Pela Liderança durante a 122ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogio à abertura dos Jogos Olímpicos, e crítica aos senadores que deram ênfase na postura do Presidente interino Michel Temer, deixando de lado a grandiosidade da cerimônia.

Críticas ao Partido dos Trabalhadores e à sua gestão no Governo Federal.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
DESPORTO E LAZER:
  • Elogio à abertura dos Jogos Olímpicos, e crítica aos senadores que deram ênfase na postura do Presidente interino Michel Temer, deixando de lado a grandiosidade da cerimônia.
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Críticas ao Partido dos Trabalhadores e à sua gestão no Governo Federal.
Aparteantes
Ataídes Oliveira, Hélio José.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2016 - Página 31
Assuntos
Outros > DESPORTO E LAZER
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • ELOGIO, ABERTURA, OLIMPIADAS, CRITICA, SENADOR, MOTIVO, ENFASE, ATUAÇÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INTERINO, CERIMONIA.
  • CRITICA, GESTÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), GOVERNO FEDERAL.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, Senadores, Senadoras, o Brasil que nos vê pela TV Senado, pela rádio Senado nos ouve, Deputado Fraga, coronel Fraga, Senadores, aqueles que nos acompanham pelas redes sociais deste País...

    Senador Paim, o que me envolve... Não estou acostumado a vir na segunda-feira, a estar na Tribuna - aliás, não é uma praxe da maioria, e aquilo que não é praxe para a maioria é uma prática de V. Exª. V. Exª está na segunda e está na sexta, no exercício do seu bonito mandato.

    Eu fui compungido a vir à Tribuna quando eu estava vindo do aeroporto e comecei a ouvir alguns discursos aqui de Senadores. Eu vi, estava aqui o meu amigo, Senador Lindbergh, na Tribuna falando, e depois a Senadora Vanessa - inclusive deu tempo de eu fazer a ela um aparte.

    Eles narravam alguns fatos repetitivos, mas tentando colocar moldura nova. Eu penso que é um momento importante, porque nesta segunda-feira, Senador José Agripino, nós não temos relógio - embora esteja marcando ali, a benevolência de Paim faz até dobrar o tempo ou triplicar, se a gente precisar, porque depois eu vou sentar ali, e ele fala uma hora se ele quiser.

    Eu queria comentar também sobre as Olimpíadas. Fantástica a abertura! O mundo aplaudiu. Esse é o fato maior. A abertura das Olimpíadas retratou toda a nossa história de uma forma compreensiva! Eu fiquei empolgadíssimo com aquilo: ver os atletas entrando, desfilando, sorrindo, o povo brasileiro ligado em casa, dos mais simples aos mais abastados, a televisão aberta mostrando, a televisão fechada também. Lá no último rincão, alguém tem uma parabólica e está vendo a abertura, e vibrando, e querendo medalha para o Brasil. Mas a medalha, naquele momento, era a alegria.

    E aí eu vejo hoje, na tribuna, não a narrativa desse momento lindo, de um País com tantas dificuldades como o nosso, dificuldades impostas por um Governo irresponsável, perdulário, que fez striptease moral em praça pública, que destruiu as finanças deste País, que nos desmoralizou no mundo, que nos colocou abaixo de zero nas agências de risco. Eu pensei que os discursos aqui iriam versar sobre a abertura das Olimpíadas, a beleza, o desfile, a capacidade deste povo brasileiro tão forte. Mas, não: a baila do discurso foi a presença do golpista, do Michel Temer, a vaia que ele tomou, ou a coragem que ele não teve de fazer um discurso longo, e ele foi vaiado. Foi a coragem decisiva, imponente, marcante de Caetano Veloso de, lá dentro, no camarim, fotografar-se com um papelzinho: "Fora Temer!". E eles acham isso o memorial de defesa de Dilma.

    Aquilo me inquietou muito - até aparteei a Senadora Vanessa -, e eu vim aqui para saber quem é que tem amnésia: se é o povo, ou se são eles. Eu não sofro de amnésia. V. Exª sofre? Porque eu me lembro do dia em que V. Exª estava discursando, defendendo os trabalhadores. Nós éramos Deputados Federais, e um Deputado que parece que odeia trabalhador - não quero dar o nome dele -, quando V. Exª estava na tribuna, debochou. V. Exª estava com a Constituição na mão; de lá, da tribuna, jogou a Constituição na cara dele. Não foi? Então, não sofro de amnésia. Eu me lembro de coisa boa, só me lembro de coisa boa, não é verdade? Eu não sofro de amnésia.

