Discurso durante a 197ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Resposta ao pronunciamento do Senador Sergio Petecão referente à cobrança compulsória do imposto sindical feita pelas Centrais Sindicais.

Pesar pelo falecimento de Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo.

Autor
Regina Sousa (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: Maria Regina Sousa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL:
  • Resposta ao pronunciamento do Senador Sergio Petecão referente à cobrança compulsória do imposto sindical feita pelas Centrais Sindicais.
HOMENAGEM:
  • Pesar pelo falecimento de Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 15/12/2016 - Página 47
Assuntos
Outros > POLITICA SOCIAL
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • RESPOSTA, REFERENCIA, PRONUNCIAMENTO, AUTORIA, SERGIO PETECÃO, SENADOR, ASSUNTO, OBRIGATORIEDADE, COBRANÇA, CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, DEFESA, ATUAÇÃO, RESPONSABILIDADE, CENTRAL SINDICAL, EXISTENCIA, ASSISTENCIA, DESTINATARIO, TRABALHADOR.
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, PAULO EVARISTO ARNS, ARCEBISPO, SÃO PAULO (SP), LEITURA, TEXTO, DIVULGAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ASSUNTO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

    A SRª REGINA SOUSA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PI. Sem revisão da oradora.) – Quero me solidarizar com ele na questão da agressão. Fui sindicalista boa parte da minha vida e nunca usei de agressão. Sempre fui contra a agressão, acho que não leva a nada, mas também não posso concordar com o fato de ele dizer que o dinheiro do imposto sindical é só para isso. Falo com conhecimento de causa, porque fui uma sindicalista que devolveu o imposto sindical para os trabalhadores. Durante a minha gestão no Sindicato dos Bancários, todo ano a gente fazia um cheque e devolvia. A maioria deixava lá, não queria receber. Mas ia lá e assinava que estava doando para o sindicato.

    Não é verdade também que o sindicato não presta serviços para os trabalhadores. Para todos, não é só para os filiados, não. Ele patrocina causas, paga advogados, vem para audiência no TST. É adiada e a gente, às vezes, tem de ficar a semana inteira aqui para poder fazer uma nova audiência. Então, sindicato presta serviço, sim. Não concordo com essa sua fala.

    E queria aproveitar, Senador, para fazer uma homenagem, em nome da Bancada do PT, a D. Paulo Evaristo Arns. Acho que ninguém... Eu represento bem essa geração. Sou chamada "a filhota da Igreja", porque comecei a minha iniciação política na igreja, nas pastorais. E quero ler um trecho do texto de Pedro Del Picchia para a Folha de S.Paulo. Ele fala bem quem foi D. Paulo Evaristo.

Foi chamado de cardeal da liberdade, bispo dos oprimidos, cardeal dos trabalhadores, bispo dos presos, bom pastor, cardeal da cidadania, guardião dos direitos humanos e tantos outros.

Mas no final da vida, quando lhe perguntaram como gostaria de ser lembrado, deu uma resposta singela: "amigo do povo".

Como padre, bispo e cardeal, lutou pela liberdade, ficou ao lado dos trabalhadores e dos oprimidos, combateu em defesa dos direitos humanos, mas foi, sobretudo, exatamente como gostaria de ser lembrado, um amigo do povo.

Nesta condição, subiu morros, frequentou favelas, incursionou pelas periferias e enfrentou os generais da ditadura para dar proteção a perseguidos políticos – de religiosos a operários, de advogados a jornalistas.

Quando do assassinato do jornalista Vladimir Herzog por agentes do governo, em 1975, comandou na Catedral da Sé um culto ecumênico que, reunindo milhares de pessoas, acabou por se transformar num dos atos públicos mais significativos da luta contra o regime militar.

(Soa a campainha.)

    A SRª REGINA SOUSA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PI) – Então, eu queria fazer essa homenagem, em nome da Bancada do PT, e pedir ao Senado que dê a D. Evaristo o título que ele queria: "amigo do povo".

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/12/2016 - Página 47