Discurso durante a 184ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo acidente ocorrido com o avião que transportava a delegação da Associação Chapecoense de Futebol, de Santa Catarina, na cidade de Medellín, na Colômbia, e que deixou 71 mortos, prestando homenagem especial ao médico acriano Márcio Bestene Koury, que está entre as vítimas do acidente.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Pesar pelo acidente ocorrido com o avião que transportava a delegação da Associação Chapecoense de Futebol, de Santa Catarina, na cidade de Medellín, na Colômbia, e que deixou 71 mortos, prestando homenagem especial ao médico acriano Márcio Bestene Koury, que está entre as vítimas do acidente.
Publicação
Publicação no DSF de 30/11/2016 - Página 46
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, ACIDENTE AERONAUTICO, TIME, FUTEBOL, ORIGEM, CHAPECO (SC), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), LOCAL, PAIS ESTRANGEIRO, COLOMBIA, ENFASE, VITIMA, MEDICO, RESIDENCIA, ESTADO DO ACRE (AC).

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC. Sem revisão do orador.) – Presidente Renan, tenho colaborado em todos os momentos com V. Exª, tenho visto o esforço de V. Exª em estabelecer uma pauta que esteja à altura dos desafios que o Brasil nos impõe, que a sociedade brasileira nos cobra. Acho que V. Exª é um homem ponderado, mas acho que dentro da forma, nos limites do Regimento, seria importante termos aí – podemos com a Mesa ver como filtrar, como estabelecer – alguma presença de representantes da sociedade brasileira nas galerias. Eu me associo ao colega Líder Lindbergh. Acho que V. Exª, que sempre fez isso, vai encontrar a maneira adequada.

    Eu queria, neste momento, apresentar um voto de pesar, formalizando-o, por conta dessa tragédia, a maior tragédia do futebol no mundo que ocorreu com a equipe brasileira, com jornalistas do Brasil, no momento em que a Chapecoense buscava alcançar algo inédito para o povo de Santa Catarina, pela relação que construí de amizade com o povo de Santa Catarina, Senador Luiz Henrique, tantos amigos que tenho. Também, como já disse o Senador Sérgio Petecão, o Senador Gladson, ainda no começo da tarde, quando presidia a sessão, queria apresentar esse voto de pesar.

    Obviamente, essa tragédia é lamentável, é um dia de sofrimento e dor no Brasil inteiro. Toda a imprensa que trabalha na cobertura do futebol brasileiro, na fase final do Brasileirão, na fase final da Copa do Brasil, na fase final da definição daqueles que vão para a Libertadores, para a Sul-Americana, nós fomos surpreendidos, nesta madrugada, com essa terrível notícia.

    Eu quero apresentar formalmente, queria que V. Exª pudesse deferir, um voto de pesar me solidarizando. Sei que faço isso em nome de todo o Senado, das Senadoras, dos Senadores, com os familiares, com os amigos, de todos que, de uma maneira direta ou indireta, envolveram-se e sofreram com essa tragédia.

    No caso do Acre, como já disse o Senador Petecão, temos o Marcio Bestene Koury, 45 anos, era o chefe da equipe médica do Chapecoense, era engenheiro, era médico, com filhos, com a esposa. A mãe dele vizinha dos meus familiares. Eu convivi com ele, o Sérgio Petecão também. E nós tivemos, assim, uma perda que calou muito fundo em todo o Estado do Acre. Ele tem uma filha, a Ana Carolina, de dez anos; a Isabela, de seis. E fico imaginando o sofrimento da família.

    Nesse sentido, apresento um voto de pesar para todos que sofrem neste momento de muita tristeza para o futebol, para o Brasil, para o jornalismo brasileiro. E, especialmente, fazendo uma referência à memória de um grande companheiro nosso, o Koury, e também a uma amiga querida, especial, Nabiha Bestene, era mãe do Marcio e tinha nele o seguimento de sua família. Então, fica aqui esse voto de pesar que eu queria que V. Exª registrasse.

    E, mais uma vez, por fim, Sr. Presidente, pedindo para constar nos Anais, vamos encontrar uma maneira de termos pelo menos alguns representantes da sociedade acompanhando esse debate, como V. Exª permitiu, criou o ambiente.

    Hoje quando votamos o IFI, a criação aqui que acabou de ser aprovada pelo Plenário de uma instituição fiscal independente, que tem como propósito pôr fim às pautas bombas, que tem como propósito auxiliar o Senado. V. Exª está de parabéns. Tentava há muito tempo.

    O único defeito dessa proposta, votada agora por quase unanimidade, é que ela está um ano atrasada, mas não foi por conta de V. Exª. Ela vem e pode, sim, fazer com que tenhamos aqui uma voz técnica, independente, com a criação das duas diretorias, que possam fazer com que o País encontre uma maneira de fazer essa travessia de um momento de extrema dificuldade.

    Não é pouca coisa, não é pouca coisa. Nós todos aqui, um ano atrás, nós vivíamos o seguinte drama aqui: nós éramos acusados de ter destruído o Brasil. O desemprego era 8,9%; hoje alcançou 11,9%, 11,9%. E isso significa que o Brasil está sendo destruído na sua composição, na sua sociedade e fazendo com que a gente não viva apenas uma recessão. Nós estamos vivendo uma depressão social, e, sinceramente, quem tem que responder a essa depressão não somos nós. Não adianta alguém vir dizer que o problema era da Presidente Dilma, com ela era pior. Não, as medidas estavam sendo adotadas.

    Assumiram o Governo, fizeram um atropelo na Constituição, e, lamentavelmente, o Brasil hoje tem a mais alta taxa de juro e a mais alta taxa de desemprego do mundo. E nós estamos na beira do caos social, e é necessário que se encontre uma solução que, lamentavelmente, tenho que dizer, não virá certamente desse Governo, que não passou pelas urnas.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/11/2016 - Página 46