Discurso durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Discurso de despedida de S. Exª no mandato de Senador e balanço de suas atividades parlamentares.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Discurso de despedida de S. Exª no mandato de Senador e balanço de suas atividades parlamentares.
Aparteantes
Alvaro Dias, Antonio Anastasia, Armando Monteiro, Benedito de Lira, Ciro Nogueira, Dário Berger, Edison Lobão, Eduardo Amorim, Elmano Férrer, Eunício Oliveira, Fernando Bezerra Coelho, Flexa Ribeiro, Garibaldi Alves Filho, Gleisi Hoffmann, Humberto Costa, Hélio José, José Medeiros, Marta Suplicy, Paulo Paim, Reguffe, Roberto Requião, Ronaldo Caiado, Rose de Freitas, Telmário Mota, Valdir Raupp, Waldemir Moka, Wellington Fagundes, Wilder Morais, Zeze Perrella.
Publicação
Publicação no DSF de 14/12/2016 - Página 69
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • DISCURSO, DESPEDIDA, ORADOR, CANDIDATO ELEITO, PREFEITO, CIDADE, RIO DE JANEIRO (RJ), APRESENTAÇÃO, BALANÇO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, PERIODO, MANDATO PARLAMENTAR, REFERENCIA, HISTORIA, SENADO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, ILEGALIDADE, IMIGRAÇÃO, AUTOR, FRENTE PARLAMENTAR, EMPREGO, EMENDA CONSTITUCIONAL, ALTERAÇÃO, NORMAS, FORÇAS ARMADAS, MILITAR, REGIME JURIDICO, POSSIBILIDADE, ACUMULAÇÃO DE CARGOS, PROFISSÃO, AREA, SAUDE, PROJETO DE LEI, OBJETO, REDUÇÃO, LIMITAÇÃO, PESO, REMOÇÃO, TRABALHADOR, PROIBIÇÃO, EMPREGADOR, INCENTIVO, AUMENTO, VELOCIDADE, DEFINIÇÃO, PENALIDADE, INFRAÇÃO, ATIVIDADE INSALUBRE, CONDUTOR, MOTOCICLETA, CRITERIOS, GARANTIA, ESTABILIDADE PROVISORIA, GESTANTE, AVISO PREVIO, CONTRATO DE TRABALHO, FIXAÇÃO, PISO SALARIAL, AMBITO NACIONAL, CATEGORIA PROFISSIONAL, VIGILANCIA, REGULAMENTAÇÃO, TERCEIRIZAÇÃO, EMPRESA PRIVADA, ABANDONO, MORAL, FILHO, ATO ILICITO, PAES, ASSISTENCIA, DIREITO A CONVIVENCIA FAMILIAR, OBRIGATORIEDADE, ENTIDADE, CAPACIDADE TECNICA, PESSOAL, RECONHECIMENTO, HIPOTESE, MAUS-TRATOS, CRIANÇA, ADOLESCENTE, AVISO, CONSELHO TUTELAR, DIVERSIDADE, PROPOSIÇÃO LEGISLATIVA, ELOGIO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, APARTE, SENADOR, HOMENAGEM.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu agradeço a presença e a atenção das Srªs e dos Srs. Senadores, dos telespectadores da TV Senado, dos ouvintes da Rádio Senado, dos internautas, dos presentes na galeria, dos servidores e jornalistas, de todos que nos ouvem nesta hora.

    Inicio este pronunciamento prestando homenagem a esta que é a Casa da gente, do nosso passado, do nosso presente, a história, os sonhos, a luta de um povo sofrido e valente. Ela tem sido, ao longo dos séculos, o palco de todas as lutas pela justiça e liberdade. É a imensa forja onde se retemperam as essências mais puras da nossa nacionalidade, onde se acrisola o cimento inquebrantável da nossa unidade política.

    Quando examinamos a história, nos orgulha o trabalho dos nossos antecessores. Foi com inesgotável energia e determinação que supriram a deficiência dos meios, pacificaram as aspirações libertárias das províncias para unificar a solidariedade da Pátria. Graças a eles, somos esta pujante e indivisível Nação de dimensão continental, das maiores do mundo, e não há dúvida sobre a nossa destinação histórica.

    Esta Casa surgiu como o Senado do Império do Brasil, inspirado na Câmara dos Lordes da Inglaterra. Ela iria, mais tarde, com a proclamação da República, se transformar e perpetuar como a Casa da Federação. Esta é a sua missão fundamental: concretizar, pela representação igualitária dos Estados, a unidade nacional. A união é a herança mais valiosa, monumental e gloriosa que recebemos de nossos antepassados, e cumpre-nos repassá-la intacta às gerações vindouras.

    Sr. Presidente, já se disse que as nacionalidades dependem muito do patrimônio genético que as compõe, das ocorrências imprevisíveis da sua evolução histórica, dos símbolos telúricos que lhe vincam a índole e a vocação, mas não há sequer uma delas que haja se transformado em nação rica, poderosa e culta sem a presença dos seus líderes. São os predestinados que, pelo exemplo de sacrifício, idealismo e bravura, inspiram seus povos para os tornar dinâmicos e viris e construir no mundo o seu destino glorioso. Deles está referta esta Casa, desde o tempo de Diogo Antônio Feijó, Regente do Império e um dos pais da Pátria, passando por Vasconcelos e Honório Hermeto, aos quais devemos nossas instituições livres e democráticas. Ao Visconde de Rio Branco e Paulino de Sousa, que fixaram as diretrizes de nossa política internacional. Ao Duque de Caxias, meu coestaduano, grande na guerra, maior na paz, espada conciliadora que fundiu a unidade moral, territorial e política da nossa Pátria, até chegar à Princesa Isabel, a primeira Senadora do Brasil, que nos redimiu da vergonha extrema da escravidão.

    Assim crescemos e nos fortalecemos e nos dignificamos, na linha da generosidade cristã, no respeito ao direito, no amor à Justiça.

    Com o advento da República, Rui Barbosa nesta Casa ilumina a alma nacional. Com seu verbo potente, com seu gênio político e com a sobranceria do seu caráter, ele ensina da tribuna do Senado Federal o horror a todas as tiranias, o respeito ao voto soberano do povo, o culto à liberdade, sem a qual as nações se transformam em imensos campos de concentração, e os povos se estiolam no medo, na covardia e na mediocridade.

    Artur Bernardes, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek engrandeceram a nossa instituição. O sanjoanense, primoroso como prosador, Lincoln Portela, da sua terra, cujos discursos impecáveis ficarão para sempre gravados de maneira indelével nos Anais do Senado; refiro-me a Tancredo de Almeida Neves, que a morte nos arrebatou tragicamente.

    Mas se me refiro aos vultos do passado, quero também prestar homenagem aos meus contemporâneos. E o faço na pessoa daqueles que figuram, ao longo da história do Senado, como os que receberam do povo o maior número de mandatos: José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, José Sarney, cinco mandatos; Alvaro Fernandes Dias; Edison Lobão; José Agripino Maia, coestaduano da minha chefe de gabinete, Margarete – ela de Currais Novos, ele de Mossoró. Viva o Rio Grande do Norte! Todos com quatro mandatos. Décadas de vida dedicadas à Pátria.

    Quantas conquistas, quantas vitórias, quantas lutas, quantos suplícios! Falta-me tempo para homenagear outros não menos ilustres, não menos nobres, que aqui serviram e ainda servem e que sintetizam, no esplendor de suas existências, a expressão cardeal do Senado Federal.

    Sr. Presidente, feita essa respeitosa digressão, volto-me à razão maior deste meu pronunciamento, que é apresentar a minha derradeira despedida, o que faço com a alma tomada de emoção e o coração estraçalhado de saudades.

    Mas não me resta alternativa senão cumprir a determinação do povo do Rio de Janeiro, que, com seus milhões de votos, me elegeu para presidir os seus destinos, o destino da cidade maravilhosa.

    Eles me convocaram em um momento de crise aguda...

    O Sr. Hélio José  (PMDB - DF) – Nobre Senador, depois eu gostaria de fazer um aparte.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Pois não.

    Eles me convocaram em momento de crise aguda, diante da qual nenhum homem público cônscio de suas responsabilidades poderia se eximir, porque seria uma omissão imperdoável.

    Assim, hoje, me despeço desta Casa. Foi um período extraordinário, uma experiência de vida que levarei para sempre e que se acrescentou ao patrimônio das minhas lembranças mais caras.

    Devo tudo isso a Deus e ao povo da minha terra. Foram eles que, por duas vezes, na sentença inapelável das urnas, contra tudo e todos, decidiram, em pleitos memoráveis, a minha vinda e permanência nesta Casa.

    Aqui cheguei como o andarilho bate à porta de uma catedral. E não havia tempo a perder. Cada momento inaproveitado seria um desperdício incalculável.

    Embora tenha sofrido, desde o primeiro pleito, injúrias, infâmias, calúnias, decidi que nada iria me tornar irascível ou fazer-me perder a linha da compostura, para concentrar toda energia no que realmente importa, que é servir ao povo.

    Encontrei na humildade cristã as forças para confrontar e suplantar as maquinações do ódio. Não ocupei, Sr. Presidente, esta tribuna para acusar, para promover a discórdia, para revidar ofensas. Antes, preferi examinar os fatos, interpretar os acontecimentos, identificar suas causas, defender ideias, princípios, valores.

    Os mandatos que obtive por honrosa delegação dos eleitores do Rio de Janeiro jamais serviram para outro objetivo que não fosse o engrandecimento da nossa terra e a busca incessante de ascensão social, cultural e econômica do nosso povo.

    Foram dias, meses, anos de um labor infindável. Além de apresentar, pautar, discutir, relatar, votar, aprovar ou rejeitar centenas de projetos de lei, tive a honra de presidir a CPMI da Imigração Ilegal, que repatriou milhares de brasileiros presos no exterior.

    Ela estancou o processo desumano que enriquecia quadrilhas internacionais de coiotes frios e cruéis. Eles espoliavam suas vítimas do pouco que possuíam para levá-las à condição deplorável de ilegais em terra estranha, quando não à humilhante condição de cárcere e até mesmo à morte.

    No ano passado, a localização de uma única vala clandestina no Texas, com 200 corpos, dá noção das atrocidades perpetradas. Eram homens e mulheres de bem, ingênuos e humildes, capazes de todos os sacrifícios e renúncias para chegarem a uma fictícia terra prometida dos seus sonhos, para no fim acordar num deserto de pesadelos.

    Jamais me esquecerei da senhora, do Estado de Goiás, que, numa tarde fria de sábado, encontrei em uma prisão em San Antonio, no Texas. Ela rompeu o cordão de isolamento, segurou-me pelo braço e suplicou: "Me tire daqui". "Mas por que você veio?", indaguei. A resposta foi dolorosa: "Tenho um filho deficiente. Me disseram que aqui seria doméstica e ganharia US$5 mil por mês. Vim juntar dinheiro para deixar alguma coisa para ele quando morrer."

    Consegui com as autoridades americanas um processo expedito e ela foi deportada. Preveni a imprensa, que acompanhou o caso. Depois, assisti pelo noticiário à chegada dela à casa humilde nos arredores de Goiânia e à maneira comovente como o filho deficiente a recebeu. Ele tinha perdido o único tesouro de sua vida, que agora reencontrava.

    Corremos o mundo. Dos Estados Unidos ao Japão, passando pela Europa. Fomos nos conscientizar do trágico desfecho de tantos brasileiros. Centenas voltaram conosco para as suas famílias em voos fretados, uma comitiva festiva que cruzava os céus. Agora conscientes de que no mundo não há lugar melhor do que a terra em que nascemos.

    O nosso relatório...

    O Sr. Hélio José  (PMDB - DF) – Enquanto o senhor respira um pouquinho, será que eu posso fazer um aparte?

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Pois não, Senador, com muita honra.

    O Sr. Hélio José  (PMDB - DF) – Porque tenho um compromisso inadiável com o Ministro de Estado. Eu queria só registrar que V. Exª nos orgulha por ser membro desta Casa. V. Exª teve uma passagem aqui fenomenal, que só fez amizade, leis importantes para o nosso País, méritos como esse que V. Exª acaba de relatar quando foi Presidente da CPMI da questão das prisões ilegais. Eu quero só desejar ao povo do Rio de Janeiro muita felicidade por receber V. Exª como prefeito de lá, depois de duas tentativas. Na terceira tentativa, graças a Deus, o povo reconheceu o quanto V. Exª deseja o melhor para a nossa cidade maravilhosa, uma cidade que é exemplo para o mundo todo. Por onde andamos se fala das belezas naturais do Rio de Janeiro. E agora vamos ter um Senador, um parceiro desta Casa, como prefeito daquela cidade, que, com certeza, transformará o Brasil nesta potência turística que somos e que muitos não conhecem. Vai abrir as portas do Brasil para atrairmos turistas, para atrairmos um PIB importante, que é o do turismo. Com certeza o Rio de Janeiro vai ser mais humano, vai ser mais carinhoso, vai ser mais amigo como é V. Exª de todos nós aqui nesta Casa, com V. Exª na prefeitura. Então, quero desejar a V. Exª saúde, felicidade, todo o sucesso do mundo como Prefeito do Rio de Janeiro. E quero dizer que, para mim, esses dois anos de mandato de Senador da República e de convivência com V. Exª nesta Casa foram muito bons, muito legais, muito gratificantes e de aprendizado. Muito obrigado.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Eu que agradeço o aparte gentil de V. Exª. E peço ao Sr. Presidente que incorpore ao meu pronunciamento o registro.