    Então, vamos lá: a abertura da Copa. Até me perdoe quem bolou aquela abertura da Copa, porque, para quem viu a abertura das Olimpíadas, a abertura da Copa foi uma brincadeira. Não dá nem para falar que foi feio, até porque de beleza não tinha nada. Nós tínhamos muito mais para oferecer: o povo queria ver o samba do Brasil, o povo queria ver o nosso gingado, o povo queria ver a nossa riqueza, e nada foi apresentado. Foi um negócio, assim, que eu não consigo e não sou hipócrita para dizer que aquela abertura da Copa tinha alguma coisa de beleza, porque não tinha.

    E na abertura da Copa foi diferente, porque a Presidente era a Dilma, e Dilma não foi vaiada. Senador José Agripino, Dilma não foi vaiada na Copa. O estádio inteiro gritava: "Ei, Dilma, vai tomar...". A Copa inteira, em todos os estádios. Eu estava no dia do 7 a 1 da Alemanha, e fiquei paralisado em Belo Horizonte, do lado das minhas filhas, e tinha um monte de Senador do PT atrás de mim, o Senador do Acre, que agora não é mais Senador, estava lá; o Senador Humberto Costa estava lá. E, em cada gol, a torcida levantava e gritava: "Ei, Dilma, ei Dilma, vai tomar...".

    Dizer que Michel Temer foi vaiado? Não sou do PMDB, não. A minha discussão e o meu enfrentamento é pelo Brasil. Não tenho nada aqui, não tenho procuração para defender Michel Temer. Mas, vaia? Fraga, minha mãe era analfabeta profissional. A mãe dizia: "meu filho, falta de palma é pior do que vaia. Vaia não é tão ruim assim não".

    É claro, já soubemos que tinha muita gente infiltrada lá, com ingresso pago para, na hora em que anunciassem Temer, eles começassem uma vaia, porque em um estádio, e vaia é o efeito "crucifica".

    O Sr. Hélio José (PMDB - DF) - Senador, queria um aparte.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Já lhe concedo.

    Na crucificação de Cristo, alguém gritou: "crucifica-o!". A multidão foi atrás sem saber nem o que estava falando.

    No auge da popularidade de Lula, quando a máscara não tinha caído ainda, quando ele não havia se desnudado em praça pública ainda e era um semideus no Brasil, na abertura do PAN, o Lula foi vaiado no Maracanã, mas vaiado de verdade, tão vaiado que ele não teve coragem de fazer o discurso.

    O que esperar, em um momento como esse de impeachment, que você tem um vice-presidente, que assume a titularidade, e ainda a ex, que está afastada e, com fé em Deus, não voltará, e que tem um grupo de militantes que foram sustentados ao longo de 13 anos com dinheiro público? Eles estavam preparados para vaiar.

    Agora, eles só não contavam com a astúcia de Chapolin Colorado, não sabiam que o Temer estava lá. E ele só apareceu para dizer: "estão abertos os jogos". Quando eles perceberam a voz dele, começaram um pouco de vaia e o resto do povo aplaudiu.

    O Sr. Hélio José (PMDB - DF) - Isso.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Vir trazer isso para a tribuna, fazendo menor a abertura das Olimpíadas, uma riqueza, riqueza de detalhes que encantou o mundo, que chamou a atenção do mundo, que jamais imaginou que o Brasil faria uma abertura tão suntuosa, tão bonita, tão criativa, num País sangrando em praça pública por conta dos desmandos, dos perdulários, criminosos, homens públicos que, durante 13 anos, dilapidaram o patrimônio da Nação brasileira.

