Pronunciamento de Armando Monteiro em 08/03/2017
Discurso durante a 2ª Sessão Solene, no Congresso Nacional
Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.
- Autor
- Armando Monteiro (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/PE)
- Nome completo: Armando de Queiroz Monteiro Neto
- Casa
- Congresso Nacional
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM:
- Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.
- Publicação
- Publicação no DCN de 09/03/2017 - Página 114
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM
- Indexação
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- SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, ASSUNTO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MULHER, ENTREGA, DIPLOMA, BERTHA LUTZ, PREMIO, HOMENAGEM, RECONHECIMENTO, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, DEFESA, DIREITO A IGUALDADE.
O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco/PTB - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Eu queria saudar a nossa colega eminente Senadora Marta Suplicy, que tão bem representa nesta sessão a representação feminina aqui do Senado. Eu queria, através da Senadora Marta Suplicy, cumprimentar essa tão expressiva e qualificada representação das mulheres aqui no Senado, aqui nesta Casa. Permitam-me aqui saudar as Senadoras Fátima Bezerra, Ângela Portela, Lídice da Mata, Regina Sousa, Lúcia Vânia, Rose de Freitas, Ana Amélia, Gleisi Hoffmann, Kátia Abreu, Maria do Carmo Alves, Simone Tebet e Vanessa Grazziotin.
Eu queria, Presidente Marta Suplicy, desta sessão solene, cumprimentando as Srªs e Srs. Senadores aqui presentes, dizer que duas datas hoje me trazem aqui a esta tribuna e que têm um significado muito especial.
Nesta semana, Senadora Marta, Pernambuco comemora o bicentenário da Revolução de 1817, um dos mais expressivos movimentos da história brasileira, um movimento de ideário republicano, autonomista, federalista, que representou algo muito importante, ou seja, um movimento que transpôs a barreira meramente conspiratória, à época, e obteve êxito no seu objetivo revolucionário, posto que durante 75 dias se instalou uma república em 1817 neste País, antecipadora dos ideais republicanos, algo que ocorreu 72 anos antes da Proclamação da República.
E nesta data, especialmente, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, eu não poderia deixar também de saudar aqui mulheres pernambucanas, bravas mulheres pernambucanas que deram também o extraordinário contributo, cada uma a seu tempo, para que Pernambuco pudesse consolidar essa marca, que é a marca do pioneirismo, da altivez, do irredentismo que marca a identidade do povo de Pernambuco.
Quando, por exemplo, eu falava da Revolução de 1817, teríamos que lembrar de Bárbara de Alencar, uma mulher que conjugava ousadia, sonho e que era natural lá do sertão de Pernambuco, de Exu, embora tivesse também atuado no Ceará, naquela região fronteiriça lá do Araripe. Então, antes do feminismo e do empoderamento da mulher, que são termos contemporâneos e que não estavam tão presentes no radar dos pensadores iluministas do Século XIX, a nossa revolução de 1817 consagra na sua história a participação de uma mulher, de uma brava mulher, sertaneja de Exu, que lutou para livrar a província da opressão da coroa portuguesa.
Quero também aqui homenagear outras grandes figuras femininas de Pernambuco, por exemplo, evocando Maria Amélia de Queiroz. Maria Amélia foi uma importante abolicionista do Estado de Pernambuco. Alfabetizou negros após a abolição da escravatura, ensinou os trabalhos manuais e técnicas que lhes ajudariam a encontrar trabalho e se manter quando o escravagismo foi proibido. Naquela época, inclusive, já colaborava para jornais e disseminava pensamentos que hoje perfeitamente se harmonizam com a luta das mulheres deste tempo.
Evocar as mulheres de Tejucupapo, que marcaram a história de Pernambuco durante o período de luta contra a invasão holandesa. Essas mulheres puderam, num episódio singular da nossa história, evitar que os holandeses pudessem, ocupar uma vila onde hoje está a cidade de Goiana. Portanto. foi um belo exemplo da força e da capacidade de luta da mulher pernambucana.
A exemplo dos outros colegas que me antecederam, eu não poderia deixar também de evocar aqui algumas figuras que estão muito presentes na minha vida e que são referência, e mais do que isso, inspirações. A minha mãe, Maria do Carmo, uma mulher forte, que ainda conduz assim com muito carinho e, ao mesmo tempo, com muita força a nossa família, e que tem sido um esteio da nossa família. Quero também aqui lembrar da minha companheira, Mônica, e das minhas filhas, Cecília e Sophia.
Portanto, nesta data eu me associo às homenagens que esta Casa, em muito boa hora, presta à mulher do Brasil, na certeza de que nós precisamos, efetivamente, com a inspiração e o exemplo das mulheres, edificar uma sociedade mais justa que possa, de alguma maneira, incorporar valores que a mulher brasileira tão bem encarna. Que possamos, a partir daí, construir uma sociedade mais cordial e uma sociedade mais justa.
Muito obrigado, Senadora Marta, pela tolerância.