Pela Liderança durante a Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a importância do agronegócio brasileiro.

Autor
Cidinho Santos (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: José Aparecido dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Comentários sobre a importância do agronegócio brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 10/02/2017 - Página 43
Assunto
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, AGRONEGOCIO, BASE, ECONOMIA, PAIS, RECONHECIMENTO, AMBITO INTERNACIONAL, ATUAÇÃO, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, UTILIZAÇÃO, TECNOLOGIA, REPUDIO, INSTITUIÇÃO ARTISTICA, CULTURA, CARNAVAL, RIO DE JANEIRO (RJ), MOTIVO, DESRESPEITO, PRODUÇÃO AGRICOLA, DEFESA, HOMENAGEM, COMUNIDADE INDIGENA, ENFASE, EXISTENCIA, SUSTENTABILIDADE.

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Boa tarde, Srª Presidente, Senadora Regina Sousa, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, da Rádio Senado, imprensa.

    Nesta tarde de quinta-feira, quero assumir a tribuna do Senado para fazer uma defesa e um desagravo do agronegócio brasileiro.

    Fomos surpreendidos, no início de 2017, com o anúncio de que a escola de samba Imperatriz Leopoldinense, uma escola tradicional do Carnaval do Rio de Janeiro, traria em seu enredo deste ano um grave ataque ao agronegócio e à agricultura do nosso País, tratando-os até mesmo como um monstro da Floresta Amazônica.

    Imediatamente, entidades representativas do agronegócio nacional, Parlamentares – Deputados Federais, Senadores, Deputados Estaduais – e prefeitos levantaram-se em resposta, repudiando a atitude da direção da escola de samba de criticar a agricultura e a pecuária brasileira em um espetáculo transmitido para todo o mundo.

    Não sem motivo, Sr. Senador Armando Monteiro. O agronegócio brasileiro é o alicerce da nossa economia e é respeitado em todo o mundo pela eficiência, pela preservação do meio ambiente e pela tecnologia empregada. Atualmente, o agronegócio representa cerca de um quarto do PIB do Brasil. O setor agropecuário representa 48% das nossas exportações totais.

    O agronegócio é a nossa galinha dos ovos de ouro, para nós e também para todos os brasileiros. Não podemos enviar para o mundo uma mensagem errada de que o agronegócio é o grande vilão dessa história.

    Segundo as estimativas da Conab, a produção total de grãos para a safra 2016/2017, que está em andamento, será de 215 milhões de toneladas, um crescimento de 28% em relação ao ano anterior. Isso sem falarmos na pecuária, na avicultura, na suinocultura. Só aí somam-se mais de 220 milhões – na bovinocultura – de cabeças de gado e a produção de 35 bilhões de litros de leite, 4,1 bilhões de dúzias de ovos, 6 bilhões de frangos e 39 milhões de suínos, que são produzidos no Brasil anualmente.

    Isso é feito preservando 61% do bioma natural do nosso País intacto e 13% de áreas de reserva indígena. E só é possível que os agricultores façam isso com apenas 8% do Território nacional, graças aos investimentos que foram feitos, ao longo dos últimos anos, em pesquisas desenvolvidas especialmente pela Embrapa, a nossa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que é um patrimônio inestimável para o povo brasileiro.

    A área de preservação nativa dentro das fazendas do Brasil é equivalente à área total de países como a França e a Noruega, somados, juntos. Portanto, senhoras e senhores, causa-nos indignação a injusta acusação de que o agronegócio é o grande vilão do nosso País em relação às questões ambientais.

    Os estudos da Embrapa permitem o avanço da nossa atividade agrícola com um impacto cada vez menor ao meio ambiente. Quero destacar o plantio direto, um avanço importante. Até bem pouco tempo atrás, a prática era gradear a terra para o plantio, revolvendo-a, e ela acabava sendo levada para o leito dos rios, causando fortes erosões. Hoje, a terra fica protegida pela vegetação, poupando trabalho e protegendo a natureza.

    Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária mostram que os ganhos de produtividade entre 1976 e 2015 pouparam mais de 150 milhões de hectares de desmatamento no País. Saímos de uma produção de 1,4 tonelada por hectare nos anos 1970 para uma produtividade de 4,5 toneladas por hectare agora, em 2016 e 2017. Ou seja, produzimos muito mais sem a necessidade de ampliar novas áreas ou de desmatar novas áreas.

    O Brasil está avançando no desenvolvimento de técnicas para combater as pragas com menor impacto ambiental; para produzir mais, utilizando menos recursos; para ter uma produção agrícola e pecuária cada vez mais sustentável.

    Não podemos nos esquecer também da importância da agricultura para a produção de energia sustentável. Hoje, a agricultura produz 31 bilhões de litros de etanol. Somado a outros biocombustíveis, isso representa 29% da oferta de bioenergia produzida pelo País, enquanto ela consome apenas 4,4% da energia do Brasil.

    É claro que, para produzir essa quantidade de alimentos para os brasileiros e para o mundo, há um custo, mas o que quero destacar é que o Brasil é um país em desenvolvimento, que está desenvolvendo políticas para tornar esse custo cada vez menor para o meio ambiente e também para o nosso bolso.

    Ao sentarmos à mesa para as refeições, não podemos esquecer que, para termos o "pão nosso de cada dia", milhares de trabalhadores rurais estão neste momento colhendo o fruto da semente que outros milhares semearam há alguns meses.

    Para finalizar, Srª Presidente, quero, mais uma vez, manifestar a nossa contrariedade ao enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que coloca, de forma muito ruim, o agronegócio brasileiro como vilão das questões ambientais.

    Eu, como mato-grossense, sou totalmente a favor da homenagem aos povos indígenas do Xingu, porque são irmãos nossos que merecem essa homenagem, mas também sou contrário a que, para se fazer uma homenagem aos povos indígenas da região do Alto Xingu, faça-se uma ofensa à agricultura, à pecuária do Brasil, justamente esse setor que tem contribuído para a nossa balança comercial, esse setor, que, no momento de crise, agora... O nosso Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, viaja o Brasil, viaja o mundo, divulgando, fazendo novas relações comerciais, com a oportunidade que temos agora de que alguns países – em relação a como algumas questões estão sendo tratadas pelo Presidente americano – procuram o Brasil para fazer parcerias comerciais. Por exemplo, nos dias 20 e 21 deste mês, estará em São Paulo o Ministro da Agricultura do México, que veio designado pelo presidente mexicano para estar no Brasil, reunido com o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, com o Ministro das Relações Exteriores, José Serra, e com empresários do agronegócio brasileiro, juntamente com empresários mexicanos, para que possam reativar o comércio México-Brasil nas questões de exportação de ovos, carnes de frango, de suíno e também de boi.

    Então, nós temos de aproveitar este momento para divulgar que nosso País, na verdade, é um País totalmente sustentável, que temos 60% de nossa área preservada; temos 13% de área reservada a povos indígenas; temos apenas 8% da nossa produção agrícola nessa área; e temos, ainda, 15% em área de pecuária. E é sobre essas áreas que a agricultura brasileira vai crescer, sem necessidade de desmatamento de nenhum hectare a mais.

    Somos um país totalmente sustentável, e é isto que nós temos de vender para os outros países: que nós temos aqui preservação ambiental; questões sanitárias invejáveis para outros países do mundo; e legislação trabalhista que respeita o trabalhador. Dessa forma, vamos conseguir, cada vez mais, ampliar os nossos mercados e colocar os nossos produtos em outros países, gerando emprego, renda e trazendo divisas para o Brasil.

    Era só isso.

    Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/02/2017 - Página 43