Comunicação inadiável durante a 137ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Alerta para a depressão e a quantidade de suicídios no País, com ênfase no Distrito Federal, e defesa de medidas preventivas.

Autor
Hélio José (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Alerta para a depressão e a quantidade de suicídios no País, com ênfase no Distrito Federal, e defesa de medidas preventivas.
Publicação
Publicação no DSF de 13/09/2016 - Página 38
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • APREENSÃO, AUMENTO, INDICE, SUICIDIO, MOTIVO, DOENÇA MENTAL, PSIQUIATRIA, ENFASE, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), NECESSIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO, CAMPANHA NACIONAL, DEFESA, APOIO, GOVERNO, SOCIEDADE, TRATAMENTO, PROBLEMA.

    O SR. HÉLIO JOSÉ (PMDB - DF. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Meu nobre Presidente, Senador Paulo Bauer, senhoras e senhores ouvintes da TV e Rádio Senado, Srªs e Srs. Senadores presentes nesta sessão, meu nobre Senador Deca, com quem conversei nesse momento, empresário da Paraíba estreando no nosso Plenário. Seja muito bem-vindo. Sua simpatia nos cativa, muito bacana.

    Vou falar aqui hoje, nobre Presidente, sobre um assunto muito importante, que é o Setembro Amarelo e as políticas de prevenção, nobre Senador Deca, do suicídio, um mal que assola e preocupa a todos nós e a toda a sociedade brasileira, principalmente nas grandes cidades, aonde temos assistido diuturnamente uma tragédia acontecer em uma família ou outra, principalmente com a grave crise da depressão, que toma conta de muitas pessoas de forma invisível.

    Estamos no mês de setembro e há todo um movimento chamado Setembro Amarelo, que me traz a esta tribuna para falar, nobre Presidente, Senador Paulo Bauer, sobre essa importante situação que preocupa a todos nós, que é a possibilidade de uma pessoa chegar ao extremo do suicídio.

    Subo a esta tribuna hoje para tratar de um tema incômodo, mas absolutamente necessário: o suicídio.

    Todos nós já ouvimos algum relato trágico sobre alguém que tenha tirado a própria vida. Estamos todos mais ou menos próximos de alguma dessas histórias fatídicas. E o trauma aflige boa parte das famílias brasileiras. Paradoxalmente, contudo, pouco se fala sobre o assunto. Seja por vergonha, por decepção, por receio de que a tragédia ocorra novamente, seja até mesmo por superstição, o fato é que o tema não é comentado ou mesmo noticiado de forma séria, como deveria ser.

    Por exemplo, aqui em Brasília, nós temos um índice de suicídio muito grande nas Polícia Militar, nas forças de segurança e em outras carreiras públicas, por causa da decepção das pessoas. E muitas vezes isso nem é narrado.

    Essa postura, no meu ponto de vista, tem consequências nefastas. Isso porque os especialistas da área advertem: na maior parte das vezes, quem comete suicídio tem um histórico anterior de transtorno mental e dá sinais de que pode não aguentar o sofrimento e vir a se matar, a por cabo à vida. E é nesse espaço de tempo, Srªs e Srs. Senadores, que nós podemos agir. Família, sociedade, Estado, terceiro setor, todos devemos estar atentos para que possamos evitar novos casos de suicídio, nobre Presidente.

    Caros colegas, nobres Senadoras e nobres Senadores, a Organização Mundial da Saúde escolheu o mês de setembro para conscientizar a população sobre o tema e alertar todos sobre a importância das ações de prevenção desse mal que é o suicídio. É o Setembro Amarelo.

    Aqui no Brasil, a iniciativa é apoiada por diversas organizações, como o Centro de Valorização da Vida, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria. Aproveito esta oportunidade para somar meus esforços em favor das políticas do setor. E, sem dúvida, não falta espaço para quem mais quiser colaborar.

    Os dados são estarrecedores, nobre Senador Deca. A cada 40 segundos, para o senhor ter uma ideia, uma pessoa se mata no mundo. Em um dia, 30 tiram a própria vida no País. Aqui no Distrito Federal, são 10 tragédias como essa a cada mês.

    Olhe que nós estamos falando da capital do nosso País, nobre Senador Daciolo, o senhor que é também novato nesta Casa, vai ter uma passagem relâmpago por aqui e acabou de comentar que talvez esta semana tenha que voltar para a continuidade dos seus esforços lá no seu Estado.

    A coisa é muito grave, e nós temos que cuidar dessa questão. Isso sem contar os casos mascarados nas estatísticas, nebulosos, como, por exemplo, o suicídio de crianças e as mortes que parecem acidentais, mas são intencionais, lamentavelmente. Então, isso mascara bastante os dados reais.

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ (PMDB - DF) - Recentemente, dois casos chocaram a população brasileira. No mesmo dia, duas famílias foram devastadas em razão da frustração de seus pais por não poderem mais prover os seus filhos. A crise econômica que atravessamos hoje é, sim, motivo importante para o incremento nos casos de suicídio e devemos estar atentos a isso. Por isso estamos batalhando para superar a crise. Por isso votei pró-impeachment, confiando num novo País. Mas ela não é a única razão para tanto. A instabilidade financeira, explicam os psiquiatras, pode ser um desencadeador de doenças prévias, como a depressão, a bipolaridade e a psicose, que acabam levando, muitas vezes, ao suicídio.

    O remédio para essa verdadeira patologia social é reconhecer os primeiros sinais e oferecer mais apoio àqueles...

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ (PMDB - DF) - ...que ameaçam tirar a própria vida, nobre Presidente.

    O Ministério da Saúde alerta que são quatro os sentimentos principais das pessoas que pensam em se matar: a depressão, a desesperança, o desamparo e o desespero. E eu ainda coloco a falta de crença, a falta de fé, a falta de acreditar nas possibilidades.

    Caso se note alguém com algum desses sofrimentos, deve-se encaminhar a pessoa a uma unidade básica de saúde do SUS ou buscar o apoio de uma organização como o Centro de Valorização da Vida. O que não podemos mais é ter receio de tratar abertamente esse importante assunto que preocupa e assola a nossa sociedade brasileira.

    Quero solicitar formalmente a V. Exª, Sr. Presidente, e ao Presidente do Congresso Nacional...

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ (PMDB - DF) - ...e do Senado, Senador Renan Calheiros, para que se junte à OMS, Organização Mundial da Saúde, acendendo a luz amarela nas cúpulas do Congresso Nacional, em apoio ao Setembro Amarelo e à prevenção ao suicídio.

    Era isso que eu tinha para falar hoje, dar esse alerta do Setembro Amarelo, essa preocupação sobre o que tem que ser feito com essa importante situação do suicídio, que assola as pessoas e vem, invisivelmente, silenciosamente, causar essa tragédia.

    Muito obrigado, Excelência.

    Gostaria de que registrasse essa solicitação para colocarmos luz amarela nas cúpulas do Congresso, tanto da Câmara quanto do Senado Federal.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/09/2016 - Página 38