    O Sr. Hélio José  (PMDB - DF) – Obrigado, Excelência.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito agradecido.

    Nosso relatório final tornou-se um manual no Itamaraty, que criou um departamento para brasileiros na diáspora. Nunca mais, desde então, tivemos os mais de 10 mil brasileiros presos mundo afora, como naquela ocasião amarguramos visitar.

    A essa altura, era claro para nós que o Brasil precisava voltar a crescer. Isso, mais que tudo, retirava as razões para o êxodo.

    Fomos, então, autores da Frente Parlamentar do Pleno Emprego. Era preciso colocar o tema na agenda do governo. Nisso, o inesquecível Senador e Vice-Presidente José Alencar Gomes da Silva, o mesmo que disse, do fundo da sua tragédia, "não tenho medo da morte, só da desonra", exerceu um papel extraordinário.

    Lembro-me da reunião com o Presidente Lula, após o convite para ser novamente candidato a Vice na chapa da reeleição. Ele condicionou aceitar a uma mudança de rumo para o Brasil. Naquela conversa, ouvi pela primeira vez falar do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) que iria se tornar realidade com a reeleição do Presidente Lula. Alencar queria que o PAC fosse feito por concessões ao capital privado e, para isso, defendia veemente a diminuição da taxa de juros. Temia que o endividamento do Estado trouxesse de volta inflação e, com ela, os juros altos.

    Hoje vemos que ele tinha razão. Mas, para nós, que lutávamos pelo pleno emprego, ele finalmente começava a chegar. As pesquisas do Caged batiam sucessivos recordes. E o IBGE apontava apenas o desemprego chamado friccional.

    Fomos como sentinelas, que, na escuridão da noite, vislumbram os primeiros raios de sol de uma alvorada redentora. Uma enorme e contínua produção legislativa foi-se acrescentando dia a dia. Ao longo desses quase 14 anos, elaboramos e apresentamos 20 propostas de emenda à Constituição e 226 projetos de lei. Lutei muito por cada um deles.

    Permitam-me, Sr. Presidente, prestar contas resumidamente de alguns. O primeiro projeto de lei que apresentei, dias depois de tomar posse, fixava o peso máximo que um trabalhador pode transportar individualmente, sem uso de equipamentos. Foi o PLS nº 19, de 2003. Esse peso foi fixado há várias décadas em desumanos 60kg para os homens, segundo a CLT. Por essa lei, a indústria dimensiona suas embalagens. O saco de cimento, por exemplo, comumente transportado na cabeça pelos trabalhadores, pesa 50kg, quando o certo seria no máximo 30kg. Os de cereais chegam a 60kg. O fato é que quem carrega mais peso é quem menos come, qualitativa e quantitativamente.

    Falo dos trabalhadores brasileiros. Foi para eles meu primeiro projeto. Foi para eles o meu mandato. Não venci. Ainda falta a última etapa desse primeiro projeto. Ele aguarda ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. Faço aqui um apelo aos Srs. Deputados e às Srªs Deputadas presentes no plenário que nos ajudem a corrigir essa injustiça histórica. Lembro que, com base em estatísticas do INSS, em 2007, os problemas de coluna cervical ocuparam o segundo lugar entre os acidentes de trabalho no Brasil, com um total de 51.372 casos.

    Se um dia eu puder ver esse PLS sancionado, terei alcançado um dos momentos mais altos, um dos propósitos mais nobres da minha modesta, obscura e anônima vida parlamentar.

    Dediquei-me, Sr. Presidente, a diversos temas, mas a quatro, em especial: a saúde, a defesa dos direitos do trabalhador, a proteção à família e a segurança pública. É de nossa autoria a Emenda à Constituição nº 77, de 2014, que estendeu aos profissionais de saúde das Forças Armadas, das polícias e dos bombeiros militares a possibilidade de cumulação de cargo da mesma natureza no setor público, quebrando o impedimento constitucional do duplo vínculo para o caso dos profissionais de saúde. Foi assim que dezenas de milhares deles foram colocados à disposição do SUS, em especial nos rincões mais distantes do País.

    Com respeito à defesa dos direitos do trabalhador, um fato que me angustiou foram as mortes causadas por acidentes de motocicleta. Elas representaram 37% das mortes e 56% dos feridos no trânsito em 2013, conforme dados do Datasus. Aprovei a Lei nº 12.436, de 2011, para impedir as práticas que estimulem o aumento de velocidade por motocicletas profissionais. Eram aquelas propagandas que víamos na televisão e no rádio, com oferta de entrega em 30 minutos ou seu dinheiro de volta, o que acabava expondo a vida desses meninos.

    Fui também o autor da lei que concedeu adicional de periculosidade para os profissionais de transporte de passageiros, de mercadorias e serviços comunitários com o uso de motocicleta, os conhecidos motoboys e mototáxis. Após uma tramitação renhida de 10 anos, o projeto, sancionado na forma da Lei nº 12.997, de 2014, deu 30% a mais no salário, o que foi importante para comprar uma bota, um casaco de couro, trocar um pneu e assim evitar a escalada da morte.

    A Lei nº 12.812 foi uma conquista para as mulheres. Ela interrompe o decurso do prazo de aviso prévio, já concedido ao indenizado, se constatado nesse período que aquela trabalhadora está grávida. Dessa forma, a gestante demitida volta ao emprego e tem o direito de gozar da licença maternidade.

    O nosso projeto que fixa o piso salarial nacional dos vigilantes acabou de ser aprovado pela Câmara dos Deputados, no último dia 29 de novembro, retornou e está aqui no Senado Federal, na forma de substitutivo. Tenho certeza de que em breve irá a sansão.

    O PLS 300 nº de 2015, fala sobre a terceirização. Há razões pelas quais peço à Casa que opte por ele, pois restringe a terceirização de atividade-fim, veda profissional liberal de figurar como contratante, veda a quarteirização, amplia as garantias do contrato, trata do treinamento do terceirizado, da contratação sucessiva, da responsabilidade solidária, suprime a discriminação ao deficiente.

    Com relação a proteção à família, apresentei a proposição para tratar do que chamei de abandono afetivo. Ele altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para considerar como dever de assistência moral dos pais, dentre outros, a orientação quanto as principais escolhas e oportunidades profissionais, educacionais e culturais; a solidariedade e o apoio nos momentos de sofrimento ou dificuldade; a presença física espontaneamente solicitada pela criança ou adolescente e possível de ser atendida. Esse projeto vai mudar – tenho certeza – a convivência das tantas famílias em que o pai e a mãe são separados! Ele acrescenta algo importante. Além do crime do abandono moral, ele lembra ao pai que não adianta apenas pagar a pensão, mas é preciso ter presença, é preciso estar junto ao filho nos momentos do sofrimento ou nos momentos da celebração.

    O Sr. Reguffe (S/Partido - DF) – Senador Crivella, me permite um aparte?

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Pois não, Senador Reguffe, com muito prazer e honra.

    O Sr. Reguffe (S/Partido - DF) – Eu quero, em primeiro lugar, agradecer a V. Exª, nesse seu discurso de despedida do Senado Federal, a forma educada como V. Exª me recebeu nesta Casa quando cheguei aqui, no ano passado, como Senador eleito pelo Distrito Federal, e a forma sempre muito distinta com que V. Exª me tratou aqui neste plenário, sempre com muita educação, com muita correção e com muito carinho. Quero agradecer a V. Exª por isso e dizer-lhe que nasci no Rio de Janeiro; vim para Brasília pequeno. Meu pai era oficial da Marinha – infelizmente, já falecido – e veio transferido para o Distrito Federal, para Brasília. Eu vim junto e aqui fiquei, mas nasci no Rio. Quero desejar a V. Exª toda a sorte nesse mandato como prefeito da Cidade Maravilhosa, da cidade do Rio de Janeiro. Acho que é uma cidade que merece ser tratada com todo o carinho pelos seus governantes. É uma cidade que é a porta de entrada do Brasil para o mundo. O mundo vê o Brasil a partir do Rio de Janeiro. V. Exª tem a grande responsabilidade de fazer uma gestão como os cariocas merecem, uma gestão responsável, uma gestão inclusiva, mas uma gestão que trate bem a cidade que é a porta de entrada do Brasil e que é vista pelo mundo inteiro como a cara do Brasil. Então, V. Exª tem uma grande responsabilidade. Eu desejo que Deus abençoe o seu caminho, ilumine o seu caminho, e que V. Exª tenha muito sucesso cuidando da população carioca, que merece também ser muito bem cuidada e bem tratada. Agradeço a V. Exª a forma como me recebeu aqui nesta Casa.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Eu que agradeço o aparte de V. Exª, tão distinto. Quero dizer que o seu pai, quando navegou para Brasília, não sabia que nos daria um Senador, e dos maiores, que, na sua personalidade tão encantadora, tão justa, tem dado, nos momentos sublimes, nos momentos mais difíceis desta Casa, uma luz de honradez, de exemplo, de idealismo, de sacrifício. Brasília, tenho certeza, se engrandece com V. Exª, como o Rio de Janeiro, que lhe aguarda para uma visita sempre que a saudade apertar. Obrigado, Senador Reguffe!

    Meus companheiros, a notícia de maus-tratos das crianças e adolescentes são recorrentes. Por isso, aprovei a Lei nº 13.046, de 2014. Ela obriga toda as entidades que recebem crianças a terem, em seus quadros, pessoal capacitado para reconhecer e reportar maus-tratos, abuso sexual e abandono. A Organização Mundial de Saúde estima que 98% desses casos não são denunciados, especialmente quando o agressor é parente ou pessoa próxima à vítima.

    Percebi ser de vital importância que profissionais que com as crianças interagem na escola, no clube, na academia, na igreja, em outras instituições fossem capacitados para detecção desses crimes e dos procedimentos a serem adotados, notadamente a denúncia ao Conselho Tutelar.

    Outra preocupação na defesa da família é com 25% das crianças que nascem a cada ano no Brasil e não têm pai declarado, cerca de 750 mil. Através do PLS nº 101, de 2007, propus regras à determinação da identidade paterna e estabelecer a inversão do ônus da prova, criando a presunção legal de paternidade ante a recusa injustificada ao exame de DNA.

    Com a Lei nº 13.234, criamos a política e o cadastro dos alunos superdotados do Brasil; com a Lei nº 13.184, o princípio do desempate social para a matrícula de estudante de baixa renda familiar nas instituições públicas de ensino superior.

    Outra lei que apresentei para defender a economia popular é a que obriga em todos os estabelecimentos comerciais que o preço à vista dos produtos fracionados tenha também ao lado o correspondente à unidade por quilo, metro ou litro para que a dona de casa possa comparar nos diferentes volumes e embalagens qual produto está sendo vendido mais barato. Na questão da segurança, Srªs e Srs. Senadores, eu me preocupei com o tráfico de drogas, armas e munição pelas fronteiras terrestres até então vigiadas apenas pela Polícia Federal, cujo efetivo é de pouco mais de 10 mil homens.

    Foi de nossa iniciativa a norma jurídica no bojo da Lei Complementar nº 117, de 2004, que conferiu ao Exército Brasileiro poder de polícia para atuar por meio de ações preventivas e repressivas na faixa terrestre nas fronteiras brasileiras.

    Também apresentei o PLS nº 230, de 2014, para incluir os crimes de posse, porte ou comércio ilegal de arma de fogo de uso restrito das Forças Armadas e das polícias militares no rol dos crimes hediondos.

    Coloquei no ordenamento jurídico brasileiro o regulamento para o uso de equipamentos de baixa capacidade lesiva e a vedação, dentre outras condutas, do uso de arma de fogo contra pessoa em fuga – a bala nas costas –, pessoa que esteja desarmada ou que não represente risco imediato aos agentes de segurança pública ou a terceiros. O mesmo no caso de veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, a não ser que esse veículo represente risco iminente de morte para outros, para agentes de segurança, para qualquer transeunte ou em caso de legítima defesa. Restou proibido esse tiro, essa bala nas costas.

    Outro assunto importante de que tratei é da incidência do Imposto de Renda sobre lucros e dividendos distribuídos a beneficiários de pessoa física. Chamo a atenção para o fato de que os que auferem rendas milionárias têm a maior parte delas isenta do Imposto de Renda. O topo da pirâmide social formado por apenas 71.440 pessoas com renda mensal superior a 160 salários mínimos, totalizou rendimentos de R$298 bilhões e patrimônio de R$1,2 trilhão em 2013.

