Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Explicação em resposta ao Jornal Folha de S.Paulo sobre os gastos de verba parlamentar de S. Exª.

Autor
José Medeiros (PSD - Partido Social Democrático/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Explicação em resposta ao Jornal Folha de S.Paulo sobre os gastos de verba parlamentar de S. Exª.
Publicação
Publicação no DSF de 07/02/2017 - Página 19
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • EXPLICAÇÃO PESSOAL, REFERENCIA, ARTIGO DE IMPRENSA, FOLHA DE S.PAULO, ASSUNTO, GASTOS PESSOAIS, ORADOR, VERBA, SENADO.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Nesse espírito de contribuição, vou ser o mais breve possível, para que o comandante possa falar.

    Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero parabenizar V. Exª. Fico muito satisfeito de ver esse paraibano nessa cadeira. Não tenho dúvida de que está muito bem representado o Estado da Paraíba aqui – aliás, já estava –, mas V. Exª abrilhanta muito, pela competência com que representa esse Estado e o Senado Federal brasileiro, a cadeira agora da Vice-Presidência do Senado.

    Sr. Presidente, na verdade, não tinha preparado uma palavra hoje, Senador Laisier, mas deparei-me com uma matéria, no Painel da Folha, e, em nome da representação que tenho do Estado de Mato Grosso, preciso dar estas explicações.

    Existe um pensamento que diz, Senador Cássio Cunha Lima, que, quando se lança uma acusação sobre você, não é preciso dar explicação, porque àqueles que não gostam de você, independentemente, não vai importar explicação e aos amigos não é preciso se justificar.

    Entretanto, devo dizer aqui que recebi uma ligação de uma jornalista da Folha de S.Paulo dizendo que eu teria gasto verba da cota parlamentar numa boate, num pub. Eu falei que havia alguma coisa estranha aí, porque o sujeito que vai à boate, vai atrás de três coisas: ou ele vai dançar – eu não sei dançar –, ou ele vai beber – eu não bebo –, ou ele vai dar uma namorada – eu sou casado, e bem casado! Então, o que faria eu numa boate?

    Pedi para que a assessoria verificasse e descobri que o gasto foi no interior de Mato Grosso, na Cidade de Querência. Após andando de carro por um dia – e, em Mato Grosso, Senador Cássio Cunha, há cidades que distam de Cuiabá, a capital, 1.300 km; e boa parte disso, você tem de fazer de carro –, cheguei a Querência por volta de 21h. Reuni-me com os assentados, que têm assentamento ali e sabiam que eu estava trabalhando com a regularização fundiária, com alguns Deputados – cito aqui o Deputado Tampinha. Depois falei: "Olha, estou com uma fome terrível; onde é que encontramos um lugar aqui para comer?" Ele falou: "Neste momento, você só vai encontrar comida lá no Gela Guela." Um nome um pouco exótico – Gela Guela –, mas eu disse que precisava era de jantar. E fomos jantar no Gela Guela, um lugar coberto de palha; um restaurante, nem música ao vivo tinha, mas, aí, deparo-me com a reportagem dizendo que era uma boate.

    Liguei para o dono hoje, e ele disse o seguinte: "Olha, aqui eu tinha um barracão, que transformei num lugar para bufê de festas, e, na frente, há um restaurante, que eventualmente alugo também para festas na cidade caso queiram." Eu dei essas explicações, mas não adiantou. A repórter, mesmo assim, colocou que eu tinha gasto o dinheiro da cota parlamentar em uma boate.

    Presto estas explicações aqui porque é importante que o bom povo de Mato Grosso saiba que eu não estou gastando a cota parlamentar nesses assuntos.

    Mais uma: a Folha colocou que eu sou paladino da moral e da honra aqui, no Senado.

    Na eleição que disputei, Senador Cássio Cunha Lima, no meu discurso aqui, eu disse que eu fiz uma eleição sem pautar como pilar principal a ética. Não é que eu não defenda a ética; é que eu disse que isso é princípio básico. Portanto, não fui paladino e não tenho feito o papel aqui, no Senado, de apontar dedo para ninguém.

    Mas, findando esta explicação para passar a palavra ao Senador Roberto Requião, também saiu, na mesma reportagem, que gastei R$2 mil com um resort de luxo em Natal. E explico: eu fui a Natal... Na verdade, passei por Natal, porque iria a Caicó receber uma comenda como Senador de destaque, uma comenda chamada Comenda do Príncipe. Inclusive, fui acompanhado pelo Senador Garibaldi, que me recepcionou muito bem lá. Fiquei numa pousada em Caicó, uma pousada simples, que é, inclusive, de uma ex-Senadora, suplente do Senador Garibaldi. E a pousada tem o nome de resort. De volta para Natal, fiquei num hotel e vim embora. Esse foi o traslado, mas disseram que eu gastei em resort de luxo. Eu falei: "Olha, com todo o respeito, eu não vou ficar numa pensão. Eu não uso segurança; não vou ficar numa pensão lá no meio da cidade, local que eu não conheço, na porta da rodoviária". Fiquei em um hotel normal.

    Eu achei a matéria, sinceramente, desinformadora e por isto trago este relato aqui: porque admiro muito a Folha de S.Paulo. Aliás, reputo um pouco à Folha de S.Paulo o fato de eu estar aqui, Senador Cássio Cunha. Eu trabalhava de auxiliar de mecânico e sempre, nas horas de folga, eu lia jornais velhos, que eram usados para embalar peças. E eu lia muito a Folha de S.Paulo e admiro muito sua linha jornalística. Mas eu tenho que dizer aqui que discordo da matéria de forma muito, eu diria, até indignada, porque, hoje, todos os jornais da minha cidade estão dizendo lá que o Senador Medeiros gastou dinheiro com boate, e isso é um absurdo dos mais, eu diria, sem tamanho.

    Quero deixar esta explicação aqui para tranquilizar os eleitores de Mato Grosso, os cidadãos do meu Estado, porque não é essa a minha conduta. Podem ficar tranquilos, porque minha vida tem sido um livro aberto. E, na verdade, eu fico muito contente que, depois de vasculhar tudo, tenham encontrado uma nota de um restaurante do interior do Estado e uma hospedagem lá em Caicó.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/02/2017 - Página 19