Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariedade à Senadora Vanessa Grazziotin e ao Senador Cristovam Buarque por terem sofrido agressões devido a suas opiniões políticas.

Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Solidariedade à Senadora Vanessa Grazziotin e ao Senador Cristovam Buarque por terem sofrido agressões devido a suas opiniões políticas.
Publicação
Publicação no DSF de 09/09/2016 - Página 29
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, VANESSA GRAZZIOTIN, CRISTOVAM BUARQUE, SENADOR, VITIMA, AGRESSÃO, MOTIVO, DISCORDANCIA, ATIVIDADE POLITICA.

    A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente Renan Calheiros, Senador Humberto Costa, que tratou deste tema, eu queria, da mesma forma como os Senadores que me antecederam, fazer este registro de um gesto inaceitável, sob todos os aspectos, quanto mais não seja de que estamos vivendo em um País democrático, em um País solidário, em um País pacífico.

    Não é possível que, em qualquer lugar, uma praça pública, um supermercado, uma farmácia, m um restaurante, qualquer Senador ou qualquer cidadão ser agredido dessa forma, com palavras, com gestos, com atos e até com agressão física, que é a pior de todas. Às vezes, também uma palavra agressiva demais pode ferir tanto quanto um tapa no rosto. E isso é o mais grave neste momento.

    Eu também, hoje, ao usar a tribuna, manifestei a minha solidariedade ao Senador Cristovam Buarque, porque aqui, dentro do Senado, ele foi atacado injustamente, de uma maneira covarde e eu acho que desrespeitosa por estarmos na nossa Casa. Aqui é o Senado da República e é uma instituição que está cumprindo com o seu dever.

    Nós tivemos com a Senadora Vanessa, na Comissão Especial do Impeachment, momentos de muita tensão, mas cada uma de nós trabalhamos - eu disse isto no final dos nossos trabalhos - cumprindo o seu dever. Ela, com coragem, com destemor, com preparo, defendendo a ex-Presidente Dilma Rousseff; e eu, fazendo a minha parte, cada uma com a sua consciência tranquila e fazendo a defesa das suas convicções. E eu tenho orgulho de estar participando deste processo, que não é um processo agradável, em um julgamento que causou nem satisfação nem alegria, em que cada um teve que aqui não se omitir e cumprir com o seu dever.

    Hoje, pela madrugada, 300 pessoas do MST invadiram uma propriedade que até 2014 me pertencia, Senador Renan Calheiros. Ela foi invadida pelo MST. E disse lá a sua líder Júlia - ou codinome - que estavam fazendo aquela invasão.... E a propriedade é de novos proprietários que a adquiriram, mas a titulação só será dada em 2017 quando terminará o pagamento, porque foi feito em parcelas. As outras herdeiras, filhas do meu marido, também estão sofrendo, mas quem mais sofre são os novos proprietários, pessoas empreendedoras - família Frizzo - que estão lá trabalhando, gerando emprego e renda. Então, não é admissível que, por um ato político, invadiam uma propriedade privada, lesando ou cometendo um ato que não é de ação social, mas de puro vandalismo. Não é aceitável que, por eu ter votado a favor do impeachment, tenham feito essa invasão contra um grupo inocente que não tem nada a ver com as minhas ações e que pode até pensar de forma diferente do que eu.

    Eu quero manifestar novamente isso. Não temo essas agressões, mas elas não são adequadas. E, por essa razão, Senadora Vanessa, isso alimenta mais ainda esse sentimento contrário ao sistema. E não é isso o que nós queremos. Nós queremos ter é respeito entre as pessoas, assim como tivemos ao longo do tempo na Comissão Especial. Vários Senadores, também pelas redes sociais, receberam ameaças. Eu também recebi uma de um cidadão em Porto Alegre e pedi à Polícia do Senado, que está agindo já adequadamente. E eu penso que a sociedade brasileira está olhando e fiscalizando. Então, Senadora Vanessa, também a minha solidariedade exatamente por esse ato que é inaceitável do ponto de vista de uma agressão simplesmente por uma pessoa não concordar com a sua forma de pensar e com a sua forma de agir exercendo o seu mandato como Senadora eleita pelo Estado do Amazonas. Então, a minha solidariedade também à senhora.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/09/2016 - Página 29