Discurso durante a 18ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o centenário de nascimento de Miguel Arraes de Alencar.

Autor
Cristovam Buarque (PPS - CIDADANIA/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o centenário de nascimento de Miguel Arraes de Alencar.
Publicação
Publicação no DCN de 15/12/2016 - Página 26
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, OBJETIVO, HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, MIGUEL ARRAES.

     O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Socialismo e Democracia/PPS-DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Pedro Simon, D. Ana Arraes, demais pessoas presentes, eu sinceramente teria muito o que falar sobre o Dr. Arraes, a quem dei o meu primeiro voto, de que não me arrependo.

      Com ele aprendi que política se faz para a democracia e para o pobre! Eu aprendi isso.

      Mas eu quero chamar a atenção para uma qualidade de Miguel Arraes que hoje está faltando: a capacidade de diálogo. Está faltando. Arraes era um homem de diálogo.

      Eu me lembrei disso ontem, lendo um livro que considero formidável, do filho de Jango, João Vicente Goulart, chamado Jango e Eu, em que o autor fala do encontro de Arraes com Jango no exílio e mostra, Pedro Simon, como os dois faziam parte do grupo de exilados que queriam o diálogo amplo neste País, para tirar o Brasil do regime militar.

      Eu quero aqui então deixar registrado, entre as qualidades do Dr. Miguel Arraes, sua firmeza, seu compromisso com o povo, sua visão alternativa de desenvolvimento, que não passava pelo consumismo. Arraes era um ser austero.

      Mas eu quero deixar claro o compromisso dele como um político do diálogo, qualidade, meu caro Pedro, que hoje está muito ausente entre todos nós que fazemos política neste Brasil. É como se houvesse um muro nos separando, o que às vezes é pior do que tanques de guerra nos separando. E às vezes é mais difícil derrubar um muro, o sectarismo, que não nos deixa conversar, do que os tanques de guerra, que não nos deixam caminhar.

      Que fique aqui a lembrança do Arraes do diálogo! É isso que eu gostaria que ficasse na comemoração desses 100 anos, o que se repetirá nos 200, 300, 500 anos, para sempre na história do Brasil.

      Viva Miguel Arraes! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 15/12/2016 - Página 26