Pela Liderança durante a 118ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas a notícia publicada no jornal O Globo acerca de S. Exª e apresentação de contestação à matéria; e outro assunto. Defesa da celeridade no processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

Crítica à notícia publicada pelo jornalista Jorge Bastos Moreno, no jornal O Globo, que trata de uma suposta negação de visto solicitado pelo orador à Embaixada dos Estados Unidos, devido às investigações da Operação Lava jato, e solicitação de transcrição nos Anais do Senado de email da Embaixada que comprova a validade do visto do orador.

Comentários acerca da votação da admissibilidade do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, e solicitação de união dos senadores defensores do Governo da Presidente, a fim de que apresentem um voto único.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas a notícia publicada no jornal O Globo acerca de S. Exª e apresentação de contestação à matéria; e outro assunto. Defesa da celeridade no processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
IMPRENSA:
  • Crítica à notícia publicada pelo jornalista Jorge Bastos Moreno, no jornal O Globo, que trata de uma suposta negação de visto solicitado pelo orador à Embaixada dos Estados Unidos, devido às investigações da Operação Lava jato, e solicitação de transcrição nos Anais do Senado de email da Embaixada que comprova a validade do visto do orador.
GOVERNO FEDERAL:
  • Comentários acerca da votação da admissibilidade do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, e solicitação de união dos senadores defensores do Governo da Presidente, a fim de que apresentem um voto único.
Publicação
Publicação no DSF de 02/08/2016 - Página 29
Assuntos
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > IMPRENSA
Indexação
  • DEFESA, AGILIZAÇÃO, PROCESSO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CRITICA, ARTIGO DE IMPRENSA, PUBLICAÇÃO, JORNAL, O GLOBO, ASSUNTO, EMBAIXADA ESTRANGEIRA, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), NEGAÇÃO, VISTO DE PASSAPORTE, ORADOR, MOTIVO, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, CARTA, INTERNET, AUTORIA, EMBAIXADA, OBJETO, COMPROVAÇÃO, VALIDADE, VISTOS DE ENTRADA.
  • COMENTARIO, SESSÃO, VOTAÇÃO, ADMISSIBILIDADE, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, SOLICITAÇÃO, UNIÃO, SENADOR, DEFESA, REJEIÇÃO, PROCESSO, OBJETIVO, APRESENTAÇÃO, VOTO.

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meus amigos e minhas amigas telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, usuários das redes sociais, eu pedi a palavra e vou abordar rapidamente dois assuntos. O primeiro: nós estamos iniciando o mês de agosto e esperamos que neste mês nós tenhamos a solução definitiva para o impasse político que se instalou no País durante todo esse período. Temos que ter aqui, no Senado, a responsabilidade de votar, claro, com todo o direito de defesa, seguindo os prazos regimentais, mas não é possível mais estender esta agonia do Brasil, tentando levar essa votação do impeachment além do mês de agosto.

    No dia 9 nós deveremos votar aqui a pronúncia. Se na pronúncia ficar aprovado o processo de julgamento, não há por que, Presidente Moka, se levar essa votação para o dia 29, iniciando inclusive setembro, com a possibilidade, já aventada, de se poder postergar ainda mais essa questão.

    O Brasil todo espera por uma solução definitiva. Aliás, o mundo espera por uma solução definitiva. No dia 2 de setembro, haverá na China um evento, um encontro internacional do G-20, e lá deverá estar o Presidente do Brasil Michel Temer. E eu pergunto aqui: se o Senado não cumprir o seu papel até agosto, o Presidente Michel Temer deveria participar dessa reunião como Presidente interino do Brasil, tendo que tomar decisões, tendo que explicar o contexto político e econômico do País internacionalmente. Por quê? Pela demanda, pela tentativa exaurida de seguidores da Presidenta Dilma de tentar postergar essa agonia?