    Deste valor, apenas 34% são tributados e os outros 66% são isentos, já que a legislação dá isenção a lucros e dividendos pagos a sócios e acionistas de empresas. Apelo ao Senado que delibere sobre o tema.

    Encerro com o registro de uma vitória, não minha, mas de todos aqueles entes federados que tiveram terríveis abalos econômicos motivados pela queda vertiginosa do preço do barril do petróleo. Apresentei nossa Proposta de Resolução ao Senado nº 2, de 2015, em parceria com a nobre Senadora Rose de Freitas, com o objetivo de permitir, excepcionalmente, a antecipação de receita dos royalties pelos Estados e pelo Distrito Federal e para os Municípios. Só para o Estado do Rio de Janeiro, isso representou a possibilidade de reaver R$3,5 bilhões em perdas e, para os Municípios do meu Estado, R$2,7 bilhões.

    Faltar-me-ia tempo, Srs. Senadores, para falar de outras centenas de propostas legislativas que tive a oportunidade de apresentar e defender e que se encontram em trâmite nas diversas comissões do Senado e da Câmara.

    Não poderia também deixar de celebrar os oito anos do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu inesquecível companheiro José Alencar Gomes da Silva, fundador e presidente de honra do Benemérito PRB (Partido Republicano Brasileiro). Naquela ocasião, fui Vice-Líder do Governo, nesta Casa, e participei de inúmeras iniciativas de incalculável alcance social: Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida, Prouni, Jovens sem Fronteiras, a expansão do Bolsa Família. Presenciei, deslumbrado, a descoberta das reservas do pré-sal, a conquista para sediar a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos, as obras de modernização dos principais aeroportos do País, a construção de hidrelétricas, ferrovias, rodovias, o Brasil batendo recordes na produção agrícola, o desemprego caindo, milhares de brasileiros acendendo a condições melhores de vida.

    Durante o mandato, só me afastei para exercer o cargo de Ministro da Pesca e Aquicultura, quando lancei o Plano Safra e testemunhei a produção brasileira crescer vertiginosamente, enquanto o censo nacional possibilitou detectar ilegalidades e suspender, por portaria ministerial, quase 350 mil seguros-defeso, que eram pagos indevidamente.

    É a este Senado Federal que se erguem os olhos da Nação para buscar nas fontes da confiança e da credibilidade a esperança, o único patrimônio dos deserdados. É com ela que se mobilizam os homens e mulheres de bem para juntarem seus sonhos na construção cotidiana do bem comum. O desemprego não é mais uma ameaça, mas uma presença terrível em milhões de lares. Fecham-se empresas, aumentam-se falências e concordatas. Um clima de estagnação e desânimo envolve o País.

    Pelo segundo ano consecutivo, o PIB se mostra negativo. Não adianta a essa altura buscar as causas responsáveis pelo descalabro, os erros foram catastróficos. A nós cabe encontrar os caminhos que nos soergam da terrível adversidade em que fomos lançados nessa hora sombria. Recuso-me a aceitar que a institucionalização da recessão seja o rumo indicado para a superação da crise. Uma nação como o Brasil só vencerá lutando, trabalhando, investindo e crescendo.

    A recessão prolongada terminará por destruir o sistema produtivo, a enferrujar nosso parque industrial, murchar o mercado interno. Nossa economia voltará a ser mera fornecedora de matéria-prima a preço de banana nos complexos industriais das grandes potências capitalistas. A recessão nunca! A estagnação jamais! Ela será o paletó de aço para amortalhar a Nação e empobrecê-la.

    Já se notam nas praças e nas ruas sinais de inconformismo e agitação. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, há 11 meses, não paga aos fornecedores. Faltam R$3,5 bilhões para fechar a folha de pagamentos deste ano. O décimo terceiro salário de funcionários e aposentados é uma miragem. E o que faz o Governo Federal para socorrer? Prolonga a recessão.

    É preciso desanuviar os horizontes para desanuviar os corações. Mas não há por que temer a crise, repetia eu, exaustivamente, na campanha à prefeitura do Rio. Nós temos, dentro de nossas fronteiras e em nós mesmos, todas as energias de que precisamos para romper os elos que amarram nosso progresso.

    A crise que enfrentamos não é da estagnação, nem da exaustão. Prefiro chamar de uma crise redentora, como a mulher sente cólicas antes de dar à luz. Trata-se de uma sociedade que não se conforma mais com os velhos equívocos do passado, que reclama, sobretudo e principalmente, da classe política, para que ela absorva e transforme sua indignação, demonstrada com altivez em altos brados pelas ruas do País, em ações legislativas e em mudança de comportamento, para que os investimentos hoje represados pela desconfiança e pelo descrédito possam voltar a dinamizar nossa economia, gerando, pela força do trabalho, o enriquecimento do Brasil.

    Ouço, com muito prazer, o honrado Senador Requião, líder do Estado do Paraná.

    O Sr. Roberto Requião (PMDB - PR) – Senador Crivella, não é uma despedida, mas uma transição, e as pontes que V. Exª estabeleceu com o Senado serão extremamente úteis para a sua administração e para o Rio de Janeiro. Serei um dos Senadores da sua bancada. Sua passagem pelo Senado foi marcada por um exemplo de correção, de nacionalismo, de firmeza ética, e isso vai valer também à frente da Prefeitura do Rio de Janeiro. V. Exª assume a Prefeitura de uma das cidades mais importantes do Brasil durante a maior crise que este País já conheceu em décadas, mas é num momento de uma crise assim que a sua sensibilidade, já demonstrada com a fazenda no Nordeste, com a passagem pela África, com o testemunho de vida, fará com que o Rio tenha um prefeito sensível num momento de dificuldades, fundamentalmente preocupado com a população, com a sua educação, com a sua saúde. Senador Crivella, firme na prefeitura. Mil cairão ao seu lado e dez mil à sua direita, mas tu não serás atingido. Um abraço e conte com o companheiro aqui, no Senado da República.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Requião. Eu não tenho palavras para agradecer a V. Exª, que, neste momento de despedida, enche-me a alma de alegria, porque essas palavras escritas lá no Livro de Salmos, um dos salmos mais bonitos de Davi, renovam nossa fé. V. Exª também é um desses, V. Exª não cai, jamais cairá, V. Exª é a voz altiva do Paraná, presente, atuante, um dos maiores desta Casa. Tenho certeza de que, cada vez que V. Exª sobe a esta tribuna, o Brasil lhe ouve, sabe que ali não há malícia, não há maldade, não há segunda intenção. Ali não há uma alma vendida, nem um coração comprado pela corrupção. V. Exª não tem noção do respeito, da admiração, do carinho que todos nós temos pelo senhor. Muito obrigado. Seu aparte engrandece muito o meu pronunciamento singelo.

    Mil cairão ao teu lado e dez mil... (Risos.)

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – É verdade, porque há tanta gente caindo, Senador Requião.

    O Sr. Roberto Requião (PMDB - PR) – E serão dez mil da direita. (Risos.)

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Meu Deus do céu.

    Sr. Presidente, ao me afastar desta Casa e do convívio fraterno de tantos amigos, Senadores, assessorias, quero aqui, em nome da Margareth Cabral, saudar todos os meus companheiros que de maneira incansável, dia a dia, estivemos... Cardoso, Bona, Maurício Braga, enfim, Cabral, eu não quero fazer em nome de ninguém, mas nos nomes dos que se tem, homenageio a todos os meus colegas que estão comigo, há 14 anos, e também as assessorias dos demais gabinetes, a assessoria do Senado Federal.

    Este momento é um momento que jamais imaginei que iria ocorrer, mas este momento me estraçalha o coração de saudades. Eu peço desculpas a vocês por tão pouco que pude retribuir nessa minha modesta vida pública do tanto que os senhores me ensinaram. Resta-me confiar que Deus tenha ouvido as orações que, ao longo dos mandatos, fiz em nosso favor e há de guardá-los e abençoá-los.

    Parto na certeza de que o Senador Eduardo Lopes, meu companheiro do bravo PRB, nascido paulista, mas adotado pelo bravo Estado do Rio de Janeiro saberá, com o seu vigor, inteligência e firmeza de caráter, defender desta tribuna o nosso Estado.

    Meu mais profundo agradecimento a minha esposa, companheira inseparável no tormento e no esplendor por tudo que dela recebi de ternura, encorajamento e amor. Aos meus filhos, netos, genros e nora inspiração suprema de todas as nossas conquistas que, por anos, em Brasília, foram moldura de ouro dos momentos inesquecíveis na vida pública e na comunhão sagrada do lar. À minha mãe querida, que me assiste pela televisão, minha eterna gratidão, minha mãe.

    Finalmente, elevo o pensamento à terra querida de onde vim e para onde volto. Em meu nome e de minha família, mais uma vez, apresento meu sincero agradecimento pela oportunidade de aqui representar as nobres tradições de honradez e dignidade do nosso povo e defender suas justas e legítimas aspirações. Quanto pedi a Deus que pudesse ter feito mais, mas o que fiz, tenham certeza, foi pensando em vocês.

    Minha eterna homenagem ao povo fluminense, na sua imensa maioria ordeiro, trabalhador, modesto e honesto. Que Deus ilumine nossos caminhos! O momento desafia nossa capacidade, mas nenhuma crise nos fará retroceder um milímetro sequer da decisão, solene e inegociável, de lutar dia a dia para construir para nós e nossos filhos o Brasil dos nossos sonhos.

    Muito obrigado, Srªs e Srs. Senadores.

    Ouço, com muita alegria, o nobre Senador do Piauí.

    O Sr. Ciro Nogueira (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - PI) – Senador Crivella, rapidamente, só porque não poderia deixar de saudá-lo. Imagino a sua emoção hoje, no seu discurso de despedida desta Casa, nessa missão que Deus lhe confiou, e o povo do Rio também. Acho que ninguém se preparou tanto para uma missão como o senhor. Eu acompanhei um pouquinho da sua campanha, mesmo de longe. E ali, quando o senhor falava que chegou a hora de uma cidade que recebeu tantos investimentos em infraestrutura, é a hora de cuidar das pessoas. E eu acho que ninguém é mais preparado que o senhor, pela sua missão de vida, pela sua sensibilidade. Sempre se dedicou principalmente aos mais carentes. Eu só tenho a lhe desejar muita sorte, que o senhor transforme a vida daquelas pessoas do Rio de Janeiro, uma cidade que é importantíssima para a imagem do nosso País. E lhe desejo essa boa sorte nessa sua missão, mas, do fundo do meu coração, aqui o senhor deixa saudade.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado.

    O Sr. Ciro Nogueira (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - PI) – Aqui eu tinha no senhor uma pessoa, pela sua sabedoria, pela sua experiência, a quem todos nós recorríamos nos momentos de dificuldade ou de dúvida. Eu tenho certeza de que o senhor desempenhará a sua missão da melhor forma possível para transformar os destinos do povo do Rio de Janeiro. Parabéns e boa sorte nessa missão. Meu abraço.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Querido Senador Ciro Nogueira, quando V. Exª se afastar do Delta do Parnaíba, há lá, no Rio de Janeiro, Copacabana, Ipanema, Barra da Tijuca, Leblon. Tenha certeza de que V. Exª será recebida com imenso carinho, com imensa admiração, com imensa gratidão.

    Eu quero...

    O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN) – Senador Marcelo Crivella.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Pois não, bravo Senador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves.

    O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) – Eu quero testemunhar aqui a minha confiança de que V. Exª fará uma grande gestão à frente da Prefeitura do Rio de Janeiro, porque V. Exª foi provado, tanto no que toca ao desafio do Legislativo, como do Executivo. E eu queria dar um depoimento aqui, porque nós fomos Ministros contemporâneos. V. Exª, como Ministro da Pesca, abriu um novo horizonte para a pesca no Brasil, que estava esquecida e, eu diria, até abandonada, como também aqui, no Legislativo, tivemos a sua participação, como sempre, efetiva e que dignificou o Poder Legislativo. Sua missão, todos nós sabemos que não é das mais fáceis, mas V. Exª é um homem de fé, um homem que vai trazer, se Deus quiser, uma nova perspectiva para a cidade que nós queremos maravilhosa. V. Exª há de nos dar a certeza de que o Rio vai recuperar a sua economia, e nós teremos, de novo, realmente o Rio como a cidade que é uma verdadeira meca, uma cidade que faz com que todos os brasileiros se sintam orgulhosos.

    E eu me sinto orgulhoso de ter na Prefeitura do Rio um homem da estirpe e das convicções de V. Exª.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador.