    Sobem aqui para dizer: "esse golpista quer tirar direito de trabalhadores". Eles passaram treze anos no poder, não devem nenhum direito a trabalhador. Muito pelo contrário, tiraram... Trabalhador, está assistindo? Prestem atenção no que vou falar: eles venderam e vocês hoje acreditam. Vocês sabem quem é o autor do seguro-desemprego? Vocês não sabem. Mas vocês sabem quem piorou o seguro-desemprego, não sabem? Vocês agora não têm direito a acessá-lo mais, até porque não têm recursos e criaram outras regras que dificultaram a vida de vocês, não sabem? Vocês sabem, não é? Foi Dilma e o PT. Mas, quem criou? Vocês também acham que foi Dilma e o PT? Foi Lula e o PT? Não. Quem criou o seguro-desemprego foi Sarney! Sarney!

    Quais são os direitos que querem tirar? "Querem tirar o dinheiro da educação." No ano passado, cortaram 82% da verba de assuntos sociais no Brasil, verba para a área social. Cortaram o dinheiro da educação. Eles cortaram a verba do Minha Casa, Minha Vida. Eles diminuíram o dinheiro do Bolsa Família. Por que, Senador Paim, eu pergunto? Brasil, por que eu estou perguntando isso? Porque nós temos que deixar vivo na mente de vocês.

    "Esse Temer e o PMDB, esse desgraçado 'filho de uma mãe', aproveitador, usurpador...", que foi beijado pelo PT em dois mandatos. O PT brigava pelo apoio do PMDB, segurava a mão de Temer em convenção, precisava da força desse PMDB "criminoso" no Brasil inteiro. Na urna existe a foto dela e a foto dele, existe o discurso dela em que diz que teria o melhor Vice-Presidente do mundo.

    Até quatro meses atrás, Temer era o articulador político dela, e sabem junto com quem? Com Padilha. Falava em nome dela, articulava para ela. Mas hoje "eles estão com medo da Operação Lava Jato", diziam aqui o Senador Lindbergh e a Senadora Vanessa. "Eles estão com medo da investigação da Lava Jato." Meu Deus, não seria o sujo falando do mal lavado? Estão com medo da investigação da Lava Jato por quê? No Governo de Temer existem seis ministros, assessores deles, que estão sendo investigados. Como eles sofrem de amnésia! Eles esqueceram de Edinho, esqueceram de Mercadante. E quem convive com o fantasma de Erenice Guerra tem moral para botar o dedo na cara de alguém? Quem convive com o fantasma de Nestor Cerveró, com o fantasma de Marcelo Odebrecht.... Mas, agora, "está aí a delação de Marcelo Odebrecht dizendo que deu dinheiro para o Temer, que deu dinheiro para o Padilha, que deu dinheiro..." Ei! Marcelo Odebrecht é o mesmo que disse que deu dinheiro para Dilma! Marcelo Odebrecht é o mesmo que disse que pagou Mister M. Marcelo Odebrecht é o mesmo que disse que deu dinheiro para o Lula, que deu dinheiro para o Instituto Lula, que deu dinheiro para a Fundação Lula, que deu dinheiro para os meninos de Lula - a traquinagem da casa de Lula.

    Nós não somos bestas, não! Que me desculpem os Senadores, mas nós vamos reagir a tudo isso, mostrando a verdade o tempo inteiro. Ora, se Temer cometeu crime.... Porque a delação não se dá no momento seguinte: a delação propõe a investigação. Quando a delação é homologada, então dá-se o processo investigativo, porque tem cheiro de verdade. Ora, se a delação premiada vai pegar o Temer, vai pegar o Padilha - pau que dá em Chico dá em Francisco -, que pegue! Que pegue! Quem cometeu crime responda pelos seus! Mas, falar em delação? Eles esquecem de Delcídio do Amaral. A delação da Odebrecht, agora, fala até do Sr. Palocci, que estava tão quietinho, escondido, não é, Sr. Palocci? Todos os ministros da Casa Civil de Dilma, de "fralda cheia", alguns presos já, condenados... No caso do José Dirceu é prisão perpétua, porque, com a idade que ele tem e com a cana que ele tomou, ele não sai mais. Tudo isso para querer justificar os crimes que Dilma cometeu?

    Com todo o respeito, agora cito o Senador Humberto Costa, meu amigo. Ele disse: "Olha, ela vai voltar - ela vai voltar! - e vai fazer um plebiscito."

    O País quebrado, ferrado e ainda vai gastar dinheiro com plebiscito para o povo saber se quer Dilma ou não quer Dilma? Você está ouvindo, Fraga? É caso de polícia? Será? Um plebiscito para saber se quer ou se não quer, Ronaldo Caiado. Com fé em Deus ela vai voltar. Vamos fazer um plebiscito! Ela vai voltar para poder comandar um processo eleitoral.

