Fala da Presidência durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Encerramento da Sessão Solene destinada à instalação dos trabalhos legislativos da 3ª Sessão Legislativa Ordinária da 55ª Legislatura.

Autor
Eunício Oliveira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/CE)
Nome completo: Eunício Lopes de Oliveira
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
CONGRESSO NACIONAL:
  • Encerramento da Sessão Solene destinada à instalação dos trabalhos legislativos da 3ª Sessão Legislativa Ordinária da 55ª Legislatura.
Publicação
Publicação no DCN de 02/02/2017 - Página 9
Assunto
Outros > CONGRESSO NACIONAL
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO SOLENE, OBJETIVO, INSTALAÇÃO, TRABALHO, LEGISLATIVO, CONGRESSO NACIONAL.

    O SR. PRESIDENTE (Eunício Oliveira. PMDB - CE) - Comunico que foi entregue à Secretaria-Geral da Mesa do Senado Federal a Mensagem do Poder Judiciário ao Congresso Nacional.

    Registro também, com prazer, a presença do Ministro José Coelho, do STM, e do Sr. Ministro Walton Alencar Rodrigues, representando aqui o Presidente do Tribunal de Contas da União.

    Srªs Senadoras, Srs. Senadores, Srªs Deputadas, Srs. Deputados, Exmo Sr. Ministro de Estado Eliseu Padilha, 1º Secretário da Mesa do Congresso Nacional, Sr. Deputado Federal Giacobo, 2º Secretário do Senado Federal e do Congresso Nacional, Senador Gladson Cameli, 3º Secretário da Mesa do Congresso Nacional, Sr. Deputado Federal JHC, minhas senhoras e meus senhores, é com grande responsabilidade política e verdadeira emoção pessoal e cívica que me dirijo a V. Exªs como Presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional.

    Ainda como universitário e morador da Casa do Estudante do Ceará, em pleno regime militar, compreendi a importância da liberdade de opinião, organização e manifestação e do direito de ir e vir e a relevância de um Parlamento livre, soberano e independente para o regime democrático e para a condução das questões nacionais e regionais

    Srªs e Srs. Congressistas, senhoras e senhores convidados, meu caro Ministro Eliseu Padilha, que aqui representa o Presidente da República Michel Temer.

    Não temos direito de minimizar as concretas dificuldades que o Brasil enfrenta, mas não tenho nenhuma dúvida de que, ao compararmos a realidade de dois anos atrás com as perspectivas que temos hoje, as piores dificuldades já estão passando.

    No início de 2016, vivíamos com os investidores internacionais e nacionais especulando sobre o risco de calote na dívida pública; a inflação anual rodando em torno de 11%; o desemprego e a recessão aumentando; e os analistas calculando se o nosso PIB seria negativo em 3% ou 4%. Hoje, os mesmos analistas dizem, com adequada moderação, que 2017 começa melhor que 2016. Evidentemente, estamos apenas começando. Ainda não saímos da recessão, mas podemos dizer que ela está - graças a Deus - no início do fim.

    Sabemos que há problemas estruturais prestes a explodir caso não continuemos a buscar soluções negociadas, como as crises financeiras de Estados e de Municípios brasileiros. E o Congresso tem muito a colaborar para a solução desses problemas, apesar de não serem desafios corriqueiros, pois envolvem interesses diversos e naturais em função das conhecidas diferenças regionais do desenvolvimento brasileiro.

    Reformar, reformar realmente tem que ser a palavra de ordem do Governo e do Congresso Nacional. Precisamos recolocar o Brasil no rumo do futuro.

    Teremos pela frente um ano intenso. O Congresso, como sempre ocorre ao longo da história, será mais uma vez chamado a deliberar sobre matérias cruciais. As expectativas de todos são gigantescas, e assim é a nossa responsabilidade. Mais do que nunca, é importante que nos concentremos nas tarefas que temos diante de nós. Façamos o necessário e façamos o melhor. Precisamos reforçar em nosso País as condições para que haja verdadeira cooperação. E não há cooperação possível onde prevalece a desconfiança, sentimento que divide e que, levado ao limite, inviabiliza a vida social.

    Em uma sociedade plural como a nossa, sempre há divisões, sempre há conflitos; são inevitáveis. E justamente porque são inevitáveis é que precisamos confiar uns nos outros e nas instituições. Se perdermos essa confiança, perderemos tudo. Reforçar a credibilidade das instituições, estabelecer uma relação de efetiva cooperação entre os Poderes - tudo isso é condição necessária para que se consolide na sociedade um clima de mútua confiança.

