalharam! Vocês não entendem nada de trabalhador. "Tem de taxar as grandes fortunas!" Agora, não dá mais tempo, porque as grandes fortunas estão na cadeia. Marcelo Odebrecht está preso e é colega, é amigo. Não há jatinho mais para a Dilma andar. Queiroz Galvão está na cadeia. A OAS está na cadeia. Todos são amigos de Lula. Come pão com sardinha com os pobres na rua, é o defensor dos pobres, mas, à noite, toma uísque com caviar com Marcelo Odebrecht num hotel desses da vida escondido por aí.
É essa a verdade, Brasil! Brasil desempregado, esposa com marido desempregado, filhos desempregados, este é um País violento e drogado, de fronteiras abertas. É um País onde Presidente da República não tem responsabilidade com a Polícia Federal. Temos 1,1 mil quilômetros abertos com o Paraguai, 700km abertos com a Bolívia e três mil quilômetros no entorno de Amazônia.
A Argentina tem 34 milhões de argentinos, Srs. Senadores, e há 48 mil homens na Polícia Federal. Nós somos 204 milhões de brasileiros, e não há 12 mil homens operacionais na Polícia Federal do Brasil, com tanta fronteira aberta! Viva a Polícia Federal, pelo bem que tem feito a este País!
Eu poderia repetir a carta de Dilma hoje sem ler, porque já decorei tudo o que José Eduardo falou. Posso repetir o discurso de Lindbergh, posso repetir o discurso de Vanessa agora se eu quiser.
(Soa a campainha.)
O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Eu decorei tudo!
Agora, o Brasil sabe quem deu o golpe. O golpe se encerra no processo eleitoral quando o Mister M escreveu sua novela e encontrou uma atriz capacitada, Dilma Vana Rousseff, para interpretar a peça mentirosa. Ela encontrou escoramento e base nas pedaladas que fez, Senadora Lúcia Vânia. As pedaladas lhe deram legitimidade para mentir no processo eleitoral, para enganar o povo brasileiro. Isso é pedalada! Isso é crime! É só olhar para as ruas! O povo vai entender, de fato, o que é pedalada. Chamar para si a melhoria do Brasil é como se tivesse, de forma muito interesseira e de forma irresponsável, quebrado com essa!
Eu gostaria muito que ela tivesse vindo aqui, porque eu não tinha nada para perguntar. Só uma pergunta eu faria!
(Interrupção do som.)
O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Peço-lhe para concluir.
O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - O mandato dela já se concluiu. É o mandato dela ou o meu discurso? É o meu discurso, não é? Então, vou concluir. No mandato dela, se depender de mim, eu já passei a régua!
O Brasil sabe o que é pedalada, o Brasil sabe! Mas eu queria fazer uma pergunta. Responda-me só uma coisa, Senhora Presidente: a senhora mentiu ou não mentiu?
Imaginem se houvesse Procon para o processo eleitoral! Imaginem os senhores um cara que tem uma lojinha que vende ventilador e televisão usada! Imaginem se ele mente para o cara que compra ventilador dele e lhe fala que o ventilador tem três giros, mas ele só tem um! O cara vai atrás de Celso Russomanno. Celso Russomanno denuncia o cara, chega à loja do cara com a televisão. E o cara gela todo para não ser preso e lhe dá um novo. Mas, no processo eleitoral, a mentirada que essa mulher contou para a Nação fica por isso mesmo! Não pode ficar, Senador Ataídes!
(Soa a campainha.)
O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Por isso, essa ex-Presidente perdulária, mentirosa, que destruiu esta Nação, juntamente com seus asseclas, haverá de ser banida definitivamente da vida política da Nação brasileira!
Obrigado, Sr. Presidente.