    Com todo o respeito aos meus colegas da Bancada do PT, o povo do Brasil - não estou falando dos militantes de vocês, que são sustentados com dinheiro público e durante 13 anos vocês irrigaram a caixinha deles; não estou falando deles, mas do povo do Brasil -, não acredita numa vírgula do que Dilma fala. E sabem que, na rua, eu até defendo vocês? Porque o povo tomou abuso de vocês; tomou abuso de vocês! Por isso eu me compungi e vim à tribuna hoje à tarde: porque precisava falar essas coisas.

    Quando eu fiz uma postagem, no dia da abertura das nossas Olimpíadas, ao lado da televisão - empolgado com o povo brasileiro, desejando boa sorte aos nossos atletas, Senador Paim, que se sacrificam durante quatro, cinco anos, se preparando para este momento, desejando boa sorte, alegria ao nosso povo -, aí entrou um monte de petistas. E quando você vai olhar o perfil dos caras, eles estão com uma indústria de Twitter agora. Eles não têm coragem de botar foto; eles inventam nomes. Aí você olha o perfil e o cara tem dois seguidores, um, três. O último que eu vi foi hilário e muito bacana: o cara tinha 171 seguidores e o número que ele seguia era 171 também. Não sei se foi sorte minha ou azar dele. Eu só botei uma risadinha e disse: "Tchau, viúva do PT! Prepare-se para levar marmita na cadeia para os seus líderes".

    Eu quero pedir ao Brasil que não se esqueça destas coisas: são quase 13 milhões de desempregados, 300 desempregados por hora. 

    E quero encerrar falando sobre a postagem do Caetano Veloso. É um artista brasileiro. Não o conheço pessoalmente; não o desrespeito. Respeito-o porque é meu dever. Aliás, a regra da boa convivência é respeito.

    O Sr. Hélio José (PMDB - DF) - Meu nobre Senador ...

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Já vou dar a V. Exª um aparte.

    A regra da boa convivência é o respeito. Se eu quero respeito, tenho que dar respeito. Não é assim que acontece? É assim. Então eu o respeito. Ele posou lá num camarim, ele que ia aparecer na festa. Mas como sabia que havia lá imprensa do mundo inteiro - eles querem dar Ibope no mundo inteiro -, "Fora Temer"!

    Eu fico me lembrando e perguntei à Senadora Vanessa, em seu discurso: "Qual de nós dois tem amnésia, eu ou a senhora?" Porque eu queria lembrar a ela a abertura da Copa. Mas hoje eu quero lembrar ao Brasil, que não sofre de amnésia. Eu me lembrei de quando o Caetano Veloso - Ronaldo, você lembra? - chamou Lula de analfabeto, disse que o Brasil não merecia um presidente analfabeto; eles reagiram, ele virou o capeta do mundo. Aí Dona Canô, a mãe dele, veio a público e pediu até desculpas ao Lula. Lembra disso? Lembra que ele falou que Lula era um despreparado, um analfabeto? Não, não porque é analfabeto, é porque é despreparado. Há muito analfabeto preparado e há muito analfabeto honesto, e há muito analfabeto que é preparado e é sabido e desonesto. É esse aí que está sendo investigado pela Lava Jato. É esse aí que foi à ONU. E eu acho que ir à ONU foi o melhor caminho que ele fez. Agora, nisso aqui eu quero dar razão a ele: o Lula fez certo de ter ido à Comissão de Direitos Humanos da ONU.

    Ele não poderia ter feito desse jeito, porque, depois que nós tomamos conhecimento, que o Brasil tomou conhecimento, que houve uma reunião em São Paulo, depois outra no Rio, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, em Brasília... De madrugada, numa reunião escondida, o Ministério Público, a Polícia Federal, o ministério público estadual de cada Estado, o Juiz Moro, o Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal Federal, todos os ministros e mais os Senadores se reuniram escondidos. Agora que estamos sabendo disso? O Brasil nem sabia que a gente se reuniu escondido de todo mundo assim. Uma reunião grande, mas a gente conseguiu esconder.