    Temos que ser ágeis, porque o País tem pressa. É inaceitável que milhões de pessoas voltem ou possam voltar a viver na miséria depois de terem tido acesso a condições de vida mais dignas. Precisamos achar o meio de construir uma Nação muito mais justa na repartição da riqueza e na distribuição das responsabilidades.

    Precisamos investir na construção de um modelo de formação profissional que aproxime a juventude brasileira do mercado de trabalho, mas como atores produtivos e não como meros expectadores.

    O potencial brasileiro é admirado internacionalmente, mas não conseguimos explicar ainda aos nossos admiradores por que não temos um projeto de Nação definido, nem por que não investimos com a devida ênfase em nossos potenciais. E o Brasil só será uma potência como nós desejamos quando se desenvolver com harmonia, otimismo e esperança.

    Minhas senhoras e meus senhores, Exmo Sr. Rodrigo Maia, Presidente da Câmara dos Deputados - a quem parabenizo pela eleição na tarde de hoje -, acredito que o Congresso Nacional, como polo aglutinador das demandas do povo brasileiro e como instituição visceralmente ligada ao diálogo, tem todas as credenciais, toda a capacidade para unir o País em torno de um projeto comum de desenvolvimento. Cabe a nós Parlamentares boa parte dessas iniciativas, com responsabilidade.

    O futuro será o que faremos com o nosso presente - e não será nada se não conseguirmos retirar o País do redemoinho da ineficiência, muitas vezes, e da improdutividade, que faz cavar mais fundo o nosso subdesenvolvimento. É imperativo que enfrentemos com coragem e determinação as reformas que se impõem e que, eventualmente, tocam temas polêmicos e sensíveis.

    Cuidaremos, junto ao Presidente da Câmara dos Deputados, de promover a modernização legal do País, acelerando a deliberação sobre normas importantes, como o Código Penal, o Código Comercial e também a atualização do Regimento Comum do Congresso Nacional, caso seja a vontade do Plenário.

    Afirmo nossa determinação de perseverar no combate aos gastos excessivos e ao desperdício, em sintonia com o espírito do regime fiscal recentemente aprovado nas duas Casas do Congresso Nacional.

    Por fim, reconhecendo que os problemas da ineficiência, da improdutividade e do desperdício estão ligados ao tema recorrente da corrupção, quero dizer que estamos igualmente comprometidos em fazer avançar no Congresso Nacional, com serenidade e foco no longo prazo, as medidas necessárias para fortalecer o combate a um dos males danosos para a democracia, por seu efeito especialmente corrosivo sobre a confiança.

    Srªs e Srs. Congressistas, sempre evocamos, nessas ocasiões em que se reúnem representantes dos Poderes da República, os princípios da harmonia e do equilíbrio. Hoje quero ir um pouco mais além e novamente apelar para a necessidade de cooperação de todos. É preciso que trabalhemos nas respectivas esferas de competência, tendo em vista as necessidades a que devemos atender, não apenas de forma coordenada e harmônica, mas efetivamente colaborativa. Para isso, estamos dispostos a fazer avançar as discussões com todos os Poderes envolvidos, inclusive o Ministério Público.

    Minhas senhoras e meus senhores, povo brasileiro, quero encerrar desejando a todos nós, Deputados e Senadores, sucesso e êxito em nosso trabalho e que tenhamos todos um excelente ano legislativo.

    A todos, às autoridades civis, militares e eclesiásticas, e às senhoras e aos senhores convidados, agradeço pela presença com que nos honram nesta Sessão Solene.

    Conclamo a todos para que façam eco ao meu apelo à cooperação e à confiança mútua, que vale tanto para as instituições que compõem a República, reunidas nos três Poderes, quanto para todos os brasileiros. Confiamos sobretudo em nossa capacidade de superar conflitos, sem a qual não haverá condições de pôr o País no rumo da prosperidade que todos nós almejamos.

    Ao declarar aberto este ano legislativo do Congresso Nacional, faço votos de que a minha confiança e essa minha esperança possam ser por todos nós compartilhadas.

    Como homem de fé, de muita fé, peço a Deus que nos ilumine a todos nessa nossa caminhada e nas nossas responsabilidades. Que Deus abençoe a todos.

    Neste momento, antes de encerrar a sessão, eu quero agradecer a todas as autoridades, ao Ministro-Chefe da Casa Civil, Ministro Eliseu Padilha, a todos que nos honraram com seu comparecimento.

    Está encerrada a presente sessão. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 02/02/2017 - Página 9