    Espero um dia poder ouvir aquilo que eu ouvia do porteiro do prédio em que eu morava. Já mudei. Ele era potiguar. Quando eu me despedia para vir trabalhar no Senado Federal, ele dizia: "Não se esqueça de dar um abraço no Senador Garibaldi". Ele era um menino pobre, do interior, que foi alcançado pela água quando V. Exª, o Governador das Águas, levou as adutoras para o interior do Sertão. Aquela gratidão, o brilho no olhar daquele rapaz é algo que não se pode expressar com palavras.

    Quero ser no Rio de Janeiro como V. Exª foi Governador do Estado do Rio Grande do Norte, de tal maneira que não há um só que tenha dito que V. Exª envergonhou as tradições, a honradez e a dignidade de seu povo. Pelo contrário, eles às vezes se sentem na diáspora, longe da terra querida, mas ainda com o coração cheio de gratidão por V. Exª. Espero que eu possa não desilustrar essas palavras que V. Exª, com generosidade, me deu e ser também para o Rio de Janeiro o que V. Exª foi para o seu Estado.

    Ouço o meu companheiro Benedito de Lira, que em duas ocasiões nos comoveu. Eu não vou esquecer aquele relatório que o Senador fez, de um projeto de inversão do ônus da prova, para qualificar a paternidade dessas 750 mil crianças que todo ano nascem no Brasil sem pai declarado. E também – e represento neste instante católicos, evangélicos, espíritas, enfim, todos – quando V. Exª relatou a PEC que tira o IPTU dos templos alugados. V. Exª pode ter certeza de que escreveu o nome gratidão no coração de toda essa gente com esses dois momentos inesquecíveis. E tenho muita alegria de ter sido seu parceiro.

    Ouço o seu aparte com imensa alegria.

    O Sr. Benedito de Lira (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AL) – Meu caro Senador Crivella, eu estava saindo da 309 e ouvia, através da Rádio Senado, o pronunciamento de V. Exª, a sua história para em breve assumir o destino da maravilhosa cidade do Rio de Janeiro. Eu mandei o motorista se apressar. O trânsito está muito congestionado nas avenidas de Brasília, mas cheguei a tempo. Eu não iria me sentir satisfeito se não pudesse participar deste momento extraordinário para o Senado Federal. Há uma coisa que nós temos que lamentar em parte, porque o Senado Federal perde um grande Senador da República, mas a cidade do Rio de Janeiro vai ganhar, tenho certeza, um extraordinário administrador, um extraordinário Prefeito, pela sua história, pelo seu passado e pela sua caminhada de lutas. Acompanhei de perto quando V. Exª, Ministro da Pesca, e eu, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, tivemos a oportunidade de fazer uma viagem juntos, não uma viagem de lazer, mas uma viagem de trabalho, quando V. Exª nos levou para mostrar como era desenvolvida a pesca em Israel, num território totalmente diferente do nosso. E V. Exª, à frente do Ministério da Pesca, desempenhou um papel fundamental, porque desejava aumentar o quantitativo da pesca brasileira. Confesso, nobre Senador, da minha alegria em ter convivido com V. Exª nas comissões técnicas da Casa. Esses projetos que V. Exª elencou, eu me senti muito feliz em ser o Relator, um Relator não por indicação da comissão, mas por solicitação de V. Exª. Por isso, meu caro Crivella, desejo a V. Exª extraordinário êxito na gestão de governar o Município do Rio de Janeiro. Tenho certeza absoluta de que V. Exª sairá, ao término do seu mandato, como o maior Prefeito que a cidade do Rio de Janeiro já teve oportunidade de conhecer. Leve o nosso abraço e a certeza de que com V. Exª no desempenho das suas atividades como gestor do Município do Rio de Janeiro, nós aqui estaremos para, dentro daquilo que for possível e necessário, respaldar e ajudar naquilo que precisar o Rio de Janeiro sob a sua responsabilidade. Um grande abraço. Que Deus o ilumine, que Deus o proteja para que faça uma grande gestão. Nós não temos dúvida disso. Felicidade, Senador e Prefeito Crivella!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Benedito de Lira, com emoção.

    Ouço a voz altiva das alterosas, com todo prazer e honra.

    O Sr. Antonio Anastasia (Bloco Social Democrata/PSDB - MG) – Muito obrigado, eminente Senador Marcelo Crivella. Não poderia deixar de me pronunciar neste momento do discurso de V. Exª de despedida do Senado Federal, na assunção do honroso cargo de Prefeito Municipal do Rio de Janeiro, na realidade, uma cidade-estado, antiga Guanabara, nosso antigo Distrito Federal, uma cidade que todo o Brasil ainda reconhece como nossa grande metrópole cultural, pelo grande reconhecimento que todos nós temos exatamente por essa cidade maravilhosa. E V. Exª bem sabe, eminente Senador Crivella, que nós, mineiros em especial, temos pelo Rio de Janeiro uma estima que é praticamente como se o Rio fosse uma extensão de Minas ou Minas, uma extensão do Rio. Somos irmãos siameses. A história política, a identidade entre Minas e Rio é tão forte que todos nós nos consideramos um pouco cariocas e fluminenses, e vice-versa, tenho certeza. E V. Exª bem sabe disso, não só pela imensa colônia mineira que lá reside, mas pelos vínculos, na realidade, que ao longo de 500 anos da história do Brasil nos uniram. Quero fazer aqui, eminente Senador Marcelo Crivella, também um registro de caráter pessoal, ao tempo em que desejo a V. Exª muito sucesso e êxito e tenho a mais serena convicção de que o alcançará no exercício magistral de alcaide da nossa cidade metrópole e cultural do Rio de Janeiro. Devo dizer que tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente aqui, no convívio do Senado da República. E tive, de fato, uma grande satisfação e alegria de perceber o trato lhano, o jeito afável, cordial e até mesmo carinhoso de um homem educado sobremaneira e muito preparado que é V. Exª. Tenho certeza de que levará esse seu estilo de conciliação para o Poder Executivo e será, de fato, um grande prefeito municipal. Terá sempre o aplauso de todos nós, seus pares, e terá a atenção de nós, mineiros, mais de 20 milhões, que encaramos o Rio de Janeiro também como uma cidade nossa. Parabéns! Boa gestão! Muito boa sorte, eminente amigo, Senador Marcelo Crivella, Prefeito do Rio de Janeiro.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Anastasia. V. Exª me comove neste momento e me faz lembrar uma frase dita pelo Presidente José Sarney, que em V. Exª ficaria perfeita. Ele disse que, quando o Senador de Minas Gerais – falta-me o nome agora e eu vou pedir aqui aos senhores pela emoção... (Pausa.)

    Afonso Arinos de Melo Franco! O Presidente José Sarney disse que, quando Afonso Arinos de Melo Franco o recebeu na Academia de Letras – imagine que fosse V. Exª, porque a frase se encaixa perfeitamente –, ele disse o seguinte: "Minas não tem mar e nem podia, porque o mar é salgado e Minas é doce". Toda essa doçura eu quero dizer que está na convivência com V. Exª. Parabéns. A sua inteligência e a sua maneira cordata de encontrar a solução pacífica nos momentos de controvérsia caracterizam realmente essa genialidade do povo mineiro. V. Exª e eu fomos parceiros no Estatuto dos Animais. Alguns colegas aqui pediram que fosse ouvida a Comissão de Economia, que não tinha muito a ver, e aí o Supremo Tribunal Federal, em nossa defesa, decidiu que as vaquejadas são cruéis e que o nosso projeto deve seguir em frente. Muito obrigado a V. Exª pelas palavras carinhosas.

    Ouço o bravo Estado do Mato Grosso.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Senador Crivella, a primeira vez que vi V. Exª foi na televisão, com V. Exª apresentando aquele projeto da fazenda na Bahia, projeto maravilhoso. Inclusive hoje – agradeço-o –, ganhei um presente muito bacana, ganhei de V. Exª quatro atas. Senador Crivella, eu quero ser muito breve aqui. É simplesmente para lhe fazer essa homenagem, porque, nesse pouco tempo que convivemos juntos aqui, eu pude ver alguns dons do Espírito em V. Exª: temperança e domínio próprio. V. Exª exala isso, e não é fake. Notamos que não é forçado, V. Exª é assim. Eu li uma matéria em que um publicitário que já conviveu com V. Exª falava na revista sobre a sua personalidade e eu falei que ele realmente conhece o Senador Crivella. Realmente, é desta forma: mansidão, domínio próprio, essas coisas que fazem bem àqueles que o rodeiam.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado, Senador.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu diria que, se houvesse uma frase também que lhe calhe bem, ela seria: mesmo quando o atacam, V. Exª é como o sândalo que perfuma o machado que o fere. Tenho aprendido muito com V. Exª e com o Senador Anastasia. Eu preciso – tenho uma longa caminhada, sou novinho aqui – muito ainda de me espelhar nesses exemplos. Quero-lhe dizer que V. Exª será para mim sempre um espelho, pelo que tem apresentado na vida pública brasileira. Mesmo quando injustamente – eu diria: malvadamente – atacado, V. Exª se portou de maneira altiva e segura, própria daqueles que têm certeza da inocência, própria dos justos. Muitas vezes, eu sei que V. Exª carrega o fardo, uma cruz que não é nem sua, é um preconceito que têm contra a fé que V. Exª professa. Fui perguntar para algumas pessoas por que houve aquele ataque tão ferrenho, de todos os lados, bombardeando uma candidatura daquela forma. E candidatura nenhuma resiste. Se aquela candidatura fosse própria, fosse um projeto seu, ela teria caído, mas dá para notar que era um projeto divino. Ela foi bombardeada e não caiu. Eu queria homenageá-lo pela fortaleza que mostrou ali e quero dizer o seguinte: o que eu tenho visto é que esses projetos, mesmo que bombardeados, não cairão. Por quê? Na maioria das vezes, a televisão que tanto diverte só diverte, mas as igrejas, que V. Exª tanto defende, não fazem esse mal que muitas pessoas pensam que fazem. Agora mesmo, eu estou relatando um projeto em que querem tributar as igrejas. Eu creio – e quero falar aqui para o Brasil – que o projeto social que as igrejas conduzem, às vezes, faz o que o Estado não faz. A igreja entra na favela, a igreja vai no morro, a igreja cuida da saúde mental, o que o Estado não dá conta. O sujeito está com as baterias descarregadas e, no final da semana, vai à igreja, saindo com as baterias carregadas para mais uma semana. E, com V. Exª, eu sinto que muita gente tem medo, achando: "Essa religião vai tomar o País! Olha!" Na verdade, cada um professa a sua fé. E o que me admira é que V. Exª não contra-ataca na mesma moeda. V. Exª simplesmente responde com amor e mansidão, simplesmente mostrando que o seu testemunho é real. Então, eu queria parabenizá-lo e dizer que V. Exª, com certeza, fará muita falta aqui, mas, com certeza, o Rio de Janeiro está precisando muito de Marcelo Crivella. E V. Exª, eu não tenho dúvida, foi colocado ali por Deus, porque aquele projeto que estava ali antagonizando com V. Exª era um projeto contra o Brasil, contra a família brasileira, contra tudo o que se pensa como ordem de um País. E V. Exª foi a salvação da cidade do Rio de Janeiro. Todos nós brasileiros que já amamos a cidade do Rio de Janeiro agora também amamos o seu Prefeito.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador José Medeiros, pelas suas palavras. Eu entendo que, quando Cristo nos ensinou que a única maneira de vencer uma guerra é dando a outra face, não há nenhum sentido masoquista. É mentirem, e nós dizermos a verdade; é nos ofenderem, e nós sermos bondosos; é serem egoístas, e nós sermos generosos. É a maneira com que me portei aqui. Nunca subi nesta tribuna para revidar ofensas, para nomear nomes, para plantar a discórdia. Aqui só defendi a causa do povo. Eu tenho certeza de que V. Exª, jovem, um futuro brilhante, vai fazer muito mais. Eu estou indo, V. Exª permanece para defender esses nossos valores, princípios, ideais, a família, a fé, a Igreja Católica, a Igreja Evangélica, enfim, todos aqueles que amam a Deus, que confiam em Jesus. V. Exª ficará aqui. Embora eu vá, eu tenho certeza de que não vai se apagar essa luz. Muito obrigado, Senador José Medeiros.

    O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – V. Exª me permite um aparte, Senador Crivella?

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Com o maior prazer. Vamos ouvir o Senador Romário, meu companheiro...

    O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Aqui.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Desculpe...

    O SR. PRESIDENTE (Cidinho Santos. Bloco Moderador/PR - MT) – Senador Crivella, depois, há o Senador Dário, que estava na frente...

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Desculpe, Senador Flexa. Senador Flexa, do Estado do Pará, Senador do açaí...

    O SR. PRESIDENTE (Cidinho Santos. Bloco Moderador/PR - MT) – O Senador Dário também está inscrito.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – O Senador Dário. O Senador Elmano Férrer. Muito obrigado.

    Pará! Ouço a voz do Pará.

