Pela ordem durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre a crise na segurança pública no Espírito Santo.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Comentário sobre a crise na segurança pública no Espírito Santo.
Publicação
Publicação no DSF de 09/02/2017 - Página 50
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • COMENTARIO, ASSUNTO, CRISE, SEGURANÇA PUBLICA, LOCALIDADE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), MOTIVO, GREVE, POLICIA MILITAR, INCIDENCIA, HOMICIDIO, CRIME CONTRA O PATRIMONIO, CRITICA, SALARIO, CONDIÇÕES DE TRABALHO, ATIVIDADE POLICIAL, COBRANÇA, NEGOCIAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, POLICIAL MILITAR.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu ainda, dentro da fala do Senador Jorge Viana, do registro feito por ele à fala do Senador Ricardo Ferraço e do Senador Aloízio Santos... Aloysio Nunes. É que Aloízio Santos foi um político importante lá do Estado, que inclusive era do seu partido, foi prefeito de Cariacica.

    Vivemos um momento difícil na vida do nosso Estado e até do ponto de vista do caos da segurança pública, Senador Cássio, invertido, uma situação invertida, até porque nos outros Estados a grande luta se deu a partir dos presídios. A mortandade estabelecida foi dentro dos presídios. E o comando para que se tocasse o terror nas ruas veio de dentro dos presídios.

    E aí se falou no número de mortes que aconteceram no Amazonas, em Roraima; depois, no Rio Grande do Norte. Mas, quanto às mortes dentro do presídio, as pessoas que foram para lá escolheram morrer, porque, quando alguém entra no crime, sabe que tem dois destinos para ele: ou cadeia ou cemitério.

    Então, foi morte de gangue, foi disputa de facções dentro dos presídios pelo controle do tráfico em algum lugar deste País, tanto de drogas quanto de armas. Mas, no meu Estado, não. No meu Estado, foi a paralisia da polícia que fez com que a marginalidade fosse às ruas.

    Eu não quero, neste momento – e não vou fazê-lo –, Sr. Presidente e Senador Ricardo Ferraço, criminalizar a polícia, porque a polícia do nosso Estado é briosa. Aliás, foi o único Estado cujo efetivo policial, num período de quase 13 anos, caiu, diminuiu. Nunca se viu isso na história. Nós pagamos o preço disso. Pagamos o preço disso. A polícia é mal remunerada? Sim, muito mal remunerada. A polícia carece de amamento? Carece de armamento. De reciclagem? Sim. De instrumentos para poder fazer perícia? Sim.

    Sr. Presidente, lá não é diferente: uma polícia mal paga, mas pior que isso – a polícia foi criminalizada por uma mídia esquerdopata deste País, segundo a qual a polícia do Brasil é a pior, é a mais truculenta, é a mais desgraçada, é a mais vil.

    Ora, todas essas coisas produzem um somatório. Eu agora estou vendo lá na televisão o que ocorreu com um jovem negro na França que foi atacado pela polícia e estuprado com um pedaço de pau. O coração do homem é o mesmo em todo lugar. A polícia no mundo inteiro tem os seus problemas, mas eles vendem e desmoralizam a nossa como a pior.

    Há bandidos na polícia? Há, porque há bandidos na igreja;

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – ...há bandidos na OAB; há bandidos aqui; há bandidos ali; há bandidos acolá. (Fora do microfone.)

    Então, produz uma somatória esse problema. E aí eu faço um apelo, diante da crise da morte da economia nacional que atingiu o Brasil, inclusive o meu Estado, ao bom senso da Polícia Militar do meu Estado, das suas esposas e das suas organizações. É hora de a gente desarmar.

    Faço um apelo público aqui ao Governador Paulo Hartung e ao Governador em exercício, César Colnago. Faço um apelo, Senador Ricardo, nos seguintes termos: ora, é hora de desarmar o espírito, tanto do Governo quanto da polícia; se assentar, e o Governo mostrar as contas para eles e observar, Senador Cássio, com eles, o que é possível no presente, o que é possível agora, o que se pode fazer em médio prazo e o que se pode fazer em longo prazo, em nome da sociedade, que está ilhada, com os comércios fechados.

    São seis dias, quase cem mortes. São mortes de inocentes,...

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – muitas mortes de inocentes, mas também tem muito acerto de conta, tem muitas mortes por drogas, (Fora do microfone.)

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – ...tem muitas mortes de bandidos.

    E aí, Senador Eunício, o Ceará de V. Exª, que V. Exª, com fé em Jesus, um dia vai governar, é igual ao meu Estado, o Estado do Senador Cássio. Ruim com a polícia? Pior sem ela. Ela está desarmada. Homens? Ah, estão fazendo uma blitz – que responsabilidade! – na porta de uma festa. Olha só! Quando uma polícia mal trabalhada, uma polícia truculenta, andando de 38, porque não tem arma pesada, sai da rua, é muito pior. A vagabundagem vem para a rua. É sinal de que, com todos os defeitos da polícia, ainda respeitam a polícia, porque a sociedade pode transitar nas ruas.

    Por isso, eu apelo ao Governador César Colnago, apelo ao Governador Paulo Hartung: chamem as lideranças, desarmem os espíritos, chamem o Secretário de Fazenda, mostrem a eles a arrecadação, mostrem a eles as contas, mostre a eles...

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – os prejuízos (Fora do microfone.)

     – encerro –, para ver o que é possível fazer agora, o que é possível fazer a médio prazo e o que é possível fazer a longo prazo. Aliás, eu traduzo aqui alguma coisa que tenho conversado com V. Exª.

    O SR. PRESIDENTE (Eunício Oliveira. PMDB - CE) – Para concluir, Senador Magno, por favor.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – Hoje – não sei se V. Exª foi –, eu estive com o Presidente da República, agora, ao meio-dia, aliás, uma hora da tarde, e ele reafirmou, Senador Ricardo, para mim – inclusive eu mandei isso lá para o Estado –, que está esperando um pedido do Governo para que ele possa aumentar o efetivo.

    Não é que a Força Nacional vai dar tiro; não vai dar tiro, mas, pelo menos, é a presença do uniforme nas ruas do nosso Estado, para que as pessoas possam pelo menos pegar o ônibus.

    E eu agradeço essa boa vontade, mas depende também do desarmar do Governo, do desarmar da polícia, para que possamos chegar a bom termo, em nome da sociedade do nosso Estado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/02/2017 - Página 50