Discurso durante a 138ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de incidente envolvendo S. Exa. em aeronave da companhia Azul Linhas aéreas, ocorrido no aeroporto de Confins, em Minas Gerais.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO:
  • Registro de incidente envolvendo S. Exa. em aeronave da companhia Azul Linhas aéreas, ocorrido no aeroporto de Confins, em Minas Gerais.
Publicação
Publicação no DSF de 14/09/2016 - Página 42
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • REGISTRO, OCORRENCIA, AEROPORTO, MUNICIPIO, CONFINS (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), INTERVENÇÃO, POLICIA FEDERAL.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Sem revisão do orador.) - Senador, enquanto se processa a votação, quero só dar uma informação mais precisa aos meus companheiros.

    Ontem se veiculou uma notícia, Sr. Presidente, de que eu havia sido retirado de uma aeronave, em Minas Gerais, em Confins, pela Polícia Federal. Eu entrei na aeronave, recebendo o carinho do povo, de 99,9% de toda uma aeronave, tirando foto comigo, fazendo selfie. De repente, duas moças, sei lá se moças, se senhoras, começaram a gritar "golpista", as duas. E eu falei "petista". Elas se ofenderam. "Não, eu sou de esquerda, mas não sou petista." "Sim, mas a senhora está me chamando de golpista e, então, eu gostaria que a senhora me respeitasse, porque eu represento um Estado." "Golpista." "Golpista."

    E o povo da aeronave começou a se revoltar. De repente, o comandante, vendo aquele tumulto inteiro - elas gritando, e eu não dei atenção, até porque eu estava recebendo o apoio, o abraço do povo da aeronave inteira que faz coro com a posição que eu tomei pelo impeachment. Eu estava feliz da vida, embora ouvindo aquilo, mas eu estou calejado, eu estou escutando desde o começo, até porque é melhor ser chamado de golpista do que de ladrão -, chama a Polícia Federal para tirá-las e as tiraram. O delegado veio junto e eu fui com ele para a sala VIP da empresa, para não criar constrangimentos. Duas horas depois, fui embarcado.

    Não sei do resultado, mas recebi um telefonema do Presidente da Azul, pedindo desculpas. Não, o piloto está correto. Ele agiu certo em ter chamado a Polícia Federal, até porque os passageiros estavam indignados com o procedimento delas. Ele disse: "Quero confessar uma coisa para o senhor. Faço parte de um grupo de WhatsApp em que ouvimos os seus discursos todos os dias e quero lhe dar parabéns pela sua luta pelo Brasil."

    Há males que vêm para bem. Nós só sabemos o valor do desconforto no dia seguinte. E esse vídeo que eu gravei, inclusive mostrando as duas, era mais ou menos 20h de ontem - quer dizer, isso tem um pouco mais de doze horas -, tem 3 milhões de acessos de brasileiros, dizendo: "Que covardia, que covardia." E são pessoas que, como eu, ajudaram o governo Lula e o governo Dilma a chegar ao poder. Agora, as pessoas podem ter as suas posições e ser legitimamente respeitadas. E este momento requer isso, este momento não requer insuflação de ódio.

    Hoje eu vi um procedimento - e estou vendo V. Exª aí agora -, na CAE, da Senadora Gleisi, fazendo referência a um pedido do Líder do Governo para que fossem votadas algumas matérias relatadas pelo Senador Requião, e V. Exª dando preferência aqui, entendendo o Brasil. E V. Exª é daqueles que mais dizem que, se nós não nos unirmos, não tiraremos o Brasil dessa bancarrota em que ele está. Insuflação do ódio não nos levará a lugar algum.

    Tranquilizando os nossos companheiros, eu fui aplaudido, querido e tirei muita foto com o povo do Brasil que certamente tem o mesmo sentimento que eu e V. Exªs.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/09/2016 - Página 42