Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Posicionamento contrário ao reajuste salarial de servidores públicos devido à conjuntura da economia brasileira.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Posicionamento contrário ao reajuste salarial de servidores públicos devido à conjuntura da economia brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 21/09/2016 - Página 34
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • DESAPROVAÇÃO, REAJUSTE, REMUNERAÇÃO, SERVIDOR, MOTIVO, CONJUNTURA ECONOMICA, ECONOMIA NACIONAL.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a sua palavra está tão informal, esta sessão, tão produtiva e tão sadia para a sociedade brasileira que nos ouve este tipo de debate, que penso que cabe. Penso que é necessária a reforma política urgentemente, mas, neste primeiro momento, ela passa a ser secundária, na minha visão, porque o primordial, o precípuo deste momento é resgatar a economia deste País. Não se pode conviver em um País que vai chegando a 13 milhões de desempregados, com 500 desempregados por hora, no fosso onde foi jogado o País.

    Eu fiz um discurso semana passada e quero reafirmar: é hora de todos nós entendermos, Sr. Presidente, a necessidade de tirarmos o Brasil do fosso e de olhar para ele, porque o Brasil não melhorou com Temer - o impeachment não fez o Brasil melhorar -, mas parou de piorar. O País parou de piorar. Se você ouve economistas, analistas do País e de fora do País, eles já falam de indicativos de melhora. Os olhos do mundo, que estavam turvos para nós, quase cegando, já começam a nos enxergar, já começam a ver uma silhueta diferente neste País. Por quê? Nós estamos vivendo um pós-operatório. O Brasil ainda é um doente em pós-operatório, precisando de cuidado de todo mundo.

    Então, não é hora de dar aumento para ninguém. Eu falo daqui. Não é hora da classe política, de Senador, de Deputado Federal pensar em angariar para si credibilidade, ou seja, popularidade, aplauso para o processo de 2018. Nós temos de ir para o desgaste todos juntos. Se não dar aumento para uma determinada categoria vai gerar desgaste, eu estou desgastado, porque eu não votarei aumento para ninguém aqui, muito menos para o Supremo, porque eu entendo que R$6 mil, R$7 mil não vão fazer Ministro nenhum do Supremo passar fome. E dar aumento para o Supremo hoje é cuspir na cara do desempregado do Brasil.

    Se nós não temos condição de dar para nenhuma categoria, não vamos dar. Amanhã, quando o doente ficar forte, fortalecido, o doente tiver condições de andar, o Brasil estiver fortalecido, com condições de dar aumento para todo mundo... Porque todo mundo merece aumento, o trabalhador merece aumento. Aliás, os trabalhadores do Brasil, as classes, os servidores públicos, Sr. Presidente, deste País, que semana passada foram achincalhados e desmoralizados pelo Sr. Lula, que disse que o pior ladrão da política é melhor do que qualquer servidor público - mas o povo não deve levar isso em consideração não, porque conversa de bêbado ninguém tem que levar em consideração; ele tem até que pedir perdão a Deus por essa idiotice que ele falou -, todo mundo merece aumento. Os servidores públicos merecem. Mas é hora do sacrifício de todo mundo. Dar aumento para o Supremo e não dar para outras categorias é escarrar na cara de quem precisa de aumento ou de quem precisa trabalhar, de quem está desonrado. São 13 milhões de desonrados; são 500 por dia.

    Então, nós precisamos recuperar a economia do País. Isso é precípuo, isso é primordial. De reforma política se precisa? Se precisa, mas é só a moldura. Neste momento, é só penduricalho. O essencial é recuperar a economia do País, e recuperar a economia do País requer sacrifício de todos nós.

    Por isso eu reitero que não votarei aumento para ninguém. Podem ficar com raiva de mim, podem falar que não gostam mais de mim, que tinham o maior amor por mim no impeachment, que eu era o cara e agora não sou mais o cara, podem falar o que quiserem. Eu não votarei aumento aqui, e muito menos para o Supremo. Eu sei que há muitos Senadores que querem votar para dar aumento para o Supremo, para fazer média com o Supremo, porque têm medo do Supremo. Mas na hora em que o Supremo for julgá-los, não vai lembrar de aumento nenhum, vai sentar o ferro. Entendeu?

    Eu não tenho medo. Estou dizendo aqui que aumento para o Supremo é cuspir na cara dos desempregados. Nós precisamos, neste momento, é recuperar a economia do Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/09/2016 - Página 34