    E nós todos juntos - vou lembrar de novo: Ministério Público Federal, Polícia Federal, Supremo Tribunal Federal, ministérios públicos estaduais, Polícia Civil, a classe política, Ronaldo Caiado, eu, Ataídes -, todos nós nos reunimos escondido e bolamos esse golpe, tramamos para perseguir o Lula e a Dilma, "Vamos todos persegui-los!" O Lula descobriu isso e foi à ONU pedir para investigar essa trama de perseguição política. Lula, me respeita, Lula! Respeita o Brasil, Lula. Morde aqui para ver se sai leite. Morde! Se o cara está me tirando para doido, certamente está tirando também a Comissão de Direitos Humanos da ONU para doido!

    É isso, Brasil, o que estamos vivendo: essa brincadeira indecente, imoral. E o Brasil e o mundo não viram nada, porque nada do BNDES foi revelado ainda. O Brasil ainda não viu nada, porque nada dos fundos de pensão foi revelado ainda - até não foi revelado nada porque nada há lá nos fundos de pensão, acabou tudo!

    Então, eu tinha obrigação de vir à tribuna hoje...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - ... para poder enfrentar um discurso irresponsável, de frase de para-choque de caminhão, chavão de para-lama de caminhão: golpista, aproveitador - mas eles estavam de mão dada com o aproveitador golpista no processo eleitoral, se abraçando, indo a comício, viajando junto, fazendo junto.

    Deixa eu falar uma coisa: é muita coragem, porque todos eles que estão afastados do poder estão envolvidos na Lava Jato, mas nem todo mundo que está sendo investigado pela Lava Jato será condenado ou preso. Uma coisa é você dizer: "O cara falou que deu dinheiro para a campanha do cara". Mas a lei diz que você pode ir atrás de dinheiro de campanha, contanto que você dê o bônus para o cara e declare; não há problema nenhum. Condenados serão aqueles que foram acertar contrato, aqueles que foram discutir porcentagem de contrato e que foram pegos com o roubo na mão. Até aí, nada contra, mas ter um grupo de companheiros de partido, de companheiros de governo, de companheiros ideológicos que estão presos, condenados... Aliás, eu dizia, naquele último discurso meu, que o PT pode pedir música no Fantástico, porque tem três tesoureiros presos. E fica atacando os outros. Minha mãe dizia: "Meu filho, sabe por que macaco fica rindo de cotia?" "Nem sei." "Porque o macaco enrola o rabo, senta em cima e fica rindo do rabo da cotia, como se ele não tivesse". Assim faz o PT: enrola o rabo, senta em cima e fica tentando fazer com que as pessoas percebam que os outros têm rabo.

    Sr. Presidente, tenho certeza de que temos dez dias ainda para fazer esse tipo de enfrentamento, e o faremos mostrando: o Brasil sabe o que é pedalada fiscal, o Brasil compreende a pedalada fiscal. Ah, porque o delator falou em Temer, Mister M, o ilusionista João Santana, falou com todas as letras sobre Dilma; a mulher de Mister M também; o Marcelo Odebrecht também.

    Eu quero só saber se, depois do afastamento definitivo da Srª Dilma, quando ela perder o foro privilegiado, eu gostaria de ver a coragem dos Senadores em subir a esta tribuna para pedir desculpa à Nação pelas mentiras que contaram a respeito dessa senhora. Ninguém pode tapar o sol com a peneira. Se disser: "Houve avanços sociais". Tivemos, nos primeiros quatro anos do Lula. Eu era empolgado com aquilo tudo! Nós tivemos avanços na área de educação? Tivemos. O mais empolgado era eu, mas depois perceberam que eles tinham 55 milhões de famílias no Bolsa Família, que só tem porta de entrada, não tem de saída - era um curral, era um chiqueiro em que eles trancaram essas pessoas e disseram: "Agora, do ponto de vista eleitoral, não perdemos mais, porque 55 milhões de famílias botando três votos, um pelo outro, ninguém nos tira nunca mais".

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Daí, mostraram as unhas, mostraram as unhas, mostraram a dentição, fizeram um strip-tease moral em praça pública, como se não fosse haver reação dessa sociedade. Graças a Deus, o País reagiu. Nós jamais seremos Venezuela, nós não seremos Bolívia e, com todo o respeito, nós não seremos a Argentina da época dos Kirchners, mas esse País há de se levantar, Senador; esse País há de se erguer, sair da UTI, passar o pós-operatório e restabelecer ordem.