    A gente tem visto aqui o discurso dos defensores da Dilma, legítimo. Eu acho que todo mundo tem que defender as suas ideias. Agora, uma coisa é você defender e democraticamente partir para a posição constitucional do voto; outra coisa é tentar postergar e manter o País nesta espera, nesta insegurança jurídica, nesta posição que só dificulta a situação do povo brasileiro.

    Nós não podemos brincar com a vida de milhões de pessoas que estão perdendo o emprego, de empresas que estão fechando, de investimentos que estão saindo do Brasil exatamente porque não há quem internacionalmente compreenda este quadro que o Brasil vive.

    É um quadro constitucional, legítimo, mas fica aquela brincadeira: "Não, estão tentando fazer um golpe!" Alguns oradores, aqui, hoje, falaram em golpe. Mas como é golpe? Golpe no Brasil? Golpe à prestação? Nós estamos fazendo o golpe há meses? Então, teremos o golpe parcelado: é o golpe Casas Bahia; é o golpe Ricardo Eletro; é o golpe Magazine Luiza. Você compra à prestação e pega um golpe em 12 meses, em 12 parcelas mensais. É uma brincadeira isto aqui! Não dá para levar o Brasil desse jeito!

    Não dá para ficar este clima aqui, durante este mês todo de agosto e o mês de setembro, de irresponsabilidade. Vou dar aqui um exemplo dessa irresponsabilidade, Senador Medeiros e Senadora Ana Amélia, citando o que aconteceu comigo nesse fim de semana, Senador Moka. O jornal O Globo, em primeira página, diz: "Lula vira réu da Lava Jato." É uma pancada lá. E, do outro lado, diz Jorge Bastos Moreno: "Inquérito faz EUA negarem visto a Jucá". O jornal O Globo deu na sua primeira página do sábado, dia 30 de julho, uma notícia dizendo que eu tinha pedido visto aos Estados Unidos, visto que tinha sido negado por conta da Operação Lava Jato. Aí, à p.3, na coluna do Moreno, um jornalista experimentado, um jornalista vivido, na abertura da coluna, na parte maior, diz-se:

EUA vetam investigados do Brasil

O ex-Ministro do Planejamento Romero Jucá, que é também Presidente do PMDB e principal articulador do Governo Temer no Congresso, programou uma viagem aos Estados Unidos no recesso [foi pedir um visto aos Estados Unidos, que foi negado por conta da Lava Jato].

    Primeiro, não programei viagem nenhuma para os Estados Unidos. Eu estava fazendo convenção, cuidando da política em Roraima.

    Depois, é dito:

Oficialmente, segundo o Ministério Público Federal [isto é mais grave, porque ele dá como fonte o Ministério Público Federal], nenhum dos denunciados na Operação Lava Jato está proibido de deixar o País, salvo, evidentemente, os que já foram condenados. Informalmente, porém, fontes do MP observam que, mesmo não existindo alerta internacional contra a maioria dos investigados [...] [alguns países realmente têm negado acesso aos investigados].

    Então, o Ministério Público respalda essa notícia mentirosa, irresponsável, libertina, feita não sei com que interesse! Qual a motivação dessa fonte? Hoje, a confusão é tão grande, jornalista Moreno, que nem nas fontes dá para se confiar. Tem de se ir atrás para saber a verdade dos fatos. E era fácil saber a verdade: era só ter ligado para mim. Está aqui.

    Qual o critério desta notícia? Esta notícia aqui gerou milhares de notícias no Brasil, milhares! Vamos lá!

    Diz o blogue do PT, o Brasil 24/7, no Brasil todo - aí os caras já desdobram: "Embaixada nega visto para Jucá aos Estados Unidos".

    No Tijolaço, é dito: "Veto dos Estados Unidos a visto para Jucá humilha o Governo Temer".

    Aí vira uma festa para os irresponsáveis, para aqueles que, por burrice ou por má-fé, ou pelas duas coisas, ficam repassando a notícia.

