Pronunciamento de Vanessa Grazziotin em 08/09/2016
Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro de agressão da qual foi vítima, no aeroporto de Curitiba (PR), proveniente de um advogado integrante do Movimento Brasil Livre – MBL.
- Autor
- Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
- Nome completo: Vanessa Grazziotin
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SEGURANÇA PUBLICA:
- Registro de agressão da qual foi vítima, no aeroporto de Curitiba (PR), proveniente de um advogado integrante do Movimento Brasil Livre – MBL.
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/09/2016 - Página 22
- Assunto
- Outros > SEGURANÇA PUBLICA
- Indexação
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- REGISTRO, AGRESSÃO, VITIMA, ORADOR, LOCAL, AEROPORTO, MUNICIPIO, CURITIBA (PR), ESTADO DO PARANA (PR), PROCEDENCIA, ADVOGADO, COMPONENTE, GRUPO, MANIFESTAÇÃO, APOIO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Presidente.
Presidente, o comunicado que faço, neste momento, considero da mais extrema gravidade. No último dia 31, dia de uma votação histórica aqui, no plenário do Senado Federal, à noite eu já me dirigia ao aeroporto para fazer uma viagem para o interior do Paraná. Então, tomei o voo 3151, que saiu, em torno de 10 horas da noite, daqui de Brasília com destino à capital do Paraná, cidade de Curitiba. Chegando lá, com todos os passageiros prontos para o desembarque, Sr. Presidente, havia um entre esses passageiros que começou a tratar de forma muito desrespeitosa o conjunto de políticos brasileiros, dirigindo-se a mim diretamente.
Eu não manifestei qualquer tipo de reação que não fosse apenas a de registrar ali e solicitar mais respeito por parte do cidadão. Quando, Presidente Renan, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, eu percebi que com o telefone na mão eu poderia gravar aquela manifestação não apenas de desrespeito a mim, mas de desrespeito a qualquer ser humano, e assim o fiz. Com o celular que estava em minha mão, eu iniciei a gravação. Para minha surpresa, Presidente, quando iniciei a gravação, esse cidadão viu que eu estava iniciando uma gravação e se dirigiu a mim com violência extrema - V. Exª já teve a oportunidade de ver o vídeo - para arrancar das minhas mãos o telefone. Como eu não larguei o telefone, a agressão por parte dele foi muito pior.
O nome desse cidadão, Presidente, é Paulo Henrique da Rocha Loures Demchuk. É um advogado, segundo pesquisamos, um advogado inscrito formalmente na Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Estado do Paraná.
Esse senhor, segundo consta de notícias da internet, é um dos líderes do MBL, ou seja, Movimento Brasil Livre, que é aquele movimento que, todos sabem, trabalhou muito a favor da substituição da Senhora Presidenta da República. Além disso, também é um dos líderes de outro movimento, desta feita, movimento separatista O Sul é o Meu País.
Sr. Presidente, depois do acontecido, em que vários passageiros, não apenas me socorreram, mas se prontificaram a ser testemunhas minhas da agressão, eu me dirigi à tripulação, que, imediatamente, chamou a Polícia Federal para acompanhar o desembarque desse cidadão.
Hoje, Sr. Presidente, tomamos conhecimento de que ele já foi... No dia anterior ao fato ocorrido, ele teria sido denunciado pelo Ministério Público do Estado do Paraná também por uma ação de agressão a um colega, a um colega seu, advogado, que estava com sua esposa e seu filho de 10 meses de idade.
Sr. Presidente, quero dizer que já tomei todas as iniciativas, não como Parlamentar somente, mas como cidadã brasileira. Nós já constituímos advogado no Estado do Paraná. Vamos, possivelmente semana que vem, entrar com uma ação cível contra esse cidadão e fizemos ocorrência na Polícia do Senado Federal, Sr. Presidente, na Secretaria de Polícia do Senado Federal, Coordenação de Polícia de Investigação, que já está tomando as providências no sentido de encaminhar uma representação ao Ministério Público do Estado do Paraná, para que o Ministério Público o denuncie criminalmente.
Eu só quero, Sr. Presidente, lamentar o fato. Lamentar o fato não apenas por eu ser uma mulher, mas a falta de respeito que, infelizmente, alguns cidadãos brasileiros ainda insistem em proferir. Naquele avião havia algumas pessoas que estavam com ele, nitidamente deveriam ter vindo a Brasília para acompanhar essa importante decisão do Senado Federal, mas isso não lhes dá o direito de desrespeitar qualquer pessoa que seja, muito menos um Parlamentar, da forma agressiva como ele agiu.
Fiquei sabendo posteriormente, porque não fiquei em Curitiba. Fui fazer uma internação no interior do Paraná, mas fiquei sabendo, Presidente Renan, que ele concedeu várias entrevistas dizendo que... E defendendo a possibilidade de hostilizar políticos. Veja a grande diferença: manifestação de opinião não significa agressão com palavras; não significa acusações vazias e muito menos física, porque eu fui agredida fisicamente por esse senhor, que espero que pague, pague, com toda a força e determinação da Justiça brasileira.
Infelizmente, tive que ouvir lá que a tripulação apenas estava agindo porque se tratava de uma Senadora, que tem imunidade. Não! A legislação brasileira protege todas as cidadãs e os cidadãos. Não fosse eu uma Parlamentar, mas uma pessoa comum que tivesse sofrido a mesma forma de agressão verbal e física, a tripulação teria feito a mesma coisa. Inclusive, a Latam fez publicar uma nota, divulgou uma nota dizendo que tomou todas as providências para que o desembarque desse senhor se desse com o acompanhamento da Polícia Federal, em decorrência das suas atitudes dentro da própria aeronave.
Quero dizer, Sr. Presidente, que isso não vai me intimidar. Como tenho certeza, essas ações de agressão e de desrespeito não nos intimidarão. Pelo contrário, seguiremos cada vez mais fortes, com mais força, defendendo os nossos propósitos, os nossos objetivos e as nossas opiniões, Sr. Presidente.
Então, quero dizer a V. Exª que a Secretaria de Polícia do Senado Federal está tomando as providências para que esse caso não passe impune, porque a impunidade, como todos nós sabemos, é exatamente a maior amiga, a maior arma a favor da violência, que, infelizmente, nesse momento tão difícil por que passa o Brasil, se alastra.
Era esse o comunicado que teria a fazer, Sr. Presidente.
Muito obrigada.