Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.

Autor
Roberto Rocha (PSB - Partido Socialista Brasileiro/MA)
Nome completo: Roberto Coelho Rocha
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.
Publicação
Publicação no DCN de 09/03/2017 - Página 118
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, ASSUNTO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MULHER, ENTREGA, DIPLOMA, BERTHA LUTZ, PREMIO, HOMENAGEM, RECONHECIMENTO, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, DEFESA, DIREITO A IGUALDADE.

    O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco/PSB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Paulo Paim, Srªs e Srs. Senadores, eu quero, em breves palavras, fazer uma saudação também à mulher brasileira, à mulher maranhense.

    Eu quero saudar todas as mulheres aqui, colegas Senadoras, que conosco dividem essa atribuição de representar os nossos Estados no Senado Federal. Presto, na figura da Senadora Marta, que estava conosco até há pouco, a homenagem, em nome de quem cumprimento todas as Senadoras do Senado Brasileiro, do qual, com muito orgulho, também faço parte.

    Quero cumprimentar, para homenagear, as mulheres da minha família: a minha mãe e a minha esposa. Quero cumprimentar as mulheres que trabalham conosco, no Senado Federal, na pessoa da Carol, que está ali, e em nome de quem cumprimento todas as mulheres que trabalham conosco nos gabinetes de Brasília, de São Luís e de Imperatriz, no Maranhão.

    E, claro, quero fazer uma saudação também muito especial à mulher maranhense, na figura da quebradeira de coco-babaçu. Para mim, é quem tem a cara, o rosto, a face da mulher maranhense. Eu sei que centenas de milhares estão labutando no dia a dia e que merecem hoje e todos os dias as nossas homenagens.

    Sr. Presidente, o mundo inteiro celebra hoje o Dia Internacional da Mulher. Para muitos ainda é uma data apenas para realçar o significado da presença feminina. Se assim fosse, seria tão somente uma ocasião para homenagens, mas a verdade é que esta data é muito mais que isso. Ela faz parte de uma ação estratégica afirmativa para chamar a atenção para os terríveis problemas que afligem, em boa parte, todas as mulheres do Planeta: questões como a violência contra a mulher, a divisão sexual do trabalho, a precarização do trabalho feminino, a jornada tripla, a disparidade salarial, a criminalização do aborto, para citar alguns exemplos.

    Recolhi de um interessante artigo publicado pela jornalista Letícia Sorg, do jornal Estadão, uma lista de motivos que respondem à singela pergunta: por que precisamos celebrar o Dia da Mulher? Em primeiro lugar, porque as mulheres trabalham, em média, sete horas a mais que os homens, a cada semana. Considerando a jornada dentro e fora de casa, elas somam 53,6 horas de trabalho; e os homens, 46,1. Mesmo trabalhando mais, elas ganham, em média, 75% do salário de um homem no mesmo cargo e ainda encontram muito mais obstáculos para subir na carreira. Elas ocupam hoje 58% dos postos de estagiários, mas apenas 11% dos conselhos de administração.

    Outro dado impressionante: quatro mulheres morrem por dia no Brasil por complicações do aborto e 200 mil são internadas por ano ao tentar interromper a gravidez. O quadro da violência doméstica não é menos grave: 38% das mulheres assassinadas são mortas pelos próprios parceiros. É a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. Segundo os números oficiais, uma mulher é estuprada no Brasil a cada 11 minutos. Considerando que muitas deixam de denunciar a violência, a frequência pode ser de um caso por minuto, ou mais de meio milhão de mulheres vítimas a cada ano.

    A representação política também é muito desigual. Apenas 10% dos Parlamentares e 5% dos chefes de Estado são mulheres. Isso dá ao País a posição de número 86 num ranking de 140 países. Considerando todos os outros critérios – como acesso a saúde, educação, crédito e situação no mercado de trabalho –, o Brasil está em 79º na lista da desigualdade de gênero, atrás da maioria dos países da América do Sul. São esses números chocantes que devemos realçar no dia de hoje, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

    Que a luta das mulheres prossiga sem trégua, todos os dias do ano, para que o Dia Internacional da Mulher venha a ser um dia de celebração e júbilo, e que esses números da desigualdade de gêneros sejam coisa verdadeiramente do passado!

    Muito obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) – Cumprimento o Senador Roberto Rocha.

    Permita-me, Senador Roberto Rocha, vou ser muito direto e tranquilo, dizer a V. Exª que fiquei muito chateado hoje lá na CCJ, porque eu tinha entendido que havia um acordo. E depois me disseram que V. Exª, por uma questão de orientação partidária, teve que pedir vista ao projeto que iria garantir que, quando houver eleição de dois Senadores, um tem que ser uma Senadora. Então, eu só queria dizer a V. Exª que esse momento a gente relatou aqui, mas o apelo que fica é só esse. Eu quero falar aqui primeiramente a todo o País, a todos os que assistem à TV Senado e viram o meu ponto de vista. De forma tal que a gente possa, na próxima terça-feira ou quarta-feira, apreciar a matéria e votar. E espero, claro, com o apoio de V. Exª.

    É um pedido que estou fazendo. Não é uma crítica; é um pedido.

    O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco/PSB - MA) – Com certeza, Sr. Deputado Paulo Paim; desculpe, Senador Paulo Paim. Fomos Deputados juntos com muito prazer e satisfação.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) – Fomos Deputados juntos e sempre estivemos na mesma trincheira.

    O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco/PSB - MA) – Sei do trabalho, da dedicação, do zelo no exercício dos seus mandatos. Eu acho que essa é uma matéria importante. Cumprimentei o Autor e o Relator. Porém, me achei no dever de contribuir com a matéria, uma vez que eu não tinha participado dessa discussão.

    De tal modo que eu usei o instrumento regimental para que a gente pudesse, na Bancada do nosso Partido, discutir o assunto e colocar, claro, o mais breve possível, para ser deliberado.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) – Como eu entendi lá que, devido à importância do tema, sendo hoje 8 de março, foi para uma vista coletiva, acho que podemos, então, fazer um acordo de V. Exª dar a sua opinião na próxima reunião.

    O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco/PSB - MA) – Mas é claro.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) – Tranquilo.

    O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco/PSB - MA) – Evidentemente, sem nenhum problema.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 09/03/2017 - Página 118