    O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Senador Crivella, obrigado por nos conceder este aparte. Estávamos despachando no gabinete e ouvindo os apartes de todos os seus pares. Eu vim rapidamente aqui, porque eu não poderia estar ausente neste momento em que V. Exª, da tribuna, se despede da missão de representar o Estado do Rio de Janeiro no Senado Federal, para assumir a missão de dirigir a cidade do Rio de Janeiro como Prefeito eleito. A convivência com V. Exª, ao longo desses anos todos no Senado, só fez enriquecer a mim como pessoa, porque o seu exemplo, como homem de Deus, como já foi dito aqui, com as suas características de competência, de lealdade, de moderação nos embates que, às vezes, somos levados a ter aqui nas sessões do plenário ou nas comissões, com V. Exª sempre com essa calma, como se estivesse – como se estivesse, não, tenho certeza de que é – iluminado permanentemente por Deus, traz a nós esse equilíbrio necessário nesses momentos. Estivemos juntos quando discutimos – e eu fui o Relator deste projeto – a Lei Geral da Pesca, que deu aos pescadores os direitos que eles mereciam, inclusive igualando o pescador ao agricultor familiar. Depois V. Exª teve a oportunidade de assumir o Ministério da Pesca, também na ocasião em que foi criada a Lei Geral da Pesca. Diziam naquele instante: "Mas o Senador Crivella é um pescador de almas!" Eu dizia: "Não! Vocês vão ver o que o Senador Crivella fará no Ministério da Pesca". E eu fui testemunha do trabalho competente de V. Exª, que esteve no meu Estado, o Estado do Pará, levando benefícios para o setor da pesca e lutou para que o Brasil pudesse – e um dia poderá – assumir o seu papel de destaque na produção de pescado, porque tem um potencial enorme para ser um dos maiores produtores de pescado do mundo, participando do comércio mundial. V. Exª optou por não concluir o mandato de Senador para ir para uma missão executiva. Tenho certeza absoluta de que a cidade do Rio de Janeiro vai ganhar um grande Prefeito. O Senado vai perder um grande Senador. Eu quero, neste momento, pedir que Deus o abençoe e o ilumine nessa nova missão, porque o Rio de Janeiro é a segunda cidade de todos os brasileiros. De todos! Todos os brasileiros têm a sua cidade natal, no seu Estado de origem, e o segundo Estado é o Rio de Janeiro. Não tenho dúvida disso. E, agora, nas suas mãos, que V. Exª possa fazer com que o Rio saia dessa situação de dificuldades em que se encontra. E todos nós brasileiros somos solidários com o Estado do Rio de Janeiro, para que encontre, o mais rápido possível, uma saída – e não só o Estado do Rio, mas também os outros Estados e o Brasil, que se encontra também em dificuldades. Em uma hora destas, V. Exª tem a coragem, eu diria, de assumir a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Que Deus o abençoe, que tenha uma grande missão e um grande trabalho pelo povo – eu tenho certeza que fará – para melhorar a qualidade de vida de toda a população da cidade do Rio de Janeiro. Um abraço. Vá com Deus. Fique sempre junto de nós. Quando vier a Brasília, venha nos visitar aqui.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Com certeza, Senador do açaí, Senador Flexa Ribeiro. Fico muito agradecido a V. Exª, de coração, por essas palavras carinhosas que são mais do que mereço.

    O Sr. Eduardo Amorim (Bloco Moderador/PSC - SE) – Senador Crivella.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Pois não.

    O Sr. Eduardo Amorim (Bloco Moderador/PSC - SE) – É o Senador Eduardo Amorim.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Oh, Senador Eduardo Amorim! Ouço a voz do bravo Estado do Sergipe.

    O Sr. Eduardo Amorim (Bloco Moderador/PSC - SE) – Ao lado aqui do Dr. Albano Franco.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Nosso Governador!

    O Sr. Eduardo Amorim (Bloco Moderador/PSC - SE) – Governador, Senador, Deputado Federal, um grande líder, pai do amigo Ricardo Franco. É para desejar a você, que é um homem de Deus, que é um missionário, que passa a ter essa nova missão lá no Rio de Janeiro, dada pelo povo do Rio de Janeiro... Sei que não é fácil, pois os tempos são extremamente difíceis, mas acho que, quando se age com responsabilidade e coloca aí o ingrediente do amor à sua terra, ao seu canto, com certeza, as soluções chegarão, e chegarão da melhor maneira possível. Então, apenas como amigo que conviveu com V. Exª aqui esses últimos anos, uma convivência extremamente agradável, pessoas que conservam princípios, sobretudo, o princípio da coerência, especialmente no momento que o País está vivendo, um momento em que, na classe política, raros, poucos realmente podem sair às ruas, podem frequentar as universidades, podem frequentar todos os cantos... Mas não há outro caminho: a política é o único instrumento que temos para escolher os nossos líderes, e a democracia permite isso, a boa escolha permite isso. O legado que fica de tudo isso que estamos vivendo no País é que temos que aprender a escolher melhor. Tenho certeza de que o povo do Rio de Janeiro escolheu o melhor para conduzir o destino lá da sua cidade. Que Deus o ilumine, que Deus lhe dê força. Lembre-se sempre de que, aqui no Senado, você deixa alguns amigos. Forte abraço, amigo!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Forte abraço também ao senhor, Senador Eduardo, que, em cada etapa da vida, nos irradia uma lição que enobrece e dignifica. Médico, humanitário, homem do povo, servidor de todos. Como político, essa vocação sagrada da democracia, da honradez, da honestidade. O povo de Sergipe, com certeza, vai fazer com V. Exª o que fizeram comigo: não é chamar, não; é convocar. O Senador Flexa Ribeiro dizia, há pouco, que eu resolvi não cumprir o mandato até o final. Nós somos homens do povo, nós não fazemos as coisas que queremos. As pesquisas me convocaram, foi o povo que determinou a minha candidatura e a confirmou nas urnas, na sentença inapelável das urnas, contra tudo e todos, em um Partido pequeno. Pode ter certeza de que V. Exª fará o mesmo caminho por isto: pela competência, pela honradez, pela transparência. O povo do Sergipe há de convocá-lo. E, neste momento, lembre-se: lá no Rio de Janeiro, haverá um Prefeito orando, pedindo a Deus pelo seu sucesso, meu querido amigo Eduardo Amorim.

    O Sr. Eduardo Amorim (Bloco Moderador/PSC - SE) – Obrigado, meu grande amigo, Senador Crivela. Forte abraço!

    O Sr. Dário Berger (PMDB - SC) – Senador.

    O Sr. Eduardo Amorim (Bloco Moderador/PSC - SE) – Aqui você deixa outro amigo, um xará...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Amorim (Bloco Moderador/PSC - SE) – Eduardo, nosso grande amigo, que convivemos nesses anos todos no nosso Bloco Moderador. Forte abraço, boa missão. Deus o ilumine!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Forte abraço, querido.

    Ouço a voz de Santa Catarina.

    O Sr. Dário Berger (PMDB - SC) – Senador Marcelo Crivella, eu quero me associar também aos demais Senadores em prestar essa justa e legítima homenagem a V. Exª. O número de apartes concedidos por V. Exª dá uma demonstração inequívoca de quanto V. Exª é querido por este Parlamento, por esta Casa. E a grande verdade é que V. Exª foi distinguido pelo povo do Rio de Janeiro, para comandar os seus destinos, agora, por quatro anos. Nas nossas vidas, nada acontece por acaso. E eu quero cumprimentá-lo e cumprimentar também o povo do Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, que soube escolher bem o seu prefeito.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado, Senador.

    O Sr. Dário Berger (PMDB - SC) – E eu não tenho nenhuma dúvida de que o senhor vai fazer tudo o que for possível, dar tudo o que de melhor o senhor tiver, para fazer uma grande e triunfal administração no Rio de Janeiro. No momento difícil, particularmente, que nós estamos vivendo hoje, quero enaltecer a coragem de V. Exª de enfrentar esse grande e poderoso desafio, porque eu tenho absoluta certeza de que o senhor terá muitos desafios pela frente, dirigindo os destinos do Rio de Janeiro. Mas, como a nossa vida é feita de momentos, este é um momento em que o senhor se despede de uma Casa onde fez história, fez amigos e é muito querido pelos seus companheiros, aqui, pelos seus pares, pelos seus amigos. E eu quero aproveitar para parabenizar V. Exª por isso e desejar, nesta nova caminhada, muito sucesso, muita coragem e muita determinação. Eu, que fui prefeito por quatro vezes, praticamente consecutivas, sei exatamente que o coração de V. Exª deve estar batendo mais forte, porém, também, mais confiante de que fará uma grande administração, para orgulhar, sobretudo, o povo do Rio de Janeiro. E orgulhar a todos nós, aqui, também, que fizemos parte dessa trajetória de V. Exª aqui no Senado Federal. Então, conhecendo V. Exª como conheço, desse período de dois anos em que estou aqui no Senado Federal, posso perceber que o senhor, como um evangelizador, vai levar essa mensagem de paz, de esperança, de confiança, de paciência, que só os bispos e pessoas como V. Exª têm. E isso é já o prenúncio de um grande sucesso que o Rio de Janeiro vai conquistar, concedendo, como concedeu, esse privilégio de dirigir a cidade pelos próximos quatro anos. Então, parabéns, mais uma vez.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado.

    O Sr. Dário Berger (PMDB - SC) – Sucesso. O sucesso de V. Exª é o nosso sucesso, aqui, do Senado Federal também.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Dário Berger. Quero me colocar à disposição de V. Exª na cidade do Rio de Janeiro e saudar, na sua pessoa, o povo maravilhoso de Santa Catarina.

    Queria também, com a permissão dos senhores, dizer que nós temos aqui uma plêiade de Líderes da Câmara que abrilhantam a nossa sessão: Luiz Carlos Ramos, do bravo Estado do Rio de Janeiro; Lincoln Portela, meu companheiro de Minas Gerais; Márcio Marinho, da Bahia; Roberto Sales, do Rio; está também o nosso futuro Senador, Eduardo Lopes; e a nossa, também querida, Deputada do Rio de Janeiro – Senador Paulo Paim, vou dar um aparte a V. Exª –, Rosângela Gomes. Querida amiga, um grande abraço a V. Exª.

    Mas, se me permitem, vou deixar para ouvir o Elmano daqui a pouco, porque chegou aqui um grande líder do Rio Grande do Sul, homem que fala pelos trabalhadores do Brasil. Eu quero conceder a palavra ao companheiro Paulo Paim.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Senador Crivella, Prefeito agora do nosso querido Estado – irmão, companheiro – do Rio de Janeiro, eu não poderia – eu corri nas Comissões até agora – deixar de vir ao plenário para lhe dar, eu diria, esse abraço, porque vou lhe dar um abraço. V. Exª foi parceiro aqui, sempre. V. Exª pode escrever lá, no seu currículo, na sua história, este depoimento: não houve um projeto que fosse diretamente de interesse dos trabalhadores e dos aposentados em que eu deixei de contar com V. Exª. V. Exª, inclusive, me castigava de uma forma: mandava tanto projeto para eu relatar... Mas eram projetos que defendiam os trabalhadores e os aposentados, e eu relatava com satisfação e com alegria. Eu diria que o Rio de Janeiro vai ter um grande prefeito, com certeza absoluta. O Senado perde um grande Senador, mas a vida é assim: a gente tem que estar à disposição do povo, onde o povo apontar o caminho. V. Exª aceitou o desafio, e o povo disse: "Fique aqui no Rio de Janeiro e nos ajude a governar esta capital." Enfim, o povo do Rio de Janeiro fez uma grande escolha. Eu dou este depoimento com toda a tranquilidade e digo a V. Exª com muito orgulho: que bom eu poder dizer, em público, que eu sou seu amigo. Vou dar o abraço, porque o mundo e a amizade cabem num abraço. Parabéns, Senador.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Paim.

    Estive sempre ao seu lado, e V. Exª ao meu, quando tivemos embates em favor do povo trabalhador. V. Exª é uma voz que permanece; eu vou para o Rio. E tenho certeza de que a nossa gente sofrida e valente há de contar com V. Exª na tribuna desta Casa, de maneira valente.

    Não há um dia em que V. Exª não suba ao plenário desta Casa para defender o trabalhador brasileiro. Isso é algo extraordinário! V. Exª tem tantos mandatos... Poderia, de certa forma, diminuir o ritmo, mas não o faz. É movido por essa energia que Deus lhe deu, para defender nossa gente, nossos aposentados. Eu parabenizo V. Exª.

    Vou levar para sempre o exemplo que me inspirou e também lutar pelo povo da nossa terra.

    Muito obrigado.

    E vou lhe dar o abraço.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Fora do microfone.) – Estarei esperando o abraço.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado.

    Senador Elmano Férrer. Olha a voz do Piauí, bravo Estado do Piauí, da Confederação do Equador.

