Pela ordem durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogio aos Procuradores da República pela atuação na Operação Lava Jato.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Elogio aos Procuradores da República pela atuação na Operação Lava Jato.
Publicação
Publicação no DSF de 21/09/2016 - Página 36
Assunto
Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Indexação
  • ELOGIO, PROCURADOR DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, PROCURADORIA, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Gosto muito do povo de Santa Catarina, mas o povo do Espírito Santo não vai deixar que eu saia de lá!

    Muito obrigado.

    Deixe-me fazer um comentário e agradecer à Senadora Ana Amélia por essa nota lida agora, absolutamente importante, que explica ao Brasil que existem coisas que são primárias e só as deturpa quem não tem conhecimento do primário, de coisas primárias - não estou me referindo ao curso primário -, coisas simples, simplórias absolutamente.

    Ninguém prepara uma denúncia - o Ministério Público, quando faz uma investigação e faz a denúncia para que chegue à mão do juiz - sem que haja fundamentação. É preciso que haja fundamentação para que o juiz possa aceitar e, na falta de fundamentação, manda-se ao arquivo. Jamais aquilo que eles chamaram de pantomina, aquilo que eles chamaram de espetáculo de luzes...

    E não vi nada daquilo, até porque com uma figura da estatura de Golias, do tamanho do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva... Pelo menos é assim que ele e o seu time o julgam, como o intransponível, o invencível, o homem que descobriu o Brasil, que escreveu a carta ao rei de Portugal no lugar de Pero Vaz de Caminha, como se ele tivesse gritado "terra à vista". Aqui não havia nada antes de Lula, tudo foi ele que fez. Havia meia dúzia em volta dele batendo palmas, ele se empolgou e chamou os Procuradores de "meninos de Curitiba".

    Se o Brasil tivesse meia dúzia desses meninos ou seis meninos desses em cada Estado - e não diminuiu -, o Brasil seria outro. O problema do Brasil hoje é que há muitos meninos como os dois meninos de Lula, que ficaram ricos muito facilmente. Esse tipo de menino é pernóstico ao País, mas os meninos de Curitiba, não. Os meninos de Curitiba fazem muito bem.

    E quero dizer ao Dr. Deltan e aos outros Procuradores, aos jovens de Curitiba: quando eles chamam vocês de "meninos", não se sintam ofendidos com isso, muito pelo contrário, não se esqueçam de que foi um menino que derrubou o gigante Golias. E quando o menino se apresentou, o gigante arrotou de lá, do alto de sua arrogância - como o gigante daqui -: "Quem é você para vir a mim com pau e pedra, como se eu fosse um cão?" Ele respondeu: "Eu vou a você, e vou em nome do Senhor dos Exércitos."

    Não tenho dificuldade nenhuma, até me orgulho, de dizer o que vou dizer agora: para mudar a situação deste País, é preciso uma intervenção divina. E o que nós estamos vivendo hoje é uma intervenção divina, porque, senão, essa roubalheira, essa desgraceira e esse pus estariam escondidos debaixo do tapete, e eles estariam posando de bonzinhos para os pobres, mas amiguinhos das fortunas.

    Falam em taxar grandes fortunas... Isso é uma piada! Amigo dos ricos... Os ricos estão presos, os amigos deles, e os estão delatando agora. Então, é de bom tom... Não houve pantomima nenhuma e, na verdade, jamais eles fariam uma apresentação daquela natureza sem que tivessem as provas.

    Irresponsabilidade seria expor no data show as provas: a cada palavra, uma prova. Isso seria irresponsabilidade, porque prova é documento. Eles estavam falando do fato. O documento será apresentado ao juiz. E nós veremos, nos próximos dias, onde isso vai dar.

    Ele teve uma oportunidade ímpar. Poderia ter dado uma entrevista, mas não a deu. Fez um discurso contando a mesma história, que é uma história bonita, que é a história dele, e a gente respeita. Mas é a mesma cantilena. No final, ele não falou nada. Ele podia ter explicado, mas não explicou. Foi atacar o funcionalismo público, os concursados.

