Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.

Autor
Raimundo Lira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Raimundo Lira
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.
Publicação
Publicação no DCN de 09/03/2017 - Página 115
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, ASSUNTO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MULHER, ENTREGA, DIPLOMA, BERTHA LUTZ, PREMIO, HOMENAGEM, RECONHECIMENTO, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, DEFESA, DIREITO A IGUALDADE.

    O SR. RAIMUNDO LIRA (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Srª Presidenta, Marta Suplicy, agora sendo substituída por outro amigo, o Senador Paulo Paim, na Presidência. Fiz questão de referenciar a Senadora Marta porque hoje é o dia em que as mulheres estão recebendo todas as nossas homenagens pela importância que têm em nossa vida.

    Sempre tenho dito que tive muita sorte na convivência com as mulheres. Tive uma relação muito estreita com minha mamãe, Francinha Lira; depois, há 47 anos, mais 3 anos de namoro e noivado, com minha querida esposa, Gitana; depois a convivência com minha filha única, Isabela, uma menina extraordinária, mãe de dois filhinhos, meu netinho e minha netinha. Foram pessoas importantes na minha vida pessoal, Senador Paulo Paim.

    Da mesma forma, as mulheres têm sido importantes na minha vida profissional. Como empresário, sempre procurei dar todas as oportunidades às mulheres. O que você tem de mais importante na empresa são os recursos financeiros, do ponto de vista material. Nas minhas empresas, os recursos financeiros quem controlava, quem administrava, sempre foram mulheres, porque elas são mais detalhistas, são mais fiéis, elas se apegam mais à empresa e, portanto, nos transmitem um grau de confiança muito elevado. 

    E aqui no Senado Federal Silvia Suassuna é a minha chefe de gabinete, o que mostra o meu apreço e a minha confiança pelo trabalho das mulheres.

    E aqui eu vou ler um pouco, nesse dia em que todos nós estamos homenageando as mulheres, as nossas mais próximas e as mulheres brasileiras e as mulheres paraibanas. Nós verificamos hoje que 52%, 53% das estudantes universitárias já são mulheres, o que mostra que, apesar de muitos problemas na relação social com as mulheres, nós verificamos que nós somos um país aberto e que nós estamos avançando nessa relação com as mulheres. Elas estão dia a dia ocupando mais espaços e, na medida em que vão ocupando esses espaços, logicamente, Senador Paim, elas vão conquistando novos degraus, e nós temos que estar com essa mente aberta, para que exista, na diferença que existe entre o homem e a mulher, o máximo de igualdade nas oportunidades que o País oferece aos seus filhos.

    A cada ano, no Dia Internacional da Mulher, que comemoramos hoje, saudamos o magnífico e crescente papel das mulheres na sociedade contemporânea e renovamos votos que celebram maior solidariedade entre os seres humanos, independente do gênero.

    O Senado entrega hoje o Diploma Bertha Lutz a cinco mulheres que contribuíram para a defesa dos direitos das mulheres e questões de gênero no Brasil.

    A premiação, que ocorre anualmente, recebe o nome da Deputada Federal Bertha Maria Júlia Lutz, falecida em 1976, uma das pioneiras do feminismo no Brasil e líder na luta pelos direitos políticos igualitários. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que deu às mulheres o direito de votar e de serem votadas.

    Parabenizo as cinco agraciadas: Denice Santiago Santos do Rosário, Diza Gonzaga, Isabel Cristina de Azevedo, Raimunda Luzia de Brito e Tatiane Bernardi Teixeira Pinto.

    Todos os anos reforçamos nosso desejo de que a convivência plena entre iguais – não importando o gênero da pessoa – deve ser um guia para uma sociedade mais evoluída. A mulher e a sua condição têm sido assuntos preocupantes em todo o mundo, principalmente pela complexidade da sua posição dentro da sociedade e a sua devida valorização.

    No Brasil não é diferente. A própria legislação brasileira demonstra isso. A violência de gênero que atinge as mulheres, conjuntamente com as restrições impostas pela maternidade, os salários mais baixos que os salários dos homens pelo mesmo esforço laboral são sinais que reafirmam abertamente que o preconceito e a discriminação quanto ao gênero ainda persistem nos setores e mentes mais atrasadas do nosso País.

