Pela Liderança durante a 122ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogio à abertura dos Jogos Olímpicos e comentário sobre a importância da realização e do sucesso do evento para o país.

Registro de reunião com participação da oradora, do Presidente interino Michel Temer e do Ministro do Planejamento, Dyogo Henrique, a fim de debater a continuidade de obras inacabadas, com ênfase na importância da conclusão das creches.

Comentários acerca da sessão de pronúncia no processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

Autor
Rose de Freitas (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Rosilda de Freitas
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
DESPORTO E LAZER:
  • Elogio à abertura dos Jogos Olímpicos e comentário sobre a importância da realização e do sucesso do evento para o país.
GOVERNO FEDERAL:
  • Registro de reunião com participação da oradora, do Presidente interino Michel Temer e do Ministro do Planejamento, Dyogo Henrique, a fim de debater a continuidade de obras inacabadas, com ênfase na importância da conclusão das creches.
GOVERNO FEDERAL:
  • Comentários acerca da sessão de pronúncia no processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2016 - Página 46
Assuntos
Outros > DESPORTO E LAZER
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • ELOGIO, ABERTURA, OLIMPIADAS, COMENTARIO, IMPORTANCIA, REALIZAÇÃO, EVENTO, BRASIL.
  • REGISTRO, REUNIÃO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INTERINO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO (MPOG), OBJETIVO, DEBATE, CONTINUAÇÃO, OBRA PUBLICA, ENFASE, IMPORTANCIA, CONCLUSÃO, CONSTRUÇÃO, CRECHE.
  • COMENTARIO, PROCESSO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

    A SRª ROSE DE FREITAS (PMDB - ES. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, agradeço a compreensão de V. Exª.

    Hoje, estamos mais felizes com uma medalha de ouro, mas venho a esta tribuna para registrar vários fatos. O primeiro que me faz como brasileira registrar aqui, Senador Paim, Presidente, é esta belíssima Olimpíada, o sentimento que permeia o Brasil inteiro. As pessoas que não tiveram acesso, não conseguiram adquirir o ingresso, ou não tiveram oportunidade de obtê-los a tempo, estão se aproximando do local dos eventos e das disputas para exatamente compartilhar. Que bom seria se todo o sentimento da Olimpíada estivesse presente em todos os momentos da nossa vida como Nação.

    Vimos derrotas, vimos disputas, mas não cabe lamentar em nenhum momento, Senador Paim - V. Exª, para mim, é um olímpico sempre nas suas grandes batalhas - não cabe registrar aqui, em qualquer momento, a derrota de quem quer que seja, mas me ocorre registrar esta vitória de hoje e também da Hypólito, no momento em que ela perdeu e olhou para a câmera e disse "desculpa", porque havia tido uma queda durante a sua competição. Aquele momento que registro aqui é o momento talvez que tivesse que ficar como exemplo para a classe política porque o Brasil vive todo dia competições. O povo brasileiro, todo dia, compete pelo direito de ter acesso ao hospital, a uma creche, à moradia, a um trabalho. Todos os dias! São muito justas aquelas palavras: "todos somos olímpicos", porque é assim que teremos capacidade de pegar um exemplo... O povo dizia que seria um fracasso, que não temos que ter Olimpíada, que vai quebrar o Brasil, fora o sentimento de registros em relação à seriedade com que foi construída tal obra ou não. Até que se provem os fatos, o que foi construído em torno desta Olimpíada é muito justo. Há falhas, mas é condizente com o evento, com a importância dele. Aos olhos do mundo, o Brasil brilhou. O Brasil brilhou.

    Não encontrei um brasileiro, uma brasileira, um estrangeiro com quem, por acaso, tivesse convivido momentaneamente que não estivesse dizendo o quanto o Brasil fez bonito, o quanto o Brasil mostrou do que é capaz. É esse sentimento, Sr. Presidente, que eu gostaria de arrestar para dentro do nosso País em todas as outras circunstâncias.

    Hoje tive uma reunião com o Senhor Presidente da República, ao lado do Ministro Dyogo, do Planejamento, em que se deu continuidade àquela reunião sobre as obras inacabadas. Do que estamos falando, afinal? Estamos falando do Brasil que teve lançamentos inúmeros, várias frentes de obras extremamente significativas para o desenvolvimento do País, para melhorar a infraestrutura, obras pelas quais os Estados esperavam, obras de que o País precisava, mas muitas delas não foram realizadas. Entramos nesse torvelinho.

    Não pensem que é tão fácil olhar a questão do impeachment e dizer que isso se acaba daqui a alguns dias. Essas sequelas ficam. Elas permanecem. Não é como você ir a uma Olimpíada, competir, perder ou ganhar, e depois criar um segundo momento. Nós estamos perdendo um tempo extremamente importante para o País, que realmente vai culminar em uma decisão até o final deste mês.

