Pronunciamento de Gleisi Hoffmann em 15/03/2017
Pela Liderança durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentário sobre as manifestações, realizadas por todo o país, contrárias a reforma previdenciária.
- Autor
- Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
- Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela Liderança
- Resumo por assunto
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PREVIDENCIA SOCIAL:
- Comentário sobre as manifestações, realizadas por todo o país, contrárias a reforma previdenciária.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/03/2017 - Página 38
- Assunto
- Outros > PREVIDENCIA SOCIAL
- Indexação
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- COMENTARIO, REALIZAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, OPOSIÇÃO, PROPOSTA, REFORMULAÇÃO, LEGISLAÇÃO PREVIDENCIARIA, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, TERCEIRIZAÇÃO, AUTORIA, GOVERNO FEDERAL, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRITICA, AUSENCIA, DIVULGAÇÃO, IMPRENSA, APOIO, JUIZ, VARA DA JUSTIÇA FEDERAL, PORTO ALEGRE (RS), RIO GRANDE DO SUL (RS), AUTOR, SENTENÇA JUDICIAL, OBJETO, SUSPENSÃO, PROPAGANDA, NATUREZA PREVIDENCIARIA, GOVERNO, DEFESA, REFORMA TRIBUTARIA.
A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR. Como Líder. Sem revisão da oradora.) – Obrigada, Sr. Presidente.
Srs. Senadores, Srªs Senadoras, quem nos acompanha pela TV Senado, pela Rádio Senado, meus cumprimentos.
Hoje eu iniciei meu dia, Sr. Presidente, numa manifestação, aqui em Brasília, dos professores, dos trabalhadores na educação, dos trabalhadores na agricultura, dos agricultores, dos servidores públicos. Trata-se de uma manifestação que faz parte do dia de luta da população brasileira contra a reforma da previdência. Do dia de luta e do dia de greves, porque várias categorias estão em greve. Os professores, por exemplo, estão neste dia de luta, mas iniciaram a sua greve hoje, uma greve por tempo indeterminado, não só aqui na Capital Federal, mas também em todos os outros Estados, inclusive no meu Estado, o Estado do Paraná.
É um dia que está mobilizando o Brasil, um dia de luta contra a reforma da previdência, contra a reforma trabalhista, contra a terceirização, ou seja, contra este Governo que está aí, que está desmontando os direitos da população brasileira, que não se importa com a população brasileira. Este Governo abriu a porta do inferno, e todos os demônios contrários aos direitos do povo estão soltos. Eles estão desmontando a Constituição Federal e o Estado mínimo de direito social que nós construímos neste País nos últimos anos. Infelizmente nós estamos vivendo essa realidade no Brasil.
Mas também, felizmente, nós temos manifestação; felizmente nós temos reação; felizmente o povo está acordando e está indo para a rua.
Nós tivemos uma manifestação lindíssima no dia 8 de março, com as mulheres. Muitas mulheres foram para as ruas, milhares de mulheres foram para as ruas. A TV não mostrou, porque não tinha interesse em mostrar. Nós fizemos aqui um ato com as mulheres no 8 de março, também contra a previdência, porque são as mulheres as mais prejudicadas. São elas que vão ter que trabalhar por mais tempo, pagar por mais anos e ganhar menos, inclusive, de benefício previdenciário.
Então eu queria aproveitar, Sr. Presidente, e mostrar aqui as imagens das manifestações, porque a televisão também não está mostrando. Aliás, não mostra, não vai mostrar.
Esta primeira aqui é de Curitiba, da minha cidade, minha capital. É uma das mobilizações maiores que nós temos no Brasil. Curitiba está fazendo uma belíssima mobilização, com os professores na rua, que lutam contra a reforma da previdência, mas também contra o Governo do Beto Richa, que fez dos professores, lá no Estado, os inimigos públicos número um. Como é que um governante faz dos professores, das professoras, seus inimigos? É não ter noção do que é governo, prioridade, do papel em que ele está.
Aqui é Ouro Preto. Olha que bonito que está. Cheio. Foi para a televisão? Não, não foi. Foi para a GloboNews? Não, não foi. Não foi para nenhum jornal.
Aqui é Salvador, também muito cheio.
Até queria pedir para a câmera ficar aqui, mostrando essas imagens, que eu acho importantes. Já vou colocar outra.
Aqui é Brasília, onde nós participamos, fomos lá, vários Senadores da oposição foram. Estava cheia.
Aqui é Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Olha que bonita que está a manifestação em Campo Grande também.
Aqui é Maringá, mais uma cidade do meu Estado, do Paraná. Maringá também nas ruas.
Aqui, Belo Horizonte, também com a rua cheia.
E há tantas outras. Eu ficaria aqui o tempo inteiro do meu pronunciamento mostrando fotos.
Mas por que acho importante fazer isso? O Senador Paim já fez. Para mostrar à sociedade que está havendo manifestação, porque a TV não mostra, a Globo não vai mostrar, as outras TVs não vão mostrar, porque não há interesse.
E ainda chega o Presidente ao desplante de dizer que o povo está na rua para apoiá-lo. Ele é muito sem noção: fala cada coisa, diz cada coisa... Acho que a Assessoria tinha que cuidar um pouco dele, porque não é possível...
(Soa a campainha.)
A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – ...dizer que o povo está na rua para apoiá-lo.
Essas manifestações são lindas, são grandes, são fortes. É a segunda manifestação de massa que acontece no nosso País em pouquíssimo tempo, do dia 8 para o dia 15. É a primeira manifestação unificada, chamada pela Frente Brasil Popular, pela Frente Povo sem Medo, pelas centrais sindicais, pelo Fórum das centrais sindicais, que quer exatamente se contrapor ao que está acontecendo no Brasil.
E aqui eu quero dizer, Sr. Presidente, Srs. Senadores, que nós temos o dever, nesta Casa, de não deixar essa proposta, essa reforma perversa da previdência passar, porque ela vai atacar os mais pobres. Ela não vai tirar direito de nós, Senador. Ela não vai não vai tirar direito de juiz, não vai tirar direito do Ministério Público, não vai tirar direito das grandes carreiras corporativas. Ela vai tirar direito daqueles que estão no Regime Geral de Previdência Social, aqueles que podem ganhar, no máximo, cerca de R$5 mil.
(Soa a campainha.)
A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Mas a maioria, quase 80%, ganha um salário mínimo. É em cima dessas pessoas que vai ser feita a reforma. Por isso, a mobilização nas ruas. Por isso, essa mobilização vai continuar. E as mulheres têm sido protagonistas, porque são as que mais sofrem.
E eu queria cumprimentar uma mulher que hoje marcou um pedaço dessa história de resistência à reforma da previdência: a Drª Marciane Bonzanini, a Juíza da Vara Federal do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, que deu a sentença que eu aqui comentava, no discurso da Senadora Vanessa Grazziotin. Uma sentença não só suspendendo a propaganda do Governo, como dizendo que é uma propaganda mentirosa, ao impor ao Governo que veicule uma propaganda com os dados corretos do orçamento da seguridade social.
É isso, Governo. Não somos nós que estamos falando. O Judiciário já está falando. vocês têm que prestar atenção nas ruas e no que o Judiciário está falando sobre a propaganda enganosa.
Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigada.