Discurso durante a 132ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca da 31ª Olímpiada, realizada no Rio de Janeiro, entre 5 e 21 de agosto de 2016.

Autor
Fátima Bezerra (PT - Partido dos Trabalhadores/RN)
Nome completo: Maria de Fátima Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESPORTO E LAZER:
  • Considerações acerca da 31ª Olímpiada, realizada no Rio de Janeiro, entre 5 e 21 de agosto de 2016.
Publicação
Publicação no DSF de 25/08/2016 - Página 99
Assunto
Outros > DESPORTO E LAZER
Indexação
  • ANALISE, REALIZAÇÃO, OLIMPIADAS, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, RIO DE JANEIRO (RJ).

     A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores e Senadoras, depois de 17 dias de muitas emoções e de muitas alegrias, o mundo se despede do Rio e dos Jogos Olímpicos. Nem São Pedro segurou suas lágrimas. Foram dias de muitas superações de nossos atletas, que trouxeram para casa brilhantes resultados. Nós obtivemos 19 medalhas, distribuídas em 7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes. Este resultado deixou o Brasil na 13º colocação do quadro geral de medalhas e primeiro no quadro geral da América Latina. Na última olimpíada, em Londres, em 2012, nós ficamos na 22º colocação e tivemos 17 medalhas. Portanto, este resultado é um marco para o país pelo tamanho da competição. Países como China, Coreia do Sul, Itália, Hungria, Cuba e República Tche- ca caíram no quadro geral de medalhas de ouro, em comparação com os resultados de Londres. Isto reflete a complexidade e grau da competição.

    Boa parte dos resultados do país, Srs. Senadores, aconteceram por dois motivos, pelos investimentos dos governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff no esporte brasileiro, e pelo apoio da torcida, que de fato era um outro jogador (a) no campo, na quadra, no tatame ou na piscina.

    No ano de 2005, Sr. Presidente, nós criamos o programa Bolsa Atleta, que garante condições mínimas para que nossos atletas se dediquem, com exclusividade ao treinamento e competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paraolímpicas. Desde 2011, aumentamos os investimentos no progra- ma. Na olimpíada de Londres, houve um investimento de R$ 41,8 milhões, em 2.700 atletas. Já na olimpíada do RIO, investimos mais de R$ 61,6 milhões, em 4.200 atletas. Em uma década, completada em 2015, o programa investiu R$ 600 milhões, permitindo a cerca de 17 mil atletas se dedicarem aos treinamentos de alto nível. Nos primeiros 10 anos, o programa concedeu mais de 43 mil bolsas e, neste ano, são 6.152 atletas contemplados com investimento de R$ 80 milhões.

    Também tivemos a criação dos programas Segundo Tempo e Bolsa Pódio, este último em 2012. O pro- grama Bolsa Pódio é a categoria mais alta do Bolsa Atleta e é destinada a esportistas com chances de medalhas em Jogos Olímpicos. O programa remunera os atletas com bolsa entre R$ 5 mil a R$ 15 mil e tem custo anual aos cofres públicos de R$ 28 milhões/ano. Além disso, nós contamos com o apoio das Estatais, como Petrobras e Correios, e criamos, em 2008, o Programa de Alto Rendimento, do Ministério da Defesa. O programa oferece uma remuneração de R$ 3,2 mil aos atletas e tem um investimento do governo federal de R$ 18 milhões/ano.

    Outro investimento do governo federal e do Comitê Olímpico Brasileiros foram nos Jogos Escolares da Juventude - maior evento esportivo estudantil do Brasil. Da delegação composta por 465 atletas do Time Bra- sil nos Jogos Olímpicos Rio 2016, nós tivemos 51 atletas que saíram dos jogos. Somente no atletismo, o Bra- sil contou com 19 atletas com passagem pelos Jogos Escolares da Juventude. Na natação, dez dos 33 atletas convocados já disputaram a competição estudantil, além de cinco dos 14 do judô. Basquete, ginástica rítmica, handebol, taekwondo e tênis de mesa são as outras modalidades que contaram com atletas dos jogos.

    Todos esses esforços podem ser resumidos em uma única frase: 100% dos atletas que obtiveram meda- lhas, são apoiados pelo governo federal e, os investimentos nos últimos anos tem dado resultados para o país. Dos 465 esportistas do Time Brasil, 358 (cerca de 77%) recebem Bolsa Atleta e Bolsa Pódio, programas criados pelo meu partido.

    Eu fico muito feliz, Sr. Presidente, em ver esses resultados e ver que nossos programas de governo têm dado certo para o país. O Brasil melhorou seu desempenho em 29 modalidades, manteve os mesmos resulta- dos em 3 e não foi muito bem em apenas 7, das 42 modalidades disputadas nos jogos. Também disputamos 71 finais, quase duas vezes a mais que em Londres, quando disputamos apenas 36. Ainda tivemos 23 moda- lidades entre as oito melhores do mundo. Ao todo foram 306 provas disputadas nos Jogos Olímpicos, sendo 136 disputadas por mulheres, 161 por homens e 9 mistas.