    O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco Social Democrata/PSDB - TO) - Senador Magno...

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Se restabelecermos a economia deste País para voltar a gerar emprego neste País, gerar dignidade, gerar honra para a sociedade brasileira...

    Ele me pediu primeiro e, em seguida, dou a V. Exª.

    O Sr. Hélio José (PMDB - DF) - Nobre Senador Magno Malta, eu, Senador Hélio José, quero dizer para você que o Brasil assistiu com grande alegria e com grande esperança a abertura...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Hélio José (PMDB - DF) - ... competência de nosso País em promover uma abertura tão linda que compusesse as várias tradições, o folclore do nosso País. E demonstrou que a gente está preparado para grandes eventos; não tivemos nenhum incidente. Ontem mesmo, às 22h, eu fui a um jogo aqui em Brasília e havia 70 mil pessoas no estádio. Entramos e saímos, não tenho notícia de nenhuma tragédia. Então, V. Exª tem plena razão de que o aplauso foi muito maior do que vaias, e vaias são normais quando há pessoas contra e pessoas a favor. Isso é normal, faz parte da democracia. Hoje mesmo eu falava com o Presidente Temer sobre as notícias importantes que o nosso Governo tem dado. Por exemplo, estou acabando de vir do Palácio do Planalto, da reunião daquela comissão das obras inacabadas, e o nosso Presidente deixou claro e esclarecido que as 1.519 obras que ficam no intervalo entre 500 mil e 10 milhões serão acabadas - independentemente da cor partidária de quem tenha iniciado e deixado paralisada a obra. Elas serão acabadas e serão acabadas sabe por que, Magno? Porque agora não dá mais para conviver com esse tipo de coisa, o Governo tem autoridade. Eu, por exemplo, fui vítima de chacota na semana passada porque eu tive uma indicação feita no Governo do PT - que fique bem claro, foi no Governo da Dilma a minha indicação à SPU do Distrito Federal - há oito meses, que só se concretizou agora. A máfia de uma "turminha dos contra" que tem lá dentro armou uma situação para tentar nos constranger, para impedir que o Governo, que está governando e governando bem, dando esperança para o nosso País, possa fazer o que tem que ser feito. Então, esse tipo de situação passou. É por isso que quando eu vejo, por exemplo, que o Presidente da República vai retomar... Para você ter uma ideia, Magno, eu e você que somos da área social, só de creche são 375 totalmente paralisadas - que foram iniciadas, com mais de 60%, e estão lá entregues às baratas - que o nosso Presidente da República vai concluir, independentemente de em que cidade tenha sido essa obra. Então, hoje vai totalizar isso: 1,8 bilhão. Existe um rol de obras com prioridade para conclusão. Isso tudo demonstra o quanto você está certo, o quanto nós estamos certos, e que não adianta nós ficarmos nesta guerra suicida aqui. O voto seu, o voto meu, o voto nosso, o voto de quem quer o melhor para o País vai ser dado de uma forma tranquila e sem pressão. Então, quer dizer, todos nós temos direito a ter nossa opinião. E eu coloco aqui que eu só queria colaborar com V. Exª, que a presença, para mim emocionante, do Paulinho da Viola cantando o Hino Nacional, a presença do próprio Gil, que está adoentado - você sabe disso -, junto lá com a Anita, cantando a música bem popular no Brasil, de uma forma muito artística, nacional, do próprio Veloso, que cantou junto com ele, para mim, engrandeceu o nosso País e demonstrou que nós temos um apelo cultural muito grande e que nós temos solução. E a solução será dada neste novo momento. Então, eu quero parabenizar V. Exª, dizer que V. Exª está de parabéns pelo dito e falar que não adianta, o Brasil não vai ser paralisado por tentativa de constrangimento. Nós vamos sempre trabalhar pelo bem-estar geral, pela retomada das obras, pela retomada do emprego, pela retomada da esperança, porque nós temos que ter esperança sempre no amanhã melhor.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Hélio José (PMDB - DF) - Muito obrigado.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Muito obrigado, Senador.

    Senador Ataídes.

