Discurso durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariedade ao Senador Cristovam Buarque, em razão de agressões sofridas por sua oposição política.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Solidariedade ao Senador Cristovam Buarque, em razão de agressões sofridas por sua oposição política.
Publicação
Publicação no DSF de 05/10/2016 - Página 53
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, CRISTOVAM BUARQUE, SENADOR, OFENSA, FAMILIA, ELOGIO, VIDA PUBLICA, DENUNCIA, DESRESPEITO, PROFESSOR UNIVERSITARIO, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), PUBLICAÇÃO, MIDIA SOCIAL, AGRESSÃO, OPOSIÇÃO, POLITICA, PEDIDO, RESPEITO, DEMOCRACIA, PAIS.

    O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco Social Democrata/DEM - RN. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, vou procurar ser bastante rápido.

    Entendo que o Senador Cristovam Buarque tem uma marca de procedimento pessoal. Ele é, acima de tudo, um homem cordial. Ele pode ter divergências com pessoas e com seus pares no campo ideológico, no campo político, mas ele é, acima de tudo, um cidadão cordial. Agora há pouco ele me mostrava, primeiro, a fotografia dele com a netinha, uma bela criança, uma mocinha muito bonitinha, e mostrava os cartazes pregados na sinalização das quadras ao longo da Asa Norte. A netinha mora na Ana Sul, estuda em colégio na Asa Sul. Mas alguém gastou dinheiro para imprimir cartazes com a fotografia do Senador Cristovam, em preto e branco, em que se vê escrito "Vovô golpista". Você querer atingir, do ponto de vista político, uma pessoa pelo viés de uma netinha é uma coisa tão baixa quanto a que o Senador Ronaldo Caiado acabou de ler. É uma coisa extremamente preocupante um professor da UnB pregar o assassinato, a degola de líderes políticos que acabaram de ser consagrados pelo voto popular, pela urna.

    Eu falo isso porque a disputa política é normal em qualquer regime democrático. O brasileiro é, por natureza, polêmico, mas cordial. E o brasileiro está perdendo, nessa disputa indesejável - e temos que encontrar caminhos para repudiá-la -, a cordialidade.

    Atitudes como essa a que foi submetido o Senador Cristovam Buarque e a lida pelo Senador Ronaldo Caiado mostram o perigo que a sociedade brasileira está vivendo, da perda da cordialidade, por estímulos, por provocações, por pessoa que têm responsabilidade.

    Senador Cristovam, as pessoas que mandaram imprimir e pregar os cartazes gastaram dinheiro, mobilizaram recursos para atacar-lhe pela via mais perversa e desleal, por meio da sua netinha. Que obra é essa? Está a serviço de quem? Qual é? Será que vai ficar tudo por isso mesmo? Será que a gente não vai encontrar uma forma de baixar a bola disso que está ocorrendo no Brasil? Vamos correr o risco da perda da cordialidade, do golpe baixo por vertente ou por ódio político, da ameaça pelo Facebook, do estímulo à degola de líderes que acabaram de ser eleitos pelo voto popular? Só porque não concordam com as ideias deles? Chega, não é por aí. O Brasil é um País cordial e precisa continuar sendo um País cordial.

    Digo isso com imenso constrangimento porque a minha ideia era só a de dar uma palavra não de consolo, mas de solidariedade a um colega que foi atingido de forma descortês, desleal. Se o atingissem, tudo bem, não haveria nenhuma manifestação. Mas atingi-lo por meio da netinha, gastando dinheiro para imprimir cartazes e pregando-os nas indicações da Asa Norte, quando a criança mora na Asa Sul. Qual é o objetivo? Quem é que está por trás disso? Quem é que está por trás disso e não teve a coragem de mostrar a cara? Que coisa feia!

    Senador Cristovam, minha solidariedade absoluta. Eu espero que esse tipo de coisa, mais dia menos dia, fique esclarecido, a bem da cordialidade, que é uma marca do povo brasileiro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/10/2016 - Página 53