    O Sr. Elmano Férrer (Bloco Moderador/PTB - PI) – Senador Crivella, ouvi com muita atenção, desde o princípio, as palavras de V. Exª, palavras de despedida e de prestação de contas. De despedida desta Casa, da qual V. Exª parte materialmente, mas aqui ficam o espírito, as lições de sabedoria, de moderação, de um homem de família, de formação religiosa.

    Creio que foi um exemplo para todos nós, e que isso fica em nossos corações. De outra parte, vi que um dos aspectos importantes de suas palavras foi a prestação de contas de um mandato que, no meu entendimento, com pouco tempo nesta Casa, qualificou, dignificou a Casa e exteriorizou, materializou todo o conhecimento do nobre Senador, com sua sensibilidade humana e formação cristã, ao se debruçar sobre os problemas da criança, do adolescente, das pessoas idosas, das pessoas em idade avançada, como eu e outros. Foi um exemplo de mandato que, repito, dignificou e honrou esta Casa. E, de outra parte, o senhor, nobre Senador, parte para uma nova missão: governar, administrar uma cidade. E uma cidade como o Rio de Janeiro, maravilhosa por um lado, mas problemática por outro. São as belezas das praias e os desafios dos morros, das favelas. Daí, o desafio maior de V. Exª. E ser prefeito hoje, no Brasil, em qualquer cidade do Brasil, especialmente na Cidade Maravilhosa, praiana, é um grande desafio. E sei, e todos nós sabemos, aqui nesta Casa, da sua experiência, da sua vivência não só no País, em várias regiões do País, mas no exterior, em países africanos, em que os desafios também são maiores, em termos de dignidade humana. Tenho certeza de que V. Exª fará uma grande administração. Mas lembrando que, ao administrar uma cidade, ao ser prefeito, a coisa mais importante, meu nobre Senador, é cuidar de gente, é cuidar das pessoas. Administrar é cuidar dos humildes. Eu sei, sabemos todos nós, que, com a formação cristã e religiosa do nosso nobre Senador, Deus iluminará, Deus guiará o nobre Senador nessa nova missão dada pelo povo do Rio de Janeiro. Então, neste momento eu queria, em nome dos companheiros do Bloco Moderador, que ontem foi Bloco União e Força – e o nobre Senador dignificou aquele bloco de Senadores com a moderação, com a sua experiência –, e também em meu nome, em nome dos dez outros Senadores – e vamos ter a honra de ter mais uma vez o nosso Eduardo Lopes substituindo o nobre Senador –, em nome de todos, desejar muitas felicidades. Que Deus o continue abençoando...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Elmano Férrer (Bloco Moderador/PTB - PI) – ... iluminando e guiando na busca dos ideais, dos sonhos e das aspirações maiores do povo carioca. Que Deus o abençoe e ilumine nessa nova caminhada.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Elmano Férrer.

    V. Exª será um exemplo para mim, porque V. Exª foi esse prefeito que cuidou das pessoas. O povo do Piauí não o temia nem o reverenciava, curvando-se. O povo do Piauí, de Teresina, via a si mesmo no reflexo dos seus olhos.

    V. Exª representava os valores emanados daquela gente. Não foi à toa que V. Exª foi conduzido para cá. E eu espero ser um prefeito do Rio de Janeiro como V. Exª foi em Teresina.

    V. Exª é lembrado com saudade. Ali não há uma pessoa que toque na sua dignidade; não há uma acusação, uma ofensa. Pelo contrário: ficha limpa, honradez à toda prova, aos píncaros. E eu vou me espelhar no exemplo de V. Exª.

    É bem verdade que o prefeito que saiu teve a oportunidade de fazer uma Olimpíada. Eram outros tempos. Agora, com a crise fiscal que enfrentamos, é possível que não tenhamos grandes condições de fazer tantas obras. Mas V. Exª disse a palavra certa: cuidar das pessoas é possível.

    O filho de um pai rico ama o seu pai, mas o filho de um pai pobre não o ama menos. O pai rico dá a ele uma passagem para ir a Paris. O pai pobre o leva a uma loja de shopping e lhe compra um tênis, uma camisa, uma roupa. Mas o filho do pai pobre ama tanto o seu pai quanto o filho do pai rico, porque o importante é ser pai e o importante é ser prefeito. Eu aprendi com V. Exª.

    Muito obrigado.

    Deus o abençoe.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RR) – Senador Crivella, permita-me um aparte?

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Querido Senador de Rondônia, com o maior prazer.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RR) – Quando vi V. Exª na tribuna eu vim correndo do gabinete, porque o Senador Crivella é o meu vizinho de gabinete.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Somos vizinhos, Telmário Mota.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RR) – Ele não é como o vizinho Garibaldi, que é meu vizinho de residência e que cedo, de manhã, me acorda e diz: "Vamos embora trabalhar, Telmário." Aí eu o sigo e nós sempre saímos juntos. Só não chegamos primeiro do que o Paim, porque o Paim madruga aqui. Mas eu estava ouvindo alguns companheiros se dirigindo a V. Exª. Senador, V. Exª vai agora comandar o destino da cidade do Rio de Janeiro. É uma cidade que, sem nenhuma dúvida, tem toda uma história.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RR) – E V. Exª se preparou para isso. Eu tive como base, na minha eleição, as igrejas. E só eu sei o que é um pequeno pastor, ou um grande pastor, ou, principalmente, um bispo, o quanto ele se prepara para atender à sociedade em todos os sentidos. Ele é psicólogo, ele é assistente social, ele é o financeiro. Ele é o braço amigo de todas as horas do seu povo. Isso faz você ter não só um olhar... Quando você vê a pessoa, o seu sentimento, a sua dor, você não apenas vê, mas você olha a necessidade real da pessoa. É importante isso. Outra coisa: V. Exª passa por esta Casa – pelo maior Parlamento brasileiro, que é o Senado – e aqui sempre teve um grande desempenho. Então, V. Exª tem uma missão árdua. O Rio de Janeiro passar por um momento difícil. A situação socioeconômica do Estado vai refletir, sem nenhuma dúvida, na própria Prefeitura, e V. Exª pode contar com esta Casa, contar com o nosso apoio. V. Exª vai saber ouvir, vai saber compreender – e já sabe fazer isso bem, pois aprendeu, ao longo da sua vida, como pastor, como bispo, como político. E V. Exª vai agora sair. A mudança é que V. Exª, agora, vai poder decidir monocraticamente.

    No lugar de V. Exª decidir coletivamente, V. Exª vai decidir monocraticamente, com mais rapidez. V. Exª sabe que, aqui, para fazermos uma proposição, é preciso conversar com gregos e troianos, com todas as correntes. Às vezes, um projeto que vai atender a uma necessidade, a uma demanda da sociedade acaba, pela burocracia, pelo debate, levando muito tempo, e a resposta política não chega tão rápido. Disse aqui, com muita propriedade, o nosso Senador Velhinho querido, que foi um grande Prefeito do Piauí, tanto é que hoje é Senador da República, o que ele passou...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RR) – ... na sua própria experiência de gestão. Então, V. Exª, ao chegar àquela casa, vai ter esta oportunidade: vai deixar de decidir coletivamente para decidir monocraticamente. Então, V. Exª vai ter mais rapidez nas suas decisões. V. Exª está preparado, tem sensibilidade e conhece a dor, a necessidade das pessoas, dos mais ricos e dos mais pobres. Eu não tenho nenhuma dúvida de que o nome Crivella vai estar muito mais forte daqui a quatro anos, nessa gestão tão desafiadora, e mais preparado. Aproveitando, muito obrigado pelas pinhas, pelas atas. Obrigado.

    Boa sorte! Felicidade!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado.

    Senador Telmário, meu vizinho, muito agradecido. O Estado de Roraima está muito bem representado em V. Exª, que, com muita energia, ocupa essa tribuna, e o Brasil o ouve. Um grande abraço.

    Quero ouvir também a voz de Pernambuco, nosso Líder do PT.

    O Sr. Humberto Costa (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – Senador Crivella, Sr. Presidente, eu quero também me associar a todos que aqui estão para desejar a V. Exª, Senador, Ministro, futuro Prefeito da cidade do Rio de Janeiro, toda a felicidade e todo o sucesso do mundo. Todos nós temos o Rio de Janeiro como o nosso orgulho nacional e o nosso segundo lar. É uma cidade pela qual todos nós temos um afeto especial e estamos todos sofrendo, neste momento, pelas dificuldades por que passam a cidade e o próprio Estado do Rio de Janeiro. Eu faço votos de que V. Exª, assim como foi um grande Senador, seja também um grande Prefeito e seja capaz de debelar essa crise que ali está, para devolver ao Rio de Janeiro essa alegria que sempre caracterizou o povo carioca e fazê-lo novamente... Na verdade, não deixamos de ter orgulho do Rio, mas, certamente, se o seu povo estiver mais feliz, o nosso orgulho será sempre maior. Então, desejo toda a felicidade do mundo a V. Exª como Prefeito.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Conte comigo, Senador Humberto Costa. Meu respeito e meu carinho a vossa Liderança.

    Citei, no meu discurso de despedida, os anos felizes em que fui Vice-Líder do governo do Presidente Lula e a honra que tive de servir ao primeiro governo da Presidenta Dilma, que este Congresso afastou do poder por maneiras, a meu ver, incontornáveis, por problemas que nós todos queríamos que fossem evitados, mas não lhe tirou os direitos políticos, o que seria...

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – ... um exagero imperdoável.

    V. Exª e o seu Partido fizeram muito pelo País, e eu tenho certeza de que isso não será esquecido. Eu mesmo lhe sou grato. Quando era Ministro da Saúde, V. Exª conseguiu uns equipamentos para o nosso Hospital de Cardiologia de Laranjeiras – foi V. Exª que os mandou para o Rio de Janeiro para tratar das crianças.

    Muito obrigado, Senador. Deus o abençoe e ilumine.

    Senador Fernando Bezerra, voz de Pernambuco.

    O Sr. Fernando Bezerra Coelho (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - PE) – Meu Senador Marcelo Crivella, é uma alegria poder trazer a minha palavra, neste aparte, para dar o meu testemunho, testemunho como seu amigo, testemunho como seu companheiro, aqui, no Senado Federal, e poder também fazer referência à atuação de V. Exª como Ministro da Pesca. Fui seu companheiro de equipe no primeiro governo da Presidenta Dilma, como Ministro da Integração Nacional. Tivemos diversos encontros de trabalho. Vi de perto o seu entusiasmo, a sua alegria, a sua dedicação por poder servir ao Brasil e poder servir a uma pasta tão estratégica para o desenvolvimento do Brasil como é a área da pesca. Acompanhei de perto o seu sonho, a sua luta para poder se eleger Prefeito do Rio de Janeiro. Estivemos muito próximos nas tratativas que antecederam as eleições. Vi como brilhavam os olhos de V. Exª com a oportunidade que o povo do Rio de Janeiro ia lhe dar, num momento tão particular, tão difícil em que se encontra a economia fluminense, de forma particular a economia da cidade do Rio de Janeiro, que é uma cidade amada por todos nós, brasileiros. Tenho absoluta certeza de que com a sua experiência, com a sua sensibilidade, com a sua maneira de entregar-se às causas que abraça, o Rio de Janeiro vai ter um grande Prefeito. Aqui, no Senado Federal, V. Exª poderá continuar contando com os amigos que cativou e que construiu para que a gente possa, mesmo representando outros Estados da Federação brasileira, emprestar o nosso apoio para que V. Exª faça a entrega das promessas assumidas com o povo do Rio de Janeiro. Parabéns, felicidades, tudo de bom para o Prefeito Marcelo Crivella!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado! Somos Bezerra: Marcelo Bezerra Crivella; Fernando Bezerra. Minhas raízes são nordestinas. Ouço a voz de V. Exª como uma homenagem de Olinda, de Recife, da Serra da Borborema e do seu sertão tão querido.

    Muito obrigado, Senador. Que Deus o abençoe! Agradecido.

    Ouço, também, a voz do Ceará.

    O Sr. Eunício Oliveira (PMDB - CE) – Senador Crivella, acho que esta Casa, ao participar da despedida de V. Exª, está num misto de tristeza e de alegria – de tristeza, por perder a convivência sóbria, equilibrada, simpática de V. Exª aqui, no dia a dia desta Casa do Senado Federal; ao mesmo tempo, felizes, porque sabemos que V. Exª será um grande Prefeito, dedicado, sério, correto com a cidade do Rio de Janeiro. Então, aqui, em nome dos cearenses, dos que têm fé, dos que acreditam que é possível fazer...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Eunício Oliveira (PMDB - CE) – Que é possível fazer... V. Exª é tão bem intencionado! Como disse o ex-Ministro e Senador Fernando Bezerra, V. Exª foi Ministro da Pesca e fez ali um belo trabalho em relação ao Governo Federal, como executivo. V. Exª foi Senador e deixa para todos nós exemplo de correção, de decência, de dedicação. Não tenho dúvida de que perde o Senado Federal com a saída de V. Exª, mas ganha a cidade do Rio de Janeiro um grande prefeito. Que Deus o abençoe!