    Alertamos para o fato de que mais de 500 mulheres foram agredidas fisicamente por hora no ano passado, no Brasil. Esse número é ainda maior quando se trata de violência verbal e psicológica. Uma em cada três mulheres já disse que sofreu algum abuso psicológico, verbal ou físico no ano passado. A pesquisa é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

    Uma das formas, Senador Paim, de reduzir essa violência é a mídia brasileira criar na cabeça das pessoas a convicção de que um dos atos mais desprezíveis do ser humano é a covardia. No momento em que a sociedade brasileira esteja convencida de que bater numa mulher, de que agredir uma mulher de qualquer forma é um ato de extrema covardia que tira do homem qualquer dignidade que eventualmente ele possa ter será um grande passo para reduzir a violência. Então, na medida em que o homem se sinta um ser humano desprezível, indigno e covarde, com certeza, esses atos de violência contra as mulheres vão diminuir.

(Soa a campainha.)

    O SR. RAIMUNDO LIRA (PMDB - PB) – Porque ninguém quer ser reconhecido na sociedade como um indivíduo covarde, um indivíduo sem honra, um indivíduo sem dignidade.

    Vivemos um processo muito lento de valorização feminina que vem sendo exposto e resolvido a duras penas, com trabalho diário de inúmeras entidades e órgãos que atuam em prol da mulher e também da confecção de uma legislação mais inteligente, no que tange à punição com maior rigor aos abusos cometidos no âmbito da questão de gênero. A Lei Maria da Penha, um dos diplomas legais mais importantes da história brasileira recente, é um verdadeiro símbolo da luta das mulheres por justiça, respeito e dignidade. Hoje temos a oportunidade de homenagear também a vida e a luta da guerreira que emprestou seu nome à lei e que, sem sombra de dúvida, é a grande responsável por sua criação: Maria da Penha Maia Fernandes, a farmacêutica que fez de sua tragédia pessoal o início de um movimento que revolucionou a luta contra a violência doméstica no Brasil.

    Maria da Penha levou mais de uma década para conseguir mover as lentas engrenagens da Justiça brasileira e para condenar seu agressor à prisão. A emblemática trajetória dessa corajosa nordestina, ao mesmo tempo em que expôs questões alarmantes da violência doméstica no Brasil, também representou, portanto, uma esperança em relação ao futuro da questão no nosso País. Dedicamos o dia de hoje para enaltecermos esses avanços, as conquistas da emancipação da mulher e a luta pela igualdade plena entre os sexos.

    Nos dias atuais, são diversas as empresas e instituições que são conduzidas e chefiadas por mulheres que exercem suas atividades com muita competência e sensibilidade. Tais profissionais de sucesso têm provado que a capacidade feminina não se submete a constrangimentos preconceituosos, mas aos resultados de seu trabalho. A discriminação será banida, dia após dia, pela meritocracia, independentemente de gênero.

    Na política, vemos surgir lideranças femininas proeminentes. Já temos governadoras, prefeitas e Parlamentares, cujo desempenho comprova a necessidade e a premência da participação da mulher na vida pública e política. Na minha querida Paraíba, são 39 prefeitas eleitas que estão trabalhando duro pelo crescimento de seus Municípios.

    E aqui eu aproveito a oportunidade para dizer que, agora há pouco, eu liguei para a jovem prefeita de Monteiro, no interior da Paraíba. Por que Monteiro? Porque sexta-feira o Presidente Temer vai em comitiva à Paraíba, até Campina Grande, de lá vamos nos deslocar até a cidade de Monteiro para inaugurar a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco na cidade de Monteiro. E é lá onde essa jovem prefeita é a administradora, a Lorena. E teve a sua antecessora também prefeita, e por isso eu liguei para a Lorena, para, em nome dessas 39 prefeitas, homenageá-la, e por esse grande fato histórico, que é a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco na cidade de Monteiro.

    Hoje a mais alta corte do País, o Supremo Tribunal Federal, é presidido pela Ministra Cármen Lúcia, representação máxima da competência, do carisma e da liderança eminentemente feminina. Portanto, não me canso de enfatizar que a mulher está cada vez mais contribuindo para um mundo mais justo, digno e fraterno.

(Soa a campainha.)

    O SR. RAIMUNDO LIRA (PMDB - PB) – E aqui presto uma homenagem especial às paraibanas e às mulheres da minha vida: minha mãe, Francinha Lira; minha esposa, Gitana, minha companheira de uma vida inteira; minha filha Isabella; e minhas netas, Vitória, Marita e Marina, minha alegria de todos os dias.

    Muito obrigado a todos os telespectadores da TV Senado, e os meus agradecimentos pela atenção das Srªs e Srs. Senadores.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 09/03/2017 - Página 115