    Você sabe o que eu penso, ô Presidente? Fico imaginando um pai de família que trabalhou com muita dificuldade para pôr o filho para estudar, para pagar um cursinho para uma filha, para fazer um concurso público ou que passou num concurso com tanta dificuldade; ou uma mãe de família que trabalha de dia e que faz cursinho à noite para entrar num concurso público; ou uma professora do interior que anda por duzentos quilômetros em um ônibus para fazer um concurso numa cidade maior e que passa num concurso. Aí eles ouvem o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva dizer que o mais ladrão dos políticos - não sei se ele existe, porque acho que eles chegaram ao topo; mais do que eles, ninguém passa - é mais honesto que um funcionário público concursado. Será que isso não dói numa pessoa simples deste País, num concursado público que cria filhos com seu salário, com sacrifício? Muitos deixam de ir à praia, de tirar férias, de almoçar com a família, comendo livro, livro, livro, para poder passar num concurso público, e, depois, têm de ouvir uma indignidade dessas!

    Então, temos de nos revoltar. O justo precisa se revoltar. A minha fala é a indignação dos justos.

    Pois os meninos de Curitiba me representam. Os meninos de Curitiba me representam. Os gigantes que o Brasil tem hoje são os gigantes da indignidade, são os gigantes da falcatrua, os gigantes do roubo, os gigantes do aparelhamento e da destruição da economia da Nação brasileira.

    Portanto, eu aqui, mais uma vez, abraço esses jovens. A gente sempre cita o Dr. Deltan Dallagnol, por ser ele o líder do grupo, mas todos, todos. Que venham Moros, que nasçam Moros! Que o sentimento desses jovens da Lava Jato cresça e impregne o coração dos jovens promotores do Brasil! Que o sentimento Moro impregne o coração de juízes neste País! Essa nova geração há de passar esta Nação a limpo.

    Não tenho medo nenhum de tratar desta questão da maneira como trato. Ouvi com muita tristeza aquele discurso ridículo, aqueles aplausos e sorrisos ridículos e amarelos, porque - olhem - eles sorriram e aplaudiram antes da hora, porque as provas existem. Amanhã ou depois de amanhã - não sei se serão 15 dias ou se será um mês -, o Brasil verá o desfecho desse assalto, desse desmando, dos seus mandantes, dos seus aproveitadores.

    Encerro com uma coisa hilária. Disse Okamoto que é patrimônio da Nação o acervo que Lula levou. Se é da Nação, ele não poderia ter levado. Se é da Nação, ele teria de ter levado à Caixa Econômica, ou ao próprio Banco do Brasil, ou feito uma lei, sei lá o quê, ou uma medida provisória, para se destinar no Orçamento um dinheiro para se alugar ou construir um local para colocar esse acervo que pertence à Nação.

    Mas não; ele levou para ele e pegou uma empresa, empreiteira, e fez a empresa pagar o aluguel de alguma coisa que é acervo da Nação. Como o acervo da Nação é pago por uma empreiteira? Não tem nem lógica, não cabe, ninguém entende isso. O mais abilolado dos homens não vai entender isso. Ora, se o acervo é da Nação, a Nação que pague. Se o acervo é da Nação, ela que construa um local para isso: um museu do acervo, o museu das Presidências, o museu desde a Proclamação da República, os presentes... Não; eles guardaram no contêiner. Como é que você guarda o que não é seu? E aí, não tinha como pagar o aluguel, pediu a uma empresa de um amigo, Léo Pinheiro, para poder pagar um acervo, que é da Nação. O empreiteiro pagou porque havia um contrato. Cabe na cabeça de alguém? Alguém é capaz de, depois, me suceder no microfone e dizer que cabe? Não cabe na cabeça do mais abilolado dos homens! Por mais que se faça contorcionismo. Eu vejo o contorcionismo de Okamotto e fico até com dó, porque ele não consegue encaixar uma coisa na outra.

    E dizer que eles não têm prova? Esperem o dia de amanhã. O dia de amanhã virá.

    Eu estou representando eu mesmo. Estou representando minhas filhas, minha família. Falo em meu nome, em nome das minhas filhas, em nome da minha família, dizendo a esse rapaz: não se intimide; vá em frente! Não se intimide. A prova mais contundente de que vocês estão certos é essa reação nefasta da parte deles.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/09/2016 - Página 36