Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da rejeição de Projeto de Lei do Senado, de autoria do Senador Aloysio Nunes, que regulamenta a greve de servidores públicos.

Anúncio de participação em evento, na Paraíba (PB), de conclusão da obra de transposição do rio São Francisco.

Autor
Lindbergh Farias (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Luiz Lindbergh Farias Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Defesa da rejeição de Projeto de Lei do Senado, de autoria do Senador Aloysio Nunes, que regulamenta a greve de servidores públicos.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL:
  • Anúncio de participação em evento, na Paraíba (PB), de conclusão da obra de transposição do rio São Francisco.
Publicação
Publicação no DSF de 16/03/2017 - Página 89
Assuntos
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Indexação
  • DEFESA, REJEIÇÃO, PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS), AUTORIA, ALOYSIO NUNES, SENADOR, OBJETO, REGULAMENTAÇÃO, DIREITO DE GREVE, SERVIDOR PUBLICO CIVIL, COMENTARIO, REALIZAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, OPOSIÇÃO, PROPOSTA, REFORMULAÇÃO, LEGISLAÇÃO PREVIDENCIARIA, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA.
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, EVENTO, ESTADO DA PARAIBA (PB), MOTIVO, VISITA, CONCLUSÃO, OBRA DE ENGENHARIA, TRANSPOSIÇÃO, RIO SÃO FRANCISCO, PARTICIPAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, DILMA ROUSSEFF, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, CIRO GOMES, EX MINISTRO DE ESTADO.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ. Sem revisão do orador.) – Senador Capiberibe, eu estava no meu gabinete, aí percebi que o Senador Paulo Paim era o último orador inscrito falando aqui, o senhor ia encerrar a sessão, eu então vim meio correndo para cá, porque de fato o meu Estado, por exemplo, tem 100 mil pessoas nas ruas. Em São Paulo, eu estava vendo as imagens, o Presidente Lula estava falando agora: 500 mil pessoas na Paulista. É um movimento muito amplo. Eu, sinceramente, acho que há uma alteração no quadro político muito forte no País. Porque eles diziam o seguinte: "É só tirar a Dilma; se tirar a Dilma, vai resolver o problema político, a crise política, os empresários vão recuperar a confiança e vão investir". O que a gente está vendo, Senador Paulo Paim, é que nós estamos aprofundando a recessão econômica, o número de desempregados, e esse Governo só fala em ajuste, ajuste, ajuste. Não tem um plano de recuperação econômica.

    Hoje pela manhã foi 1 milhão de professores paralisados, que estão em greve. Eu fiquei muito impressionado porque no Rio de Janeiro as escolas particulares também pararam todas.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Fora do microfone.) – Os bancos.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Os bancos; mas as escolas particulares, como estou citando, as grandes escolas, de classe média alta, onde, em tese, não existiria mobilização.

    Há uma alteração no quadro. Não dá para esconder o que houve no País nesse dia de hoje. Eu espero que os jornais publiquem. Eles vão tentar diminuir, vão tentar esconder. Mas não tem jeito de esconder quando o movimento é um movimento tão amplo. Não foi um movimento só dos militantes de esquerda. Não foi um movimento só dos sindicatos. Foi um movimento que teve uma participação sindical gigantesca, mas um movimento que encontrou um eco grande na sociedade.

    Eu hoje digo aqui: eu acho, sinceramente, que essa reforma da Previdência não tem chance de passar neste Congresso Nacional. E eu citei hoje aqui mais cedo, Senador Capiberibe, que na semana passada, o Líder do PMDB, Senador Renan Calheiros, disse o seguinte: quem governava o País era Eduardo Cunha, da cadeia. Primeiro: ele tem razão, e ele conhece o PMDB, porque o Eduardo Cunha está indicando ministros; o Ministro da Justiça foi indicado por ele. Existe um medo enorme, nesse Governo, de Eduardo Cunha delatar, abrir a boca. É uma chantagem explícita. Mas, vendo aquela declaração do Senador Renan Calheiros, é fácil perceber que também tem um ingrediente político, porque a popularidade do Temer no Nordeste é impressionante: 80% de ruim e péssimo.

(Soa a campainha.)

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Então, ali há, na minha avaliação, um movimento claro de descolamento do Governo Temer, porque quem votar nessa reforma da Previdência...

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Fora do microfone.) – Não volta mais.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – ... quem estiver com Temer até o fim vai ter muita dificuldade de se eleger neste País.

    Concluo dizendo o seguinte: que é importante a sociedade acompanhar o que quiseram fazer aqui no dia de hoje, porque quiseram votar a urgência – e esse guerreiro aqui, o Senador Paulo Paim, teve um papel enorme, não é Senador Capiberibe? – de um projeto que eles chamam de regulamentação do direito de greve do servidor público, mas não é regulamentação, é acabar com o direito de greve do servidor público. É um projeto do Senador Aloysio Nunes, que hoje é Ministro de Relações Exteriores. E olhem o escândalo: no dia em que o País se levanta, que o povo usa o seu direito legítimo de fazer greve, aqui íamos votar justamente o fim do direito de greve.

    O SR. PRESIDENTE (João Capiberibe. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP) – Uma provocação.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Uma provocação! Querem retirar direitos dos trabalhadores e querem que fiquem calados.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – É um projeto do qual fui Relator e rejeitei. E foi rejeitado por unanimidade. Daí queriam desarquivá-lo e, praticamente, botá-lo em votação, desconhecendo os outros projetos. E o relatório que eu já apresentei está na CCJ.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Exatamente.

    Agora, essa batalha não se acabou. Isso vai ser discutido aqui na próxima semana. Essa pauta tem de ser uma pauta prioritária para os movimentos sociais. A gente não pode deixar que isso passe.

    Senador Capiberibe, queria agradecer V. Exª por ter aberto essa oportunidade de falarmos aqui e agora. De fato, hoje é um dia em que a gente fica feliz porque o povo brasileiro está mostrando a sua força, a sua força nas ruas. E o povo está entendendo o que nós dizíamos: porque nós dizíamos que o golpe era para entregar o patrimônio público, o pré-sal, e para retirar direito dos trabalhadores. Eles diziam que não, que o problema era a Dilma. E está ficando claro que o golpe foi para isso.

    Quero dizer que vou ter a honra de participar, nesta semana gloriosa de manifestações como as do dia de hoje, de encerrar participando de um evento com o Presidente Lula e com a Presidenta Dilma Rousseff, lá na minha Paraíba. Sou Senador pelo Rio de Janeiro, mas sou paraibano. Tenho muito orgulho de ser nordestino. Quero ver a comoção que está tomando conta do Nordeste com a chegada de Lula e de Dilma, junto com Ciro Gomes, que – quero registrar – era o Ministro, lá em Monteiro, na Paraíba, para ver a obra de transposição do São Francisco, uma obra que só saiu do papel porque o Lula tem aquela visão de estadista, aquela preocupação de tocar... Estou sentindo, vão sair caravanas de todas as cidades do Nordeste, vai ter gente indo de carro, gente indo de bicicleta, gente indo a pé, gente indo de ônibus. Vai ser um momento muito bonito, um momento em que o Nordeste brasileiro vai abraçar esse que foi, para mim, o maior Presidente da história deste País.

    Muito obrigado a V. Exª pela tolerância e pelo tempo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/03/2017 - Página 89