    Queria repetir aqui, com o meu sentimento de brasileira, o que disse ao Presidente: Presidente, ao priorizar esse cadastro de obras inacabadas, priorize a área social. Vimos muitas matérias mostrando mulheres que não podem se deslocar dos seus lares porque não têm onde deixar os seus filhos. Também homens, avós, irmãs, não têm onde deixar crianças e precisam desse suporte social para que a criança possa ter uma creche, como um amparo à infância.

    É engraçado porque, às vezes, falamos da creche como se fosse um privilégio alguém ter uma creche próxima para dar sustentação à sua família, para dar uma infraestrutura social para que a sua família possa continuar trabalhando, lutando pela vida. Na verdade, a creche faz parte das exigências e do compromisso que este País tem com as famílias, com a sociedade. É muito importante que nós tenhamos preocupação em saber onde se localiza a criança em sua primeira infância. Onde ela fica? Para onde ela vai? Quem toma conta dela? São passos importantes para a formação dessa criança depois que ela for para a escola e tiver acesso à alfabetização, aos estudos. Então, não é difícil que seja uma discussão que todos acompanhem. Não sei se as pessoas que aqui estão, na mesa, são casadas, se têm filhos pequenos, mas sabem da importância que tem, para uma mãe que sai para trabalhar, saber onde deixa o seu filho e o que ele aprende durante esse tempo. Saber se essas crianças são acompanhadas é a primeira etapa da formação de uma criança, que precisa estar estruturada dentre de casa e dentro de uma escola. A escola é a outra parte da educação e da formação das nossas crianças no Brasil.

    Então, quero dizer que fiquei feliz ao ver que lá, no elenco das obras inacabadas, das obras que precisam ser priorizadas - cerca de 1.500 obras - havia 375 creches aprovadas, que têm recursos empenhados, obras iniciadas e que não foram adiante. Parece tão pequeno, diante do Brasil - com cerca de 5 mil Municípios -, a gente falar em 375 creches. Serão 375 comunidades, cidades, distritos, vilas, que terão uma creche para a qual a mãe, pela mão, conduz a sua criança, deixa-a ali, volta para pegá-la, e vai com a cabeça preparada para o trabalho.

    Nós ficamos muito pobres. Nós ficamos muito pobres. Se você pensar que, de 6 mil creches, apenas 1,2 mil creches foram construídas, e as restantes... Seis mil não era uma meta ambiciosa, era para atender a demanda que estava posta na sociedade. Eu vi que o Presidente se preocupava com isso.

    Todo dia no Bom Dia Brasil, nos programas espalhados pelas redes, são mostradas as dificuldades que as mães têm, a necessidade de abandonar o emprego e procurar um jeito de trabalhar em casa para não serem afastadas dos seus filhos. É o mínimo que um país pode oferecer.

    Então, o Presidente, continuando a reunião anteriormente realizada sobre as obras inacabadas no Brasil, elencou em torno de R$500 a R$10 milhões para 1,5 mil obras, que serão imediatamente recomeçadas.

    Eu digo que nós tivemos a oportunidade de conviver com histórias de grandes líderes políticos deste mundo inteiro, que fizeram grandes feitos. Hoje no Brasil o grande feito é olhar com sensibilidade para a população brasileira, reconhecer os seus problemas, a sua agrura de não ter um emprego para disputar, as dívidas que estão aí, as obras que estão sendo consumidas pelo tempo e o prejuízo que tudo isso traz.

    Nós aqui na Casa estamos ainda... Diziam-me, um ex-Senador e um ex-Governador, hoje dentro do avião: "Seria possível fazer um projeto para reduzir o tempo em que se faz o impeachment dentro de um País do tamanho do nosso?" Na hora a minha intenção foi dizer que é muito difícil o impeachment. Não existe uma decisão sobre esse assunto, para qualquer lado que seja, que não deixe sequelas na população brasileira. É muito difícil! Não há quem não sinta - os que querem o impeachment e brigam por ele - que, neste momento, o balanço na nossa Constituição, na nossa instituição democrática se deu ao ponto de mexer com todas as nossas emoções.

    Não vai se dizer, Presidente, nem o Deputado ou o Senador Paim, que amanhã nós estaremos nesse debate, em que haverá a pronúncia na questão do impeachment, festejando porque o fim se aproxima. Estamos todos doídos, estamos todos com uma agonia de que algo muito grave e muito errado aconteceu com o Brasil.

    Não quero julgar o mérito - eu já falei demais sobre essa questão de pedalada -, mas digo que nós - o País - precisamos melhorar, nós precisamos encontrar uma saída para que, acontecendo novamente - Deus queira que não possamos errar de tal forma a ter repetido um episódio dessa natureza -, nós não tenhamos que sofrer mais do que sofremos durante esse período.

