Pela Liderança durante a 12ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Posicionamento favorável à reforma do ensino médio.

Autor
Paulo Bauer (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Paulo Roberto Bauer
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Posicionamento favorável à reforma do ensino médio.
Publicação
Publicação no DSF de 21/02/2017 - Página 58
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • CRITICA, QUALIDADE, EDUCAÇÃO, PAIS, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REDUÇÃO, DESTINAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, PROGRAMA DE GOVERNO, FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE DE ENSINO SUPERIOR (FIES), PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TECNICO E EMPREGO (PRONATEC), DEFESA, PROPOSTA, ALTERAÇÃO, ENSINO MEDIO, APROVAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL.

    O SR. PAULO BAUER (Bloco Social Democrata/PSDB - SC. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, caros telespectadores da TV Senado e também ouvintes da Rádio Senado, ocupo a tribuna nesta tarde para registrar que, quando o governo do PT anunciou o lema para o segundo mandato da Presidente afastada do cargo, Dilma Rousseff – "Brasil, Pátria Educadora" –, todos nós já sabíamos que não se passava de mais uma peça de marketing daquele governo, um slogan publicitário de um governo que, na verdade, jamais tratou a educação como prioridade. Muitos exemplos que corroboram essa percepção foram sendo apresentados com o passar do tempo.

    Nos últimos cinco anos, Sr. Presidente, o Ministério da Educação trocou de comando seis vezes – isso mesmo: seis vezes, seis ministros, em apenas cinco anos –; o número de matrículas no Fies caiu consideravelmente; o Pronatec teve suas vagas reduzidas, e o Programa Ciência Sem Fronteiras foi congelado.

    Os resultados da mais recente edição do censo escolar, divulgados recentemente ilustram bem a involução da educação do País. Infelizmente, as tendências dos anos anteriores permanecem inalteradas e ainda distantes das metas do Plano Nacional de Educação.

    Segundo dados do censo, no ano passado caiu vertiginosamente a oferta de vagas em regime integral para o ensino fundamental, que diminuiu 46% desde 2015. Agora, apenas 9% das matrículas nessa fase escolar são de alunos com carga horária estendida: 2,2 milhões de estudantes perderam essa condição em apenas um ano. No ensino médio, pelo menos, houve alta de 8,6%. Entretanto, segue pequena a participação do ensino integral na educação básica.

    Pelo Plano Nacional de Educação, 25% das matrículas e 50% das escolas da rede pública deverão oferecer o ensino integral a seus alunos até o ano de 2024. Não vai ser fácil. O percentual caiu de 19% das matrículas para 10,5% entre 2015 e o ano passado.

    Os recursos liberados para subsidiar o ensino integral por meio do chamado PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), por exemplo, diminuíram 51% entre 2014 e 2015: de R$1,17 bilhão para R$578 milhões, segundo a base de dados do MEC. É daí que vinham os recursos para o Mais Educação voltado a ajudar Estados e Municípios a estender a jornada escolar diária. Desde então, o programa minguou.

    Também diminuíram as matrículas na educação profissional ofertada pela rede privada, que perdeu 110 mil alunos de um ano para outro. Nesse caso, uma das explicações é a desidratação do Pronatec, patrocinada pelo governo do PT. Segundo as estatísticas do MEC, entre 2014 e 2015, os desembolsos caíram de R$2,8 bilhões para R$1,4 bilhão, exatamente na mesma proporção do Mais Educação. Em 2016, nova baixa, de mais 31%.

    Essa é a radiografia que emerge do censo divulgado pelo MEC.

    Sugere que a "pátria educadora" – slogan de impacto difundido aos quatro cantos pelo governo petista – ficou apenas no discurso e muito longe da realidade necessária para alavancar o nosso desenvolvimento econômico e social.

    Portanto, toda essa análise anterior nos mostra que a reforma no ensino não podia mais esperar. O Estado não poderia perder mais tempo nessa questão.

    É verdade que são grandes os desafios da educação: garantia da qualidade, permanência dos alunos nas escolas, professores valorizados, elevadas taxas de repetências, falta de investimentos. Todas essas dificuldades – dentre tantas outras – precisam ser superadas de forma mais urgente possível.

    O atual governo, entendendo a necessidade urgente de reformas na educação, encarou com coragem e ousadia essa situação e, na última quinta-feira, dia 16, sancionou a lei que estabelece a reforma do ensino médio, votada na Câmara dos Deputados e também votada e aprovada pelo Senado Federal.

    A discussão acerca da reforma do ensino não se inaugurou neste Governo. Essa discussão já dura mais de vinte anos. O que faltava era reconhecer o estado crítico do ensino médio no Brasil e a verdadeira vontade política para tratá-la realmente como prioridade.

    A reorganização do ensino médio, definida sob três alicerces fundamentais – flexibilização do currículo, maior carga horária e incentivo ao turno integral – também será desafiadora, não há dúvidas. Mas esta é uma batalha que vale a pena ser travada, seja pelos 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos que estão fora da escola, seja pelos 1,9 milhão que até tentam, mas desistem do ensino médio no meio do caminho.

    Muito obrigado.

    Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/02/2017 - Página 58