Discurso durante a 119ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a crise financeira vivenciada pelo governo estadual do Rio Grande do Sul, que tem parcelado o salário de servidores públicos, com destaque para a situação dos policiais civis e militares.

Descontentamento com a paralisação dos trabalhos da Casa devido à instalação da comissão especial responsável por analisar o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Preocupação com a crise financeira vivenciada pelo governo estadual do Rio Grande do Sul, que tem parcelado o salário de servidores públicos, com destaque para a situação dos policiais civis e militares.
SENADO:
  • Descontentamento com a paralisação dos trabalhos da Casa devido à instalação da comissão especial responsável por analisar o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/2016 - Página 22
Assuntos
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Outros > SENADO
Indexação
  • APREENSÃO, CRISE, FINANÇAS, RIO GRANDE DO SUL (RS), MOTIVO, PARCELAMENTO, SALARIO, SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL, ENFASE, SITUAÇÃO, POLICIA CIVIL, POLICIA MILITAR.
  • DISCORDANCIA, PARALISAÇÃO, TRABALHO, PLENARIO, SENADO, MOTIVO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO ESPECIAL, RESPONSAVEL, ANALISE, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Sem revisão do orador.) - Senadora Rose, primeiro, cumprimento V. Exª pelo trabalho brilhante na Comissão de Orçamento. Segundo, cumprimento também o Senador Ataídes por essa comissão que vai analisar as vinte mil obras inacabadas.

    Quero também, Srª Presidenta, para ser bem rápido na minha fala, demonstrar a minha preocupação com o meu Estado, o Rio Grande do Sul. Quinta-feira agora, ele vai parar totalmente. Os servidores públicos de todas as áreas vão parar, porque eles receberam R$650,00 de salário. Seiscentos e cinquenta de salário! Não teremos aula. A segurança pública vai parar, tanto na área civil, como na área da própria Brigada Militar ou da Polícia Militar. Vão parar todos os setores do serviço público naquele Estado.

    Eu estive em um grande evento lá em Passo Fundo, Srª Presidenta, com mais de mil líderes. E, quando vi, entrou uma delegação de policiais militares e civis que queriam me entregar um documento. E eu me comprometi com eles de ler o documento.

    É um documento rápido, bem curto, que diz o seguinte:

As associações de classe da Brigada Militar realizarão, na próxima sexta-feira, 29 de julho, ato de repúdio pelo pagamento de apenas R$650,00 por parte do Governo do Estado, referente a julho, e pelos repetidos parcelamentos de salários dos servidores estaduais há alguns meses.

    A primeira parcela do salário de julho dos servidores do Poder Executivo foi depositada na sexta-feira.

    Destaco frase do Presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar, José Luiz Zibetti. Diz ele:

É vergonhoso o pagamento de apenas 650 reais. É muito descaso com os servidores, em especial com os da segurança pública.

    Nossa preocupação é que a situação, que já está péssima, poderá ficar pior nos próximos meses.

    O Governo aumentou o ICMS, renegociou a dívida com a União, e até agora nada. Os servidores continuam sem salário. Seiscentos e cinquenta pagam a luz e a água. Como é que eles vão viver durante um mês?

    Dizem mais:

Não podemos pagar pela incompetência dos governos que não souberam administrar o Estado.

    É deste documento, Srª Presidenta, que me comprometi a fazer o registro. Na quinta-feira eu estarei em Porto Alegre e, naturalmente, vou apoiar os servidores públicos, os policiais militares e civis e os professores que farão essa grande manifestação.

    Por fim, Srª Presidenta, uma pergunta - pode ser uma questão de ordem - que faço a V. Exª.

    Srª Presidenta, há somente 21 Senadores na Comissão do Impeachment. Não dá, Srª Presidenta, porque, enquanto 21 estão lá, os outros 60, pois somos 81 Senadores, ficam aqui no Senado, a ver navios. O que estou propondo a V. Exª...

    Eu não estou preocupado com a TV. Estou preocupado em trabalhar. "Ah, mas a TV tem que ir para lá!". Que vá para lá! Já tem a GloboNews. Que vá a TV Senado, que vá a TV Câmara! Não há problema nenhum. Mas deixem-nos trabalhar aqui no plenário pelo menos! Se quiserem gravar, gravem e passem no Natal, no primeiro dia do ano! O que não dá é para ficarem 60 Senadores de braços cruzados. É assim que eu estou me sentido. Eu ainda faço algumas audiências públicas, como os senhores sabem, mas não era isso que eu gostaria de fazer. Eu gostaria de estar aqui, no plenário, debatendo com os Senadores projetos polêmicos que sabemos que estão para entrar na Ordem do Dia.

    Então, o apelo que faço a V. Exª - não estou preocupado com a televisão - é para mantermos pelo menos sessões de debate no plenário, às terças, quartas, quintas, sextas, segundas... O que não dá é para nós chegarmos aqui terça-feira e não fazermos mais nada na parte da tarde.

    Então, o apelo que faço a V. Exª, de forma muito respeitosa e carinhosa, e ao Presidente da Casa é para que se mantenham as sessões de debate na terça, na quarta e na quinta, sem prejuízo do trabalho da Comissão do Impeachment, da forma que já orientou o Presidente.

    Este é o apelo que faço a V. Exª, no sentido de levar ao Presidente Renan... Eu iria fazer esse pedido para ele, mas faço neste momento a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/2016 - Página 22