    Também não podemos esquecer de mencionar o aumento da participação de mulheres nos jogos olímpi- cos. No Rio, tivemos 5.156 mulheres, de 11.428 atletas de 206 países. Se nós compararmos a Olimpíada na Cidade Maravilhosa com a Olimpíada de Moscou, onde iniciou um aumento expressivo da participação feminina nos jogos, podemos concluir que houve um aumento de 359%, ou seja, triplicou o número de mulheres nos jogos.

    Também não podemos deixar de mencionar os 85 mil homens, que garantiram a segurança dos atletas, dos turistas e dos moradores da Cidade Maravilhosa, os quase 30 mil voluntários, que trabalharam com muito amor e zelo para a realização dos jogos.

Muitas imagens dos jogos, Srs. Senadores e Senadoras, ficaram em nossas mentes, como da fundista da Nova Zelândia Nikki Hamblin, que foi agraciada com a medalha de Fair Play esportivo do COI (Comitê Olímpico Internacional) por sua atitude ao ajudar Abbey D’Agostino, dos EUA, depois de uma queda da adversária em prova dos 5 mil metros. Do britânico Mo Farah, que tropeçou, levantou e levou a medalha de ouro, na pro va dos 10.000 metros. Do mergulho de Shaunae Miller, de Bahamas, que ganhou a medalha de ouro, nos 400 metros rasos, e evitou que a americana Allyson Felix se tornasse a primeira mulher com 5 ouros no atletismo.

    Da nossa judoca Rafaela Silva, que foi vítima de preconceito e garantiu a medalha de ouro. Do nosso baiano, Isaquias Queiroz, primeiro brasileiro com 3 medalhas em olimpíadas. Do nosso Maicon Andrade, que com uma história de vida impressionante, assim como milhares de brasileiros, superou as dificuldades e tor- nou-se medalhista nos jogos. Ele era servente de pedreiro de segunda a sexta e garçom aos sábados. Só aos domingos treinava taekwondo. E claro, das lendas do esporte Usain Bolt, do nadador Michael Phelps e da gi- nasta Simone Biles.

    De fato, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vão deixar saudades. Saímos de alma lavada e mostramos ao mundo que um país da américa latina pode ser sede dos jogos. Com um custo baixo, se compararmos os investimentos feitos nas outras cidades sede da olimpíada. O Brasil também tem dado exemplo para Tóquio, próxima cidade sede dos jogos. Tóquio quer “arenas simples” em 2020 e pretende usar o modelo adotado pelo Rio de Janeiro.

    Portanto, Sr. Presidente, podemos afirmar que o Brasil fez bonito! Fez um gol na gaveta, como dizem na linguagem do futebol!

    E não sou eu quem está falando isto. O jornal britânico Financial Times, afirmou que os Jogos do Rio “superaram muito as expectativas em casa e no exterior”. Já o jornal “Clarín”, na Argentina, declarou que o “Rio encerrou os primeiros Jogos da América do Sul com uma festa histórica”.

    Sr. Presidente, não podemos jamais deixar de reconhecer o papel do presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff nos jogos. Se coube a Lula a defesa e o papel decisivo para que o Brasil fosse o país escolhido para a realização das Olimpíadas, coube à presidenta Dilma e toda a sua equipe de governo, que tiveram o mérito, de forma incansável, de trabalhar para organizar a viabilizar as Olimpíadas na cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. Nós esperamos que os incentivos ao esporte brasileiro e aos nossos atletas continuem, para que em 2020, em Tóquio, tenhamos mais e mais recordes.

Muita Obrigada! Senadora Fátima Bezerra

OLIMPÍADAS EM NÚMEROS

-     465 Esportistas do Time Brasil

-     358 recebem Bolsa Atleta e Bolsa Pódio, criado pela presidente Lula e pela presidenta Dilma.

-     100% dos atletas que obtiveram medalhas, são apoiados pelo governo federal.

-     Melhor desempenho em 29 modalidades, de 42 modalidades.

-     75 finais, duas vezes a mais que em Londres.

-     23 modalidades ficamos entre os oito melhores do mundo.

-     306 provas disputadas - 136 disputadas por mulheres, 161 por homens e 9 mistas.

-     5.156 Mulheres, de 11.428 atletas de 206 países.

-     78 países medalhistas

-     85 mil homens garantindo a segurança dos jogos

-     32 Arenas Construídas

-     3 bilhões de espectadores na cerimônia de abertura

-     30 Mil Voluntários

-     Investimento de 39 bilhões (44% público e 56% privado)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/08/2016 - Página 99