    O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco Social Democrata/PSDB - TO) - Senador Magno Malta, V. Exª sabe que tem toda a minha admiração. E o povo brasileiro também, hoje, Senador Magno, admira-o muito. Lá no meu Estado do Tocantins, onde eu ando, eles me perguntam se eu sou amigo do Senador Magno Malta. E, com muito orgulho, eu digo a eles sempre que você é meu amigo, que eu o admiro. Mas eu o admiro pelo seu conhecimento, pela sua coragem de ir a essa tribuna e, em qualquer lugar que V. Exª esteja, de falar a verdade, falar aquilo que você sente. Isso, Senador Magno, é qualidade de poucos. Então, eu quero parabenizá-lo e dizer, Senador, que a nossa vida, como é sabido,...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco Social Democrata/PSDB - TO) - ... a nossa vida é feita por escolhas e Deus é tão magnífico - e V. Exª é um conhecedor da palavra de Deus -, Ele é tão magnífico que nos dá o direito de escolha, de escolha - como também a nossa Constituição Federal, que dá o livre arbítrio para você ir, vir e permanecer, nos dá esse direito. E o povo brasileiro, Senador Magno, em 2002, acreditou no ex-Presidente Lula. O povo votou no Lula e o elegeu. Em 2010, o povo, mais uma vez, acreditou no ex-Presidente Lula e votou nesta criatura chamada Dilma Rousseff. Veja só: V. Exª colocou que o Presidente Lula trouxe para a classe C 3 milhões de famílias, mas, hoje, há mais de 5 mil famílias que voltaram não para as classes D e E, mas para a classe F. Eu não me esqueço de que, em março do ano passado, nessa mesma tribuna, Senador Magno, eu disse que a culpa de todo esse desastre moral, econômico e social era do Lula - era do Lula - e, no dia da admissibilidade do processo de impeachment, nessa mesma tribuna, eu disse que a Presidente Dilma será cassada. Eu até lamento ser cassada por esses dois crimezinhos tão comuns diante de crimes muito mais graves que ela cometera, como o caso, por exemplo, da indicação do Presidente Lula para a Casa Civil; o caso do Ministro Navarro para proteger o pessoal da Lava Jato. Eu queria que a Presidente Dilma estivesse sendo cassada por outros crimes, mas, como o diabo mora nos detalhes, ela está sendo cassada por esses dois crimes de pedalada e pela emissão indevida de créditos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional. A Dilma vai ser cassada. Agora, o ex-Presidente Lula, Senador Magno, que se prepare, porque a coisa, a cada dia que passa, fica mais feia para ele. Eu acho que o destino dele... Eu disse, em março de 2015, que o Lula poderia parar na Papuda, e parece que tudo está caminhando para isso. Mas o pior de tudo não é isto: não é o Lula pagar pelos seus crimes. Isso não é o pior. O pior é que o povo brasileiro está pagando um preço extremamente alto. Mas o País é magnífico. Nós temos políticos honestos, bons neste nosso País. Este País vai recuperar a sua economia, vai recuperar a sua credibilidade, e os empresários vão voltar a confiar no nosso País, vão voltar a acreditar, vão investir e vão gerar emprego e renda. Portanto, eu vejo que dias melhores virão e espero que, no fim deste mês, lá pelo dia 26, esse governo seja definitivamente extirpado do poder, para que nós possamos, então, começar uma nova história no nosso País. Mais uma vez, eu o parabenizo, Senador Magno Malta. Continue nessa sua linha firme, forte, sendo destemido, levando informações para o povo brasileiro da forma como vê e acredita. Minhas admirações, Senador!

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - Obrigado, Senador Ataídes. Muito obrigado! O aparte de V. Exª acrescenta e enriquece o meu pronunciamento.

    Para encerrar, Sr. Presidente, só duas coisas. Eu disse que gostei muito da abertura da Copa - da Copa, não; da Copa, não; não achei graça -, das Olimpíadas, mas, com todo respeito à artista Anitta, aquilo era lugar para Ivete Sangalo. Senti falta dela. Desculpe. Senti falta do Fundo de Quintal, senti falta de Almir Guineto, senti falta do Raça Negra, senti falta do Luiz Carlos, senti falta do Belo, senti falta do Alexandre Pires.