     

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Eunício.

    A minha terra tem muitos cearenses que constroem com suor, com idealismo, com um esforço extraordinário, a cidade maravilhosa. Não seria maravilhosa se lá não vivessem tantos cearenses.

    Agradeço muito a V. Exª por esse aparte. Sei que V. Exª é o Líder do seu Partido e que o seu Partido é o Partido do Governo. Espero contar com V. Exª nesses dias difíceis que o meu Estado do Rio de Janeiro e a cidade estão vivendo.

    Agora há pouco estava aqui o Governador Pezão, que tem andado como um bandeirante, com a fé de um mártir, lutando em todos os ministérios e com o Presidente Temer para poder resolver os problemas difíceis por que o Rio de Janeiro está passando.

    Sr. Presidente, eu quero, então, agradecer a todos.

    Oh! Presidente Renan, que prazer em ver V. Exª na Presidência da Casa! Eu já tinha ouvido aqui a voz de Alagoas, pela palavra de Benedito de Lira. E o seu sorriso, um sorriso impressionante... Eu não sei se há um Líder nesta Casa que tenha sido supliciado ao ponto de V. Exª. Agora, é impressionante que, na controvérsia, nesse dilúvio de ódios e paixões que é a vida pública, isso acabe trazendo para todos nós uma solidariedade, um cimento, em que um e outro...

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – ... apoiam-se mutuamente para fazer o bem ao Brasil. Eu quero...

    O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) – Cumprimento V. Exª pela eleição brilhante que obteve no Rio de Janeiro.

    A expectativa de todos nós Senadores, de todos os partidos é de que tenhamos, através da sua presença à frente da Prefeitura do Rio de Janeiro, como consequência, uma grande administração. Essa é a expectativa e um pouco a certeza de todos nós que o conhecemos aqui bastante. Sempre foi um Senador operoso, trabalhador, com espírito público, muito dedicado às causas do País, de modo que nós não temos nenhuma dúvida de que vamos ter esses resultados no Rio de Janeiro.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Presidente.

    Eu gostaria de ceder a palavra, se V. Exª me permite, ao Maranhão, ao Senador Edison Lobão – Edison com "i". É um prazer ouvir o aparte de V. Exª.

    O Sr. Edison Lobão (PMDB - MA) – Senador Crivella, eu me apressei um pouco até chegar aqui. Receava não poder falar em um aparte a V. Exª, até porque o Presidente praticamente me cassou o discurso paralelo que eu pretendia fazer. Vou, portanto, delimitar este aparte a umas poucas palavras. Há 14 anos, o País mergulhava em uma crise política de grande intensidade. Eu assumira a Presidência do Senado, com a incumbência de encaminhar uma solução para aquela enorme turbulência. Eis que chega ao meu gabinete um Senador recém-eleito, louro, de olhos azuis, simpático, inteligente, que me fez seu auxiliar para conhecer as instalações da Casa. Deambulei pelos corredores do Senado com ele, mostrando-lhe o gabinete futuro que haveria de ocupar, e dele me tornei amigo, por duas razões. Primeiro, porque é impossível conhecê-lo e não se tornar amigo dele, o Senador Crivella. Segundo, porque ele fazia bem a mim, com as orações que nos cumulava a mim e aos demais companheiros. Sua bondade, seu coração imenso e a sua família, desde o primeiro momento, cativaram-me.

    A família do Senador Crivella é um exemplo que eu daria para o nosso País: uma esposa maravilhosa, coração imenso e cheio de bondade. Senador Crivella, V. Exª é um homem determinado. Na política tem dado exemplo de obstinação. Não fosse isso, não teria chegado à Prefeitura do Rio de Janeiro. Foi uma luta árdua e longa. Torci intensamente pelo seu triunfo. Nós que viajamos por muitos lugares do mundo juntos, com determinada missão, missão cristã, aprendi a admirá-lo e a gostar profundamente de V. Exª. Seja feliz. Realize no Rio de Janeiro uma fecunda administração, como o povo de V. Exª espera.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Lobão. Esse meu pronunciamento não poderia se encerrar sem a voz de V. Exª.

    Estivemos juntos desde aquele primeiro dia em que cheguei aqui, fomos parceiros em tantas proposições, fizemos viagens juntos, participamos do mesmo governo, eu era Ministro da Pesca e V. Exª, Ministro das Minas e Energia, V. Exª nunca alterou o tom de voz. Mesmo nos momentos mais difíceis, no vértice, no paroxismo da crise, quando V. Exª era supliciado, como todo político é, sempre foi sereno, sempre foi um ombro amigo, sempre esteve aqui para aconselhar, para votar e para superar crises.

    Durante o meu discurso, eu homenageei vários Senadores ao longo da história do Senado, mas homenageei meus contemporâneos e usei V. Exª, porque na história do Senado nós temos Senadores com cinco mandatos – José Ribamar, José Sarney; com quatro – Alvaro Fernandes Dias, Edison Lobão e o Líder de Mossoró, Agripino Maia. São três Senadores com quatro mandatos, entre eles V. Exª.

    Faço votos de que V. Exª supere todas essas controvérsias e esteja sempre aqui na Casa...

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – ... com altivez, para deslumbrar os caminhos do progresso e da paz.

    Ouço a voz do Estado de Goiás. Há pouco, eu, lá no Hospital Miguel Couto, me surpreendi na galeria de fotos vendo V. Exª como médico ortopedista. Eu perguntei: mas o que faz aqui o bravo Senador do Estado de Goiás? Então, me disseram: "Ele foi aqui médico, médico do hospital de emergência Miguel Couto, onde operou e aliviou a dor de muita gente."

    Senador Ronaldo Caiado, prazer em ouvir V. Exª.

    O Sr. Ronaldo Caiado (Bloco Social Democrata/DEM - GO. Fora do microfone.) – Muito obrigado, meu colega Senador Crivella, um competente...

     

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Sr. Presidente, peço a V. Exª que nos permita. Já estamos concluindo, Presidente.

    O Sr. Ronaldo Caiado (Bloco Social Democrata/DEM - GO. Fora do microfone.) – Sr. Presidente...

    O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) – Eu queria pedir. Está faltando som na bancada do Senador Ronaldo Caiado.

    O Sr. Ronaldo Caiado (Bloco Social Democrata/DEM - GO) – ... sempre com ponderações, equilíbrio, temperança em todos os momentos e, ao mesmo tempo, gozando sempre do respeito e da confiança de todos os pares. Quero cumprimentá-lo.

     V. Exª chega hoje àquilo que indiscutivelmente é o sonho de cada um aqui representando o seu Estado: chega à prefeitura da segunda maior cidade do País, uma linda cidade, a quem eu devo muito, desde a minha formação médica na Escola de Medicina e Cirurgia, minha pós-graduação, como V. Exª colocou, no querido hospital Miguel Couto, sob a tutela do velho Prof. Nova Monteiro, que fez a maior escola de ortopedia no País. Nós hoje reconhecemos o quanto o Rio de Janeiro contribuiu para a formação principalmente da nossa área: nós somos hoje milhares de brasileiros que iniciamos nossos estudos na sua terra, onde fomos maravilhosamente bem recebidos. Tenho a certeza de que V. Exª, neste Senado Federal, contará com muito mais do que três Senadores defendendo o Estado, mas contará também com a simpatia e o apoio aqui da grande maioria da Casa, na qual eu me coloco. Desejo a V. Exª sucesso total, pela maneira equilibrada, pela maneira tranquila, mas competente e, ao mesmo tempo, capaz de resolver os problemas. Agora, nós precisamos vê-lo à frente, trazendo a esperança e a fé para todo cidadão carioca, com uma boa gestão a partir de 1º de janeiro de 2017. Meus parabéns, Crivella.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado. Parabéns a V. Exª, que é uma voz altiva, de honradez, de dignidade no Senado Federal e no Brasil. Muito obrigado, Senador Caiado.

    Ouço a voz da brava Senadora do Espírito Santo, a capixaba Rose de Freitas, minha parceira na Resolução nº 2, de 2015, que permitiu que Estados e Municípios pudessem reaver as perdas do petróleo.

    A Srª Rose de Freitas (PMDB - ES) – Pois é, só que essa resolução não previa que nós teríamos uma perda aqui no Senado Federal, que é a perda de V. Exª, que, com certeza, vai fazer muita falta a esta Casa. Eu quero dizer da coragem. Muitos, diante das dificuldades pelas quais passa o País, estariam vacilantes em enfrentar uma corrida como o senhor enfrentou. Eu quero até ressaltar aqui que vi muitos pronunciamentos de V. Exª e todas eles eram compatíveis com a sua coerência política nesta Casa. Então, o que o povo do Rio de Janeiro pode esperar – lá eu tenho minha filha, a família dela – aquilo que V. Exª foi aqui. Homens como V. Exª não enfrentam a incoerência, a contradição, só enfrentam, com coragem, as atitudes. V. Exª fez muito para ser o Prefeito do Rio de Janeiro, mas sei que V. Exª não fez qualquer coisa. V. Exª fez aquilo que a sua dignidade e sua coerência política permitiam. Que Deus o acompanhe e o povo do Rio sabe o que pode esperar de V. Exª. Parabéns, até breve.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Até breve. O Rio de Janeiro estará de portas abertas aguardando V. Exª. Muito obrigado pelas parcerias e leve o meu abraço ao doce povo capixaba. V. Exª aqui é uma defensora dos Municípios, defensora do seu Estado. Seu gabinete está sempre lotado de líderes da sua terra. Parabéns a V. Exª por esse mandato extraordinário que exerce nesta Casa. É uma honra, para mim, ter o aparte de V. Exª. Muito obrigado.

    Eu queria ouvir a dama do Paraná, que já me pediu um aparte.

    Em seguida, volto para Minas Gerais.

    A Srª Gleisi Hoffmann (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Obrigada, Senador Crivella.

    O Sr. Wilder Morais (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - GO) – E depois Goiás.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Depois Goiás.

(Soa a campainha.)

    A Srª Gleisi Hoffmann (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Eu queria começar cumprimentando V. Exª pela eleição no Rio de Janeiro como Prefeito daquela cidade. Quero dizer que tive o prazer de conviver com V. Exª, de conhecê-lo aqui no Senado, de conviver com V. Exª como Senador, mas também de conviver com V. Exª como Ministro de Estado, no governo da Presidenta Dilma, Ministro da Pesca. V. Exª sempre nos trazia histórias de sabedoria, sempre com muita competência, comandando o Ministério. Sei que tivemos alguns embates, divergências, o que é normal aqui no Parlamento, mas V. Exª atuou sempre com muito respeito tanto a mim como aos colegas, independentemente das posições políticas. Tenho certeza, Senador Crivella, de que essa sua serenidade, suavidade, mansidão, essas características vão ser muito importantes para o seu governo no Rio de Janeiro. V. Exª é um cristão. Nunca misturou assuntos de igreja com política, sou testemunha disso: tanto no governo como aqui, sempre V. Exª teve uma postura distinguindo isso, mas tenho certeza de que V. Exª utilizará, como utiliza até agora, na sua caminhada, os princípios cristãos da solidariedade, do bem ao próximo, do olhar para os mais pobres na sua gestão no Rio de Janeiro. Que possamos, de alguma forma, aqui, desta Casa, auxiliar V. Exª nessa gestão, auxiliar V. Exª para o bem daquele povo. Parabéns, que Deus o abençoe e acompanhe. Muito sucesso na sua gestão!

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senadora Gleisi Hoffmann. Permita-me, nesses momentos difíceis por que os políticos atravessam no Brasil, deixar aqui um pequeno testemunho. V. Exª foi incansável no governo. Tenho certeza de que os benefícios que V. Exª trouxe ao Brasil vão estar escritos de maneira indelével na gratidão nacional. V. Exª representa o encantamento da sua personalidade e, eu diria, nessa pujança, nessa capacidade de enfrentar as diversidades, todas as virtudes de coragem, de bravura e de resistência moral da mulher do Paraná. Orgulha-me ver a senhora de cabeça erguida. Parabéns, Senadora. Deus a abençoe também. Muito obrigado.

    Ouço o doce Estado de Minas Gerais, Senador Zeze Perrella. Viva o Cruzeiro!

    O Sr. Zeze Perrella (Bloco Moderador/PTB - MG) – Obrigado, Senador Crivella. Senador, tenho certeza de que nós perdemos um grande companheiro aqui, no Senado.

(Interrupção do som.)

    O Sr. Zeze Perrella (Bloco Moderador/PTB - MG) – Está me cortando, viu? (Risos.)

