Pela Liderança durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo de Goiás pelo uso da Celg (Companhia Energética de Goiás) para fins políticos.

Autor
Ronaldo Caiado (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: Ronaldo Ramos Caiado
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Críticas ao Governo de Goiás pelo uso da Celg (Companhia Energética de Goiás) para fins políticos.
Publicação
Publicação no DSF de 16/03/2017 - Página 43
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, GOIAS (GO), MOTIVO, UTILIZAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS DE GOIAS S/A (CELG), OBJETIVO, POLITICA PARTIDARIA, PREJUIZO, POPULAÇÃO.

    O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Social Democrata/DEM - GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Parlamentares, vou trazer à discussão hoje um assunto que diz respeito ao meu Estado de Goiás. Por várias vezes, eu assumi aqui a tribuna, no ano passado, para dizer da minha preocupação com a privatização da Celg, distribuidora de energia do meu Estado, não por ser contra a privatização, porque acho que o Estado deve restringir-se mesmo às ações na área de saúde, segurança, educação e infraestrutura, e buscar cada vez mais parcerias, mas eu dizia, àquele momento, que não poderíamos transformar a empresa que foi a maior empresa do Centro-Oeste brasileiro numa empresa utilizada no processo das campanhas eleitorais, dilapidada. E, agora, o processo de privatização seria única e exclusivamente utilizado para apagar ou enterrar todos aqueles esqueletos no decorrer de todos esses anos, com tantos desvios e a má gestão implantada naquela empresa.

    Mas, com isso tudo, a maior empresa de Goiás foi vendida por R$1 bilhão. O Estado recebeu R$1,1 bilhão. No entanto, nós tivemos de assumir uma dívida junto à Caixa Econômica de R$2,4 bilhões para os goianos pagarem. Nós tivemos de assumir uma dívida de R$3,7 bilhões no BNDES, exigência da Eletrobras, somando R$6,1 bilhões.

    Ao mesmo tempo, a assembleia legislativa votou um projeto do Governador aprovando uma renúncia de ICMs por 28 anos, ou seja, em torno de R$3 bilhões de renúncia fiscal para que a empresa privada assumisse a Celg. Mas esse dinheiro que chegou da Celg, distribuidora do meu Estado de Goiás, hoje está servindo para quê?

    Vejam os senhores a frase do Sr. Governador no dia 17 de fevereiro, há menos de um mês – abre aspas: "Eu não desisti da meta de chegar rapidamente, ainda no primeiro semestre, aos cem prefeitos. Temos que ter cuidado em relação aos partidos da nossa base, mas eu insisto que nós temos uma meta de chegar aos cem prefeitos, pois isso vai ser importante para o nosso projeto de 2018." – fecha aspas.

    A pergunta que faço: onde está o Ministério Público do meu Estado de Goiás?

    A segunda pergunta que faço: é possível um partido que elegeu 77 prefeitos, usando o dinheiro que tem hoje da venda da Celg, distribuidora de energia do meu Estado, faça pressão sobre os prefeitos e, para terem lá os convênios, eles são obrigados a aderir ao partido do Governador? É uma afronta completa ao eleitor. O eleitor escolheu o candidato. O eleitor elegeu o seu próprio prefeito. De repente, a máquina do Governo vai contra o sentimento da população naquela cidade!

    E vamos dizer que nem todos – não generalizaria – os prefeitos vão aderir, porque, muitas vezes, é por fraqueza, outras vezes, também por total incapacidade de administrar a máquina, sem esses convênios que serão feitos com o Governo. Esse é um ponto que me preocupa. É a máquina diante de tantos escândalos ocorridos hoje no Brasil. Nós estamos ainda vendo uma prática que é inaceitável e inadmissível.

(Soa a campainha.)

    O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Social Democrata/DEM - GO) – Nós temos um Estado de Goiás hoje que é o Estado em que há o segundo maior índice de roubo de carros com aumento da criminalidade em 70%.

    Nós vemos a área da saúde sem hospitais regionais e com hospitais inacabados. Nós estamos vendo uma falência completa em 440 obras que estão por terminar, e o dinheiro da venda da privatização da Celg, distribuidora de energia, está sendo para fazer um projeto político de um partido para 2018, para comprar prefeituras e os prefeitos para aderirem a um projeto do atual Governador, Marconi Perillo.

    É deplorável, é deprimente assistirmos a isso hoje quando a população toda está indignada com a corrupção e com o mau uso da máquina pública, como nós assistimos ao que aconteceu com a Petrobras e com outras estatais no País.

    Infelizmente, a nossa Celg foi a Petrobras de Goiás.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/03/2017 - Página 43