O SR. ANTÔNIO CARLOS VALADARES (Bloco Socialismo e Democracia/PSB-SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Tadeu Alencar, Senadora Lídice da Mata, queridíssima Ministra Ana Arraes, demais componentes da Mesa, meu querido Pedro Simon, eu também trouxe um discurso escrito, mas, ao fazer a leitura antes de vir para a tribuna, verifiquei que é um resumo de tudo o que foi dito aqui. Seria então repetitivo ler um discurso com as palavras que com tanto brilhantismo foram aqui ditas pelos oradores que me antecederam, mas menciono também as palavras do reconhecimento, da solidariedade, da gratidão e da lembrança confortadora de uma liderança que se fez respeitada no Nordeste e em todo o Brasil, pela coerência, pela forma simples, modesta e corajosa como agiu ao longo da sua carreira política.

      A meu ver, o que mais eleva a figura do Governador Miguel Arraes, nosso eterno Presidente do PSB, é aquela virtude que caracteriza o verdadeiro líder. O líder que se impõe não é o que manda a qualquer preço, não é o que comanda de acordo com sua vontade individual, é aquele que sabe ouvir, que sabe consultar, que decide conforme a vontade da maioria. E assim ele procedia à frente do PSB.

      Ele entrou no PSB em 1990. Eu entrei em 1995. Aprendi a respeitar Miguel Arraes pelo poder de liderança que ele possuía. O líder é acima de tudo um homem que transfere exemplos, é padrão de comportamento, de honestidade, de seriedade no uso da coisa pública e, principalmente, de respeito às decisões da maioria.

      Miguel Arraes, à primeira vista, porque era um homem do Nordeste, porque era um homem simples, poderia passar a imagem de um homem calado, de um homem introspectivo, de um homem de difícil convivência. Antes, ao contrário, pela forma modesta como se comportava, pela maneira simples como agia, pela forma como abordava os assuntos nas reuniões e se aproximava dos seus companheiros, era Miguel Arraes um homem que nos deixava à vontade, seja nas reuniões, seja na convivência diária.

      Ele representava para o nosso partido um grande líder que se somava à vontade e aos interesses da Nação naquilo que ele achava mais precioso, que, sem dúvida alguma, era o atendimento às camadas mais pobres da população. Daí a sua luta a favor do salário mínimo, do fortalecimento dos sindicatos, da vida rural, na qual se encontrava o aproveitamento da mão de obra mais pobre, mais simples, mais modesta, mas que contribuía, sem dúvida, para o fortalecimento da Nação.

      Com essas palavras, que não fazem parte do meu discurso, pois surgiram de improviso, quero transmitir, em nome do meu querido Estado de Sergipe, que represento no Senado Federal, à família de Miguel Arraes, por intermédio de Ana Arraes, nossa querida Ministra, que foi, ao longo da vida de Miguel Arraes, também uma grande incentivadora da sua vida política, a minha admiração eterna, o meu respeito ao padrão de comportamento e de conduta desse político que fez história no Brasil.

      Ele deixou um grande legado. Sem dúvida alguma, as novas gerações têm muito a aprender com a história desse grande homem público que se chama Miguel Arraes.

      Muito obrigado. (Palmas.)