    Então, está aqui: no post da jornalista Andréia Sadi, houve 298 retuítes. Eu acompanho minhas redes, eu acompanho as notícias. No jornal O Globo, houve 296 retuítes. No de Roberto Requião, nosso equilibrado Senado, um Senador que defende as liberdades na Coreia do Norte e na Venezuela, um Senador que luta pela democracia em Cuba, um Senador que se tem espelhado na história do PMDB, houve 232 retuítes. No do Dr. Fernando Ortiz, que não sei quem é, não tive o prazer, houve 126 retuítes. Na Rádio Moreno, houve mais não sei quantos. Esta aqui é a versão irresponsável, mentirosa, que me atinge pessoalmente mais uma vez, que atinge o Senado, que atinge a política.

    Mas como defino isso, Senador Moka? Nós estamos em uma época de balas perdidas. Enquanto não houver a cassação, vão ficar atirando para todo lado para tentarem nivelar todo mundo por baixo. Então, temos de definir efetivamente quem tem culpa e quem não culpa. E volto a dizer: cobro do Ministério Público, e já cobrei hoje, o posicionamento sobre essa matéria. Cobro as investigações.

    Quero dizer que fui vítima de matéria de jornal sobre a questão da Lava Jato. E eu não subi à tribuna, não, porque investigação não se comenta, investigação se responde. Estou esperando a resposta do Ministério Público...

(Soa a campainha.)

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - ...sobre se eu tive ou não obstrução de justiça na questão da Lava Jato. Não me manifestei ainda. Estou aguardando. Deixei o Ministério de livre e espontânea vontade porque eu não queria expor o Governo do Michel Temer, que estou ajudando a construir. Na hora em que o Ministério Público se manifestar, terei o direito e a condição também de me manifestar na íntegra sobre aquilo que penso, defendo e falo.

    Não falei, mas estou vindo hoje aqui para desmoralizar essa farsa. Vou deixar sobre a mesa, Senador Moka, cópia do meu passaporte diplomático. Está aqui o meu passaporte diplomático. Está aqui o meu visto americano. Senador Medeiros, sabe quando vence o meu visto americano? E o Moreno disse que fui pedir a sua renovação.

(Interrupção do som.)

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - Vence em 2025 o meu visto americano. Não estou pedindo visto para a Coreia do Norte, para a Venezuela nem para Cuba, para ir passear com o Requião. Está aqui meu visto americano.

    Mais do que isso, hoje, mandei um e-mail para a Embaixada americana. Está aqui a resposta da Embaixada americana, dizendo: Conforme informado ao telefone [pedi para colocar por escrito], o Visto nº 201534244250001 do Passaporte DB 025254 [que é o meu] está válido. Estaremos à disposição para quaisquer outras informações. Embaixada Americana."

    Então, quero falar para a imprensa, quero...

(Interrupção do som.)

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - ...falar para os jornalistas que rasgaram a boca, que entraram no barco furado, que (Fora do microfone.) o Globo deve ter dignidade, grandeza e responsabilidade de colocar esse desmentido na primeira página do jornal, como colocou a acusação. É só isso que eu espero. Não quero processar jornal, não quero processar jornalista, porque isso não adianta. Defendo uma lei de direito de resposta não que puna financeiramente os jornais ou as revistas, mas que faça com que deem o mesmo direito de resposta no mesmo lugar: se a acusação é feita em capa de jornal, a resposta tem de ser dada em capa de jornal; se a acusação é feita em capa de revista, a resposta tem de ser dada em capa de revista. Só assim, haverá responsabilidade editorial para se ter cuidado com aquilo que se publica, porque, quando se levantam levianamente acusações sobre pessoas, estão jogando ao vento plumas que jamais serão recolhidas, acusações mentirosas...

(Interrupção do som.)

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - ... que são passadas adiante e usadas (Fora do microfone.) não se sabe onde, não se sabe por que motivo.