    É um sofrimento que não acaba. A cada momento, a pergunta: fica ou sai? Vai mudar o quadro ou permanece? A tendência que está posta será a mesma amanhã? Eu só sei dizer que o que estamos construindo para depois tem que trazer a boa esperança, o bom sentimento, mas esta Casa tem que consolidar isso com práticas efetivas.

    Hoje, na reunião do Colégio de Líderes, um Líder me perguntou: "Escuta, nós precisamos saber se haverá votação". Nós precisamos votar. Nós precisamos votar, a despeito do sentimento olímpico que toma conta do País, das grandes alegrias que tudo pode nos trazer só por competir, só por estar de braços abertos recebendo o mundo aqui e só por tudo estar saindo tão bem, só por ver o orgulho do brasileiro de ver o seu País abrilhantar-se, porque todos tinham uma expectativa muito grande na abertura desta que pode ir, sim, para o registro das grandes e belas aberturas de uma competição mundial das Olimpíadas.

    Quero deixar aqui o meu... Não sou louca pelo trabalho, mas me dedico a ele. Ninguém me obrigou a ser Senadora ou Deputada, mas se eu vim para esta tarefa, vim com o objetivo e a representação que me foi delegada de brigar pelo meu País. Ninguém tem o direito agora de querer que haja mais um ponto facultativo para esse ou aquele jogo, para que nós possamos então, deixar de votar as matérias que são importantes.

    Senador Paim, às vezes nós estamos votando a LDO, não terminamos a sessão, porque faltaram três destaques, não terminamos a votação. Temos o PLN 5, extremamente importante, que é o pagamento dos juros, aqueles compromissos anteriores que a Presidente não conseguiu concluir; temos também o PLN 8; e temos várias MPs que são necessárias para complementação e suplementação de recurso em várias áreas, para que possam ser pagas as obras que não possam continuar paradas e acelerar um pouco mais o nosso crescimento.

    Então, eu venho aqui apenas registrar o momento alegre das Olimpíadas. Já fiz um aparte ao Senador Caiado registrando a tristeza desse momento, da perda do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, exemplo notório da dedicação de um profissional dessa envergadura. Venho aqui para dizer assim, lembrando o velho Ulysses na mesa: vamos votar, vamos votar, vamos votar. Nós precisamos votar para que, apesar do interregno hoje da interinidade em que se encontra esse processo presidencial... Nós precisamos. O Presidente procura tomar as decisões mais acertadas, mais responsáveis e coerentes, como dar continuidade a 1.500 obras e concluí-las até o ano de 2017, 2018 e dizer para o Brasil: "Olha só, esse é um dever de casa que eu estou fazendo, na falta de quem o fizesse anteriormente." O Brasil precisa disso, mas precisa muito do Congresso Nacional, precisa extremamente do Congresso Nacional. Sinto a disposição de muitos, a maioria, de trabalhar e festejar as Olimpíadas nos intervalos das nossas discussões e posições.

    Muito obrigada, Senador Paim. Quero aqui, encerrando as minhas palavras, dizer a V. Exª que, quando V. Exª diz assim: "As mulheres têm preferência", numa referência gentil, sempre cordial, que V. Exª sempre faz a todas nós, ainda sinto na história política da minha vida que há momentos em que essas diferenças que tentamos tanto superar ainda se fazem presentes - até na concessão da palavra da Liderança à qual tenho direito, como qualquer outro cidadão. O Senador Caiado falou como Líder, o outro falou como Líder, mas, quando chega na hora de eu falar como Líder, colocam mais um, porque posso esperar. Eu posso esperar sempre, mas espero que a igualdade seja sempre exercida todo dia e toda hora.

    Sr. Presidente, muito obrigada pela compreensão de V. Exª.

    O SR. PRESIDENTE (Cidinho Santos. Bloco Moderador/PR - MT) - Obrigado, Senadora Rose. Parabéns pelas palavras sobre as obras inacabadas; a senhora liderou a reunião hoje junto com o Presidente Michel. E tenho certeza de que se tratou lá não só das creches, mas também da conclusão das obras das casas do Minha Casa, Minha Vida, porque são inúmeras casas que existem hoje com 90%, 95% prontas, a serem concluídas, e várias famílias aguardando a oportunidade para mudar, para ter um teto próprio.

    Dando sequência, com a palavra o Senador Paulo Paim.

A SRª ROSE DE FREITAS (PMDB - ES.) - Se V. Exª me permitir, só esclarecendo que, talvez, pela condição do meu gênero, eu tenha dado ênfase à questão do trabalho da mulher. São 1.500 obras de todas as matizes, de todos os gêneros, que já foram priorizadas na primeira lista - outras virão -, de R$500 a R$10 milhões, que são inconclusas, cujos recursos já estão disponíveis para que isso aconteça. Não houve diferenciação.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2016 - Página 46