Pronunciamento de Eduardo Amorim em 22/03/2017
Discurso durante a 29ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração pelo Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, e destaque à importância de se melhorar a estrutura de saneamento básico em Sergipe e em todo o país.
- Autor
- Eduardo Amorim (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SE)
- Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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MEIO AMBIENTE:
- Comemoração pelo Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, e destaque à importância de se melhorar a estrutura de saneamento básico em Sergipe e em todo o país.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/03/2017 - Página 20
- Assunto
- Outros > MEIO AMBIENTE
- Indexação
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- COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, AGUA, IMPORTANCIA, MELHORAMENTO, ESTRUTURA, SANEAMENTO BASICO, AMBITO NACIONAL, ENFASE, ESTADO DE SERGIPE (SE), MOTIVO, INSUFICIENCIA, SERVIÇO PUBLICO, ABASTECIMENTO DE AGUA, TRATAMENTO, ESGOTO, FALTA, ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE AGUA, REGIÃO SUBDESENVOLVIDA, DEFESA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, ACESSO, AGUA POTAVEL, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, REDUÇÃO, IMPACTO AMBIENTAL, NECESSIDADE, REESTRUTURAÇÃO, SISTEMA, APLICAÇÃO DE RECURSOS, POLITICA DE SANEAMENTO BASICO, ELOGIO, EMPRESA DE SANEAMENTO, DESAPROVAÇÃO, PRIVATIZAÇÃO.
O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco Social Democrata/PSDB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente. Assim como os demais colegas, também procurarei cumprir o tempo regimental.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, todos os que nos acompanham pelas redes sociais, hoje é o Dia Mundial da Água. E, como sabemos, mais de 60% do nosso corpo é água. Quando os cientistas procuram descobrir vida em outros planetas, o fazem através da busca de água.
O Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92. Desde então, ele é celebrado no dia 22 de março ao redor do mundo, a partir de um tema definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos.
Em 2003, o Brasil instituiu o Dia Nacional da Água, também celebrado anualmente na mesma data.
Este ano, o Dia Mundial da Água traz como tema "Águas Residuais". Popularmente conhecidas como esgoto, as águas residuais compreendem todo o volume de água que teve suas características naturais alteradas após o uso doméstico, comercial ou industrial. Trata-se de uma substância com grau de impureza que varia de acordo com a sua utilização, mas que sempre contém agentes contaminantes e potencialmente prejudiciais à saúde humana e à natureza de modo geral.
Todos sabemos que o retorno dessa água ao meio ambiente deveria necessariamente passar por tratamento, de modo que ela voltasse a apresentar qualidade e limpeza adequadas para que fosse lançada nos rios, nos lagos ou no mar, sem causar danos à saúde e ao ecossistema.
Entretanto, Sr. Presidente, no nosso País, a coleta e o tratamento das águas residuais configuram-se como grande desafio para o saneamento ambiental. Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 48,6% da população tem acesso à coleta de esgoto, sendo que desse efluente coletado, menos de 40% passam por algum tipo de tratamento antes de ser descartado no meio ambiente.
O tema deste ano acaba também expondo a desigualdade social do nosso País. Estados mais carentes e subdesenvolvidos apresentam menos acesso ao saneamento básico, frente aos Estados com mais recursos.
Srªs e Srs. Senadores, apesar dos avanços sociais alcançados pelo País na última década, ainda precisamos caminhar bastante para alcançar os objetivos e as metas estabelecidos pelas Nações Unidas para o avanço do desenvolvimento humano no Brasil. Dentre os desafios a serem superados, encontra-se a melhoria das condições de vida das pessoas residentes em áreas onde há ausência ou insuficiência dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, causando impactos tanto à saúde dessas pessoas, quanto ao meio ambiente.
No meu Estado, o Estado de Sergipe, a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), em atividade há mais de 44 anos, opera o saneamento e o tratamento da água em 73 Municípios, incluindo a capital, Aracaju. E, de acordo com uma pesquisa recente publicada pelo Instituto Trata Brasil, Sergipe é o 10º melhor Estado brasileiro em abastecimento de água, além de avançar a cada ano na ampliação da oferta de esgotamento sanitário, fatos que atestam a qualidade dos serviços da Deso, apesar do seu sucateamento, quase que proposital, imposto pelos governos ao longo dos últimos anos.
Apesar de tudo isso, Sr. Presidente, o Governo do Estado insiste em defender a privatização da companhia, quando todos sabemos que a alternativa para superar as deficiências que o setor de saneamento enfrenta no nosso Estado não passa pela privatização dos serviços, mas, sim, pela necessária reestruturação e a aplicação adequada dos recursos financeiros disponibilizados ou captados em instituições financeiras e de fomento ao desenvolvimento, bem como pelo planejamento das ações e pela implantação de instrumentos de regulação e controle social sobre a prestação dos serviços.
Com essa iniciativa por parte do Governo de Sergipe, o Estado falha e frustra a expectativa da sociedade quanto às possibilidades de se alcançar a universalização do acesso aos serviços de saneamento, abastecimento de água em quantidade e qualidade adequadas, coleta e tratamento de esgotos, bem como a política de coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos e de drenagem, Sr. Presidente.
É triste, muito triste, Sr. Presidente, colegas Senadores, tudo que vem acontecendo com os serviços prestados pelo Estado e a forma como os servidores vêm sendo tratados.
A Deso constituiu um patrimônio técnico e tecnológico, ao longo de mais de quatro décadas, de altíssima qualidade, fato que justifica a qualidade da prestação dos serviços, em oposição à falta de investimentos e ao sucateamento proposital da companhia por parte do Governo do Estado.
O que a Deso precisa é de mais investimentos, melhorias nas condições de trabalho e valorização dos seus trabalhadores, para que possam prestar melhores serviços à população, além de uma gestão técnica e de controle social.
A missão da Deso não é unicamente comercial, é mais do que isso; a missão da Deso é, sobretudo, social. É através da Deso que se pode chegar à universalização da água em todo o território sergipano.
É verdade que o Canal de Xingó poderá ajudar muito, sobretudo no período da seca, o Sertão sergipano, mas a universalização da água – água em todas as casas, água para todas as famílias – só se alcançará em Sergipe com a presença da Deso, e a Deso não privatizada.
Pois bem, Sr. Presidente, na contramão do que aqui foi exposto, tomei conhecimento, na última sexta-feira, de que o BNDES havia começado a contratar, por meio de licitação, as consultorias que serão responsáveis por projetar modelos para a privatização de serviços de saneamento em 20 Estados brasileiros, entre esses, Sergipe e creio que também o seu Estado, Sr. Presidente, talvez a Paraíba.
E, hoje, no Dia Mundial da Água, nos somamos ao Manifesto contra a Privatização da Deso, por acreditarmos que privatizar o saneamento em Sergipe significa impor um grave prejuízo a todos os sergipanos, significa impor um grave prejuízo às famílias dos trabalhadores da Deso por se tratar de uma área estratégica, responsável pelo desenvolvimento econômico e social do nosso Estado.
Portanto, Sr. Presidente, terminando ainda dentro do tempo que me foi permitido, neste dia simbólico, Dia Mundial da Água – o corpo humano é, sobretudo, água e sem água não sobrevive –, mas de importância real, esperamos que todos possamos compreender a seriedade com que devemos tratar a questão da água no Brasil, especialmente no nosso Estado, e também, por que não dizer, no resto do mundo.
Sem água, Sr. Presidente, não existe vida. A água é essencial para estarmos vivos. Agora, a água tem que ser tratada e devolvida ao meio ambiente assim como a recebemos.
Muito obrigado.