    Senador Crivella, foi com muita alegria que eu acompanhei as eleições no Rio de Janeiro e tive a honra de arrumar pelo menos uma meia dúzia de votos para V. Exª daqueles amigos que nós temos lá. Falava de V. Exª, da sua suavidade, do seu jeito carinhoso de tratar as pessoas. O senhor conseguiu aqui, no Senado Federal, arregimentar grandes amigos e amigos do coração. Tenho certeza de que a maioria que aqui está – se não for a sua totalidade – torceu muito não só pela sua vitória, mas torcemos muito para o Rio de Janeiro. Tenho certeza de que V. Exª será um prefeito que vai revolucionar aquela cidade querida de todos nós. Quem não gosta do Rio é porque não conhece o Rio. Parabéns, Prefeito!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado, Zeze. Um abraço!

    A Srª Marta Suplicy (PMDB - SP) – Um aparte, Senador.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Estarei sempre às suas ordens lá, Zeze.

    Eu vou dar a palavra a essa dama ilustre de São Paulo, nossa Senadora Marta. Com muito prazer e honra, ouço V. Exª.

    A Srª Marta Suplicy (PMDB - SP) – Quero parabenizá-lo, Senador Crivella, pela coragem na disputa e agora desejar tudo de bom no momento em que o Rio de Janeiro passa por tumultos e dificuldades enormes que o País todo acompanha. Quero falar um pouco que a nossa experiência aqui, no Senado, foi uma experiência bastante peculiar, porque tentamos muito um afinamento em assunto importante, e não senti de V. Exª nenhuma dificuldade ideológica ou de preconceito, mas uma vontade de que a gente pudesse chegar a um bom termo para milhões de brasileiros. Infelizmente, isso não foi possível, mas não senti que foi devido a V. Exª. Esse espírito de conversa, de diálogo é uma das suas características, vi que muitos aqui mencionaram essa capacidade e sensibilidade de escutar o outro. Acho que também isso tem a ver um pouco com a função de pastor e essa abertura de coração que tem que se ter para poder ter um acolhimento adequado. Então, por essa caraterística de escuta principalmente, que vai ser tão importante na condução do Rio de Janeiro, e também por essa determinação e vontade de acertar, acredito que vai ser uma gestão que o Rio de Janeiro vai poder aproveitar bastante. Quero desejar, de coração, tudo de bom e muita força neste momento.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado.

    Nesta Casa, a representação, o sangue, a tenacidade e a bravura daqueles bandeirantes, os Garcias, os Raposos, os Fernões Dias, os Tavares, eles estão todos na síntese da personalidade de V. Exª.

    Muito obrigado, Senadora.

    Vou ouvir agora o Estado de Mato Grosso do Sul.

    Depois Goiás.

    Falará Goiás e depois Mato Grosso.

    Mato Grosso do Sul.

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – Meu caro Senador Crivella, ao cumprimentá-lo, quero desejar toda a sorte, porque sorte V. Exª tem e também tem determinação e competência. Tenho certeza de que o Rio de Janeiro ganhou um experiente homem público, que haverá, realmente, de ser um grande prefeito da cidade maravilhosa. Eu quero também dizer que, ao tempo que V. Exª se despede, V. Exª também deixa, no seu lugar, um companheiro, o seu suplente, que, na verdade, já esteve conosco aqui por algum tempo, o Senador Eduardo Lopes. Então, ao cumprimentá-lo, eu quero também dizer que ganha o Rio de Janeiro, e V. Exª também deixa aqui um sucessor, que é um grande amigo, que é um grande companheiro, que é...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – ... o Senador Eduardo Lopes. Muito obrigado.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado ao médico humanitário de Mato Grosso do Sul pelas palavras carinhosas.

    Ouço o Senador Wilder, que hoje abrilhanta o Rio de Janeiro com o seu espírito empreendedor. Ele está lá nas praias lindas do Rio de Janeiro empreendendo.

    O Rio saúda V. Exª, Senador Wilder. É um prazer ouvi-lo.

    O Sr. Wilder Morais (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - GO) – Senador Crivella, também quero parabenizá-lo e dizer que eu tive oportunidade de, quando cheguei aqui no Senado – V. Exª era ministro –, recebê-lo no meu Estado de Goiás, na minha casa. Então, quero desejar felicidades. Sei de seu talento, de sua competência e quanto o Rio precisa da força sua de trabalho, em que, como dizem os colegas, sobra competência, como já demonstrou no Ministério da Pesca. Então, eu queria deixar um abraço grande e dizer que a Casa também sente V. Exª não estar aqui, mas o Eduardo também já é parceiro – quando eu cheguei ele estava aqui. Lá no Rio de Janeiro vão precisar, sim, os empreendedores...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Wilder Morais (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - GO) – Eu falo muito pouco aqui, e, no dia em que resolvo falar, V. Exª corta. Não pode.

    O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL. Fora do microfone.) – V. Exª tem prioridade.

    O Sr. Wilder Morais (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - GO) – Então, lá no Rio de Janeiro, como tenho acompanhado aí os seus discursos, precisamos, sim, resgatar a autoestima do turista, colocar a cidade do Rio de Janeiro no lugar onde ela deve estar, que é a capital do Brasil do turismo. Desejo sucesso, meu grande irmão, e estamos lá juntos. Com certeza, no grupo na área de investimento, no que a gente puder ser parceiro, com certeza a gente quer estar junto com V. Exª. Um abraço e sucesso.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – V. Exª terá a porta do gabinete do Prefeito sempre aberta a essa parceria.

    Ouço o Estado do nosso Mato Grosso, na palavra do Senador Wellington Fagundes.

    O Sr. Wellington Fagundes (Bloco Moderador/PR - MT) – Senador Crivella, é uma grande satisfação para nós, mato-grossenses, porque o senhor já construiu história em Mato Grosso. Sei que, do mesmo tamanho do gigantismo de Mato Grosso, é o seu coração, um coração...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Wellington Fagundes (Bloco Moderador/PR - MT) – ... de um pastor, de um homem que tem a sensibilidade de ser um compositor, um cantor. Portanto, acho que essa mesma sensibilidade foi que fez com que V. Exª somasse toda a experiência para mostrar à grande maioria da população do Rio de Janeiro que o Rio de Janeiro terá um homem para dirigir aquela cidade com toda essa sensibilidade. Quero falar aqui em nome do Dr. Washington Lima, seu vizinho, que é meu amigo, foi diretor do DNIT, aqui do Ministério do Transporte, junto com seu irmão Ricardo Lima, que estiveram acompanhando. Eu, lá de Mato Grosso, fui, em dois momentos, ao Rio de Janeiro e torcia – V. Exª sabe como eu torcia – por essa vitória, não a sua vitória, mas a vitória do Rio de Janeiro. Tenho certeza de que o senhor construiu tanta amizade aqui. Quero falar também em nome do meu Partido. Como Líder do PR, tenho certeza de que estaremos junto ao Ministério dos Transportes. Já conversamos sobre alguns projetos...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Wellington Fagundes (Bloco Moderador/PR - MT) – ... principalmente a municipalização do Porto Maravilha. Com o Ministro Maurício já tivemos algumas reuniões. Pode contar com o meu apoio, com o apoio do PR como um todo. V. Exª aqui citou nosso Vice-Presidente, José Alencar. Além do nosso Partido, também há a amizade que construímos ali no bloco, no Bloco Republicano. Hoje à noite, acho que vamos coroar toda essa amizade ainda com uma boa conversa. Tenho certeza de que essa construção da amizade aqui vai somar muito, porque perdemos um Senador da República, mas ganhamos aqui, acima de tudo, um aliado no Rio de Janeiro para fazer com que aquela cidade continue sendo a cidade maravilhosa, mais maravilhosa ainda. O seu suplente aqui, o nosso companheiro Eduardo Lopes, com certeza, vai se esforçar muito para substitui-lo. Com certeza, pela competência dele, quando foi escolhido para ser o suplente, V. Exª já sabia do grande companheiro que teria. Então, Deus o abençoe, felicidades, iluminação divina realmente para que aquela população possa viver dias melhores. Parabéns.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Wellington Fagundes. Conto muito com V. Exª para nos ensinar a questão do porto, da municipalização do porto do Rio de Janeiro.

    Queria saudar também a presença simpática do Governador do meu Estado, Luiz Fernando Pezão, que se encontra aqui angustiado, agoniado, em busca de resolver os problemas do Rio de Janeiro. Deus nos abençoe e nos dê forças, Governador.

    Quero saudar também o Senador Valdir Raupp, que pediu a palavra, em nome do Estado de Rondônia.

    O Sr. Valdir Raupp (PMDB - RO) – Senador Crivella, companheiro de luta, de trabalho, quero desejar muito sucesso.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Obrigado, companheiro.

    O Sr. Valdir Raupp (PMDB - RO) – Sei o quanto é difícil administrar uma cidade como o Rio de Janeiro. Já fui prefeito duas vezes, mas é uma cidade de 55 mil habitantes – e já foi difícil. Fui governador também, mas o Rio de Janeiro tem uma população maior do que o Estado que governei. Sabemos que o Eduardo Paes fez uma boa gestão, nos dois mandatos, e espero que V. Exª possa superá-lo. Esse é o desejo deste humilde Senador, seu amigo. Então, conte comigo. Estarei aqui à disposição nas comissões, no Senado.

    Já relatei muitos projetos de interesse do Rio de Janeiro, do Estado e da Prefeitura também, e me coloco inteiramente à disposição para ajudá-lo. Eu quero que V. Exª tenha sucesso. V. Exª lutou para chegar a esse posto. Então V. Exª merece também fazer uma boa gestão para o povo do Rio de Janeiro. Parabéns! Sucesso!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado.

    Realmente é difícil substituir o Prefeito Eduardo Paes pelas grandes realizações.

    Eu espero contar com V. Exª nessa parceria para que o Rio continue nessa marcha do progresso.

    Ouço as palavras do Paraná, na voz de Alvaro Fernandes Dias, quatro mandatos, recordista nesta Casa.

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Social Democrata/PV - PR) – Muito obrigado, Senador Crivella. A minha tarefa fica facilitada, porque, já ao final do seu discurso, só preciso subscrever todos os elogios, aliás, todos merecidos, dirigidos a V. Exª pelos meus colegas e dizer do grande apreço, da grande admiração e do respeito maior que lhe devoto, desejando êxito completo e sucesso absoluto na gestão, porque quem ganhará é o Rio de Janeiro. E o Rio de Janeiro merece. O Rio de Janeiro é nosso orgulho, cidade maravilhosa que encanta e fascina os turistas de todo o mundo. Certamente, com as mãos competentes e dignas de V. Exª, encontrará o seu caminho, realizará a sua vocação de grandeza e será sempre a cidade maravilhosa. Parabéns pela grande vitória nas urnas e já antecipo uma grande vitória como gestor, como administrador competente, porque demonstrará isso na sua gestão. Felicidades, Senador Crivella!

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador Alvaro Dias, que, no governo e na oposição, sempre foi uma voz qualificada no Senado Federal.

    Parabéns a V. Exª, quatro vezes Senador, consagrado nas urnas pelo povo do Estado do Paraná. Impressionante!

    Muito obrigado pelo aparte de V. Exª, que enriquece o meu discurso.

    Ouço a voz de Pernambuco na palavra do Senador Armando Monteiro.

    O Sr. Armando Monteiro (Bloco Moderador/PTB - PE) – Meu caro Senador Crivella, eu queria me associar às manifestações que foram já aqui, eu diria, de forma tão eloquentes...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Armando Monteiro (Bloco Moderador/PTB - PE) – ... dando testemunho do que representa V. Exª nesta Casa, o convívio sempre muito sereno, muito equilibrado. E eu tenho certeza que agora, à frente da cidade do Rio de Janeiro, V. Exª imprimirá essa marca do equilíbrio, da serenidade, mas também do compromisso e do espírito público de V. Exª. Então, eu formulo os melhores votos de sucesso, ao mesmo tempo em que parabenizo o Rio de Janeiro pela possibilidade de tê-lo à frente do comando dessa cidade que é um patrimônio do Brasil.

    O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco Moderador/PRB - RJ) – Muito obrigado, Senador.

    Viva Recife e Olinda! Viva o povo de Pernambuco!

    Muito obrigado.

    Sr. Presidente, eu me despeço. Pela última vez, uso da tribuna do Senado para agradecer a todos os meus companheiros pelos apartes que me fizeram, ao povo que nos assiste pela TV Senado, que nos ouve pela Rádio Senado, aos internautas, às pessoas presentes, aos jornalistas, à minha assessoria, que saúdo na pessoa – Lobão, você que me indicou – de Margarett Cabral, que está comigo até hoje.

    Presidente, parto com o coração estraçalhado de saudade, mas não tenho alternativa. O povo do Rio de Janeiro, com milhões de votos, me convocou, Senador Lobão, para presidir os seus destinos e volto para a minha terra.

    Um grande abraço a todos. Que Deus abençoe o Senado Federal.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/12/2016 - Página 69