Fala da Presidência durante a 150ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento da sessão especial destinada a comemorar os 40 anos da ANAMATRA – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Encerramento da sessão especial destinada a comemorar os 40 anos da ANAMATRA – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2016 - Página 16
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, OBJETO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, GRUPO, MAGISTRADO, JUSTIÇA DO TRABALHO.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Muito bem, Dr. Ronaldo Curado Fleury, Procurador-Geral do Trabalho.

    Assim, esta sessão cumpriu o seu objetivo, que era homenagear a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), uma história de luta e conquistas. Esta sessão especial foi em comemoração aos 40 anos da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.

    Eu só queria agradecer muito, muito, a todos vocês. Referindo-me aqui à Anamatra, já fiz uma fala na abertura, mas vocês podem crer que sou daqueles que age efetivamente não por convicção somente, mas por convencimento. Eu tenho na Anamatra um símbolo muito grande.

    À Justiça do Trabalho, mesmo quando eu era sindicalista, era a quem eu socorria quando via que não havia saída. Quando estávamos encalacrados com uma greve de nove ou dez dias, sem vermos saída, era à Justiça do Trabalho que nós íamos. E lá, naquela época era audiência de conciliação, achávamos um caminho, uma saída. E, na maioria das vezes, pelo menos, em que eu participei, buscamos e conseguimos ganhos reais para os trabalhadores.

    A Anamatra, a Justiça do Trabalho, no seu conjunto, cumpre um papel fundamental, pessoal. Por isso me assusta mesmo o ocorrido, como disse agora aqui o Procurador-Geral do Trabalho, pois é quase um ataque às estruturas que colaboram para, efetivamente, garantir a justiça aos direitos dos trabalhadores. Assusta-me!

    Eu confesso que aqui mesmo, no Congresso, nós nos socorremos da Justiça do Trabalho, dos procuradores do Trabalho, para resolver a questão dos terceirizados.

    O exemplo que eu dei, na abertura, foi de uma empresa, mas o "Peixe" que está ali, que tem nome de doutor... Descobri agora que o nome dele é meio de doutor, mas é "Peixe" o nome dele. Eu o conheço por "Peixe", há quase 12 anos aqui dentro. Não se trata de uma empresa terceirizada, mas de uma, de duas, de três, de quatro, de cinco, de seis, de sete, de oito, aqui dentro, que deram calote e foram embora. Calculem lá na rua como são as coisas!

    Por isso eu diria que nós precisamos muito, muito, de vocês. Nós precisamos. Nós. Nós. Eu estou olhando para essa gente humilde, para os quais tive que dizer outro dia... Eles são gente que nem a gente. Eles são de pele e osso. Eles pensam, eles agem, eles têm filhos, eles têm família. Como é que alguém pode pensar que eles vão sobreviver sem o salário deles que, como eu disse, é deste tamaninho? E, assim mesmo, as empresas não pagam.

    Então eu diria, para encerrar, mais uma vez, vida longa à Anamatra, vida longa a todos aqueles homens e mulheres que se dedicam a fazer o bem e que perseguem a justiça.

    Olhem essa moçada de azulzinho aqui! Eles estão aqui, estão todos lá no fundo. Eles estão aqui no plenário e eles vieram aqui para bater palmas para vocês. A esperança deles é a justiça, uma justiça que, infelizmente, os empregadores não querem cumprir. Não todos, naturalmente. Não todos.

    Enfim, muito obrigado. Muito obrigado à Anamatra.

    Uma salva de palmas, de pé, para a Anamatra e também para todos aqueles que se dedicam a perseguir a justiça. (Palmas.)

    Está encerrada a sessão de hoje.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2016 - Página 16