    Senti falta deles. Se cabia, a mim, não interessa. Estou dizendo que senti falta. Senti falta, com todo respeito à Anitta. Com todo respeito, não quero citar nome de ninguém, acho que, para mostrar o samba - Paulinho da Viola nos representou muito bem -, havia mais gente ali que ficou de fora assistindo...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - ... e, no fundo, lá dizendo: "Eu que deveria estar ali". Por mérito mesmo, pela contribuição ao samba deste País. Faltou Neguinho da Beija-Flor, não faltou? Faltou Neguinho da Beija-Flor. Mas está tudo bem, foi bonito e tal, só quero ressaltar isso, porque muita gente pensa, mas não tem coragem de falar.

    Então, quero encerrar dizendo o seguinte: eu disse aqui que eles montaram uma indústria de Twitter - enquanto a pessoa fala, é uma indústria - e vou fazer um cara famoso aqui. O nome dele é Ailton Lopes - abri enquanto você estava fazendo -, que escreveu sobre mim. Ele tem 62 seguidores - um sou eu, ele me segue. Não. Seguidores ele tem só 24, pouquinho; e ele segue 63, um sou eu. Ele escreveu: "Esse Senador precisa ter um tratamento." Eu, eu. Não preciso tomar Lexotan para dormir, não estou envolvido em crime nenhum. Quem tem que tomar Lexotan é Dilma, é Lula.

    "Precisa de um tratamento". "Tudo isso é inveja de Lula." Eu, com...

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - ... inveja do Lula! Mamãe, me acode! Já vou encerrar (Fora do microfone). Eu estou com inveja? Mamãe, me acode!

    "Tudo isso é inveja. Como pode querer defender esse Governo atual?" Olhe só que capacidade. O nome dele é Ailton Lopes. Vocês podem até segui-lo mais agora, pode até arrumar mais seguidores.

    "Lembre-se você de que quem sofre de amnésia..." Eu. "Até Jesus foi enganado pelos seus apóstolos". Pelos apóstolos? Não sabe que foi só por um, não é?

    "E Dilma também foi enganada por Temer. O mundo inteiro exalta o Bolsa Família, mas, para você, é um jogo de poder. É porque o Lula não te deu um Ministério." (Risos.)

    "Magno Malta..." Olhe os perfis aqui, todos são militantes pagos pelo PT. "Esse Senador que deu aparte para ele é louco" - o Ataídes. Ele só não achou que eu ia falar com você.

    Amigo, sou louco...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - ... mesmo, sou, porque, um dia, ajudei Lula a chegar ao Poder, defendi-o, e faço mea-culpa não, faço inteira. Sou louco mesmo, porque ajudei Dilma na primeira eleição dela e peço perdão ao povo do Brasil. Mas há mal que vem para bem: se eles não tivessem chegado ao Poder, não os conheceríamos, e os conhecemos.

    Viu, aí, a indústria de poder, a indústria de Twitter deles? É desse tipo aí. Então, vocês podem seguir esse menino, porque ele é de uma riqueza importantíssima.

    Encerro a minha fala, dizendo, Sr. Presidente, que, no final de semana próximo passado, Senador Wellington, estive em Porto Seguro, numa comunidade muito simples, de pessoas simples, e falei na noite de sábado, andei pelas ruas de Porto Seguro, andei pela avenida do útero do Brasil, vendo gente do Brasil inteiro, as pessoas mais simples, que se aproximavam e diziam: "Senador, essa mulher não pode voltar." Fico rindo, porque eles dizem que são as elites que não os querem.

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) - As elites estão com problema, porque estão na cadeia. São amigas deles, e estão na cadeia.

    As pessoas mais simples. Chego hoje ao Senado, o ascensorista olha para mim e fala: "Como é que vai ser amanhã? Não volta não, não é?"

    O ascensorista, que deve ser um homem milionário, que mora no Lago Sul, dirigindo esse BMW, que é um elevador, para cima e para baixo, falou-me: "Ela não volta, não é?" Fiquei assustado, porque ele é milionário, não é? É assim que o Brasil está fazendo, as pessoas mais simples deste País estão preocupadas. Mas dou minha palavra a vocês de que ela vai voltar, mas vai voltar - reafirmo o que disse no mês passado - para Porto Alegre.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2016 - Página 31