    Então, Presidente Moka, fiz questão de fazer esse esclarecimento para dizer o seguinte: essas acusações, esses ataques não vão me tirar do meu foco, que é ajudar a salvar o Brasil. Eles não vão me tirar da minha tranquilidade, não vão me fazer mudar de rumo. Entendo que na democracia se cometem injustiças e que, por isso, devem existir leis que coíbam e punam as injustiças. Por isso é que tem de haver lei que cobre a responsabilidade das autoridades públicas, da imprensa ou de cada agente público ou político. É isso que defendo. Eu não sacrifico a imprensa por causa de uma irresponsabilidade dessas, não. Cobro responsabilidade da imprensa, para que ela se redima e possa efetivamente...

(Interrupção do som.)

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - ...esclarecer a posição.

    Então, está aqui o (Fora do microfone.) registro.

    Eu queria pedir a transcrição de todos esses documentos e dizer que vou cobrar aqui do Presidente Renan e dos Líderes, como Presidente do PMDB, Senador Moka, que nós tenhamos, Senador Raimundo Lira... V. Exª está cumprindo a tarefa da Comissão com galhardia, com grandeza, com responsabilidade.

    No dia 9, está prevista a votação neste plenário da admissibilidade da questão do impeachment. Não há por que ir para setembro com essa votação no plenário. Não há por quê! O Brasil tem de ter a responsabilidade de encarar seus desafios em nome dos brasileiros, e a classe política tem de estar à altura da responsabilidade e do chamamento que o povo nos faz neste momento.

    Portanto, pugnarei aqui por um rito sério, justo, com direito de defesa...

(Interrupção do som.)

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - ...mas sem delongas e sem atrasos.

    Eu até queria pedir à Senadora Ana Amélia, que tem muita influência (Fora do microfone.) na Comissão, e a V. Exª também que os...

    O SR. PRESIDENTE (Waldemir Moka. PMDB - MS) - Eu não permiti aparte, porque ele está falando como Líder.

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - Eu estou falando como Líder. Foi invertido.

    O SR. PRESIDENTE (Waldemir Moka. PMDB - MS) - O Senador João está esperando a vez de ele falar.

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - Só para encerrar, Senador Moka, eu queria pedir à Senadora Ana Amélia e ao Senador Raimundo Lira, que são tão diligentes e importantes na Comissão do Impeachment, que conversem com os quatro membros da equipe da Dilma, os "dilmistas", lá da Comissão, porque eu soube que os quatro já se dividiram, vão apresentar dois votos em separado. Pelo amor de Deus, se nem os quatro se entendem, como é que eles querem defender a Dilma? 

    O SR. RAIMUNDO LIRA (PMDB - PB) - Presidente Moka, por favor...

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - Então, pelo menos que coloquem...

    O SR. RAIMUNDO LIRA (PMDB - PB) - O Senador João Capiberibe disse que abre mão de alguns poucos minutos para um aparte, mesmo V. Exª também abrindo essa exceção quanto ao Regimento, para que eu possa fazer um aparte a respeito dos trabalhos da Comissão ao Senador Romero Jucá.

    O SR. PRESIDENTE (Waldemir Moka. PMDB - MS) - Ele está terminando. Eu vou, em seguida, conceder-lhe a palavra.

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Fora do microfone.) - Então, fica aqui meu apelo aos ex-governistas para que se unam, para que os quatro apresentem um voto só, porque, se eles estão batendo cabeça entre os quatro...

(Interrupção do som.)

    O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - Isso seria lamentável, porque, quando não há verdade, quando não se tem argumento, intenta-se a chicana, intenta-se o desvio, intenta-se o jogo de cena. É aquele jogador que cai no meio do campo para fazer cera para ver se o jogo termina logo.

    Nós queremos, efetivamente, rapidez, em nome da sociedade, do povo brasileiro e da necessidade de gerar empregos e de fazer o País voltar a crescer.

    Muito obrigado, Senador Moka.

DOCUMENTO ENCAMINHADO PELO SR. SENADOR ROMERO JUCÁ EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

- Anexo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/08/2016 - Página 29